O Início da Redenção

Joll continuava com seu olhar perdido na janela até que Sarah adentrou o quarto trazendo consigo um copo com a água. Assim que se aproximou da cama, a pequena o despertou dos pensamentos e ele se assustou um pouco ao vê-la.

-Trouxe sua água, senhor.

-Oh! _Joll pegou o copo das pequenas mãos e olhou nos olhos amendoados da criança_-Obrigado.

A menina acenou e esperou que o Coronel tomasse a água.

-Está sentindo alguma dor nas feridas?

Sarah se atreveu a puxar conversa com Joll. Ele engoliu e meio sem jeito respondeu a pergunta.

-Uh... Não estão tão doloridas quanto no primeiro dia. A doutora está fazendo um ótimo trabalho.

-Sim. S/n é excelente em tudo que faz. _Sarah falou orgulhosa

-Você a conhece bem. _disse Joll e a criança assentiu_-Ela me detesta.

-É! S/n te odeia mesmo, e tem muitos motivos pra isso. _Sarah cruzou os braços enquanto falava _-O senhor não foi nenhum pouco gentil quando a conheceu e ainda por cima fez a pobrezinha passar um dia e meio na solitária. Isso foi injusto!

-Eu sei. Agora eu entendo o quão horrível fui.

-O senhor se arrepende?

Sarah perguntou ao receber o copo vazio. Joll encostou a cabeça na cabeceira, suspirou e fechou os olhos.

-Se o senhor se arrependesse, talvez a doutora até o daria um voto de confiança. _Joll voltou a abrir os olhos e olhou para a criança _-S/n tem um bom coração, senhor Joll, ela só queria te fazer enxergar que a maldade não leva ninguém a lugar nenhum. O senhor foi cruel, mais ainda pode se tornar um bom homem, então porque não deixa seu passado sombrio para trás e recomece?

-E como eu faço isso? _Perguntou fazendo Sarah sorrir. Ela deixou o copo em cima da mesinha ao lado da cama próximo ao abajur e esticou a mão para o Coronel que olhou para ela um pouco confuso.

-Faremos um voto. Vamos, pegue minha mão.

Meio relutante, o homem juntou sua mão esquerda com a mão esquerda da criança e ela continuou a falar animada.

-O senhor promete que se esforçará para ser uma boa pessoa e em troca lhe contarei tudo que sei sobre a S/n?

Joll não pôde evitar sorrir. Ele estava interessado em saber mais sobre a doutora e aceitaria aquela proposta de olhos fechados.

-O senhor precisa responder. Sei que sou apenas uma criança, mais me considero uma excelente negociadora.

-Hum_O Coronel fez uma careta pensativa _-Me parece uma proposta tentadora, senhorita. Mas ainda não sei o que fazer para me tornar uma pessoa melhor.

-Oras, mais isso é fácil! _Sarah sorriu_-Comece perdoando a si mesmo, depois esvazie seu coração tirando tudo de ruim como a soberba, a ganância, a maldade e seu irritante complexo de superioridade. Ai o senhor coloca dentro de si as coisas boas como a humildade, a solidariedade o perdão e a igualdade. Pois ninguém precisa ser melhor do que ninguém neste mundo.

-Quantos anos você disse que tinha?_John estava surpreso com a maturidade desta criança

-Eu não disse. Mas tenho nove anos.

Ele assentiu

-Você é uma garota muito inteligente para sua idade.

-Bom, S/n tem me ensinado coisas boas desde que passei a viver com ela. Isso já faz dois anos. Mas enfim, se o senhor estiver realmente disposto a mudança, mude primeiro seu interior e tudo ficará mais fácil de lidar.

-Entendi. _Joll reforçou assentindo_-Obrigado pelos conselhos, senhorita.

-Pode me chamar de Sarah se quiser. Eu não ligo.

-Certo e..._Assim que ele iria continuar, S/n apareceu no quarto fazendo ambos olhar para ela.

-Sarah, está na hora do banho.

-Ah é! Já estou indo. _ela voltou seu olhar para o homem_-Foi bom falar com você, sr. Com licença.

O Coronel a reverenciou com a cabeça e Sarah deixou o quarto com um sorriso enorme nos lábios.

Desconfiada, S/n cruzou os braços e encarou o homem que olhou para ela se sentindo um pouco intimidado, porém ele não admitiria.

-Sobre o que estavam conversando?

-A srta. não precisa se preocupar. Crianças não são meu alvo, e eu nunca tive a intenção de machuca-las.

S/n apenas o encarou em silêncio

-Gostaria que você me desse uma chance para mudar quem sou. _Lowove franziu o cenho e Joll desviou o olhar, suspirou e continuou a falar:_-Meu passado me condena, mais segundo a criança, posso me tornar alguém melhor caso eu me arrependa. _Voltou seu olhar para S/n que agora encarava o chão _-E eu estou arrependido.

-Prove! _ s/n voltou a olha-lo_-Prove quê o que você está dizendo é verdade.

-Farei isso! _disse ele convicto _-Mais preciso que confie em mim.

-Por que está interessado nisso agora?

Ele respirou e soltou o ar pelo nariz

-Porque sou um homem cruel tentando se redimir. Eu realmente quero mudar, doutora, pois como você mesma disse: A vida me deu uma chance e eu pretendo aproveita-la.

S/n suspirou e olhou para algum ponto da cama.

-Já é um começo, Coronel.

-Joll! _disse ele fazendo-a encontrar seus olhos novamente _-Por favor me chame de Joll.

-Certo... Joll.

Ele sorriu quando ela testou o nome em sua voz e S/n notou que aquela foi a primeira vez que o viu sorrir.

Mesmo desconfiada, a doutora prometeu que o daria um voto de confiança, mas deixou claro que o odiaria para sempre se ele quebrasse a promessa.

...

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