Capítulo XVI
Assim que Eva diz que Lara foi atacada, Mateus e eu saímos correndo para ir ajudá-la.
— Droga! Por que eu não vim de carro? — Mateus esbraveja.
— Você sabe onde ela está? — pergunto a Eva.
— Sim. Eu entrei no carro e fui até o local em que ela foi amarrada a uma cadeira.
— Desgraçado! — digo furioso.
Se algo acontecer com a Lara, não vou me perdoar.
— Vou ligar para a polícia. — digo a Mateus, mas ele não parece me ouvir.
Faço a ligação direta para a delegacia daqui de Muqui e para minha sorte é o próprio delegado que atende.
Explico a situação para ele, que diz que devo mandar a localização assim que descobrir. E dá ênfase na frase: Não entrem antes de eu chegar.
Até parece que vamos seguir essa ordem.
Lara está em perigo. Se tivermos a chance de salvá-la, com certeza o faremos.
— É por aqui! — Eva diz nos levando por uma rua um pouco deserta — Aquele é o carro dele! — ela aponta para um Gol preto.
Continuamos andando e avistamos uma casa em um local mais elevado. A casa é antiga, com uma tonalidade cinza e cercada por uma pequena varanda.
— É aqui! — Eva diz.
Mateus faz menção de entrar no quintal, mas eu o seguro.
— Me deixa ligar para a polícia novamente. Não podemos por a vida da sua irmã em mais perigo. Além do mais, vamos ficar em silêncio para tentarmos ouvir algo.
Ligo para o delegado e informo o local.
Não demora nem cinco minutos e chegam dois carros de polícia.
Graças a Deus não fizeram como nos filmes e deixaram as sirenes ligadas.
— Como descobriram que ele está ali? — o delegado pergunta desconfiado.
— Nós ouvimos um grito da Lara. — minto.
Não tem como eu dizer que foi uma fantasma que conseguiu a localização.
— Vamos com cuidado para não por a vida da vítima em risco. — o delegado Assis ordena.
Após dar os comandos os policiais se posicionam.
Um deles fica no portão, outro fica do lado esquerdo da porta e o delegado no direito.
Eva aparece assustada e diz que Lara está prestes a ser apunhalada e depois some novamente.
Mateus entra em desespero e arromba a porta.
O delegado o fuzila com o olhar.
Ignoramos e entramos. Então ouço o delegado gritando:
"Ele está fugindo pela janela"
Quando entramos no quarto vemos Lara em uma cadeira. Ela está com as mãos e os pés amarrados. E tem uma mordaça pendendo em seu pescoço. Os olhos dela estão repletos de lágrimas.
Eu corro até ela e a abraço, Mateus começa a desamarrá-la.
— Você está bem? — pergunto segurando o rosto dela — Ele te machucou?
— Estou bem, a Eva me salv... — ela olha para o lado e vê Eva caída ao chão — O que foi Eva?
— Eva? — Mateus vai até ela.
— Se.. se existe... uma energia vital... para fantasmas... acho que esgotei... as minhas.
Ela desaparece.
— Será que ela se foi de vez? — Lara diz entre lágrimas.
— Não sei... O culpado ainda não foi pego. — digo por fim.
— Lara sua cabeça está sangrando... — Mateus diz ao olhar para a nuca da irmã.
— Estou bem. Não está doendo muito.
— Vamos te levar para o hospital. — a pego no colo.
Quando saímos o delegado se aproxima.
— Precisamos pegar o depoimento dela.
— Ela está sangrando, podemos levá-la para o hospital primeiro? — pergunto.
— Claro, vou acompanhá-los. Pedi para alguns dos meus homens procurarem o suspeito pela redondeza. Já pedi reforços.
Seguimos com Lara até o hospital. Ela foi atendida imediatamente. O médico de plantão disse que não era grave, mas que deveria fazer um raio-x por precaução.
— Ele me acertou na cabeça e eu desmaiei. Quando acordei estava amarrada a cadeira naquele quartinho. — Lara começa a descrever o ocorrido para o delegado — Ele estava de capuz preto, por isso não consegui ver o rosto dele. — ela para por um segundo — Mas vi algo que pode ajudar. — ela encara o delegado — O cara tinha uma tatuagem de uma fênix na panturrilha direita.
— Se lembra de mais algum detalhe que possa ser importante? — o delegado questiona.
— Não. Só isso mesmo.
— Por que ele não te apunhalou? — o delegado cruza os braços — Afinal ele tentou assassinar a Eva para que ela não o delatasse.
— Ele estava prestes a fazer isso, mas a... — Lara para de falar — vocês fizeram barulho e ele se assustou.
— Tudo bem. — o delegado parece acreditar — Descanse um pouco e tome cuidado. Vamos fazer nosso melhor para pegá-lo.
— Obrigada! — Lara diz.
— Obrigado! — Mateus estende a mão e o homem a pega.
— Esse é meu trabalho. Me agradeçam quando eu pegá-lo.
Assim que o delegado sai, a enfermeira praticamente nos expulsa também. Com a desculpa de que Lara deveria descansar.
— Acho que vou lá em casa pegar uma muda de roupa para a Lara. — Mateus diz assim que chegamos à recepção.
— Tudo bem, pode ir. Vou ficar aqui, caso a Lara precise de alguma coisa.
👻👻👻
Assim que Lara despertou e terminou de tomar o soro – que nem entendi porque colocaram nela – a levamos até a minha casa. E lá anotamos o que Lara presenciou.
— Estou preocupada com a Eva. O que será que aconteceu com ela? — Lara diz preocupada.
— Não sei. Mas gostaria que ela aparecesse novamente... — Mateus diz cabisbaixo.
— Vamos voltar a nossa busca pelo pai dela. — falo apontando para meu celular — Temos que continuar procurando nas redes sociais.
Lara e Mateus pegam seus aparelhos e começam a procurar.
Quando estamos prestes a desistir, recebo uma solicitação no Facebook.
"Rodrigo oliveira quer ser seu amigo..."
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