12 | Quase Doce

- Que tal fazer um tour? - Victor sugere e pega minha mão.

Ele me conduz a vários cômodos da casa. Eu nunca tinha visto nada assim, a não ser quando minha mãe e eu passamos pelo bairro do Morumbi, mas nunca olhamos nenhum daqueles casarões por dentro, apenas por fora e agora imagino que todos eles sejam como esse aqui. Victor me leva primeiro para conhecer as salas. Eles têm uma para servir o jantar e outra para receber visitas, além da sala fechada que serve como uma espécie de cinema particular, pois tem um grande telão, cadeiras confortáveis, e é toda escura. Depois Victor me leva ao quintal de trás. O lugar tem direito até a um parquinho com balanço, escorregador e gangorra para as crianças. Um pouco mais adiante, vejo a piscina de que Maia falou lá na igreja. Ela tem uma boa extensão e é envolta a um piso de madeira escuro e polido.

- Um dia te trago para nadar aqui comigo, minha linda - Victor sussurra em meu ouvido e me abraça por trás.

- Vai sonhando - brinco, detectando a malícia em suas intenções.

Sinto seu sorriso quando ele beija minha nuca e também o arrepio que percorre todo meu corpo. Victor me vira para ele e me dá um beijinho rápido nos lábios, depois disso continua me mostrando o restante da casa.

Assim que terminamos o andar de baixo, Victor me faz subir as escadas até o andar de cima, onde ficam os oito quartos. Ele me mostra dois que estão desocupados e o seu, que é uma suíte simplesmente impressionante. A decoração me tira o fôlego. As paredes são de um tom de cinza muito sutil, e quadros com personagens estão espalhados por elas, incluindo a silhueta do Mario Word que me deixa eufórica, porque foi um jogo que fez parte da minha infância, de quando ganhei o videogame velho do meu tio. Porém, o que me deixa mais encantada, é a prateleira acima da mesinha do seu computador em que estão alguns livros. Vou imediatamente até ela para descobrir o que um cara como Victor lê. Me deparo com muitos HQ's da DC e da Marvel, mas também com livros de George Orwell e literatura Russa.

- Anna Karenina? - Tiro o volume pesado da prateleira e olho para ele. - Você já leu?

Victor para ao meu lado e faz um gesto indiferente com os ombros.

- Li, sim.

Estreito meus olhos.

- Uau! Eu não imaginava que gostasse de clássicos russos, você parece odiar os vitorianos.

- Era o livro favorito da minha mãe - ele argumenta. - Mas você está certa, gosto muito dos clássicos russos. Também li Noites Brancas do Dostoievsky.

A informação me faz parar para refletir.

- Se consegue ler esses romances como pode ter tanta dificuldade com a poesia?

- É sério que você tá comparando uma coisa com a outra? - Ele me encara como se eu tivesse dito que o monte Everest pode ser escalado com um barbante.

- Tá, você tem razão. Poemas são bem mais complicados.

Folheio o livro e noto que há vários trechos marcados a lápis. Na primeira página vejo uma dedicatória a caneta, numa caligrafia que me parece masculina, com os dizeres: "A senhora e eu somos um só, para mim. É uma frase do seu romance favorito e não poderia ser mais verdadeiro, Elle. É assim que me sinto. Você é toda minha vida. Te amo.".

- Que dedicatória linda - digo ao pensar no pai do Victor escrevendo palavras tão bonitas e despindo sua alma dessa maneira. Parece que é um talento dos Villela esconderem sua sensibilidade por baixo de camadas que só caem quando se chega muito perto.

- É, sim - Victor concorda. - Pera - ele reflete depois de alguns segundos -, você nunca leu esse livro?

- Ele é muito grande - digo com uma careta.

- Ora, vejam só, não acredito. - Victor solta uma risada convencida e cruza os braços. - A rainha dos clássicos não dá conta de um romance de oitocentas páginas.

- Não pra ler de uma vez, mas pode ter certeza de que a quantidade de clássicos que já li juntos dão muito mais que isso. - Ergo o queixo, fitando-o com um olhar de desafio.

- Ah, é assim que a gente vai jogar agora? - Ele ri e estala a língua. - Você realmente não sabe perder, né?

Mostro a língua e ele ri.

- Bom, o que mais temos aqui? - pergunto e coloco o livro de volta no lugar.

Olho ao redor e fico imaginando se o quarto dele é tão arrumado porque ele o mantém assim ou se fica tão organizado porque tem pessoas para cuidar e limpar toda sua bagunça, mas algo me diz que esse é o Victor. Seus materiais escolares são conservados e até suas anotações sempre são feitas cuidadosamente. A letra do garoto é de dar inveja! A única coisa que vejo fora do lugar é sua jaqueta do time. Ela está nas costas da cadeira giratória e eu a pego. Olho para ele com uma sobrancelha erguida e a coloco.

A jaqueta tem cheirinho de amaciante, acho que é lavanda, mas eu nunca fui boa em identificar fragrâncias. Ela fica enorme em mim, chega até minhas coxas e as mangas ultrapassam meus braços, por isso as puxo para cima.

- Que tal? - Seguro as lapelas da jaqueta e a chacoalho, encarando Victor com um sorriso travesso.

Ele umedece os lábios, enquanto me estuda com seus olhos me percorrendo de cima a baixo.

- Ah, garota - sua voz sai mais baixa e ele coloca as mãos de cada lado da minha cintura, me levando para mais perto dele -, você ainda vai me dar muito trabalho - diz, enterrando o rosto em meu pescoço.

- Como assim? - Eu o empurro delicadamente para que olhe para mim.

- É que... - Victor morde o lábio e desvia o olhar, parecendo incomodado. - Os caras, eles... Eles te acham gostosa.

- O quê?! - Reviro os olhos e solto uma risada alta. Não sou uma garota feia, mas daí a ser considerada gostosa me parece um pouco demais.

- É, sim, Clarice - afirma como se tivesse lido meus pensamentos. - Eles falam de como seu corpo é escultural e das suas pernas quando você está de vestido... Suas pernas, aliás, são o que chamam mais atenção e, pode acreditar, no vestiário cheio de garotos com a testosterona lá em cima rola muitos comentários. Não agora, claro, ou eu quebraria a cara deles. Mas confesso que se eu pudesse guardaria a visão dessas lindas pernas só para mim.

- Você tá exagerando - digo.

- Não tô, não - afirma categórico. -E hoje eu vi como aquele atendente na lanchonete tava te secando. - Victor solta o ar aborrecido ao se lembrar do episódio. - Ele tava dando em cima de você na minha cara.

- Ele não tava dando em cima de mim, só tava sendo legal porque é o trabalho dele.

É a vez de Victor rir alto. Ele faz um gesto negativo com a cabeça, então segura meu rosto com as mãos e me olha fundo nos olhos.

- Você não faz mesmo ideia do quanto chama atenção, né?

Me pego pensando no comentário dele a respeito dos garotos falarem sobre mim no vestiário e em hoje mais cedo. É estranho saber que eu chamo atenção desse jeito, porque nunca me vi dessa forma. E achei realmente que aquele menino da lanchonete estava apenas sendo simpático como qualquer um que faz bem o seu trabalho. Claro, talvez Victor esteja certo. Ele foi tão insistente comigo e não parava de sorrir e piscar... Mas também pode ser somente uma impressão errada. Não acho que alguém seria tão cara de pau quando é tão evidente que o namorado está bem ali na sua frente. Ou seria?

- Escuta, Victor, de qualquer forma não importa. - Toco seus ombros e subo minha mão até sua nuca. - Só você me interessa - sussurro.

- Bom saber - a rouquidão em sua voz faz cada uma das minhas terminações se agitarem. Minhas veias estão saltando como se quisessem ganhar uma maratona de saltos olímpicos. Victor exibe um sorriso de lado e seus olhos deixam os meus e focam nos meus lábios. Ele aproxima sua boca da minha e a beija suavemente. Está sendo tão doce, cuidadoso e gentil que me faz derreter todinha.

Eu coloco meus braços ao redor do seu pescoço e ergo os pés para ficar o mais próxima de sua altura, embora mesmo assim ele ainda seja mais alto do que eu. Victor puxa meus quadris com determinação fazendo nossos corpos se encaixarem perfeitamente e eu solto um gemido em seus lábios. Ele me conduz numa dança silenciosa, em que os beijos são o único som que conduz nosso ritmo, ditando como devemos nos mover nessa valsa irresistível. O calor dele irradia para mim quando ele abre mais o colarinho da jaqueta e sua boca percorre toda a extensão do meu pescoço. Ele se demora ali por um tempo considerável e eu aproveito a sensação gostosa dos lábios dele até ele voltá-los para os meus.

Minhas mãos acariciam sua nuca e se prendem aos seus cabelos, enquanto as dele vão até as lapelas para deslizar a jaqueta pelos meus braços. Habilmente ele a joga em algum canto atrás de mim. Não sei como consegue, mas me gira e me faz caminhar de costas até minhas pernas sentirem o obstáculo duro da cama. Não caio apenas porque Victor me segura com firmeza. Ele me deita delicadamente, e sem tirar os lábios dos meus, até que eu sinto o colchão macio às minhas costas e metade do seu peso sobre mim.

Sinto a temperatura aumentar e um alarme soar em minha mente quando ele escorrega os dedos pela lateral do meu corpo, me provocando com seu toque. Espalmo uma mão em seu peito, mas Victor aprofunda ainda mais o beijo tornando mais difícil afastá-lo. É tentador demais permitir que ele continue me beijando e me tocando, me fazendo ter essas sensações tão novas para mim. Só que não sou boba. Estamos sozinhos, em seu quarto, deitados em sua cama, e não estou nada confiante de que seria capaz de resistir a ele se Victor tentasse alguma coisa. Eu provavelmente resistiria se ele quisesse sexo, mas não confio que conseguiria impedir outros tipos de avanço e não quero que nossa relação chegue nesse ponto. Não é algo com que eu me sentiria confortável depois e não é assim que eu desejo que as coisas aconteçam. É o momento de parar. Aproveito que estou conseguindo racionalizar e, antes que eu perca os sentidos e esqueça meus princípios, imprimo um pouco mais de força para afastá-lo.

- Tudo bem? - Ele me olha com preocupação.

Ainda estamos ofegantes, então tento puxar o ar para os meus pulmões e coloco um sorriso no rosto.

- Sim. Claro! Eu só quero saber o que mais eu vou descobrir se explorar o mundo de Victor Villela. Será que posso continuar fazendo minha exploração?

Ela morde o lábio inferior e me olha como se não quisesse me soltar, mas acaba cedendo ao meu pedido e rola para o outro lado do colchão.

Me ergo com os cotovelos, voltando a ficar de pé, apesar da dificuldade de fazer minhas pernas se moverem. Ainda estão tremendo junto com o resto do meu corpo. Passo os dedos entre os fios bagunçados do meu cabelo, tentando consertar minha aparência enquanto dou mais uma olhada no quarto. Só o que há nas demais prateleiras são alguns enfeites que consistem em miniaturas de carros. Um pouco mais perto da porta, noto que Victor tem alguns troféus e medalhas expostas num quadro. Sigo até elas e as toco, sentindo sua textura e seus relevos. Estou orgulhosa por todas as conquistas dele. Eu admiro a maneira como Victor se empenha para ser muito bom naquilo que se propõe a fazer. Foi assim que ele conseguiu tirar nove em literatura inglesa e eu não podia estar mais feliz. Eu o ajudei, mas Victor fez todo o resto vindo às nossas aulas e estudando pra valer.

- Ok, garoto das medalhas - Victor está atrás de mim e eu giro para ficar de frente para ele -, o que mais temos para descobrir sobre você?

- Não sei, garota dos clássicos com menos de oitocentas páginas. - Ele cruza os braços e ri.

Reviro os olhos e ignoro a provocação.

- Você não tem algum álbum de fotos?

- Tenho... - Ele hesita. - Você quer mesmo me fazer passar por isso?

- Claro! Quero ver aquela foto típica do bebê na banheira.

- Hoje é o dia da humilhação mesmo - diz, cobrindo os olhos.

Eu rio e dou abraço nele, depois um beijo em sua bochecha. Enquanto Victor vai até o armário buscar o álbum de fotos, me sento na beirada da cama, tentando não pensar no que rolou aqui há alguns instantes. Procuro me concentrar em qualquer outra coisa e é quando percebo que estou perto de uma mesinha, em que há um porta-retratos. Eu o pego e é a foto de uma mulher de cabelos e olhos castanhos que está ali. Ela tem um sorriso aberto e uma covinha na bochecha direita igualzinha a do Victor.

- Quem é? - pergunto quando o vejo se aproximar.

O colchão ao meu lado afunda assim que Victor se senta, segurando o álbum azul de veludo, com seu nome escrito em letras prateadas. Ele inclina o pescoço para olhar a foto.

- É minha mãe. - Ele soa carinhoso quando me conta. Não fico surpresa com a resposta, embora os dois não sejam tão parecidos.

- Você tem as covinhas dela, mas de resto você é o seu pai todinho. Isso te incomoda? Quero dizer, você disse que a relação entre vocês não é muito boa. - Olho para ele, estudando a forma como vai encarar o que eu disse.

Victor não faz mais que um gesto de indiferença. Ainda está olhando para o retrato em minhas mãos, então eu o passo para ele, que o pega e o deita no colo.

- Não, eu não me importo em ser fisicamente parecido com ele. Só não quero ter o jeito dele. Quero ser uma pessoa melhor, principalmente quando tivermos nossos filhos. - Victor olha para mim e pisca um olho.

- Filhos? Você não é muito novo pra pensar nisso? - Sorrio. Esse não é o tipo de assunto que garotos dessa idade costumam ter e nem é algo em que eles queiram pensar.

- Bom, eu quero ter filhos. - Victor abre um pequeno sorriso. Ele se reclina na cama, ficando apoiado nos cotovelos, o que me faz ter de virar o pescoço para não perder o contato visual. - Claro que não agora, sou jovem demais, mas, sei lá... Acho que quando eu estiver estabelecido na minha carreira e minha esposa estiver pronta, eu quero, sim, ter uma família. - Os olhos dele brilham ao falar disso, mas ao mesmo tempo percebo que há tristeza neles. - Quero ser o melhor pai do mundo. Vou conversar com meu filho, ou minha filha se for uma menina, todos os dias e fazer questão de que ele ou ela saiba que pode me contar absolutamente tudo. Quero que tenha certeza do meu amor e vou fazer questão de que entenda que não tem problema nenhum a gente demonstrar sentimentos. - Seu pomo de adão sobe e desce quando ele engole com dificuldade e diz, fechando os olhos: - Vou amar tanto ele, Clarice.

Acredito no que está me dizendo, porque sei que sente falta de ter tudo isso - alguém que o ouça e converse com ele. Além do mais, a maneira como falou com tanto sentimento e como o vejo tratar Maia não deixa dúvidas sobre o quanto ele será um ótimo pai. Sinto meu peito transbordar de ternura por esse garoto que não teve o amor que merecia.

- Isso foi lindo, Victor - não consigo deixar de dizer.

Ele baixa um pouco a cabeça e morde o lábio de um jeito modesto. Coloco meus braços ao redor dele e o encho de beijinhos. Meus lábios passeiam por cada canto do seu rosto: bochechas, queixo, pescoço, lábios e ele ri, mas permite meu ataque de carinho, me puxando um pouco mais para ele.

- Você quer ver minhas fotos ou não? - pergunta, dando um tapinha no álbum. - Eu te mostro, mas você tem que prometer não rir.

- Por que eu riria?

- Vamos dizer que eu era um garoto bem esquisitinho. - Ele contorce o rosto.

- Me mostra logo! - eu peço fingindo impaciência.

- Você que manda.

Ele abre o álbum e me mostra as fotos de quando era uma criancinha. Os cabelos dele eram mais lisos e mais puxados para o loiro, e por mais que eu não pudesse imaginar olhando para ele agora, Victor era um menino rechonchudo, com bochechas gordinhas daquelas que dá vontade de ficar apertando. Faço um grunhido com tanta fofura e ele rola os olhos.

- Que gracinha! - digo apontando para um foto em particular em que ele está sorrindo para a câmera, mostrando quatro dedinhos. - Quatro aninhos? - Ele balança a cabeça, confirmando.

Ele continua passando as páginas de seu álbum. Em algumas das fotos ele está sozinho; em outras com os pais juntos ou com cada um deles separados. Eles parecem felizes, sobretudo o Clóvis. O sorriso é contido como o de mais cedo, mas ele parece bem mais alegre. Talvez perder a mãe tenha sido uma ruptura grande demais para a família suportar. Por aquela dedicatória, dá para notar o quanto ela era importante para ele.

- O nome dela era Elle?

- Gabrielle, na verdade.

Não sei se é difícil para ele olhar para as fotografias, mas quando paro para observar sua expressão com atenção, ele parece apenas sentir saudades de algo que gostaria de se lembrar de ter vivido. É triste que Victor não tenha nenhum filme em sua mente sobre como era conviver com a mãe, embora ele fosse muito novo quando ela morreu para ter uma recordação muito clara. Eu não suporto nem imaginar como deve ser não lembrar de uma pessoa que você sabe que foi ou deveria ser tão importante na sua vida. Só a ideia já é bastante dolorosa.

Aliso seu rosto e ele pisca algumas vezes, voltando seus olhos para mim.

- Sei que tudo acontece porque tem que acontecer - ele diz -, mas às vezes fico imaginando como seria a vida com ela aqui. - Victor comprime os lábios. - Mudaria alguma coisa? Seria melhor? Pior? Não é algo em que penso o tempo todo ou todos os dias, mas quando era menor e sentia muito sua falta, eram divagações constantes. Quando via como a mãe do Téo era atenciosa com ele e os irmãos, mesmo que eles reclamassem, ficava imaginando se ela também cuidaria de mim daquele jeito.

Coloco minha mão sobre a dele, transmitindo meu conforto ao Victor através do meu toque. Eu poderia dizer que entendo como se sente, mas seria mentira. Algumas dores são impossíveis de serem totalmente compreendidas quando nunca se passou por elas. Eu posso presumir o que se passa em sua alma, mas é só. Mesmo que eu more só com minha mãe e eu e meu pai mal nos falemos, ele está aqui, vivo e, apesar da distância que existe entre nós, sei que há amor. Um amor torto e estranho, mas se eu precisar tenho consciência de que posso contar com ele.

- Bom... - Victor abre um sorriso para mim. - Não é como se minha vida tivesse sido muito difícil. Eu tenho tudo isso - diz e sei que está se referindo a sua condição financeira. - Tenho a natação, uma nova família agora e... - Victor morde o lábio inferior. - Tenho você.

Ele se inclina para tocar meus lábios. Minha boca se move com a dele, e por mais que já tenhamos feito isso tantas e tantas vezes durante o tempo em que estamos juntos, apesar de termos nos beijado há alguns minutos como se chamas estivessem se espalhando sobre nós, isso aqui é diferente. É Victor me dizendo o quanto precisa de mim, o quanto quer esquecer a dor e eu aceito cumprir essa função, porque eu o amo e quero sugar dele toda a tristeza até que ele se encha de toda a felicidade que merece.

Nossa troca de carícias não dura muito mais tempo. Maia surge no quarto, anunciando que o almoço já está pronto e que podemos descer para comer. Eu e Victor nos entreolhamos e sorrimos um para o outro. Ele me estende a mão que eu aceito e juntos descemos até a sala de jantar.

Todos já estão reunidos ao redor da mesa e fico maravilhada com o banquete que os Vilella prepararam.

A refeição é deliciosa e acontece tranquilamente. Quando acabamos, Lídia sugere um filme na sala e todos, até mesmo o pai de Victor, se dirigem para lá. Fico responsável por escolher o que iremos assistir e quando o mostro a Victor, ele sorri.

- Lisbela e o Prisioneiro. Sabia que você ia escolher uma adaptação literária.

- Não enche - sussurro em seu ouvido e dou um tapa de leve em seu ombros.

Lídiacoloca o filme e traz um balde generoso de pipocas, fazendo a alegria dascrianças e por que não dizer a minha também. Eu e Victor nos sentamos no tapeteda sala, encostados na perna do sofá com um travesseiro atrás de nós. E é assimque passo o restante da tarde com Victor: assistindo, comendo e ficandoabraçadinhos e posso dizer que nunca tive um dia mais incrível.

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Oi, meus amores! Tudo bem? Saudades de vocês!
Me digam uma coisa com sinceridade: o que vocês estão achando da química desses dois? Bacana? Normal? Forçada? Podem ser sinceros ;)

Aqui vão algumas homenagens. Os comentários são da YMmoreira_ TaizaSouza e BrehMel . Na próxima teremos mais ❤

Espero que tenham gostando do capítulo.

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