13

Quando O Sol Nasce No Ocidente | treze.

Fico o resto da noite no quarto do Zach. A festa teve seu fim antes das vinte e três horas. Não desci desde que o Alec foi embora. Tristan e Brian ficaram na casa para ajudar a limpar a bagunça. Não os ajudei. Eles foram embora pouco depois da meia noite.
Depois que todo o trabalho foi concluído, Zach, animado e ainda bebendo um copo de cerveja, sobe para o quarto e me vê jogado confortavelmente em sua cama.

— Folgado! — exclama, com o rosto avermelhado por conta da bebida. — Nem nos ajudou a limpar a bagunça.

— Preciso falar com você, Zach — digo, sentando.

— Eu que preciso falar com você, seu maluco! Você dispensou a Samantha Lynch?! Sabe quantos caras querem pegar essa mulher?

— Aconteceu uma coisa...

— Sim, sim! Asher estava atrás do Alec... Grande coisa, Arthit! Alec foi embora muito antes da festa acabar e o Asher estava dando uns pegas, de novo, na Megan da equipe da torcida! Por que se preocupa tanto com ele?

— Porque acho que gosto dele!

Não vejo problema em confessar isso para o meu melhor amigo. Zach me conhece melhor que qualquer outra pessoa. Se eu não contar, ele descobrirá eventualmente.
Sempre fui péssimo em guardar segredos.

— Acha que gosta dele? — pergunta, meio zonzo. — Como assim?

— Gostar, Zachary! Sabe o que é gostar de uma pessoa?

Ele bebe mais um grande gole de cerveja, depois arrota e olha atentamente para o copo de plástico vermelho.

— Colocaram alguma coisa na minha bebida? — questiona. — Devo estar bêbado demais e entendendo tudo errado.

— Não está! — exclamo, irritado. — Acho que gosto do Alec Stevens.

Zach assente, com uma expressão hilária.

— Okay — diz, ainda pensativo.

— Entendeu?

— Entendi!

— E o que você acha?

— Que preciso vomitar — diz, correndo para o banheiro.

Ouço Zach vomitar antes de ligar o chuveiro. Permaneço inquieto e olhando as notificações do celular a cada minuto.
Alec não tinha respondido minhas últimas mensagens...
Talvez tenha dormido.

Desço para a cozinha, abro a geladeira e pego uma caixa de água de coco. Coloco em dois copos e volto para o quarto. Assim que meu celular notifica a chegada de uma nova mensagem, Zach sai do banho ainda com a toalha amarrada na cintura.

— Você tá falando sério? — pergunta, um pouco mais sóbrio.

— Sim! — confirmo, ignorando a notificação assim que vejo que a mensagem não é do Alec.

— Por favor, me explica essa doideira — pede, depois de tirar um dos copos da minha mão e começar a beber.

Penso com cuidado em como vou falar tudo o que penso e sinto em relação a esse assunto.

— Eu não sou gay — enfatizo, antes de uma grande pausa para pensar nas próximas palavras. —, mas gosto do Alec.

Zach termina o copo de água de coco e já pega o outro da minha mão. Ele senta na cama, mesmo com a toalha molhada.

— Você sabe que o Alec é homem, né?

— Sei.

— E que ele tem um pau igual a eu e você, certo?

— Não parei para pensar nisso.

— Ah não?! — exclama, rindo. — O que você acha que ele tem? Acha que ele é um desses homens que tem boceta?

Reviro os olhos.

— Não parei para pensar no pau do Alec, Zachary!

— Mas precisa!

— Não tem nada a ver com isso, falou?!

Meu amigo franze a testa, confuso.
Mal sabe que estou bem mais confuso que ele.

— Você disse que gosta do Alec, certo?

— Certo.

— Não como amigo, mas como algo a mais, certo?

— Cer... Certo!

— Isso significa que você quer ficar com ele, correto?

— Talvez.

Zach franze o cenho.

— Eu estou confuso aqui, Arthit!

— Eu também, Zachary!

— Você quer ficar com o Stevens ou não?

— De que ficar estamos falando?

Ele balança os braços, confuso, quase derramando água de coco na cama.

— O que você sente vontade de fazer com o Alec, Arthit?

— Gosto de estar com ele. É legal quando a gente estuda junto e conversa por telefone. Também quero proteger e ficar ao lado dele.

— Okay! Isso é um começo — diz, levantando e andando pelo quarto. —, mas vamos aprofundar um pouco mais, beleza?

Concordo, sentando na cama.

— Você quer beijar ele?

— Talvez.

— Quer tocar no corpo dele?

— Às vezes...

— Quer transar com ele?

— Não parei para pensar nisso.

Ele balança a cabeça, nada convencido.

— Arthit, meu amigo — diz, se aproximando para colocar a mão em meu ombro. — Você tá confuso! Asher deve ter colocado tanta merda na sua cabeça nos últimos dias.

— Como assim?

— Você gosta do Alec como amigo, babacão! — diz, empurrando minha cabeça. — Você quer proteger ele do Asher porque é um cara legal. Você é educado, tem uma cabeça diferente e madura demais para pessoas da nossa idade. Por isso somos melhores amigos! Somos mais maduros emocionalmente.

Penso em falar que fiquei excitado pelo Alec naquela tarde, mas engulo minhas palavras.

— Você sabe que ele gosta de você e se sente mal por não retribuir seus sentimentos — continua. —, então tá confundindo as coisas. Isso é pura empatia!

— Será?

— Claro que é!

Concordo, mesmo não tendo certeza de nada.
Sinto algo pelo Alec, mas não consigo explicar o que é. Quero ficar ao lado dele, conversar e até abraçar, mas quando penso em beijar, as coisas começam a complicar. Não me imagino beijando outro homem. Consigo achar o Alec bonito e até acho que ele tem lábios bonitos. Pensando por este lado, nunca reparei nos lábios de outros homens. Também gosto das pernas, da cintura e do volume macio da bunda dele. Fico arrepiado, animado e até excitado só de pensar em voltar a abraçá-lo do jeito que o abracei naquela tarde...

Mas não consigo me imaginar beijando o Alec.
Que caralhos de confusão de sentimentos é esse?

— Ainda acho que você deve conversar com ele, Arthur — diz Zach, interrompendo meus pensamentos. — Tenho certeza que quando você for sincero e tirar essa situação dos ombros, vai ver com mais clareza o que sente por ele.

— E se eu descobrir que gosto mesmo dele? — pergunto, depois suspiro.

— Estarei aqui para te apoiar, amigo — diz, com um sorriso.

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