queime o aniversário maldito
TREZE DIAS ANTES DE ELIZE PRESCOTT NÃO MORRER
Scott desceu as escadas com Elize atrás dele. Era muito cedo, então os dois tomavam cuidado para não fazer barulhos que pudessem acordar o padrasto e a mãe do rapaz, que costumavam ter o sono leve.
Quando abriu a porta da frente de casa, Scott planejava levar a garota para casa, mas havia um carro preto muito mais caro que o seu parado no jardim descuidado da residência dos Adams. Ele ficou confuso, olhou para ela com o sol machucando os seus olhos e perguntou o que era aquilo.
— Chamei o meu motorista, seu idiota.
— Então por que me fez levantar?
— Porque eu quis!
Ela piscou, lhe deu um beijo na bochecha e foi embora antes que Scott pudesse responder. O carro saiu tão silenciosamente quanto chegou, sumindo pela rua de asfalto, na direção da parte da cidade que não tinha casas antigas e feias como a de Scott para todos os lados.
Ele entrou em casa ainda sorrindo.
— Quem era ela?
Claro que Greg não saberia cuidar da própria vida. Ele estava escutando sentado na poltrona da sala de estar, e Scott só não o havia visto porque se distraíra com Elize. Deveria saber que o padrasto não dormiria sabendo que haveria uma oportunidade de ser inconveniente logo pela manhã.
— Ninguém.
— Toma cuidado — Scott sentiu divertimento em sua voz. — Garotas como ela costumam devorar garotos como você.
O comentário fez Scott revirar os olhos e voltar a subir as escadas. Agora Greg queria lhe dar conselhos amorosos? Que ele começasse se aconselhando a parar de ser um porco com a própria esposa.
Scott um dia tiraria sua mãe de perto dele. Não sabia quando, nem como, mas faria aquilo, e então poderia morrer em paz.
Seu celular tocou, exibindo uma mensagem de uma pessoa chamada Hanna Meave. Scott teve que pensar um pouco até se lembrar dela, mas acabou conseguindo resgatar memórias da melhor amiga de Elize de dentro de seu subconsciente. Mesmo que Scott já não soubesse mais qual era o status da relação das duas, continuava lembrando de Hanna daquele jeito. Era inevitável. Tudo o que Elize tocava acabava virando uma propriedade dela.
Scott respondeu à mensagem de Hanna, que havia sido enviada na noite anterior. Ela o chamava para ir na praia, dizendo que sua irmã estranha estava na cidade e que ela queria ficar o mais longe possível dela.
Te vejo no lugar de sempre.
O lugar de sempre era Santa Monica. Dava menos de dez minutos de carro e tinha muitos turistas, mas aquilo também significava que Scott não precisaria encontrar pessoas conhecidas, como Elize. Ele aceitou, mesmo que odiasse a praia. Estava curioso para saber se Hanna já estava por dentro das novidades sobre a vida noturna de Prescott. Teria Elize contado alguma coisa sobre ela e Scott para a amiga, mesmo que só para magoá-la?
Ele voltou a dormir, acordando algumas horas depois. Havia mais sete mensagens de Hanna, e ele percebeu que estava atrasado. Lhe respondeu dizendo que chegava logo e levantou para tomar um banho, reparando que Elize havia deixado uma... calcinha, sim, no seu banheiro. Ele só não entendeu se tinha sido proposital ou não.
Quando desceu as escadas com as chaves do carro na mão, sua mãe estava na cozinha fazendo a janta de Greg. O padrasto, como sempre, assistia TV e tomava cerveja, resmungando para a luta de dois caras. Scott evitou olhar na direção dele para não se aborrecer e saiu da casa, aliviado com o ar puro mesmo que ele estivesse abafado por causa do calor.
Quanto menos tempo passasse em casa, melhor. Havia saturado sua cota de permanecia naquele lugar alguns anos antes, quando evitava sair por medo de não estar por perto para defender a mãe de algum ataque de raiva de Greg. Como já fazia um tempo que o padrasto não batia na esposa, Scott não precisava ficar rondando os cômodos pronto para defendê-la. Era uma espécie e avanço.
Scott entrou no carro e saiu dirigindo devagar até Santa Monica. O rádio tocava uma estação de música pop porque Elize havia tirado da habitual na noite anterior. As ruas estavam mais quentes do que a sua casa, e o centro lotado. Muita gente fazia compras, mas a maioria só passeava e tomava sorvete. Scott conseguia ver de longe quem era dali e quem não era.
Quando encontrou Hanna, ela estava sentada na areia com as pernas dobradas. Atrás, toda vestida de preto, havia uma versão um pouco menos gostosa dela.
— Achei que queria se livrar da sua irmã, e não a levar para um passeio.
Scott sorriu para a irmã gêmea de Hanna, que retribuiu com um aceno pouco amigável. Ele fez uma careta, sentou ao lado da única com quem ele transaria algum dia e suspirou.
— Minha mãe fez eu trazer essa peste — Hanna revirou os olhos. — Disse que precisamos passar mais tempo juntas.
Scott riu. Sim, aquele tempo parecia estar sendo muito proveitoso.
— Isso tudo é vontade de me ver?
Scott apoiou as mãos na areia, ficando à vontade. Hanna fez uma careta engraçada e revirou os olhos:
— Sim, porque o seu pau mágico é viciante e eu não consigo ficar longe — ironizou.
Scott riu, mas logo Hanna voltou a ficar séria. Havia algo errado, ele sabia mesmo sem conhecê-la muito bem. Ela nunca havia ficado tanto tempo perto dele sem que eles acabassem se beijando.
— Você tá bem?
Ela fechou os olhos e os apertou forte. Scott viu duas lágrimas escorrerem pelo seu rosto. Pensou que ela sabia sobre Elize, que estava magoada, e se sentiu um pouco irritado. Aquele drama todo para uma relação que nem existia? Scott nunca havia prometido nada além do seu pau mágico para ela.
— Olha, a gente nunca teve nada — ele disse. — Não sei se te passei a impressão errada, mas nunca quis uma relação, nem vínculos, nem qualquer uma dessas merdas.
Hanna arregalou os olhos como se tivesse levado um choque. Então começou a bater em Scott descontroladamente, fazendo areia voar para todos os lados. Ele tentou se defender, mas ela era muito rápida e suas unhas ardiam quando passavam arranhando qualquer pedaço de pele que encontrava.
Quando finalmente descontou a sua raiva Hanna se levantou, chutou areia nele e saiu pisando forte. Ela passou pela irmã gêmea, que observava tudo dando boas gargalhadas, e não a esperou para sair da praia e ir na direção do seu carro.
Scott ficou ali, sentado, sentindo o rosto arder por causa dos arranhões, internamente aliviado por ter conseguido finalmente acabar com aquela situação. Não aguentava mais aquela garota, ela era um pé no saco. Pelo menos agora Hanna o odiava tanto que nunca mais voltaria a querer falar com ele.
...
Scott não quis voltar para casa imediatamente. Primeiro porque Greg faria perguntas sobre os arranhões, e segundo porque o dia até que estava agradável e ele ficou na praia, sentado na areia, por algum tempo. Ali, pensou sobre Elize, sobre Hanna e sobre uma garota do colégio chamada Zoe, que havia chamado Scott para a festa de dezesseis anos dela, que aconteceria naquela noite. Ele queria muito ir, e por um momento se estranhou ao pensar em convidar Prescott para ir junto.
Ha.ha.ha.
Ele achou graça do pensamento de que poderia estar gostando dela, porque não era verdade. Scott sentia tensão, e só porque Elize ainda não havia transado com ele. No momento em que ela cedesse, todo aquele interesse sumiria e ele voltaria a pensar em Zoe e na camiseta branca transparente que ela usava sempre que estava no treino das líderes de torcida.
Quando estava perto do sol se pôr Scott levantou e foi para casa, mas antes passou em uma lanchonete perto do píer pra comprar um hambúrguer. Considerou o seu dia de sorte porque ganhou um copo de suco de brinde, o que nunca tinha acontecido, e dirigiu até estacionar na frente do quintal dos Adams um pouco mais animado do que de costume.
Quando entrou em casa, Scott deixou o saco da lanchonete cair no chão, e o suco grátis se espalhou pelo piso até que uma grande e grudenta marca vermelha escorresse pelo carpete.
— Mãe?
Ela estava sentada no primeiro degrau da escada. Havia sangue em suas mãos, e ela chorava tanto que Scott não conseguiu uma reação imediata ao seu pedido. Tudo o que Rosa fez foi continuar naquele estado desesperador até que o filho a chacoalhasse pelos ombros:
— Mãe! O que aconteceu?
Ela apontou para a sala, as mãos ensanguentadas trêmulas. Scott se levantou e foi até o cômodo ao lado, encontrando Greg caído no chão, com um pedaço do quadro de família enfiado na barriga. Ele se abaixou, ajoelhando ao lado do padrasto, e encarou o homem agonizando de dor, pedindo ajuda do jeito que podia.
Scott não se moveu. Ele ficou ali, encarando Greg, e até pensou em levá-lo para o hospital, mas preferiu voltar para a escada e segurar as mãos de sua mãe nervosa:
— O que aconteceu?
— Ele... ele me bateu, jogou o quadro da família no chão e a parte de vidro quebrou. Quando fui limpar senti um puxão no meu cabelo e... — as mãos ensanguentadas foram para o rosto, apertando os olhos — e eu peguei um dos cacos... enfiei nele, Scott.
— Ele não tá morto — disse o filho de forma sugestiva — Não ainda.
Rosa levantou os olhos para Scott como se tivesse acabado de levar um choque. Então ela se levantou e correu até a sala, ajoelhando ao lado de Greg e chorando em cima dele. Pediu desculpas, pegou o celular do bolso e ligou para o serviço de emergências enquanto Scott observava tudo ajoelhado perto da escada.
Ele pensou que deveria ter afundado um pouco mais a droga do quadro de família nos órgãos internos de Greg, porque sua mãe achou que ela o tinha matado, e se ele morresse então ela nunca saberia que tinha sido Scott.
Se ele não fosse tão covarde...
Scott levantou, saiu da casa e entrou em seu carro. Pegou o celular no bolso: havia uma mensagem de Elize perguntando se ele havia gostado da surpresa no banheiro. A calcinha, claro. Ele não respondeu. Teria gostado de uma transa, mas a droga de uma calcinha, que fosse para o inferno!
Ele dirigiu quase perdendo o controle pelas curvas de Westwood, seguindo para o endereço no evento da festa de Zoe Ohio. Ela morava em uma mansão como todas as outras mansões de todas as outras garotas patéticas daquela cidade que se parecia com qualquer outra cidade da Costa. Scott sentiu nojo.
Ele desceu do carro, foi até o interfone e se identificou. Zoe o deixou entrar, mas assim que abriu a porta ela deu um sorriso simpático e disse:
— Você chegou cedo, mas seja bem-vindo!
É, faltava mais de duas horas para o início da festa, segundo o evento online. Scott entrou na casa quando ela deu passagem, e reparou que Zoe estava usando um daqueles pijamas falsamente inocentes que garotas gostavam de usar. A bunda dela nem cabia naquele short, e os peitos balançavam atrás da blusa branca quase transparente.
Ele andou atrás dela até estarem na sala de visitas, e quando chegaram lá Zoe olhou para as mãos de Scott e ficou preocupada:
— Você se machucou?
Sangue do Greg. Claro. Scott olhou para os dedos vermelhos, mas não disse nada. Não tinha como explicar, mesmo que quisesse. Ele só pensava em como deveria ter terminado com tudo naquela tarde.
Zoe puxou Scott pelo braço para o seu quarto, e o levou até o banheiro para que lavasse as mãos. Mesmo que tenha disfarçado, ele percebeu que Zoe verificou se havia algum ferimento. Scott fechou a torneira depois que o sangue manchou a porcelana, olhando-se no espelho. Zoe estava parada ao seu lado com os seios tocando o seu braço e os olhos presos em seu rosto:
— Feliz aniversário — ele disse, e ela sorriu.
Então Scott se virou para ela e a beijou, enfiando a mão direita dentro da blusa branca, na parte das costas, enquanto Zoe enroscava os dedos no cabelo dele.
O celular de Scott vibrou, e ele tirou o aparelho do bolso sem parar de beijá-la, vendo que sua mãe mandava mensagens preocupadas querendo saber onde o filho estava.
Claro, agora que Greg estava bem ela podia pensar em Scott.
Ele jogou o celular na pia e beijou o pescoço de Zoe, puxando o corpo dela cada vez para mais perto. Ela gemeu, apertou as unhas nos ombros dele e virou de costas para que Scott continuasse por trás. Ele penteou o cabelo dela com os dedos para longe do pescoço, mordeu sua orelha e espalmou a mão em sua barriga para que Zoe ficasse ainda mais perto. Então a colocou de frente para a pia e inclinou o corpo dela na direção do espelho, vendo-a encostar o rosto no mármore enquanto puxava o short minúsculo para baixo, mais mensagens chegando no seu celular a cada segundo.
Zoe gemeu tão alto que ninguém ouviu as notificações, mas elas não pararam até o momento em que Elize Prescott resolveu fazer uma ligação que deixariam as coisas muito mais complicadas do que já eram.
...
CONTINUA
N/A: oook, eu sei que tá tendo muito sangue e sexo nessa história, mas esse é o conceito dela sjsjjdkd se alguém ainda não percebeu, queime tudo foi feita para ser uma sátira daquelas histórias trash sobre adolescentes tomando atitudes idiotas onde vemos muito sangue, muito sexo e as vezes até mesmo um assassino com uma serra elétrica.
Achei que era legal explicar, antes que ficasse pior hehe
Beijão! E se tiver algum fã do Harry styles aí por favor me procurem no Instagram (andresa7ios) quero preciso de gifs dele! Tá bem difícil de achar gifs que ele não esteja em shows :(
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