Grande dia ღ Capítulo 31
O dia das estaduais chegou mais rápido do que Sol esperava, e ela se perguntava se tinha treinado o suficiente. A competição entre atletas paulistas era muito maior do que apenas entre atletas do seu colégio; dessa vez, Sol estava competindo contra atletas de todos os níveis, incluindo alguns já de academias de patinação.
Ela estava apreensiva, a quadra de uma das academias de patinação estava completamente enfeitada, com muita torcida. Não havia um só lugar na plateia que não estivesse ocupado, o lugar estava lotado de pessoas animadas com pompons, bastões infláveis e tudo o que remetesse a uma torcida. Parte da família dela estava lá, junto a Cecilia e alguns colegas de Sol que não deixariam de torcer por ela. Também estavam Nadja e alguns representantes da escola com enfeites nas cores do colégio.
Na noite anterior, após muito pensar nas palavras do seu pai de semanas atrás, Sol havia tomado a decisão de ligar para Vicente e pedir desculpas, contando o motivo que a fez sumir e arriscando perder sua amizade ao confessar seus sentimentos. Mas o que ela não imaginava aconteceu: Vicente não atendeu suas ligações. Ela se deu conta de que tê-lo longe não diminuía seus sentimentos; pelo contrário, aumentava ainda mais.
Horas atrás, ela insistiu em contactá-lo com uma mensagem de texto que dizia: "Oi, será que podemos conversar? Desculpa se for tarde demais...", porém, a mensagem não foi sequer entregue.
Sentada no camarim com seu nome na porta, ela estava pensativa, aguardando sua vez de se apresentar após ouvir que o evento já tinha iniciado. Não estava tão nervosa; ela já havia passado para as nacionais no ano anterior.
Ela pegou seu celular e encarou a mensagem não lida de Vicente.
—Eu te magoei, me desculpa... —Ela sussurrou. —Fui uma besta...
Sol baixou a cabeça e tocou nos cabelos duros pelo gel. Ela estava imersa em tantos pensamentos que quase ignorou a moça parada na porta chamando seu nome.
—Sol Seifer? —A moça chamou mais uma vez.
Sol levantou a cabeça e deu atenção.
—Sim, pode entrar. —Disse ela.
A moça responsável por alguma parte do evento se aproximou com uma caixinha de flores em mãos.
—Pediram para te entregar. —A moça sorriu, e Sol sorriu de volta.
—Obrigada.
A moça saiu, e Sol pode sorrir verdadeiramente. Naquele dia, ela já havia recebido flores da escola, da sua família e alguns doces de Cecilia. Mas aquele box com girassóis era diferente; ela nunca havia ganhado um daqueles e parecia caro.
—Uau, um box com flores. Me sinto famosa! —Sol comentou, voltando a sentar com as flores no colo. —Girassóis são tão lindos, olha essa cor.
Ela sorriu ao tocar nas pétalas e encontrou algo em meio às flores: um envelope marrom. Surpresa, ela largou as flores e deu toda a sua atenção ao gesto.
Abriu o envelope e reconheceu o logotipo da floricultura renomada de São Paulo, mas não reconheceu a letra.
—Nossa, é uma carta e tanto. —Ela sorriu, ansiosa para ler.
"Sol, sou seu fã há muito tempo e gostaria de soubesse que tem o dom para tal esporte. Não recordo de saber o que acha de ganhar flores, tomara que não seja alérgica. Isso não é um presente para causar mistério, mas posso dizer que te admiro há muito tempo e irei continuar. O Girassol está diretamente ligado ao seu nome, esse foi um dos motivos de enviá-los. O girassol está diretamente relacionado com a energia positiva, com o sorriso, a luz, e a beleza, isso resume você.
Mas, está vendo a rosa entre os girassóis? Sabe o que ela significa?"
—Uau, que fofo. —Sol revirou o cartão e não encontrou o remetente. —Quem me mandou isso? Espero poder agradecer. E a rosa? Onde está?
Ela procurou a rosa mencionada no cartão, mas não a encontrou. Seria uma metáfora que ela não havia compreendido? A rosa seria ela?
Entre sorrisos, Sol colocou o box de girassóis próximo às outras flores e se encarou no espelho. Havia alguns brilhos em seu rosto, resultado da maquiagem, e ela fechou os olhos, buscando um pouco mais de concentração.
Felizmente, ela pode descansar por cerca de meia hora até Nadja bater na porta e avisar que sua vez finalmente havia chegado. Sentindo-se um pouco mais nervosa do que antes, ela respirou fundo ao sair do camarim.
♥
O ginásio já estava parcialmente escuro quando Sol freou seus patins por trás da pista e esperou seu nome ser chamado. Não estava calor, mas ela sentia o suor escorrer por suas costas, mesmo com uma roupa extremamente colada. Ela sorria ao ouvir seu nome sendo chamado várias vezes e podia desconfiar que alguns dos gritos agudos eram de Cecilia. Após alguns minutos de muita gritaria, o ambiente voltou a escurecer e o silêncio pairou.
—Sol Seifer, representando o Colégio Foccus, ao som de Coldplay.
Uma voz grave no microfone fez eco, e Sol se benzeu, tocando em seus patins e colocando o pé na pista. Imediatamente, um foco de luz a acompanhou até o centro da pista, e ela não focou em nada mais, a não ser em si.
Com a mão na cintura e a cabeça baixa, ela parou e esperou a música começar. Era uma das músicas que não sairiam mais de sua cabeça, nem quem a indicou, parecia loucura a forma como ele parecia estar em tudo.
Sol fez uma das suas apresentações mais bonitas e tocantes em três anos. Guiada pelo instrumental, ela sorriu com leveza. Movimentava os braços e girava o pescoço lentamente, deixando algumas pessoas com lágrimas nos olhos pela interpretação. Ela executava movimentos lentos e delicados por toda a pista, rodopiava algumas vezes em apenas uma perna, e, apesar dos vários giros seguidos, não ficava tonta.
Com um impulso suave, ela executa um giro duplo, com os braços estendidos e a cabeça ligeiramente inclinada para o lado, criando uma sensação de leveza e fluidez. Ao completar o giro, ela usa a força centrífuga para saltar graciosamente para o ar. Enquanto está no ar, seus pés se cruzam em um salto, e ela aterra com precisão em uma posição de deslizar novamente, suas pernas suavemente flexionadas para absorver o impacto.
Nadja, de longe, tampava a boca com uma mão, perguntando-se que tipo de sentimento estava dentro de Sol naquela noite. A treinadora sorriu quando a menina, com sua roupa brilhante, freou no centro da pista, ainda fazendo uma coreografia lenta com os braços, transmitindo uma interpretação de amor e angústia com base em alguns trechos do instrumental que parecia ter decorado. Nadja sabia dos últimos movimentos de Sol e do quão arriscados seriam.
A patinadora estava chegando ao fim de sua apresentação, já tirando lágrimas da mãe e sorrisos empolgados de Cecilia. Sol fechou os olhos ao dar mais uma volta pela pista e se preparou para a famosa pirueta esticada, onde o patinador gira em pé com uma perna reta. Ela fez um movimento de giro, agachou sob um tornozelo mantendo a outra perna esticada e girou, ficando em pé novamente. Por último, e deixando todos de boca aberta, Sol deixou uma lágrima cair junto com um sorriso e fez seu último passo. Ela fez uma curva na pista, deixando seu corpo em uma linha horizontal, mantendo uma de suas pernas livres e abrindo os braços, freando no centro da pista, completamente ofegante e em uma pose elegante.
As luzes se acenderam, e Sol recebeu uma chuva de palmas e gritos, já se curvando em agradecimento. Ela sorriu ao ver até mesmo pessoas que torciam por outras patinadoras aplaudindo. Sol ainda estava parada na pista enquanto as luzes do ambiente finalmente se acenderam. Seus olhos seguiram automaticamente para a fileira onde estava sua família e, entre as pessoas, ela viu Vicente.
Em um dia nada comum de sua vida, com o coração lotado por sentimentos indecifráveis, Sol viu um menino sorridente batendo palmas em meio à multidão. Os olhares se encontraram pela primeira vez, e foi como se tudo ao redor tivesse desaparecido, restando apenas eles. Sol sentiu suas pernas tremerem, seu coração acelerar e sua boca parcialmente aberta fez com que ele sorrisse ainda mais.
—O que... —Sol respirou fundo e prendeu a respiração rapidamente. —Vicente...
Ela sussurrou, achando que estava vendo coisas. Era tecnicamente impossível. Sol desviou o olhar e saiu da pista quando seu nome foi chamado seguido de um agradecimento. Ela deixou a pista ainda mais nervosa do que quando entrou, sentindo-se desnorteada, e foi seguida por Nadja, que estava radiante.
—Perfeita, Sol. —A treinadora sorriu, fechando a porta do camarim. —Sem erros.
Sol ainda estava pasma e assustada, sentindo um misto de alegria e milhares de borboletas no estômago.
—Sol. —Nadja a chamou.
—Ah, oi. —Sol encarou a mulher. —Me sai bem mesmo?
Nadja sorriu, andando em círculos.
—Demais, aquela interpretação foi digna de uma peça teatral. Superou todas as minhas expectativas. Falta apenas mais uma pessoa para ter o resultado. Mas você passou, eu tenho certeza, é nítido como emocionou as pessoas. Confie em mim. —Nadja falava empolgada e se calou ao encarar Sol sem dar muita atenção. —Está pálida, tudo bem? Se sente fraca?
Nadja tocou no rosto de Sol e a menina sorriu, limpando o suor.
—Certo, dei meu melhor. Estou bem, só cansada mesmo e a adrenalina, sabe... —Sol pegou uma garrafa de água e tomou metade em apenas um gole, com a mão no peito. —Nadja, tem como você ver se na fileira atrás da minha mãe tem um menino de óculos, cabelos loiros e moletom cinza da marca Gap?
A treinadora a encarou confusa e cruzou os braços.
—É a pessoa que pedi pra gravar minha apresentação, para meu pai ver... —Sol fez cara de cachorro pidão, e Nadja consentiu. —Que desconfiada.
Sol odiava mentir, mas estava apreensiva demais para se importar em queimar no inferno, como sua avó costumava dizer sobre quem mentia sem um motivo realmente importante.
—Será? Ele nem me respondeu. Quem faria isso? Gente, estou alucinando como em filmes? —Sol falou sozinha. —Como ele ia vir até o outro lado do Brasil por alguém que se afastou dele e que ele nem conhece?
Ela falava sozinha, tentando se convencer de que aquilo era mesmo impossível. Sol levantou-se quando Nadja entrou pela porta, fazendo-a bater sem querer.
—E aí? —Sol arregalou os olhos.
Nadja negou, e Sol murchou os ombros.
—Não tem ninguém com as características que você mencionou, pelo menos não no local que você indicou. —A mulher falou sem jeito, e Sol consentiu. —Então, a pessoa não veio? Que irresponsável. Mas muitas pessoas gravaram, eu vou pedir a quem eu conhecer...
Sol sorriu friamente e consentiu.
—Ah, não se preocupe tanto, ele veio sim, deve ter filmado de outro... —Sol gesticulou sem jeito. —De outro ponto...
A menina voltou a se sentar, convencida de que estava vendo algo que seu inconsciente desejava, mesmo que fosse impossível. Poucos minutos após a conversa sobre a apresentação de outras pessoas, batidas na porta anunciaram a entrada do filho do diretor do colégio Foccus.
Um jovem elegante entrou observando tudo ao redor, fazendo Nadja e Sol se levantarem de imediato. Ele não era o dono, mas o filho dele e, por isso, possuía a mesma autoridade na escola na ausência do pai. Entre alunos e funcionários, o rapaz era respeitado.
Benício Ferraz era um jovem de vinte e cinco anos, recém-formado em administração e, obviamente, vinha de uma família de muitas posses no ramo da educação. Seus pais eram herdeiros do colégio Foccus e a instituição, renomada há muitos anos, mantinha-se no pódio da elite paulista há décadas. Sob o futuro comando de Benício, após seus pais, permaneceria assim.
— Senhoritas. — O rapaz engravatado falou, dispensando seu secretario. — Me permitam a intromissão, detesto interromper.
Sol sentiu uma tensão percorrer seu corpo como um choque ao apertar a mão do rapaz à sua frente. Eles se sentaram ao redor de uma mesa presente no ambiente, e Nadja mal podia imaginar o motivo da visita do homem.
A menina permanecia em silêncio, aguardando a sua opinião ser pedida. Sentia-se tímida, e Nadja a mantinha calma com trocas de olhares.
— Senhor Ferraz, a que devemos a honra da visita? — Nadja sorriu com simpatia. — Seus pais estão bem?
— Eu vim assistir à apresentação no lugar do meu pai. Acabei a faculdade há pouco tempo e preciso colocar algumas coisas em prática. Eles estão bem, obrigado, Nadja.
Benício observou o ambiente, exalando calma. Ele batia os dedos na mesa e apontou para Sol com o dedo indicador, fazendo a menina sorrir fraco.
— Belíssima apresentação, Sol. Eu já tinha ouvido falar de você, mas nunca a conheci pessoalmente. Aquela canção me fez recordar algumas coisas e me trouxe sentimentos bons. — Ele afirmou, sorrindo vagamente. Sol o encarou por alguns instantes e foi encarada de volta. — Não sou expert no assunto esportes, mas de fato sua performance mais uma vez me fez ficar feliz por nossa escola disponibilizar sua bolsa de estudos por três anos.
Nadja sorriu com alívio, e Sol pode respirar aliviada.
— Eu agradeço por essa oportunidade de um ensino de qualidade e por ter uma ótima profissional para lapidar meu amor pela patinação. — Sol respondeu com simpatia.
Ela se orgulhou de sua rapidez mental, mesmo nervosa, foi capaz de falar sem parecer atrapalhada.
— Ela tem um futuro brilhante, seu nome já é bem falado nas academias. — Nadja comentou.
Benício consentia a cada explicação que ouvia, ele era simpático e demonstrava interesse.
— Me conte qual foi sua trajetória até agora em nosso colégio, sou novato... — o homem se mostrava curioso e confortável no ambiente.
Sol alinhou a coluna e consentiu.
— Atualmente estou no terceiro ano. No primeiro ano, fui até as estaduais e ganhei uma medalha de prata. No segundo ano, fui até as nacionais e recebi uma medalha de ouro. Este ano é meu último representando a escola, e estou me esforçando para alcançar as nacionais novamente.
Nadja encarou Sol e sorriu orgulhosa de sua aluna incansável. Benício sorriu e observou Sol, cujo rosto ainda brilhava com pequenos glitters dourados e batom já desbotado.
— A patinação não é um esporte comum nas escolas do Brasil, tanto que hoje você competiu mais com academias de patinação do que com colégios. — Ele explicou, cruzando os braços. — Quem trouxe esse esporte para nosso colégio foi minha falecida avó, que Deus a tenha. Ela amava esse esporte e sempre dizia que, quando fazemos algo por amor, as medalhas e troféus não devem ser a prioridade.
Sol consentiu, nervosa.
— É óbvio que o colégio fica grato e honrado por seus troféus e medalhas, sua dedicação é, de fato, surpreendente aos meus olhos e aos de muitas pessoas. — Benício se levantou, fazendo as duas se levantarem também. — Sol, sua bolsa de estudos não depende de ouros ou pratas, caso ainda não saiba disso, depende do seu esforço e isso tem de sobra. Então dê o seu melhor e lapide o seu dom, por que é boa... Eu vejo que você faz isso com alegria, e nossa escola tem boas referências na patinação graças a você e a outros colegas que fazem isso por amor.
— Obrigada por suas palavras; darei meu melhor sempre. — Sol sorriu, sentindo a garganta seca quando o rapaz estendeu a mão novamente para ela.
Sol apertou sua mão rapidamente, e ele sorriu, consentindo mais uma vez.
— Seguremos firmes. Mande lembranças aos seus pais. — Nadja sorriu, enquanto Benício apertava sua mão novamente.
— Mandarei. — Benício sussurrou.
O rapaz saiu da sala rapidamente, e Sol se jogou no sofá, sentindo ainda mais a pressão—uma pressão boa, mas ainda assim uma pressão. Quando se é muito bom em algo, as pessoas tendem a esperar o melhor de você sempre, o que pode se tornar uma missão constante para não falhar, trazendo um peso para si.
— Meu Deus, que pressão. Quem é ele e como nunca ouvi falar dele? — Sol sussurrou.
— Ele é um dos herdeiros da rede Foccus. Ele e a irmã gêmea, Bianca, fizeram faculdade fora, e ele retornou ao Brasil para começar a aprender como cuidar de tudo. — Nadja explicou.
Sol consentiu, surpresa.
— Entendi. E que tensão! Então será que não perco mesmo a bolsa caso não traga uma medalha? Não era conversa mole?
Nadja sentou ao seu lado e pegou sua mão, que estava mais gelada do que o normal. A treinadora tinha um carinho especial por Sol, e não era apenas por ter uma amizade há muitos anos com Nicole. Nadja sentia um real apreço por Sol, toda a sua história e a forma como ela nunca permanecia triste por muito tempo.
— Ah, querida, eles sempre falam isso, mas eu não gosto de arriscar a bolsa de vocês, por isso cobro tanto o esforço e a dedicação. A gente nunca sabe o que se passa na cabeça das pessoas, então... — A mulher sorriu quando Sol consentiu. — Independente do resultado de hoje, você foi perfeita.
Sol se sentiu aliviada com aquelas palavras, afinal Nadja não era de passar a mão na cabeça em erros ou apresentações medianas.
♥
De volta à pista junto aos competidores, Sol estava em pé entre muitos jovens que sonhavam em representar São Paulo nas nacionais. A plateia estava sem iluminação e silenciosa, enquanto a pista estava iluminada, permitindo que todos vissem os atletas. Uma banca de juízes, completamente isenta de vínculos com os participantes, estava terminando de discutir e, assim que entregaram um envelope ao locutor, o coração de Sol acelerou.
— Uau, desculpem a demora, mas não foi fácil chegar a um resultado. — O locutor, usando uma gravata borboleta, falou a velha frase clichê.
Sol bufou enquanto o homem falava. Em cima de seus patins, ela apertava as mãos e sentia a tensão vinda de outros atletas que achavam não ter chances devido a erros aparentes.
— Nossa bancada de juízes me passou algumas coisas para dizer a vocês e logo anunciaremos os três lugares do pódio da competição estadual de patinação artística. O primeiro lugar garante um local na competição de dezembro! — O homem sorriu com simpatia.
— Lá vai ele falar por meia hora... — Uma menina ao lado de Sol cochichou.
— Sim. — Sol confirmou e bufou.
O homem falou por cerca de vinte minutos, cansando a plateia e os atletas com seu longo discurso. Mas, ao final da sua explicação, ele anunciou o terceiro lugar, acompanhado de uma série de elogios à pessoa.
— A medalha de bronze é sua, Larissa Lima. — Ele sorriu, e a menina sorriu de volta quando o homem se aproximou dela.
A menina sorridente subiu no pódio de terceiro lugar, recebeu a medalha colocada em seu pescoço e um buquê de flores, recebendo uma chuva de palmas.
Nadja roía as unhas, e os familiares de Sol estavam quase arrancando os cabelos de tanto nervosismo. Era comum, mas eles sempre ficavam aflitos.
— Sem mais delongas, o segundo lugar vai para uma pessoa que se destacou em saltos arriscados e mostrou segurança em todos os aspectos com uma apresentação brilhante. — O locutor sorriu em direção aos atletas. — João Lucas, você arrasou e a prata é sua.
Sol respirou fundo com a mão no peito e sentiu suas pernas tremerem. O menino foi até o pódio e mais uma vez as palmas e gritos ecoaram no ambiente.
—Meu Deus, vocês estão preparados para o primeiro lugar?
O homem agitou as pessoas, que gritaram.
—SIM. —Um coral soou e Sol fechou os olhos já cheios de lagrimas.
Por favor, por favor, seja eu.
—O ouro vai para uma pessoa que colocou na pista muitos sentimentos e temos certeza que deu o melhor de si, essa pessoa tem uma responsabilidade e oportunidade gigante em carregar o nome do seu estado até as nacionais. —O homem sorriu, pedindo silêncio a plateia. —Mais uma vez, leve o seu estado as finais, Sol.
O homem sorriu e a plateia foi ao delírio, Sol deixou uma lagrima cair e sorriu ainda de cabeça baixa. Ela encarou o homem em sua direção e o seguiu até o pódio, usando sua mão como apoio para subir no primeiro lugar já com uma medalha de ouro ao seu pescoço.
Sol estava tremula, sorridente e segurando as lagrimas, ela sentia seus músculos tensos e segurou o buque recebendo mais aplausos de toda a plateia, era por sua família e especialmente pelo seu pai que não poderia vê-la ali, era pelos seus sonhos.
As luzes da plateia se acenderam e ela encarou muitas pessoas, flashs e gritos. Ela pode ver Nadja pulando, a equipe da escola batendo palmas e sua família com placas que diziam você é incrível e a te amamos.
Não era miragem, Sol o viu novamente no mesmo lugar de antes, batendo palmas e sorrindo em sua direção. Vicente estava em carne e osso, prestigiando aquele momento no meio multidão que gritava seu nome, seus cabelos eram amarelos como ouro e seu sorriso, bom, estava se destacando na multidão, era o rapaz mais bonito que ela já tinha visto.
Eles, míopes, se enxergaram mesmo com a distância e seus corações a parti dali nunca mais seriam os mesmos, pois seus corpos exalavam toda a emoção de se encontrarem pela primeira vez.
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O encontro veio minha gente, ele veio aiiiiii
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