ᴘᴇɴʜᴀsᴄᴏ

- Grr - ouvi Kel resmungar mais uma vez.

Isso deve doer muito, mas também, cabeça de bagre.

- Como você conseguiu realizar essa proeza Kelvin? - pergunta vovô tentando retirando o anzol do ombro do meu amigo.

Os meninos estavam todos em volta, alguns riam, outros estavam preocupados.

- Eu não sei...humm - geme de dor fazendo careta.

- Eu acho que você deveria ter fisgado logo o lábio. - zoa Jess - Ia dar um bom piercing, nova moda. - fala e alguns riem.

Eu imagino que Kelvin também tenha achado graça, mas seu sorriso estava esquisito num misto de sarro e dor.

- Aí meu Deus acabe logo com isso vovô!!! - peço em desespero por ele.

- Ok, vai doer um pouquinho meu filho. - avisa e tia Celeste nega com a cabeça.

Ela não tinha falado nada até agora, parecia que já esperava isso do filho.

Minha mãe e minha tia ainda estavam dentro de casa, disseram que não aguentavam ver sangue, o que era verdade.

Eu até tinha puxado pra elas, mas a preocupação era maior que o incômodo que a bile causava.

Já Joaquim parecia muito intertido com o próprio celular, ele falava e falava com a câmera depois de ter filmado os primeiros momentos de Kelvin em terra.

Doido.

- O senho...grrr - grunhe quando  finalmente tira o anzol.

- Não dava pra ser mais delicado Raul? - minha vó pergunta com álcool, algodão e curativo em mãos. - Vai arder um pouquinho querido. - avisa e Kel assente.

Eu já teria desmaiado, Deuszolivre.

Olho pra Kel com pena, coitado só está nessa situação porque eu o meti nela, tudo bem que eu ri muito tanto internamente quanto por fora, mas poxa...

- Está melhor? -  Carol se aproximou com Ali e Stil quando vovó já havia terminado de colocar o curativo.

- Está ardendo - confessou - E latejando um pouquinho. - responde e meus amigos sorriem. - Obrigado. - ele agradece meus avós que sorriem e se afastam.

- Desculpa Kel. - peço sincera enquanto aos poucos nossos amigos se dissiparam.

Ele sorri gentil.

- Não foi sua culpa Angel, eu que sou um grande menino da cidade - riu calmo.

- Aqui filho. - Celeste se aproxima e estende pra ele uma camisa limpa. - Está melhor?

- Estou mãe, obrigado. - ele beija ela que sorri.

- Qualquer coisa estarei lá dentro. - diz calma e eu sorrio quando ela olha para mim.

Com um aceno Celeste se afasta, eu suspiro e olho pra Kelvin que agora estava em pé e vestia a camisa preta.

- Mas onde já se viu Delano, anzol é pra fisgar peixe não ombros humanos. - Andrew diz alto e nós o olhamos.

- Drew vá ver se estamos na esquina, ok? - respondo todos riem, inclusive ele que me manda um beijo no ar em seguida.

- Você quer algum remédio? - pergunto ainda preocupada.

- Não, estou bem - garantiu com um sorriso, arrumava o cabelo com os dedos.

- Maravilha, agora os dois mocinhos vem me ajudar a descascar as mandiocas. - falou a mulher do tio Liz.

- Isso mesmo, é uma boa atividade, não é muito pesada. - concordou minha avó.

- Mas a senhora já não trouxe mandioca? - pergunto a ela que para de cascar pra me responder.

- Vamos fritar essa Angel. - explica e eu respiro fundo.

- Eu não acredito vovó... - retruco sentindo meus ombros caírem e ouvi meus amigos rirem.

- Não senhora, pode ir parando por aí mesmo. - ela falou e eu cruzei os braços.

Isso era injusto, eu nem tinha me machucado.

- Eu não acredito - bufo desacreditada - Tudo culpa sua - aponto para Kel - E eu nem consegui pescar um peixinho - faço bico.

- Minha culpa nada, você mesmo que disse que a culpa era sua... - ele reclama.

- Se você não fosse um menino da cidade não teria se fisgado. - digo pisando duro até tia Marta com ele ao meu incalço - Anzol serve pra fisgar peixe Kelvin, PEIXE. - repito exasperada.

Só tenho que dizer que a plateia estava amando, oh sim, claro que estavam.

- E você acha que eu queria enfiar aquele treco no meu ombro?

- Sei lá. - dou de ombros - Eu não acredito. - resmungo de novo me sentando no banco feito de tronco - Tudo culpa sua seu Torre Eiffel, Poste, Monte Everest, Torre de Babel...

A minha frente tia Marta me estende uma faca e uma mandioca rindo da minha cara.

- O que é isso Angel? - ela pergunta enquanto Kel se sentava ao meu lado e também se munia.

- São os nomes que eu costumava chamar quando estava com raiva dele. - explico descascando com raiva as mandiocas.

Kelvin ao meu lado gargalha altamente.

- Eu não acredito. - sussurra é eu o olho por um instante.

- Não acredita no que? Que eu não vou poder curtir meu penúltimo dia como eu queria? - pergunto - Eu também não!!! - finjo chorar dramática.

- Para de ser dramática Angel. - me empurra com o ombro.

- Não era eu que estava gritando por causa de um anzolzinho né? - provoco.

- Meu Deus meninos, eu não aguento mais, se continuar desse jeito aposto que vão casar.

- Deus me livre!

- Tá repreendido!

Dissemos em uníssono fazendo Marta cair na gargalhada.

- Esses meninos de hoje em dia... - balanga balangando a cabeça.

Não discutimos mais, mas assisti com uma dor gritando meus amigos comemorarem suas pescas.

Raios Kelvin.

Quando terminamos meu amigo ajudou Marta levar a bacia de mandioca pra dentro, eu limpava minha roupa olhando o lago e minha família quando ele voltou a se sentar ao meu lado.

- E aí o que a gente faz? - pergunto simples.

- Não sei. - respondeu baixo.

Olho pra ele que permaneceu com os olhos nas pessoas que pescavam, riam, em Ocean que corria atrás de Nanda com um peixe em mãos.

Em Jess que ria de Andrew, em Joaquim que tirava fotos, em Carol, Ali e Marco que estavam sentados em um galho da mangueira. Nos meus avós que estavam no meio do lago com tio Liz, no meu pai e no meu tio que conversavam calmamente perto dos baldes de peixe.

Kiara era a única normal que ainda segurava a vara, ela estava concentrada quando começou a pular e gritar comemorando o peixe fisgado.

Eu sorri com aquilo e voltei a olhar pra Kelvin.

- Aí, tá afim de dar um mergulho? - pergunto animada.

- Topo - aceita imediato.

- Então vamos, tenho só que por o maiô, perai - pedi me levantando?

- Não vou sair daqui. - respondeu e eu assenti correndo em direção a casa.

- Aonde vai Angel? - ouvi Carol de cima da árvore.

Instantaneamente todos me olharam, curiosos.

- Botar um maiô, vou dar um mergulho, quer vir? - pergunto e ouço uns par de confirmação.

- Opa. - falou Marco pulando da árvore.

Minha nossa Senhor, se esse menino quebra a perna...

- Com certeza, mas você me empresta um biquíni? - pergunta Ali.

- Claro, vamos lá. - sorrio e algumas das minhas amigas vem atrás de mim.

Apenas Karin e Jess fixaram, uma estava apaixonada por pescaria e minha prima conversava com o ex sobre o atual.

Vai entender.

Marco e Stiles se juntaram a Kel pra nos esperar, haviam ido conosco até a varanda, isso porque o Kelvin disse que não sairia daonde eu o tinha deixado.

Homens.

No quarto eu empresto algumas peças de roupa de banho que deixava na casa da vovó, era costume, e visto um maiô roxo e um short jeans.

As meninas riam uma das outras, Nanda sempre achava algo para fazer piada e disso surgiam as zoações, era engraçado.

- Vocês já estão prontas? - pergunto e Ali abaixa a almofada que ia tacar em Carol.

Alicia era a garota do grupo que brinca, mas não aceita que brinquem com ela, o que não acontecia.

- Você ia jogar isso em mim? - a loira semicerra os olhos - Sua vaga...

- EI! - grito impedindo que ela termine - Sem xingamentos Carol. - aviso e elas riem.

- Vamos logo suas desocupadas. - chama Nanda já saindo do quarto.

Ela estava com a parte decima do biquine rosa e com o short cobrindo a parte debaixo.

Carol estava com um sem alças vinho e com macacão de short, estilosa.

Já Alicia estava com vestido, era branco e deixava transparecer o biquíni preto.

Eu segui elas pelo corredor, Ali e Carol se provocam sem parar enquanto eu e Nanda ríamos.

Assim que saímos encontrei o trio em seus celulares, Marco estava com os pés no colo de Ocean que tirava uma foto enquanto Kel digitava rápido.

- Aí galera, vamo? - Carol chama e o ruivo se espreguiça.

Eles estavam com outras roupas, os três de camisas cavadas e bermuda.

- As mocinhas ficam lindas no estilo havaiano. - zoa Nanda e eu concordo.

Todos vestiam Bermudas floridas, a de Kel era vermelho, laranja e amarelo, a de Caramel tinha diferentes tons de azul e a de Ocean de verde.

- Lindus. - ri e meus amigos fizeram caretas.

- Vamos logo e parem de gracinhas. - resmungou Marco.

Seu mal humor demonstrava o quanto fora contra por aquela bermuda.

- Me sigam crianças. - digo e recebo um tabefe na cabeça.

- Criança será seu futuro irmão. - reclama Carol.

- Ou irmã. - acrescenta Nanda enquanto dávamos a volta na varanda dos fundos.

- Amém. - sorrio e então ouvi meu pai.

- Aonde vocês vão? - quis saber.

- Vamos mergulhar, prometo não ir longe. - digo e ele assente. - Confio em você Kelvin, se alguma coisa acontecer eu e você conversaremos.

- Misericórdia pai. - rio junto dos meus amigos.

- Pode deixar Sr. Edward's. - ele concordou.

- Vamo. - retomei a caminhada.

- Pra onde vamos? - Nanda pergunta curiosa.

- Você vai descobrir. - respondo apenas e a ouço suspirar.

Caminhávamos em direção a vegetação densa que tinha em volta da casa do lago, era seguro, meus avós mantinha a vigilância sempre em dia e também não tinha animais perigosos, caso contrário eu não me arriscaria e nem a meus amigos.

- Vamos caminhar muito? - pergunta Carol.

- Verdade Angel, não sou fã. - concorda Stil.

- Os sedentários. - provoca Ali.

- Cabeça de melão... - ela fala ameaçadora.

- Vamos, por aqui - entrando no meio da vegetação.

- Angelina se você quiser matar a gente pode fazer isso sem árvores ao redor sabia? - ouço Marco que resmunga atrás de mim.

- Isso aqui tá ficando assustador. - comenta.

- Para de ser bunda mole Kelvin, até parece uma criança de 10 anos. - digo calma tirando alguns galhos do caminho.

- O que vocês estão fazendo? - as meninas dão um grito de susto, inclusive eu, me abaixo com a mão no peito.

Estava passando mal.

Kelvin e os meninos passam a gargalhar freneticamente.

- Agora...quem parece...uma criança...é você!! - diz Ocean em meio aos risos.

- Patetas. - reclamo enquanto Nanda e Ali também riam de si mesmas.

Olho para Joaquim que nos encarava sem expressão.

- Anda, quero saber o que vocês estão fazendo. - pergunta novamente autoritário.

Garotinho insuportável meu...

- Eu vou te dizer o que estávamos fazendo... - vou pra cima dele que recua com rapidez.

- Ei, ei, Angel? - Kel me puxa de volta - O que deu em você?

- Ele quase me matou não percebeu não? - falo nervosa.

- Tenho certeza que ele não teve a intenção né...? - não completa

- Joaquim!!! - o garoto revira os olhos ao ver que seu nome foi esquecido.

- É, o Jô não teve a intenção, não é? - Stiles passa o braço pelo pescoço do adolescente, aborrecente, que se esquiva em seguida.

- Mas foi divertido - dá de ombros.

- Agora sou eu te bato seu... - Carol espana.

- Ah não, violência não Carol. - Marco puxa ela - Vocês estão de TPM, é? Calma meninas! - pede.

- Vou te dar a TPM seu tonto. - ouço Carol resmungar.

Eu respiro fundo. 

- Mulheres... - ouço Joaquim dizer.

Senhoooor me seguraaaa, vou dar uma de Patrícia Ramos aqui Jeová.

- E então, o que vocês iam fazer? - pergunta enquanto eu tentava me localizar de novo.

- A Angel quer dar um mergulho. - Caramel responde.

- Mas vocês não estavam de castigo? - questiona.

- Você não tem gato não? - pergunto irritada e meus amigos riem.

Garoto chato.

- Angelina... - Marco me repreende com tom risonho.

- É sério, porque daí ele ficaria ocupado cuidando das sete vidas dos gatos dele e deixaria a nossa em paz. - digo sem paciência. - Desde quando descascar mandioca é castigo?

- Joaquim vem cá, quantos anos você tem? - Ali pergunta.

- Quatorze. - respondemos juntos.

- Então tá aí o motivo pra vocês se odiarem, um pré adolescente, normalmente chato, e uma jovem, normalmente estressadinha. - fala Stiles e Kelvin ri.

Estamos perdendo tempo e ainda de bônus a minha paciência.

E só pra constar, eu não odeio Joaquim, ele só me estressa.

- Senhor me dê paz porque se o Senhor me der força pai... - resmungo voltando a caminhar.

- Hey Angel... - eu o interrompe.

- Pra você é Angelina garoto. - aviso pisando duro.

- Tudo bem, será que eu posso ir com vocês? - questiona.

Dou de ombros

- Se você prometer não ser inconveniente... - condiciono.

- Tudo bem. - assente.

Caminhamos um período em silêncio, eu conseguia ouvir os insetos, os pássaros os galhos quebrando embaixo nos nossos pés, as folhas sendo amassadas pelo nosso peso e os suspiros cansados dos meus amigos sedentários.

- Gente. - eu paro e todos em seguida. - Olhem ao redor... - peço e eles fazem. - O que vocês veem?

- Folhas, árvores e galhos. - responde o ruivo e eu reviro os olhos ao som das risadas das meninas.

- Mas é verdade. - concorda Kel.

- Galera, se vocês prestarem atenção vocês verão a variação de cores das folhas, a espessura de cada árvores, o cheiro que a vegetação e o solo exala. - digo e a percepção dos meus amigos parecem ser aguçada.

- Os pássaros cantando, os insetos transitando. - comenta Nanda.

- Já pararam pra pensar quem seria capaz de desenhar essas folhas tão perfeitas? Harmonizar tão bem as cores, os odores? - pergunto olhando em volta.

- Que tocante. - murmura Stiles.

- Realmente, isso é uma grande obra de arte. - concorda Marcos.

Kelvin olhava pra cima com um singelo sorriso.

- Isso tem um nome apenas, Deus. - respondeu e olhou para mim.

- Com certeza meu amigo. - conclui Carol. - Aí, Ele é perfeito em tudo o que faz, não é não?

- Eu fico pensando no cuidado dele, se ele faz tão bem as plantas, as nuvens, o céu estrelado, o pôr do sol imagina a nossa história? - questiono.

- Meu Angel, você vai me fazer chorar. - fala Ali e vejo Nanda puxar um galho com folhas e o observar.

- Deus é fo... - ia dizendo, mas eu calei Marco.

- Pelo amor de Deus guri, não conclui. - pedi e o pessoal ri.

- Deus é top. - Joaquim corrige.

- Ele é. - afirmo é agradeço mentalmente a oportunidade que Ele tinha me dado de perceber sua grandiosidade nas coisas pequeninas.

Voltamos a caminhar e eles me seguiram, mas não demorou muito para um dos meninos se pronunciar.

- E quando a gente chega Angel? - Marco pergunta.

- É verdade, eu tô que não aguento mais. - murmura Carol.

Eu sorrio e então tiro os últimos galhos antes de chegarmos na beira do penhasco.

- Acabamos de chegar - anuncio.

Não era muito alto, mas era o suficiente para fazer umas acobracias.

- Tá de brincadeira, né? - Kelvin dá dois passos para trás - Isso é dar um mergulho pra você? - questiona já branco.

- Qual é, não é tão alto - rio da sua cara.

Todos o olhava curiosos e divertidos.

Vejo o guri tirar o celular da bermuda e entregar para entregar nas mãos de Carol.

- Filma pra mim? - pergunta e ela assente mirando a câmera nele - Se eu morrer eu amo vocês meus fãs. - diz e então vira-se pro penhasco.

- Garoto não faz isso... - fala Kel - Não, não, não...

- Tarde demais Kel - digo vendo o garoto saltar, sorrio olhando ele mergulhar. - Sua vez... - digo ao meu amigo cagão.

- Eu não, vocês podem ficar a vontade.  - se esconde atrás dos meninos que riam. Vou voltar pela trilha. - avisa.

- Que trilha menino? - questiono olhando Marco saltar e logo depois Stiles.

Pego as camisas deles do chão os ouvindo gritar animados e logo depois o barulho do impacto com a água.

- A que viemos oras, tenho certeza que tem uma trilha. - responde enfim e vejo minhas amigas tirarem o short e o vestido.

Carol ainda filmava quando Ali pega impulso e salta, ela dá um mortal e cai maravilhosamente na água.

- Uuuuhuu, isso aí amiga, arrasa maravilhosa. - grita Nanda e eu sorrio.

Olho pra Kelvin.

- Tem, só que está bem desgastada. - aviso - Não dá quase pra enchergar e eu só consegui vir porque conheço esse lugar como a palma de minha mão. - digo vendo a Nanda saltar.

- Eu me perderia? - questiona pegando o celular que Carol lhe entregou.

- Isso aí - pisco pegando o macacão que a loira me entregou.

- Então você volta comigo! - disse firme olhando sobressaltado Carol correr e saltar.

Eu gargalho alto enquanto a menina grita de animação e então se choca com a água.

- Nem pensar, eu vou é pular. - afirmo colocando as roupas dobradas no chão e tirando meu short.

Dou vários passos para trás.

- Eu não acredito que você vai fazer isso... - fala perplexo - Vai pular nos braços da morte assim? - questiona dramático.

- Eu faço isso desde meus cinco anos Kelvin. - digo rindo.

Ele tinha o celular virado pra mim, mas talvez a câmera não estivesse realmente me filmando e sim o chão.

- Então você é fã de aventuras radicais? - questiona claramente querendo me enrolar.

- VAMO ANGEL. - ouço meus amigos gritarem.

- É, mais ou menos... - assinto.

Kel abriu a boca pra dizer algo, mas eu já estava correndo.

- Angel espera... - ou ouvi e então era tarde demais.

Pulo com as pernas esticadas e braços abertos, mas fico na posição fetal assim que percebo estar no meio do caminho. Giro uma, duas vezes no ar e abro novamente os braços e estico novamente as pernas e com isso entro na água magestosamente.

Ao submergir ouço palmas dos meus amigos e de Joaquim.

- Você fez natação? - perguntou ele.

- Não, só anos e anos de prática - respondo. - Treze anos de prática. - sorrio. - Vem Kelvin, a água está ótima - grito mechendo os braços.

- Eu não, prefiro me perder nessa mata. - grita de volta.

Nesse instante Marco e Stiles pularam de novo fazendo espirrar água em todo mundo.

- Eu acho melhor não, meu vô falou que o guarda florestal encontrou uma família de onça nessa região. - brinco.

- Só pode ser brincadeira... - reclama e nós rimos - Eu vou me arrepender disso - o ouço gritar e o vejo sumir. - GERONIMOOOOOOOOOOO

Ouvimos antes dele pular, Kelvin agarra as pernas formando uma bola humana.

Eu e Nanda, as únicas que não estavam lá encima de novo, nos afastamos para não correr o risco de ser atingida.

Ao entrar em contato com a água Kel some, mas retorna em seguida balançando a cabeça e jogando a água de seu cabelo em mim.

- Que loucura - ri - Eu quero ir de novo.

- Sabia que ia gostar. - bato minha palma na sua.

- Topa outra? - me pergunta e eu assinto sorrindo.

- Mas é claro, você vem Nanda? - chamo minha amiga.

- Não panqueca, uma vez só tá ótimo. - responde e eu sorrio.

- Vamos então. - começo a nadar até a beira do penhasco aonde tinha algumas rochas que são parentes das escadas.

- Eu acho que vou dar a volta - Kel amarela de novo.

- Para de dar pra trás Zé. - brinco já subindo.

Quando chegamos tive que esperar Ali e Carol irem, chegaram primeiro, enquanto Marco e Stiles já subiam de novo.

O próximo era Joaquim, mas então eu tive uma ideia.

- Aí, que tal todos pularmos juntos? - pergunto.

- Uma boa - Marco concorda.

- Gostei. - Caramel também sorri.

- Beleza - Kel respira fundo.

- ESPERA A GENTE. - ouço as meninas, até Nanda tava subindo.

Quando já estava todos lá encima eu sorrio, dou a mão pra Kelvin e pra Carol, que dá a mão pra Marco que segura a de Nanda e ela a de Joaquim que segurou a mão de Ali e ela a de Stiles.

- No três, em?! - digo alto sorrindo.

- UM, DOIS, TRÊS - gritamos juntos e então corremos.

Pulamos em sincronia, na mesma posição e com o mesmo grito, mas claro que nem todos manteram as mãos juntas, eu mesma soltei pra prender meu nariz.

De repente senti essa necessidade.

- GERÔNIMOOOOOOO - gritamos e então...

TIBUUUM.

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