Capítulo 42

A cirurgia de Caleb foi um sucesso, mas por precaução os médicos optaram por deixar-lo sedado por mais alguns dias.

Fazia dez dias desde o incidente do atentado e por segurança todos concordaram que seria mais seguro, eu voltasse para a casa de Caleb até as coisas se acalmarem.

Jade passou os últimos dias comigo, também hospedada na casa do irmão, dormindo no quarto de hospede ao lado do meu. A sensação é que tínhamos voltado para a adolescência, com seu jeito engraçado ela deixava o ambiente muito mais leve, diminuindo a tensão que ambas estávamos vivendo.

Mas meu corpo ainda tremia todas as noites quando ia me deitar. Estava tendo dificuldades para aceitar o que aconteceu e me sentia igualmente dividida entre culpada e aliviada.

Culpada porque, não conseguia deixar de pensar que por minha causa Caleb ficou entre a vida e a morte. Aconteceu de Caleb estar no lugar errado, na hora errada. Mas graças a Deus, ele estava se recuperando bem.

E, embora fosse contraditório, estava aliviada e profundamente grata por Caleb ter salvado minha vida. Aquelas balas claramente eram para mim, se ele não tivesse se colocado a minha frente, sinceramente não sei se teria sobrevivido. Eu nunca havia passado por uma situação daquela e pretendia não passar de novo.

Deitada em minha cama olhei pela janela e vi que ainda era madrugada. Tinha perdido o sono naquela noite em especial, por um motivo totalmente banal, aquele seria o dia do casamento de Giorgio e Marion.

Além de todo estresse que eu vinha sofrendo devido os acontecimentos dos últimos dias, aquela união me deixava ainda mais impaciente e estressada. Ainda era difícil acreditar que Giorgio se casaria mesmo com Marion. Por mais que meu cérebro trabalhasse, eu não conseguia entender o motivo que levava o Duque a continuar com aquele noivado.

Eu não deveria me importar.

O problema é que eu me importava, sim. Depois que eu o conheci, não houve um dia no qual eu não pensei em seu casamento com Marion. Não entendia porque me preocupava tanto com um problema que não era meu.

Não era uma escolha minha.

As imagens de todas as vezes que estivemos juntos invadiram minha mente, o brilho em seu olhar, a maneira com que sorria quando estava ao meu lado. Giorgio se mostrava um homem totalmente diferente, daquele que vi pela primeira vez ao lado de Marion. Com Marion era claro que algo faltava nele. Ao lado dela era como se ele fosse uma casca quase vazia, tendo somente escuridão e rancor dentro de si. Eu não conseguia entender como um homem tão inteligente como o Duque, não conseguia enxergar o obvio. Giorgio estava cometendo o pior erro de sua vida.

Era estranho. Muito estranho.

Já eram mais de dez da manhã quando desci para tomar café da manhã. Encontrando uma Meg toda sorridente, me esperando na área de refeições.

Puxei uma cadeira me sentando, Meg logo começou a servir meu café com um sorrisinho no rosto.

— Bom dia, senhorita Salvatore. — ela cumprimentou. — Parece que a senhorita esqueceu-se de dormir essa noite.

— Está tão ruim assim? — arqueei a sobrancelha, bocejando.

— Bom a senhorita só parece um zumbi do The Walking Dead.

Ri de seu comentário um tanto quanto irônico.

— Que maldade Meg! Vou fazer Caleb descontar de seu salário por essa piadinha.

Acabamos gargalhando juntas.

Passaram alguns minutos quando Jade apareceu para tomar café.

A voz alta denunciou sua presença antes mesmo de começar descer as escadas. Ela parecia está falando sozinha.

— ... eu não estou acreditando no que estou lendo! Eu estou chocada com essa noticia! — Eu sabia que ela se aproximava da sala de jantar com base na sua voz, que se tornava mais alta a cada passo seu.

A pessoa mais maluca da família de Caleb entrou na sala com seu tablet nas mãos. Não pude deixar de ri da cena. Jade e Caleb eram tão parecidos fisicamente, mas com personalidades totalmente diferentes. O que ele tinha de discreto ela tinha de escandalosa.

— Vocês precisam ver isso, meninas!

Ela me entregou seu tablet com um sorriso enorme no rosto. Peguei o aparelho de sua mão e passei os olhos na pagina de fofocas que estava aberta, não acreditando no que estava lendo.

Acabou! Chega ao fim noivado do Duque de Windsor com a socialite Marion Emerick a noticia continuava: "Com a cerimônia marcada para manhã de hoje o país acordou com essa triste noticia."

— Eu não acredito! —gritei euforica.

Minhas mãos ficaram tremulas e fiquei com medo de deixar o aparelho cair. Eu nunca fiquei tão feliz ao ler uma noticia em site de fofocas em toda minha vida.

— E não para por aqui, mon amour.

Jade pegou o tablet das minhas mãos, apenas para mudar de site, me devolvendo logo em seguida. Confesso que aquela noticia paralisou meu coração por alguns segundos.

Jornal revela que Giorgio McLoughlin terminou noivado por descobrir que Marion Emerick teria tentado matar o ex-marido o empresário Caleb O'Brien. A socialite foi presa nesta manhã na capela de Windsor, local a onde ocorreria o casamento. O Jornal "The Sun" divulgou uma informação bombástica nesta manhã, após o fim do noivado de Giorgio McLoughlin e Marion Emerick.

Segundo a publicação, a ex-futura Duquesa de Windsor, teria sido a responsável pela a tentativa de assassinato de seu ex-marido o famoso empresário Caleb O'Brien com quem foi casada durante cinco anos. Segundo fontes próximas ao ex-casal, Marion não aceitava a retomada do relacionamento do empresário com sua ex-noiva a também empresaria italiana Sophia Salvatore. O crime aconteceu quando o empresário saía do apartamento da senhorita Salvatore, o casal foi surpreendido por uma moto. Até agora os suspeitos do crime não foram preso, mas a policia considera a socialite a principal suspeita.

Uma fonte contou ao jornal que o Duque de Windsor decidiu terminar o noivado, para evitar um escândalo ainda maior a família real, e que a rainha Elizabeth não estaria nada contente com as ultimas noticias. Segundo a fonte, vossa majestade irá convocar ainda hoje, uma reunião de urgência com seu primo vossa alteza o Duque de Windsor.

Por alguns minutos fui tomada por um silêncio atônito. Tentei permanecer neutra diante aquela noticia, mas falhei miseravelmente. Eu não era o tipo de pessoa que desejava o mal as pessoas, não mesmo, na verdade tinha uma dificuldade enorme em aceitar os sentimentos ruins que sentia por Marion. Parte disso era motivada pelo o medo de envenenar minha alma e me tornar uma pessoa desprezível como ela.

Embora, desde o dia que descobri tudo que Marion fez para me separar de Caleb, não conseguia parar de pensar que ela deveria pagar por todo o mal que me fez. Mas não me sentia feliz, como imaginei que estaria ao ver que Marion provou de seu próprio veneno em doses cavalar.

Veja bem, não me levem a mal, mas tudo o que conseguia senti era tristeza ao saber que pessoas como ela, não estavam restritas apenas no imaginário de autores de novelas. Mas vagando pelo o mundo, arruinando vidas de pessoas comuns, apenas para satisfazer a doença de suas almas.

Me peguei pensando em quantas Marions vagavam por aí, deixando um rastro de destruição por onde passavam. Era lamentável e assustador tentar adivinhar aquela equação.

— Sophia! — a voz de Jade me puxou de voltar para realidade.

— Desculpe... É que eu só estou... Horrorizada... — as palavras me faltavam no momento.

— Eu sei querida. — ela falou gentilmente, enquanto puxou uma cadeira se sentando ao meu lado na mesa. — Também estou horrorizada com o mal caratismo daquela mulher.

Eu não conseguia pensar direito. Quando achei que sabia que Marion era capaz de qualquer coisa, ela agia de um modo que anulava tudo o que eu acreditava saber sobre ela.

Era um pesadelo.

— O bom disso tudo é que finalmente estaremos livres daquela cobra. — Meg falou enquanto servia Jade, fazendo com que olhássemos para ela assustada.

Meg corou tão forte que achei que todo o sangue do seu corpo tivesse migrado para sua cabeça. Tentei segurar o riso, quando me dei conta que estava faltando alguém naquela sala.

— A onde está Elena? — perguntei atraindo a atenção novamente para mim.

— Não faço a mínima idéia. — Jade deu de ombros, parecendo indiferente. Indiferente demais...

A encarei desconfiada, franzindo os olhos.

— Jade você não demitiu Elena, né?

— Claro que não! — ela arfou de surpresa. — Eu sou apenas uma hospede nessa casa, mas você bem que podia demiti-la Sophia, tenho certeza que meu irmão não se importaria.

Seu sorriso se iluminou macabramente, arrancando uma risadinha de Meg que observava tudo calada.

— Não mesmo! Eu bem que queria, mas também só apenas uma hospede nessa casa. — a imitei, revirando os olhos. — Meg você sabe onde está Elena?

— Não senhorita. Elena apenas telefonou mais cedo informando que não viria trabalhar hoje.

A lancei um olhar de surpresa e voltei para meu crepe, muito desconfiada com o sumiço de Elena logo no dia do casamento de Marion.

— Estranho... Muito estranho. — Jade franziu o cenho antes de voltar a comer seus ovos mexidos.

~:~

— Muito bem, senhorita Salvatore acho que já temos o suficiente. — O delegado Stuart levantou de sua mesa.

Aquela era a segunda vez que eu dava meu depoimento sobre o que aconteceu.

Dois dias após a prisão de Marion, fui intimada a comparecer a delegacia para depor mais uma vez.

O delegado então me pediu para aguardar na sala de espera, onde Andrew e meu advogado me esperavam. Quando entrei no local Andrew perguntou se estava tudo bem, fiz que sim com a cabeça e me sentei em uma das cadeiras vazias do lugar. Fiquei mexendo na barra do meu sobretudo, começando a me sentir agitada e uma agonia tomou conta de mim.

Preciso vê-la.

Me assustei com a intensidade da urgência naquele pensamento, mas eu precisava entender o motivo de tanto ódio gratuito. Talvez eu tenha feito alguma coisa no passado inconscientemente que tenha a magoada, e desencadeado todo aquele ódio que Marion nutria por mim.

Aquela situação era tão absurda, que já não acreditava que o motivo de tanto ódio, era apenas por inveja. Aquele motivo era banal demais. Marion tentou me matar e eu queria saber o porque.

Passado alguns minutos o delegado Stuart entrou na sala para dizer que estávamos liberados. Uma ansiedade tomou conta do meu peito e antes que pudesse pensar no que fazia me levantei em um pulo assustando a todos com meu pedido inusitado.

— Preciso ver Marion! — falei de repente.

Os três homens me encararam com os olhos arregalados.

— Você ficou louca? — Andrew perguntou praticamente gritando?

— Olha Andrew eu sei que parece loucura, mas eu realmente preciso ver Marion. — Falei determinada. Estava agradecida por ele estar me ajudando, mas sua permissão não estava em discussão naquele momento.

— Sophia você não está pensando com a razão. — a urgência era evidente em sua voz.

Ignorando sua ultima fala, notei que o delegado estava ponderando meu pedido em silencio. Ele passou a mão pela a barba grossa antes de falar.

— Talvez fosse uma boa idéia uma acareação entre a principal testemunha e a suspeita.

— Não acho que seja boa idéia expor minha cliente em uma situação totalmente estressante como uma acareação. — Doutor Madison meu advogado se pronunciou pela primeira vez.

Olhei para ele impaciente.

— Tenho muitos anos de delegacia, conheço como a palma da minha mão perfis de criminosos como a da senhora Emerick. Está mais que claro que a senhorita Salvatore era o verdadeiro alvo da suspeita. — Ele direcionou seu olhar para mim. — Talvez sua presença a faça confessar.

— Ótimo, está decidido! — falei sem dá oportunidade dos dois homens argumentarem contra a minha opinião e a do delegado.

O homem pediu que um policial me encaminhar-se até os fundos da delegacia, onde ficava a sala de acareação. O delegado me garantiu que toda nossa conversa seria monitorada, e que eles estariam na sala ao lado acompanhando tudo.

Quando entrei no cômodo encontrei Marion sentada em uma cadeira com a cabeça baixa, seus cabelos negros formavam uma cortina cobrindo seu rosto. A sala curiosamente era dividida por uma grade, o que diminuía o risco de Marion me atacar, visto que ela se encontrava do outro lado da grade.

Fiquei paralisada na porta, encarando o fundo do lugar, tentando decidir se aquela realmente era uma decisão sensata. Criei coragem e terminei de entrar na sala, Marion continuou de cabeça baixa sem dizer nada. Naquele momento o silêncio se tornou a terceira pessoa naquele espaço.

— Mas que honra a minha receber a visita da futura marquesa O'Brien ou será Duquesa de Windsor? Já se decidiu minha amiga? — Ela falou ainda de cabeça baixa.

— Minha vida pessoal não te desrespeita, Marion. — respondi com a voz esganiçada.

— Sempre tão polida, impressionante como continua a mesma depois de todos esses anos. — Suas irís negras pousaram em mim, cheias de ódio. — O que a doce Sophia faz em lugar como esse?

Eu me sentei em uma cadeira que estava ali, caso contrario, corria um sério risco de cair. Estar de frente para Marion era como estar de frente com o próprio diabo. Olhando para ela, me perguntei como pude ter chamado aquela mulher de amiga um dia.

— Estou admirada com você, de verdade. — falei com a voz neutra.

Marion franziu a testa, uma expressão de curiosidade brotou em seu rosto, mas não disse nada. Claramente esperando pelo meu próximo passo, continuei falando:

— É impressionante que mesmo depois de todos esses anos, você ainda consiga me impressionar. — fiz uma pausa dramática. — Você realmente é uma caixinha de surpresas, Mari. — Falei com cinismo, queria fazer com que ela entrasse no jogo. Embora eu estivesse sendo sincera com tudo que disse. Marion realmente era uma caixinha de surpresas do mal.

— Você sabe muito bem que eu nunca fui uma pessoa previsível. — ela respondeu num tom de ironia.

Sorri com sua reposta.

— O que eu fiz pra você me odiar tanto? — soltei de repente a pegando de surpresa.

Ela deu uma risada sem humor, demonstrando tranqüilidade. Quem não a conhecia poderia pensar que ela estava calma, mas depois de todos esses anos sabia que ela estava furiosa. Eu estava desafiando Marion  a colocar a corda no pescoço. Está viva em sua frente era mais que uma afronta, era a prova de que seu plano milimetrado havia ruído.

— Eu não te odeio Sophia. — ela sorriu, visivelmente divertida com aquilo.

— Não?

— Claro que não! Eu nunca te odiei Sophia, nunca nutri nenhum tipo de sentimento negativo contra você.

Não pude evitar soltar uma risada irônica, recheada de tensão e incredulidade.

— Então por que tentou me matar Marion? — cruzei as pernas impaciente.

Ela sorriu, um sorriso macabro, um sorriso que fez todo meu corpo enrijecer.

— Acho que Scott precisa urgentemente trocar sua medicação Soph, está voltando a ficar paranóica. E se continuar assim, vai acabar voltando para o manicômio.

Minhas mãos suavam em uma intensidade impressionante. Eu precisei fazer um esforço sobre-humano para evitar que meu corpo tremesse de forma incontrolável e ela se desse conta do quanto me abalou com sua provocação.

— Ah não? E o que está fazendo ai atrás dessas grades? — retribuí sua provocação.

— Fui vitima de uma armação, minha querida. Mas logo, logo irei provar minha inocência. — gesticulou com as mãos algemadas, tirando a importância de sua atual situação. — Foi Giorgio que tentou te matar Sophia, não eu. É a ele que você deve interrogar, não a mim. Como pode perceber, sou apenas uma vitima do desequilíbrio emocional do meu ex-noivo.

Como?

A encarei, tentando entender suas palavras. Era aquilo mesmo o que eu estava ouvindo? Marion estava mesmo tentando colocar a culpa em Giorgio? Não era possível.

— E como você me explica aquela gravação? Onde você praticamente assume o crime e ainda tenta chantagear Giorgio.

Marion explodiu em uma gargalhada, em uma gargalhada composta por um cinismo profundo.

— Claro, a gravação. — ela se levantou e colocou a cabeça entre o vão da grade. — Preciso te contar um segredo. Um segredo em nome dos velhos tempos em que éramos melhores amigas. — sorriu maliciosamente. — Tudo o que eu disse naquela gravação, não passou de um blefe. Depois que Giorgio descobriu que você não morreu, ele ficou louco, descontrolado porque era para você ter morrido. Então, o Duque me agrediu e disse que cancelaria nosso casamento. Em um momento de desespero, ameacei a contar para a policia tudo o que sei sobre Giorgio, caso ele continuasse insistindo em cancelar nosso enlace. O que eu não imaginava, era que meu ex-noivo conseguiria me incriminar pelo crime que ele cometeu. — seus olhos brilhando com a certeza que tinha conseguido me enganar.

Engoli em seco, a esperança de fazer-la confessar se esvaindo completamente.

Me levantei da cadeira abruptamente. Sentia, em meu intimo, que de todas as coisas que ouvi sair de sua boca naquela tarde, aquelas eram as piores. Eu precisava sair daquela sala imediatamente ou senão teria um ataque de nervos.

Como alguém podia ser tão cínica? Tão desprezível? Tão suja? Marion era podre.

Dei três passos em direção a porta antes de senti uma forte tontura. Escorei-me na parede, com uma mão na testa tentando não cair.

— Cuidado querida para não surtar como surtou no dia de seu casamento. — a ouvir sussurrando do outro lado da grade.

Duas mãos me pegaram pelos ombros e uma voz masculina me perguntou, com urgência:

— Sophia, você está bem?

— Sim... Só me tire daqui... — pedi, tentando me recuperar.

— Sophia! — Marion gritou, quando viu que eu estava prestes a cruzar a porta. — Desculpe por Alex.

Referindo-se ao maldito professor, seu cúmplice na armação que transformou minha vida num inferno.

Coloquei meu sobretudo e informei aos seguranças que já estava de saída.

— E para onde você vai agora? — Andrew perguntou, enquanto o motorista de Caleb manobrava o carro na porta da delegacia.

— Visitar o verdadeiro responsável por tudo isso.

Sem esperar que respondesse, com ajuda dos meus seguranças atravessei a multidão de repórteres, loucos por uma declaração minha. Entrei no carro, partindo rumo as respostas que somente ele teria.

~:~

Acho que a ingenuidade da Sophia nesse capitulo merece um voto 😂

Estamos cansados de saber que Marion é uma mistura de Nazaré Tedesco com Rubi e Paola Bracho e que jamais assumiria o crime. Por mais que a Soph tenha tentado provocar-la, Marion manteve o controle e continuou mentindo.

A boa noticia meus amores é que o final da Marion já está escrito e prometo que vocês irão amar.

Beijos e até a próxima sexta.

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