12

Quando O Sol Nasce No Ocidente | doze.

É uma das melhores festas que Zach já fez, mas não estou animado e nem com vontade de curtir com meus amigos. A casa está lotada de garotas. Muitas universitárias gostosas usando biquíni, maiô e outras roupas de banho. Tem poucas meninas do colégio. Na verdade, apenas um grupo seleto de amigas das equipes da torcida e natação. Asher está com Brian bebendo cerveja. Chegaram há pouco, então não deu tempo de dominarem o lugar como costumam fazer. Tristan está com Zach, recebendo as garotas e os poucos amigos do sexo masculino que convidaram.

Estou sentado há mais de uma hora na beira da piscina, de short laranja e uma camisa de praia. Por enquanto, não pretendo beber. Antes de chegar, minha intenção era procurar uma garota aleatória, ficar com ela e tentar transar naquela mesma tarde. As camisinhas no bolso do short confirmam minhas antigas intenções. Agora não sinto vontade alguma de seguir com o plano. Ainda estou carente, mas há algo estranho. Estou desanimado até para flertar com as beldades que desfilam de um lado para o outro na beira da piscina.

— Que olhinhos fofos — diz uma garota, dentro da piscina, se aproximando.

— Obrigado!

Ela tem seios volumosos apertados por um biquíni amarelo e grande demais para o meu gosto. A água borra minha visão de sua cintura para baixo, mas é notável que tem belas pernas. Seu cabelo loiro está preso em um rabo de cavalo.
Ela é linda.

— E as covinhas que suas bochechas fazem quando sorri são mais fofas ainda — diz, parando na minha frente.

— Não tenho covinhas — digo, levando as mãos ao rosto.

— Talvez eu não esteja vendo direito — diz, se colocando entre minhas pernas. — Talvez eu precise ver mais de perto.

Ela está flertando comigo justamente quando já desisti dos meus planos. Aposto que não teria essa sorte se tivesse procurando por garotas.

— Arthur — digo, me apresentando.

— Samantha — diz, se apoiando em minhas coxas.

Abaixo o torso e o rosto para conversar com ela um pouco mais perto.

— Nunca te vi nas festas do Zach, Samantha.

— Sou prima de uma das colegas dele. Ela disse que as festas do Zachary são animadas e cheias de gatinhos como você, Arthur.

— Então além de fofo, sou gatinho?

— É uma mistura de fofo com gatinho, pois tem esse rostinho de menino e esse corpo de homem. Aposto que, assim como o Zachary, você é do time de basquete.

— Acertou!

— Essas pernas grossas — diz, enquanto as aperta. — e esses gominhos no seu abdome não mentem.

Roço meu nariz no rosto dela para ver qual será sua reação. Ela sorri, segura carinhosamente a minha nuca e me beija. Retribuo, ardorosamente. Seu hálito denuncia que ela bebeu algum drink de menta. Sua língua gelada tem um sabor adocicado.

— Esse é o Arthit que eu conheço! — exclama Zach, alto o bastante para me constranger.

O beijo acaba contra a minha vontade. Samantha continua grudada em mim, também envergonhada.

— Está se divertindo, Sam? — pergunta Zach. — O "estrela tailandesa" está cuidando bem de você?

— Ele é tailandes? — pergunta. — Pensei que fosse coreano.

— Parece coreano, mas é falsificado.

— Vai se foder, Zachary — digo, segurando o riso.

— Garanto que você nem vai notar a diferença, Sam — diz Zach, enquanto se afasta. — Na verdade, os tailandeses têm até uma vantagem!

— Que vantagem? — pergunta, desviando a atenção para mim.

— Não dá bola para o Zach — digo, segurando uma de suas mãos. — Ele é um babaca.

— Mas fiquei curiosa — diz, mordendo o lábio.

O sinal está amarelo.

— Você já bebeu muito aqui na festa? — pergunto.

— Só um licor de menta e meio copo de cerveja. Por quê? Tá querendo dar uma volta?

No meu entendimento, "dar uma volta" é dar uns pegas em qualquer lugar reservado que apareça no caminho. Faz tempo que não flerto com alguém, mas lembro vagamente de ter ouvido conversas do Tristan com o Asher sobre esses sinais.

— Você me leva para dar uma volta? — pergunto, com medo de estar errado.

Ela concorda, saindo da piscina.

Depois de se secar, soltar o cabelo e vestir uma saída de praia que faz parte do conjunto de seu biquíni, Samantha e eu, dançando e trocando carinhos, andamos pela festa cumprimentando e conversando com a galera. Deixamos a área da piscina até entrarmos na casa.

— Preciso ir ao banheiro — diz, depois de beijar o meu rosto. — Me espera aqui?

— Claro!

Ela está na minha e, apesar de não querer deixar a oportunidade passar, algo me trava. Estou desanimado, deslocado e com vontade de ir embora. De qualquer forma, já está na hora de eu acordar para a vida e parar de ficar só olhando enquanto meus amigos se dão bem. Nunca transei com uma garota universitária em uma festa como esta. Está na hora de...

— Alec?! — exclamo, assim que o vejo conversando com Asher.

Surpreendentemente, Alec está sentado no sofá grande da sala de estar. Ele veio de calça jeans e camiseta preta. Não está com roupas de banho, como sugere a festa. Asher, por outro lado, está sem camisa e com um short cor-de-rosa. Posso estar vendo coisas, mas sinto que estão flertando. Alec ri descontraidamente do que ele fala. Eles conversam bem próximos um do outro...
Próximos demais para o meu gosto.

— Filho de uma... — resmungo, indo em direção a eles.

Sinto alguém puxar meu braço.

— Onde você vai? — pergunta Zach, se colocando no meu caminho.

— Quem convidou o Alec? Por que ele está com o Asher?

Zach olha por um momento para eles.

— Seu amigo está bem, Arthur — diz, me puxando ainda mais para trás. — O Asher não vai comer ele!

— Minha preocupação é a que ele possa tentar, Zachary — sussurro, irritado.

Ele ri, cruzando os braços.

— Tristan e eu estamos com inveja do avião que pousou na sua pista — diz, olhando em volta. — Você disse que está carente e precisa transar, não é?

Reviro os olhos.

— Zachary!

— Você vai levar esse avião para o meu quarto e não vai sair até que todos os seus passageiros tenham embarcado nele, entendeu?

— Podre!

— E pode deixar que vou cuidar do Alec pra você. Acha mesmo que o Asher vai tentar alguma coisa em uma festa cheia de gente? Olha o tanto de garota gostosa que tem aqui!

Coço a cabeça, preocupado. Quero proteger meu amigo das babaquices do Asher, mas não quero deixar uma oportunidade como aquela passar. A carência e a vontade que tenho de transar com a Samantha se contrapõe com o desejo de arrastar o Alec dali para não cair na conversa daquele babaca idiota.

— Oi, Zachary! — diz Samantha, voltando do banheiro.

— Você já conheceu a casa, Sam? — pergunta Zach.

— Só a parte inferior — responde.

— Arthur, por que não leva nossa convidada para conhecer o andar de cima? — sugere Zach, nada sutil.

Concordo, ainda encarando Alec e Asher que, por estarem tão felizes conversando um com o outro, não percebem que estou a poucos metros de distância.

Subo com Samantha para o andar superior. Não há o que mostrar além do quarto do Zach, pois os outros cômodos são o escritório, o quarto dos pais e o da irmã mais nova dele.

— Tudo bem? — pergunta, segurando minha mão de um jeito mais carinhoso.

— Tudo bem.

Mas, por alguma razão, eu não estava nada bem.

— Você parece um pouco tenso.

Nego, balançando a cabeça. Tentando esquecer o que acabo de ver na sala, puxo Samantha pela cintura e a beijo. Ela retribui, acariciando meu peito e cintura. A guio calmamente para a cama. Ainda não estou excitado e nem o roçar de nossas coxas consegue me animar e me fazer parar de me preocupar com o Alec.

— Agora você está se animando, gatinho.

— Você nem imagina!

Samantha troca de posição comigo quando esbarra na beirada da cama do Zach. Sento e a observo descer a mão delicadamente por meu corpo até puxar o cordão do meu short. Ela toma uma pequena distância para desatar o nó da parte de cima de seu biquíni e senta em meu colo, de frente para mim.

— Tem certeza? — pergunto, inquieto.

— Tenho certeza! — confirma, rebolando o quadril.

O que está acontecendo comigo? Esta oportunidade é o desejo de todo homem que conheço. Uma universitária gostosa de peitos grandes querer transar sem perda de tempo não aparece todos os dias.

— Sabe o que é...? — digo, mas sou imediatamente interrompido pelo brusco abrir da porta do quarto.

Era Asher.
Alec está atrás dele.

— Foi mal, Arthit! — exclama, debochado. — Não sabia que o quarto estava ocupado.

— O que faz aqui?! — pergunto, paralisado com a situação.

— Só vim buscar minha toalha — responde. —, mas deixa prá lá! Não quero interromper os pombinhos!

Meu olhar cruza com o do Alec um segundo antes de Asher fechar a porta. Ele parecia surpreso e tão paralisado quanto eu.

— São seus amigos? — pergunta Samantha, acanhada.

Não respondo. Levanto da cama devagar para ela sair do meu colo em segurança. Pego a parte de cima de seu biquíni que estava do outro lado da cama, entrego e sigo em direção a porta.

— Te espero aqui, Arthur? — pergunta, mordendo o lábio inferior.

— Desculpa, mas não vai rolar hoje — digo, antes de sair do quarto.

Vejo Alec atravessar a sala em direção a porta da frente. Irritado, desço a escada e puxo o braço do Asher assim que chego no andar inferior. Ele quase derruba o copo de cerveja que está em sua mão.

— Você fez de propósito, não é?

— Juro que não! Nem sabia que você estava lá em cima.

— Você fez isso pro Alec ver eu com a Samantha, Asher!

— Ele já tinha visto vocês se beijando na piscina, seu maluco!

Minha barriga gela.
Por que estou tão nervoso?

Corro atrás do Alec, que já saiu pela porta da frente. Há pessoas bebendo e fumando cigarros na varanda. Passo por eles e desço em direção a rua.

— Dez minutos? — diz ele, ao celular, na calçada da casa ao lado. — Sem problema, eu espero!

— Alec! — chamo, indo até ele.

Ele ignora meu chamado, mas me olha por um breve momento antes de guardar o celular no bolso da calça.

— Vai embora sem se despedir de mim?!

— Não queria te atrapalhar. Você estava ocupado.

— Não estava! Sobre o que você viu lá dentro, não foi nada sério. Não tenho nada com aquela garota.

Por que estou me explicando?

— Você não me deve explicações, Arthur. Tudo bem!

De novo aquele frio na barriga. Por que me sinto tão constrangido? Por que me sinto culpado por meu amigo ter me visto com uma garota?
Tenho a resposta, mas é difícil aceitá-la.

— Sinto que devo me explicar para você.

— Não deve!

— Sim, devo! Por tudo o que aconteceu na sua casa na semana passada.

Ele continua olhando para frente, evitando contato visual. Está claramente triste. Também estou, mas não sei se expresso isso de forma tão clara quanto ele.

— Desculpa se fui muito atirado com você, Arthur. Sei que você é hétero. Eu não devia ter dormido agarrado a você.

— Eu sou hétero, mas gosto de você — confesso, sem pensar. — Não entendo exatamente como, mas gosto.

— Gosta como amigo, não é?

— Ainda não entendi o sentimento que tenho por você, mas com certeza não é só amizade.

Ele finalmente me olha diretamente. Isso me faz sorrir, suspirar e meu peito inflar.

— Pode descrever este sentimento? — pergunta.

— Gosto da sua companhia — respondo, me aproximando. —, das conversas que temos por telefone e de quando estudamos juntos. Gosto de ouvir sua voz, de quando você me apresenta seus gostos para jogos e filmes. Fico feliz quando estamos juntos. É diferente de quando estou com meus outros amigos. É diferente de quando eu namorava minha ex... É diferente!

Alec está corado. Para esconder, volta a desviar seu olhar e vira de costas para mim.

— Mas o que eu vi lá dentro foi...

— Eu não estava no clima, Alec. Juro que deixei me levar e não ia conseguir terminar o que nem chegou a começar. Foi um impulso besta que não devia ter acontecido.

Ele balança a cabeça, parecendo entender.

— Então...?

— O que você estava fazendo aqui com o Asher? Eu não disse para você não confiar nele?

— Ele me enganou, na verdade — diz, depois de pigarrear. — Asher disse que vocês iam para um treino de basquete, mas que se reuniriam aqui antes.

— E o que vocês iam fazer no quarto do Zach? — pergunto, chegando um pouco mais perto.

Já é noite. Olho em volta, mas as árvores e cercas vivas bloqueiam a visão da casa do Zach. Se não consigo ver o pessoal que está na varanda, eles também não podem ver Alec e eu.

— Ele só foi buscar uma toalha — diz, cruzando os braços quando percebe minha aproximação. — Queria entrar na piscina.

— Não confie no Asher — digo, encostando meu corpo no dele.

Sinto o perfume gostoso e inconfundível de seu cabelo. Coloco a mão em sua cintura, mas logo crio coragem para abraçá-lo por trás, envolvendo meus braços em sua barriga.
Isso me faz ficar excitado em segundos.

— Não vou confiar — diz, abaixando o tom de voz. —, mas não entendo o motivo de você me pedir isso, Arthur.

— Você confia em mim?

— Claro, mas...

— Então é isso que você precisa saber, Alec.

O aperto com mais força contra meu corpo. Imagino que seja impossível ele não perceber o quão excitado estou. Meu pau está pulsando demais em sua bunda volumosa e macia. Me arrepio ainda mais com o cheiro natural de sua pele e seu cabelo.

O que está acontecendo comigo? Estou perdendo completamente a noção de tudo com ele. Por que Alec Stevens desperta esses desejos estranhos em mim?

— Eu preciso ir embora — diz, acanhado. — O táxi que pedi está para chegar.

— Fica aqui comigo?

— Não posso.

— Está fugindo de mim ou tem medo que o Asher nos veja?

— Asher não é uma pessoa que você deva se preocupar.

Ele se solta do meu abraço. Seu rosto está vermelho e sua expressão demonstra felicidade. Isso me faz sorrir mais uma vez.

— Não? — pergunto, me posicionei para encará-lo de frente.

Tenho que colocar a mão em seu queixo e levantar o seu rosto para que ele não desvie o olhar.

— Você é o único que gosto, Arthur — diz.

A sensação de peito inflado e gelo na barriga atacam mais uma vez. Fico tão feliz em ouvir aquelas palavras...

— Então a partir de agora você é o meu Alec, Okay? — digo, radiante.

— Okay — concorda, tão feliz quanto eu.

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