Capítulo Bônus - Ano Novo
Dois anos depois...
— Dianna, já está na hora! — Papai exclamou, agitado. Ele usava uma roupa muito bonita e elegante, uma blusa prata brilhosa e calça jeans branca. Desde o transplante, papai esbanjava saúde e era bom vê-lo tão bem.
Me levantei, terminando de passar o gloss e me encarando na frente do espelho. Era bom estar de volta.
Segui meu pai até o andar de baixo, onde Arthur conversava com minha avó, que estava encantada com meu namorado. Na verdade, toda a minha família fora rendida pelo charme de Arthur, e todos gostavam muito dele.
Depois de ganhar algumas premiações em Hollywood, decidi passar um tempo em casa no Brasil. Eu sempre senti muita falta do meu país, de sua cultura e da minha família, então decidi que tiraria umas férias. Arthur, que também se dividia entre os shows, concordou com seus amigos da banda que era hora de descansarem um pouco.
Era difícil lidar com o namoro a distância, já que a carreira de Arthur estava mais no Brasil. Eu já avaliava algumas propostas de emprego em algumas emissoras e plataformas de streaming, e também desejava manter carreira mais no Brasil do que no exterior.
Arthur e Tony ajudavam Marlon a gerir sua escola, que fazia muito sucesso pelo país todo. Já o CBA mudou toda a sua estrutura, e Arnaldo arrumou um sócio, que abriu uma filial do CBA em Maricá, região oceânica do Rio de Janeiro. Ouvi dizer que os filhos desse sócio são do meio artístico também, e que a filha canta bem demais.
— Quem aí quer estourar um champagne? — Marlon gritou, aparecendo na sala com uma garrafa enorme de champagne.
— Deixa para quando der meia noite, cara! — Tony exclamou de forma bem humorada, beijando a testa de Cass.
Marlon deu uma risada marota e se jogou em cima do seu namorado, um francês muito bonito chamado Baldoin. Ele é professor de ballet de uma turma iniciante na escola de Marlon e ensina muito bem.
— Esse salgadinho está uma delícia! — Barbara para ao meu lado com a mão cheia de bolinhas de queijo. — Eu senti muita falta da comida daqui.
Barbara mora em Londres desde que conseguiu o contrato com a companhia de Ballet, porém, seu contrato estava acabando, e ela tinha planos de retornar ao Brasil também e fazer carreira aqui, coisa que não vai ser difícil para a loira.
— Nem me fale, não sei porque as pessoas tem essa síndrome de vira lata. O Brasil é um país incrível. Sei que tem seus problemas, mas eu não troco isso aqui por nada. — Roubo uma das bolinhas de queijo de minha amiga, que dá uma risada e me abraça.
— Senti sua falta.
— Nem parece que a gente se viu ontem e fizemos uma festa de pijama. — debochei dela, que fez uma cara de ultrajada para mim.
— Eu ainda não consegui matar a saudade toda de vocês, dá licença! — Dou uma risada e abraço minha amiga.
— ABRAÇO EM GRUPO! — Marlon se desgrudou do namorado e correu em nossa direção, com Diego, Clara e Cass em seu encalço.
Meus amigos nos abraçaram e eu me senti feliz demais em estar ali com eles comemorando o ano novo.
— Nem acredito que finalmente conseguimos nos encontrar. Já fazem quase 1 ano que não nos vemos. — declarou Diego, embasbacado. Ele e Clara não estavam mais juntos, mas a amizade dos dois permaneceu. Agora ela namorava seu par romântico na série que ela ainda fazia. Sim, a série dela parecia Greys Anatomy, não acabava nunca.
Diego estava solteiro, aproveitando a vida.
— O reencontro finalmente veio! — Clara exclamou, tirando uma selfie nossa.
— Nem acredito que tenho tanto amigo bem sucedido e famoso. — comentou Cass. Ela estava radiante com Tony e cursava a faculdade de psicologia. Acho que todos nós estávamos em nosso melhor momento, apesar das adversidades da vida.
Olhei na direção de Arthur, que agora conversava com minha avó e com a sua mãe. Minha sogra era uma mulher adorável e presente na vida de Arthur. Abri um sorriso ao ver o quanto meu namorado parecia feliz. E ele estava lindo.
Me desvencilhei de meus amigos e me coloquei a caminhar em sua direção.
Arthur me abraçou no momento em que colocou os olhos em mim. Ele estava cheiroso e seu abraço era tão aconchegante que parecia que eu ia derreter.
— A Barbara tinha razão, esses salgadinhos estão uma delícia! — Minha avó comentou, mordendo uma coxinha. Ela estava parada de forma estratégica perto da mesa de comes e bebes.
— Eu vou para o Jalapão depois de amanhã, queria muito que vocês fossem comigo. — disse minha sogra assim que me viu chegar.
— Eu e a Dianna queremos ficar um tempo sozinhos, temos planos de viagem, mas se passarmos pelo Jalapão, a gente avisa.
Olhei de forma embasbacada para Arthur, porque não fazia ideia desses planos. Minha sogra pareceu entender e minha avó também. A sensação que eu tive é que elas sabiam de algo que eu não tinha conhecimento.
— Ah, claro... Espero que vocês se divirtam muito. — Ela sorriu para nós e saiu arrastando uma vovó relutante pelo braço. Ela não queria sair de perto da mesa da comida.
— Vem comigo. — Arthur pediu, me levando para o terraço da casa enorme que tínhamos alugado para ficar. Era bem na beira da praia e tinha uma vista linda das estrelas e do céu.
— Por que eu estou com a sensação de que vocês estão me escondendo alguma coisa? — perguntei com curiosidade.
Arthur e eu paramos em cima do terraço, onde podíamos ouvir o barulho do mar e ver as ondas se quebrando na areia. O céu estava extremamente estrelado também e a lua cheia tinha um brilho amarelado e reluzia.
Abracei Arthur e depois o beijei, sentindo-me entregue e feliz. Nosso relacionamento sempre foi muito maduro, saudável e cheio de cumplicidade e amor. Sempre discutíamos de forma respeitosa, e resolvíamos as nossas diferenças na base da conversa. Ao contrário do pai, Arthur sempre foi muito atencioso, e se mostrou ser um perfeito cavalheiro. Sempre me elogiava muito e me dava muito carinho. Com ele, eu me sentia como uma verdadeira princesa.
— A lua está linda! — exclamou Arthur assim que nos soltamos. Segui a direção de seu olhar, sendo hipnotizada pela beleza do céu naquela noite.
Quando voltei meus olhos para Arthur, ele estava ajoelhado e segurava uma caixinha com um anel brilhante.
— Dianna, estamos juntos há quase dois anos, e eu te amo tanto que não consigo mais me ver longe de você. A nossa sintonia sempre foi muito bonita e eu te considero minha melhor amiga, além de namorada. Toda a vez que acontece algo bom ou ruim, você é a primeira pessoa para quem eu penso em contar. Eu te admiro muito, porque além de ser uma mulher forte, é extremamente determinada e talentosa. E você é tão linda que chega a doer em meu peito. Eu amo você. Dianna, você aceita casar comigo?
Meus olhos se encheram de lágrimas e minhas mãos tremeram de emoção.
— SIM. MIL VEZES SIM! — Ainda chorando, eu levantei Arthur pelo braço e me joguei em seus braços. Ouvi o barulho da plateia que eu não sabia que tinha surgindo em comemoração, ao mesmo tempo que os fogos de artifício explodiam no céu.
Já é um novo ano.
Arthur colocou o anel em meu dedo, com as mãos tremendo tanto quanto as minhas.
— Eu te amo, Arthur. — Eu disse, lhe dando um beijo forte.
Nós sorrimos um para o outro de felicidade enquanto nossa família e amigos vinham nos abraçar.
Um novo ano começou, e eu iniciava o ano da melhor maneira possível: ao lado de todas as pessoas que eu amava, e com meu agora noivo.
Eu achava que o dia que estreei a minha peça na Broadway fora o dia mais feliz da minha vida, mas vejo que me enganei.
O dia mais feliz da minha vida foi o dia de hoje.
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