Preenchendo lacunas ღ Capítulo 19

Não que a menina das fitas estivesse sempre bem, mas ela havia herdado da mãe a positividade e o riso fácil. Mesmo com o mundo caindo aos seus pés, na maioria das vezes Sol não deixava suas tristezas à vista. Justamente por isso, era raro vê-la triste, e, quando sua tristeza se manifestava, as pessoas sabiam que algo muito sério estava acontecendo.

Quem a conhecia muito bem sabia das coisas que a deixavam triste, ou ao menos pensativa, afinal ninguém era feliz o tempo todo. Quando seu desempenho na pista caia, quando seu pai bebia, quando pensava no Yuri, ou quando perdia suas lentes de contato, quando sua mãe passava a semana dando plantões longos ou quando via Cecilia triste, esses eram alguns dos motivos que deixavam a menina sorridente para baixo.

Entretanto, naquele dia logo após completar dezoito anos, e viver toda sua vida sem pensar no sangue que corria em suas veias, ela segurou com firmeza uma carta que poderia falar muitas coisas e sentiu medo que aquele papel fosse motivo dos seus sentimentos mudarem de indiferença para tristeza. Sol respeitou a promessa que seus pais fizeram a sua genitora, ela sabia que para seus pais aquilo ultrapassava a barreira de "algo difícil de se fazer."

Após Sol sair do quarto dos pais, Isis chamou seus filhos mais novos e os avisou que Sol com certeza precisaria de um momento a sós para processar tudo, quem sabe o restante daquele dia. Sofia que sabia com mais clareza de tudo, entendeu e se perguntou se sua irmã ficaria bem afinal Sol já estava no quarto a muito tempo...

-Mãe, isso estragou o clima. -Sofia deitou na cama dos pais e Isis bufou.

-É complexo demais para você entender, querida. -Isis apertou a bochecha da filha.

Charles estava deitado e pensativo, apenas pediu que sua filha se acalmasse sobre isso e deixasse Cristian brincar com os amigos no quintal.

-Eu entendo, mas não poderia ser semana que vem? Ou nas férias? -A menina insistiu e Isis respirou fundo. -Ela está demorando demais.

Ela era uma mãe paciente, diferente do que Luzia foi no passado.

-Sofia, você não é mais uma criança. Não é sobre clima, situações difíceis existem e precisamos encara-las, acha que foi fácil para nós? Eu e seu pai passamos dezoito anos aguardando esse momento e cumprimos uma promessa... -Disse Isis. -Não se preocupe, ela precisa de tempo.

Charles escondia sua dor de cabeça constante, existia uma quantidade de sintomas da abstinência e ele dia após dia sentia todos como se fosse um castigo. Aquele homem fechou os olhos e escondeu uma irritabilidade para falar com a filha.

-Promessas foram feitas para serem cumpridas, mesmo que seja difícil. Entenda, cumpri-las demanda toda nossa lealdade com as pessoas e com nós mesmos. -Charles falou com seriedade e Sofia consentiu. -Iria ser difícil hoje, amanha ou ano que vem.

Sofia concordou, ela sabia que seus pais não tinham culpa de nada e deixou a preocupação a levar. Ela ficava incomodada com a possibilidade de ver sua irmã sofrer por uma pessoa que a tinha deixado para trás.

-Ela ainda nem abriu os presentes. -A menina balbuciou sem deixar seus pais ouvirem e colocou seus fones de ouvido.

Na sala, Nicole assistia com sua mãe após concluir mais uma serie de aulas para seus amados alunos. As duas estavam pensativas, ambas sabiam de tudo e quando exatamente Sol receberia a carta, esse foi mais um dos motivos para Luzia jamais deixaria aquele aniversario passar em branco, era muita informação para a sua neta.

-Qual será a reação dela? -Nicole balançou a caneta.

Luzia deu de ombros, arrumando seu vestido florido.

-Nenhum de nós consegue se colocar no lugar dela, mas seria bom falar com a Cecilia? Caso ela não fique de bem com o assunto. -Luzia sussurrou para a filha.

Nicole concordou, pegando seu celular.

-Tem razão e irei guardar essas coisas e me arrumar, finalmente as coisas estão andando com a Rafaela. -Disse Nicole.

-Filha, vamos arrumar os meninos para dormir com a gente. -Luzia pediu.

-Certo, mãe. -Nicole sorriu. -O Cris dorme comigo e a Sofia com a senhora.

A senhora concordou e continuou assistindo seu filme, ela estava preocupada com a neta e se de alguma forma ela se revoltaria. Aquele domingo a casa ficaria silenciosa, mas não era surpresa para nenhum deles.

S2

Sentada no chão do seu quarto Sol encarava os papeis no chão a horas, o envelope estava velho e a carta estava dividida em duas folhas com uma caligrafia legível. Não havia uma forma de traduzir seus sentimentos, aquela carta foi lida várias vezes junto a uma taquicardia incessante como se fosse impossível acalmar seu coração.

Quando Sol soube da real forma em que havia chegado à família, por muitas vezes imaginou se sua genitora teria algum tipo de sentimento e se os tivesse, quais seriam. Ela não poderia negar que no passado pensava de quem tinha herdado sua aparência, se algum dos seus genitores sentia culpa ou até se a mesma teria sido fruto de um abuso, as possibilidades eram muitas.

Sol pegou a carta mais uma vez e deixou a primeira lagrima cair, molhando o papel amarelado. Ela não pode mais segurar as lagrimas diante de tantos pensamentos, não sabia se sentia tristeza, alívio ou medo.

-Por que estou chorando? -Sussurrou ela, tapando os olhos com as mãos. -Meu coração...

Seu peito ardia a cada vez que respirava fundo tentando conter as lágrimas, muitas palavras ecoavam em sua mente. Sol conseguia sentir a sinceridade naquelas palavras, as letras eram carregadas de algum tipo de dor, algumas manchas nas folhas lembravam pinhos e palavras erradas em seguida rabiscadas mostravam a buscar por formas de explicar algo.

-Então doeu como pensei? Foi difícil me deixar? -Sol sussurrou para si mesmo e baixou a cabeça a encostando nas pernas. -Eu estou muito bem, espero que esteja bem também. Obrigada por me deixar saber, irei ficar bem.

"Após hoje tenho certeza de que não te verei mais, meu coração está partido, não ache que isso foi fácil ou por mero prazer, nunca senti tamanha dor em não poder cuidar de você e alívio por saber que terá uma linda vida..."

Alguns trechos da carta martelavam em sua mente a ponto de não ouvir batidas na porta e mensagens da amiga chegando junto as do Vicente que estava curioso para saber como tinha sido a festa. Sol se levantou do chão, pegou a carta e subiu para sua cama, ela ignorou tudo a sua volta.

Deitada na cama olhando para o teto, ela deixava lagrimas caírem em seu travesseiro e organizava seus sentimentos. Não era raiva ou revolta, não era tristeza, muito menos amor.

-Eu estou em uma família incrível, minha mãe é realmente a melhor pessoa e meu pai é o mais carinhoso e calmo. Tenho irmãos inteligentes, avós, tios, tive uma boa educação, vivo em uma casa bem grande, barulhenta e confortável, estudo em uma escola boa e tenho amigos leais. Vivo uma boa vida como quis, sou grata por ter feito o que fez.

Sol falou sozinha, respirando fundo e seu celular vibrou, havia várias mensagens da sua amiga e pela barra de notificação ela respondeu que estava bem, mas precisava de um tempo. Vicente também havia mandado muitas mensagens ao longo do dia, inclusive afirmando estar preocupado com seu sumiço, mas ela se quer ficou online no aplicativo.

-Minha cabeça está tão bagunçada... -Ela enxugou seu nariz e fechou os olhos. -Me sinto aliviada? O que estou sentindo?

O tempo foi passando, a tarde caiu e o céu ficou laranja, seu celular tocou com insistência e a mesma ignorou. O celular tocou mais uma vez, e mais uma e mais outra a fazendo passar o dedo na tela para ignorar, e teria ignorado caso não tivesse passado o dedo para o lado errado.

-Sol? -Uma voz distante sussurrou e ela abriu os olhos. -Está aí?

A menina assustada pegou o celular, encarou o nome Vicente na tela e estapeou a testa no mesmo instante. O menino do outro lado da tela falava seu nome e ela colocou o celular na orelha.

-Hum... oi Vicente. -Sol sussurrou e o menino bufou. -Não vi tocar...

Sol não queria desabafar ou abrir aquela parte da vida naquele estado em que se encontrava.

-Você está bem? -Perguntou ele.

Sol se sentou na cama, enxugando o rosto.

-Sim, só cansada sabe? Podemos nos falar outra hor... -Sol foi interrompida.

Vicente fingiu tosse, e Sol se calou.

-Você não parece bem. -Disse ele.

Sol respirou fundo, e negou.

-Estou sim. -Ela soltou uma risada falsa.

-Não foi uma pergunta, sua voz está diferente e apostaria que quer chorar ou chorou, ao menos que tenha fortes sintomas de gripe. Sabe, eu estava preocupado, você não some... -Vicente expôs sua preocupação, sem jeito. -Quando a gente só lê as palavras ou ouve uma voz, ganha alguns sentidos de percepção a mais.

Sol consentiu, sorrindo em seguida, o primeiro sorriso de verdade em horas.

-Você é insistente... -Ela sussurrou.

-Bingo, achou um dos meus defeitos. -Ele bateu em algo fingindo palmas.

Vicente não era insistente com tudo, ao menos que ele se importasse demais com algo.

-Não estou bem, não consigo ser simpática agora. -Sol sussurrou.

Ela estava a um passo de mostrar suas primeiras fraquezas a Vicente.

-Pode ser antipática então...Quer desabafar? -Perguntou ele. -Sou um estranho mesmo...

Sol enxugou uma lagrima e negou.

-Não é mais um estranho, mas não consigo desabafar. -Sol explicou.

Ele nunca havia conversado com ela de forma tão séria...

-Ficarei em silencio, como uma companhia invisível e se precisar pode falar e ouvirei, só não posso ir aí, são dois mil novecentos e trinta quilômetros... -Vicente falou e ela sorriu.

-Certo, tudo bem. -Sol consentiu.

Ele é tão insistente, mas seus argumentos são bons mesmo sem me conhecer bem.

Ela colocou o celular apoiado no travesseiro quando Vicente se calou, Sol sorriu e fechou os olhos respirando fundo, ignorando o celular. Por mais que mantivesse seus olhos fechados, ouvia coisas do outro lado da linha.

Então ele está na casa do pai, com seu irmão? Quem é bob e por que está comendo o pé da cadeira?

Após passar alguns minutos prestando atenção nas vozes que vinham do celular, seu choro havia sessado, sua cabeça estava em outro local.

-Vicente? -Ela pegou o celular e apoiou no ouvido.

-Oi. -Ele falou. -Bob, é sério minha perna.

Sol sorriu, ele aprecia estar sofrendo algum tipo de tortura.

-Está tudo bem? -Ela fungou, com o nariz entupido. -Quem é bob?

-Está sim, é o endemoniado do meu cachorro que parece não gostar da casa do meu pai. -Ele soltou uma risada. -Irei para o quarto, espera ai.

Sol ouvia os passos dele, como se a casa estivesse vazia. Sobre os sentidos aguçados ele poderia ter razão no final das contas. Ela se cobriu, e encontrou uma posição confortável mesmo sem pretensão de dormir, não passava das seis horas da noite.

-Não me contou sobre seu cachorro.

-Contei, acho que estava com sono e não lembra. O bob é um poodle que não gosta de ser incomodado, não serve para cão de guarda pois é preguiçoso, seu local preferido é a lavanderia e sua pessoa preferida é ele mesmo. -Vicente explicou, fazendo-a rir.

Sol gostava da forma com que ele explicava sobre assuntos, mesmo sendo sério seu tom era engraçado.

-Nossa, e está na casa do seu pai? -Ela perguntou.

-Sim, um novo mundo. -Disse ele. -Bem, vazio...

Vicente explicou tudo com detalhes e de como as coisas estavam mais calmas na parte do divórcio. Logo, sua mãe estava buscando se reestabelecer aos poucos e faltavam poucos dias para a divulgação dos resultados do vestibular.

-Quer me contar agora? Sua voz parece melhor. -Ele sussurrou.

-Sim... -Disse ela.

Sol se sentiu confortável para contar e o contou tudo, até leu a carta. Era um tipo de intimidade rápida e estranha que os dois haviam desenvolvido, um conquistou a confiança do outro em pouco tempo.

-Uau, quanta coisa para uma cabeça só. -Vicente bufou. -É compreensível seu choro, não é algo que esperava.

Ela consentiu mesmo sem ele ver...

-Não sei como me sinto, não sei sobre meus sentimentos. Não é sobre nenhum sentimento ruim, mas imagino que ela tenha passado por muita coisa para me trazer ao mundo.

Sol sentiu vontade de chorar novamente e se conteve.

-Acho que você tirou algum peso invisível das costas e ao mesmo tempo ainda está surpresa... -Ele deu sua opinião. -Sem querer ser intrometido, não posso me pôr no seu lugar.

-Creio que seja isso, e aceito sua opinião. -Ela sussurrou e ele consentiu.

Vicente se mostrava uma pessoa consciente e madura, aquilo chamava atenção dela.

-Eu não acredito em Deus ou divindades, e tudo bem se achar isso loucura. Mas, eu acredito na força de vontade das pessoas, acredito em tentar até o fim. -Ele se calou. -Sua genitora tentou até o fim, ela quis e tomou uma decisão difícil porque sabia que era o que precisava ser feito, pois você dependia dela. E... ela provavelmente sabia o preço do vazio, e essa carta foi para você não saber...

Aquelas palavras complexas entraram na cabeça da menina e ela consentiu sozinha, não havia nada para discordar dele a não ser sobre a presença de Deus, mas aquilo não era discutível.

-Não saber o preço do vazio? -Ela questionou.

-Sim, a carta não foi para te obrigar a sentir algo. Foi para você preencher o vazio que sabemos que existia por não saber do seu passado. Ela não precisa se culpar, e nem você. As coisas aconteceram, você nasceu graças a ela, e viveu graças a sua família. -Ele sussurrou.

Sol sorriu com aquelas palavras e respirou fundo. Ele estava a confortando com palavras sábias, sinceras e diretas.

-Obrigada por suas palavras. -Ela sussurrou. -Me conforta.

-De nada, não chore mais. Tudo bem? -Ele pediu e ela consentiu sem ele ver. -Meus conselhos foram suficientes para sorrir um pouco?

Sol sorriu mais uma vez e encarou sua foto na ligação.

-Sim, foram suficientes. -Ela confirmou.

Os dois ficaram em silencio por um tempo, não sabiam o que falar para o assunto continuar.

-Por que não faz psicologia? -Sol falou, puxando assunto.

Vicente riu alto, sua risada espontânea a vez sorrir.

-Bruno, a Sol está perguntando por que eu não faço faculdade de psicologia. -Ele falou com o irmão e o menino soltou uma risada contagiante do outro lado da linha.

Vicente parecia ter colocado no viva-voz, sem receio.

-Oi sol, sou o Bruno. Infelizmente ele não tem muita vontade de se envolver em problemas alheios, só nos seus pelo o que vejo... -Bruno soltou uma risada e Vicente o mandou ir embora.

Sol ouvia o menino mandar o irmão ir embora, eles pareciam parceiros e bem diferentes.

-Deixa, o idiota não tem muito juízo.... -Vicente parecia sem jeito. -Amm, é... Quer falar sobre o que?

-Sua amiga foi embora mesmo? Aquela que você é apaixonado... -Sol soltou sua curiosidade. -Ela foi embora bem rápido, pelo o que contou.

Ela expos sua curiosidade já sabendo da abertura que tinha com ele.

-Ah, ela precisou ir para fazer algo da faculdade. Mas irá voltar para passar mais um tempo... -Vicente ficou calado alguns segundos. -Eu não sou apaixonado, tinha um crush, eu acho.

A menina das fitas arqueou as sobrancelhas ao ouvir aquilo e não fez comentários, afinal não havia o que comentar.

-E seu ex, saiu do seu pé? -Ele perguntou.

-Ele não veio para o aniversário, então deve ter se conformado. -Sol explicou.

-Ufa. -Vicente sussurrou.

-O que? Não entendi.

-Nada, quer dizer, ainda bem. Uma pessoa se estressando acaba nos fazendo usar o réu primário. -Vicente falou, brincando.

-Aí, credo. -Sol soltou uma risada. -Medo de estressar você.

Aquelas duas pessoas não viam a hora passar e riam de bobagens, Sol distraiu sua cabeça sem ao menos perceber e pode contar ao Vicente sobre sua festa. Eles conversaram por mais algumas horas, os assuntos mudavam tanto que a operadora telefônica se arrependia da nova promoção intitulada de Ligação ilimitada.

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O relógio marcava oito horas da noite e Sol não estava mais em ligação com Vicente, ela também não chorava mais e se sentia melhor, sua cabeça estava mais calma. Ela percebia que aquele rapaz a fazia bem, ele era simpático e sincero, também insistente e tinha opiniões divergentes as suas, mas aquilo estava acontecendo.

Sol se levantou da cama, juntou as cartas e as colocou no envelope, ela sabia que sua família estava esperando sua saída do quarto. Por isso, sem enrolação ela saiu do quarto e a casa estava tranquila, ainda do andar de cima ouvia a televisão e seguiu ao quarto dos pais.

Com três batidas na porta recebeu permissão para entrar e seus pais ficaram surpresos ao vê-la. Isis levantou e Charles acendeu a luz rapidamente, nenhum sentimento descreveria a angústia dos pais até ver a filha entrar pela porta.

-Sol, entre. -Isis sorriu para a filha.

-Demorei demais. -Ela sussurrou e Charles bateu na cama para a menina deitar-se.

Sol se deitou entre os pais ainda segurando o envelope.

-Tudo bem? -Charles encarou a filha e ela consentiu. -Estávamos preocupados. 

Ele via a cena de anos trás se repetir e estava agradecido pela filha sempre voltar para eles.

-Leu? -Isis perguntou.

A menina consentiu e entregou o envelope a mãe.

-Pode guardar? -Ela pediu. -Eu li, nada me machucou como falaram e minha mente ficou bagunçada por muito tempo. Chorei muito ao senti suas emoções e como ela estava mal e irei levar uns dias para tratar isso como mais um capítulo da vida, mas estou bem e grata por ela ter feito isso.

Isis encheu os olhos de lagrimas e encarou o marido.

-Grata? -Charles perguntou.

-Sim pai, eu não ia gostar de ter outros pais. Então, ainda bem que ela fez o melhor que pode e cheguei até vocês, eu nasci graças a ela e vivo graças a vocês. -Sol repetiu a frase do Vicente e seus pais sorriram.

Isis abraçou a filha e Charles fez o mesmo, aqueles pais estavam aliviados por ter dado certo, um peso também havia saído de ambas as costas. Sol contou como tudo aquilo a atingiu, contou o que sentiu ao ler e de como aquilo preencheu lacunas.

-Vamos abrir meus presentes? -Sol chamou os pais um pouco mais animada. -Os meninos vão amar me ajudar...

-Vamos, preciso de mais doce também. -Charles levantou as presas e Sol rolou na cama para sair dela.

Os três saíram do quarto e a carta ficou em cima da mesinha como um capítulo finalizado sem magoas ou rancor, logo chegaram à sala e Sol animada por seus irmãos discutindo e Rafaela tentando explicar a Nicole todos os motivos pelo quais não queria aprender inglês. Tudo normal, como fazia Sol se sentir em casa. 

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Lagrimas, vazios preenchidos, companhia e sorrisos...

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