Capítulo 33
FINALMENTE O DIA TRINTA E UM DE DEZEMBRO HAVIA CHEGADO. Aconteceu uma verdadeira transformação na nossa casa. Era surpreendente o encanto e a magi que criamos na sala e no jardim coberto. Flores brancas em grandes arranjos para todos os lados, arandelas espalhadas iluminando diversos lugares, velas decorativas deixando o clima mais acolhedor. Toda a decoração parecia um sonho.
Minha ansiedade em ver minha família, não me deixava começar a me arrumar para a festa que aconteceria mais tarde. Antonny finalmente autorizou a volta de papai para Toscana, e os dois embarcaram juntos em um vôo para região, mas por alguma razão estavam atrasados. O que aumentava ainda mais meu nervosismo.
Antonny e eu sempre fomos muito ligados, ele sempre foi à melhor parte de mim. Nos sempre tivemos uma cumplicidade invejável para qualquer outro casal de irmãos, não havia ninguém no mundo capaz de me compreender tão bem como meu irmão. Ele sempre fez o melhor que pode para cuidar de mim, e nosso afastamento era algo que me doía muito. Racionalmente, eu sabia que os motivos dele eram todos plausíveis, mas ainda assim doía. Doía demais.
— Ficar aí parada nessa janela, não irá fazer com que eles cheguem mais rápido. — A voz de Valentina chamou minha atenção. Minha prima apareceu com um vestido verde escuro de veludo, frente única com decote em v e uma escandalosa fenda na parte central da saia, me deixando de boca aberta. Ela estava linda.
— Oh meu Deus! — fui ao seu encontro. — Você está maravilhosa! — Comentei antes de abraçá-la.
— Grazie, amoré mio, mas tenho certeza que serei superada por você essa noite. — Ela deslizou a mão pela as ondas que meu cabelo havia formado depois de secar naturalmente. — Tio Gregório ligou para vovó agora a pouco. Não se preocupe, houve um atraso no vôo, mas estão todos bem. Já estão a caminho, chegarão ao inicio da festa.
— Graças a Deus. — suspirei aliviada.
— Então vamos começar a arrumar? Não temos tempo a perder. — Ela sorriu e piscou para mim e eu concordei.
Valentina começou a colocar seu plano em pratica. Ela decidiu começar pela maquiagem fazendo um cut crease dourado acompanhado de um delineado gatinho nos meus olhos, nos lábios ela optou por um batom nude rosado, fazendo a linha olho tudo boca nada. O vestido tomara que caia off- White de renda me transformou numa mulher provocante. O decote em coração deixava meus ombros completamente à mostra, e a fenda na perna evidenciava uma sensualidade que eu nem sabia que tinha. Os detalhes eram incríveis. Simplesmente perfeito. Combinava com o estilo e horário da festa. Decidi deixar meu cabelo solto, ele estava lindo formando uma cascata de ondas por minhas costas.
— Uau! Você está incrívelmente linda. — Valentina disse assim que me viu pronta.
— Obrigada. — respondi impressionada comigo mesma. — Vamos? — sugeri indicando a porta do quarto.
— Sim. — ela se virou sorrindo, e segurou meu braço. — Me dá a honra de te acompanhar primadona?
Eu não conseguia parar de sorrir.
— O que Marcus vai pensar quando te vi ao meu lado? — Ela sorriu maliciosamente.
— Que eu sou uma mulher de sorte por estar acompanhada da mulher mais linda da festa.
Nos duas gargalhamos juntas antes de sairmos do meu quarto. Do corredor dos quartos já era possível ouvir as vozes vindas da festa. Começamos a descer a escada e meu coração deu um salto, quando reconheci uma voz especifica entre as outras. Assim que terminamos de descer a escada, Valentina soltou meu braço rapidamente quando o viu.
— Antonny! — ela gritou de surpresa antes de correr e se jogar nos braços dele. — Como eu senti sua falta! Seu idiota, nunca mais troque a família pelo trabalho.
Antonny sorriu e a abraçou ainda mais forte.
— Também senti sua falta Vale. — sorriu ternamente.
Valentina e Antonny sempre foram muito próximos também, tinham sido criados juntos boa parte da infância quase como irmãos, e mesmo depois que mudamos para Londres, Antonny ainda fazia questão de passar todas suas férias na Toscana. Confesso que tive certa dificuldade em aceitar bem essa cumplicidade entre os dois, porque isso significava que precisava dividi-lo com ela. Mas com o passar do tempo, fui aprendendo aceitar melhor que meu irmão não era apenas meu melhor amigo, Valentina também o via assim.
— Papá! — gritei de surpresa indo o encontrar, me jogando em seus braços, tamanha era minha felicidade em ver-lo de volta em sua casa bem, fora de perigo, longe das preocupações que tanto o afligiam.
— Soph mia bambina! Estou tão feliz em te ver aqui em nossa casa. — Ele me segurava pelos ombros com delicadeza, nitidamente emocionado pelo momento.
A voz alta de meu pai fez Antonny soltar Valentina e levantar os olhos para mim. Senti meu sangue congelar.
Uma coisa era agüentar o gênio forte de Giovanny que me olhava sem demonstrar reação alguma no outro canto da sala, outra bem diferente era constatar que Antonny ainda estava magoado comigo.
— Eu também estou muito feliz por está aqui papá. — falei sentindo meus lábios expandirem em um sorriso quase infantil. Era tão bom vê-lo! Tão bom estar perto da minha família.
— Olá Sophia. — Antonny finalmente me cumprimentou como se nada tivesse acontecido.
De repente toda a saudade que senti do meu irmão explodiu no meu peito. Me joguei nos braços dele, exatamente como Valentina tinha feito.
Sem hesitar, ele me correspondeu, me segurou me afagou e me mostrou que sentia muito pelo nosso afastamento, mas que agora estava tudo bem entre-nos. Nossa conexão havia se restabelecido completamente.
— Eu senti tanta falta de você. — sussurrei, lutando para não chorar.
— Só ficamos sem nos falar por dois meses, pequena.
— Os dois meses mais longos da minha vida. — fiz uma careta estranha, para não chorar.
— Acho que alguém se esqueceu que eu estou aqui. — Falou aquela voz estridente que eu conhecia tão bem.
Kate apareceu com a mão na cintura fingindo estar irritada com Antonny por ter se esquecido dela. Estava linda vestida com um vestido tomara que caia vermelho que emoldurava seu corpo.
— Kate! — a abracei surpresa, eu tinha ligado diversas vezes insistindo para que ela viesse, mas disse que não poderia vim, pois estaria de plantão no ano novo. — Achei que não viria.
— Surpresa! — ela gritou quase me deixando surda. — Nossa, Soph, você está maravilhosa. Amei o vestido! Tão doce e sensual. — ela disse sorrindo empolgada.
— Olha só quem fala em sensualidade. Você está linda nesse vestido vermelho!
— Dizem que vermelho é a cor da paixão, isso é tudo o que eu preciso nesse novo ano. Vai que dou sorte de encontrar alguém interessante. — ela disse piscando o olho e sorrindo.
— Acho que irá consegui o que deseja. — olhei para Antonny que conversava com Martin e que não tirava os olhos de onde estávamos.
— Ah! Como é bom ter toda a família reunida! — Vovó Medina se pronunciou pela a primeira vez na noite. — Agora que tal irmos todos para o jardim está acontecendo uma festa lá fora, e os convidados continuam chegando.
Fomos todos animados para o jardim, a noite estava linda com um céu todo estrelado. O jardimcoberto estava todo iluminado, deixando o clima ainda mais especial. Definitivamente valeu a pena todo tempo gasto para organizar tudo aquilo.
— Boa noite, senhoritas. — a voz masculina de Martin chamou nossa atenção e nós viramos juntas. — Meu primo estava lindo em um terno slim branco, com camisa branca e gravata vermelha. Nosso queixo caiu na hora, e eu consegui ouvir o exato momento em Kate suspirou e Martin sorriu.
— Quanto tempo Martin. — ela o cumprimentou visivelmente envergonhada.
— Oi, Martin. — cumprimentei me divertindo com a situação.
— Nossa, prima, você está uma gata! — ele comentou, me olhando de cima a baixo. Depois se virou para Kate a olhando da mesma forma. — Vocês realmente estão muito bonitas, que minha irmã não escute isso, mas são as mais gatas da festa.
— Obrigada Martin. — Kate respondeu sorrindo boba.
Martin pegou uma taça de champanhe para ele e outra para Kate. Mas não demorou muito para sua atenção antes em Kate se focá-se em outra pessoa.
— Sophia, aquele ali não é o Andrea? Martin apontou para um dos diretores da vinícola.
— Ele mesmo. — confirmei, ao ver Andrea conversando com tia Pietra próximos a tenda principal.
Seu cenho se fechou imediatamente ao ver a mãe em uma conversa animada com Andrea.
— Com licença meninas, mas acho que preciso botar certo gavião para correr. — Martin levou a taça de champanhe à boca e virou de uma vez.
Meu primo nos deixou sozinhas, indo em direção aos dois como um leão pronto a atacar sua presa, me fazendo gargalhar com sua atitude. Não sabia que ele tinha tanto ciúmes assim de tia Pietra, era no mínimo curioso ver um galinha incurável tão puritano. Tia Pietra havia se divorciado quando Martin, Valentim e Valentina ainda eram crianças. Desde então ela se dedicou exclusivamente a criar-los se fechando totalmente para o amor. Sempre me perguntei por que ela ainda estava sozinha, mesmo depois dos filhos já estarem grandes, e agora estava começando entender um de seus motivos.
Kate e eu circulamos pela festa por quase uma hora, cumprimentando e revendo varias pessoas da cidade que eu não via há anos. Meu pai sempre aparecia ao meu lado, sorrindo feito um bobo. E fazendo questão de dizer a todos o quanto estava orgulhoso com minha gestão na vinícola.
— Sophia aquela não é sua avó? — Kate apontou para trás de mim e me virei para olhar.
Vovó estava dançando e cantando feliz segurando uma taça de vinho com a mão. Era engraçado e bizarro ao mesmo tempo ver-la dançando New Rules da Dualipa.
— Ela mesma. — confirmei rindo da cena.
Há muito tempo eu não me sentia daquela forma: feliz. Sentia-me completa por ver minha família e amigos felizes ao meu redor. Embora eu não soubesse como seria minha vida dali para frente, decidi não me preocupar com ela pelo menos naquela noite. Estava feliz demais para me lembrar do passado e de todas as pessoas que o envolvia.
— Finalmente encontrei vocês duas. — Antonny brotou do nosso lado com uma taça de champanhe nas mãos. — Kate realmente valeu a pena você nos obrigar a parar naquele hotel para se arrumar. Eu não disse antes, mas você está muito linda nesse vestido vermelho.
Meu irmão deu aquele sorriso, aquele sorriso safado que enlouquecia qualquer mulher que olhar-se para ele por trinta segundos. Olhei para Kate e vi o quanto ela estava abalada com seu elogio. O fuzilei com os olhos na mesma hora. Antonny não tinha o direito de brincar com os sentimentos de Kate aquela noite. Ela o amava, mas pelo visto o idiota nunca se deu conta de seus sentimentos. Agradeci a Deus quando vi Martín se aproximando de onde estávamos.
— Até que enfim encontrei vocês! — Martin gritou, vindo em nossa direção com duas taças de champanhe nas mãos.
— Não sabia que vovó tinha contratado um garçom galinha. — Antonny comentou com a voz sem humor.
Martin sorriu, nitidamente se divertindo com a situação. Não dando bola para o que Antonny tinha acabado de dizer.
— Kate que tal uma dancinha, só nos dois? — Martin disse piscando para minha amiga.
— Nem sonhando, Martin! — Antonny passou seu braço pela cintura de Kate a levando para a pista de dança.
Comecei a rir sem entender aquela cena. Antonny estava com ciúmes de Kate? Não era possível. Martin ficou parado observando os dois se distanciando em direção a pista de dança com um sorriso malicioso no rosto.
— Acho que isso foi um não. — ele falou entediado.
— Fique longe dela seu safado. — o ameacei dando um tapinha no seu braço.
— Ai! — ele reclamou. — Você deveria mesmo se preocupar é com Antonny que nesse momento está com ela em seus braços.
— Me entenderei com aquele safado depois. A propósito a onde está Valentim? — perguntei me dando conta que ainda não tinha o visto.
Martín suspirou frustrado.
— Conversando com Samantha, enquanto Giovanny tenta descobri alguma coisa sobre a vinícola com Verônica sua secretaria.
— Eu não acredito que Giovanny está...
— Calma priminha, até a onde eu percebi, ele não está interessado nos atributos físicos de Verônica. — Martín sorriu sem vontade.
Suspirei aliviada. Samantha não merecia que meu irmão fosse um bastardo com ela, era uma mulher boa demais para ele. Tão doce e tão amorosa, estava sempre preocupada com o bem estar da família. Giovanny tinha muita sorte por ter a encontrado.
— Ainda bem que Valentim não é como você e Antonny. — Levantei as mãos para o céu em sinal de agradecimento.
Ele colocou a mão no peito, fingindo indignação em um gesto exagerado demais.
— Verdade. — riu despretensioso.
Ouvir um beep vindo de dentro da minha bolsa. Era um sinal de uma notificação, assim que desbloqueei a tela do meu celular me dei conta do que se tratava. Era uma notificação de um tablóide inglês, noticiando que minutos atrás Giorgio Mc Loughlin e Marion, haviam aproveitado a grande festa de réveillon dada por ele em seu palácio, para anunciar a data que aconteceria o casamento dos dois.
Aquela noticia havia chegado para acabar com meu humor.
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Oi meus amores! Como perceberam sexta-feira não teve capítulo novo. Infelizmente não consegui postar devido a correria com o trabalho. Somente hoje consegui finalizar esse capítulo, a princípio iria postar na sexta, mas como iria ficar muito tempo sem postar decidi postar hoje.
Já aviso que o próximo será narrando a segunda parte da festa e que teremos uma treta gigante a caminho. Se eu consegui terminar-lo até sexta, teremos dois capítulos essa semana para compensar semana passada. Então torçam para que eu consiga se não o próximo será somente na sexta da semana que vem.
Aproveitando quero apresentar para vocês o restante dos membros da família Salvatore, que estão super presentes nessa segunda fase do livro.
Como eu amo essa família ❤️
E agora os modelos usados pelas primadonas.
Espero que tenham gostado do capítulo!
Um beijo e até o próximo ❤️
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