Capitulo 3

O que quer de mim Caleb? — O olhei friamente.

— Quero você. — ele respondeu impaciente passando as mãos no cabelo.

Que? Está louco? — dei um passo para trás, e acabei batendo minhas costas na parede. Você bebeu? Só pode ter bebido!

— Quero você. — falou arrogante, cruzando seus braços. E não, não estou bebado.

— Mas por quê? Já não foi suficiente todo o mal que me fez? — o indaguei furiosa.

Não acreditava que estava tendo essa conversa com Caleb, depois de tudo o que ele me fez.

Nesse momento ele se colocou rígido na minha frente. Ficamos calados por alguns segundos, o único som que se ouvia, era o de minha respiração ofegante. Ele então aproximou seu rosto mais perto do meu, olhando dentro dos meus olhos como se tivesse analisando algo. Calmamente subiu a mão pelo meu braço e tocou meu rosto de leve, então me disse:

O porquê não é da sua conta. Mas, para saciar sua curiosidade se aceitar logo saberá.

Está louco se acha que irei aceitar. sussurrei enojada.

Muito bem, então que seu pai fique sem dinheiro e na ruína. Ele gospiu as palavras com desprezo, o que me deixou mais irritada. — Sei que isso não fará bem ao seu coração, sob que está muito doente.

Desgraçado!

É verdade meu pai está muito doente. E o stress provocado por sua situação financeira, está prejudicando ainda mais sua saúde. Para piorar, ninguém está disposto a investir em um negocio em quebra.

Tem até amanhã para me dá a resposta baby. Eu a espero em meu escritório as 9:00 em ponto, e se aceitar terá mais detalhes. — Quando estava a ponto de interrompê-lo ele continuou. Mas, não crie falsas ilusões amor, porque isto não será igual à primeira vez.

Apos terminar de falar caminhou para seu carro sem esperar minha resposta e foi embora.

Meu celular tocou logo em seguida, olhei no visor e vi que era Antonny.

— Ei Tony!

Soph como está? Estou tentando falar com você há horas, onde estava? — Sorrio ao perceber que Antonny, continuava protetor igual quando éramos crianças.

Tony estou bem, fique calmo não aconteceu nada comigo. O tranquilizei. Como está nosso pai?

Antonny então ficou em silencio do outro lado. Pude sentir sua respiração ofegante, o que me deixou tensa. Depois de alguns longos segundos ele me respondeu.

Eu sinto muito Sophia.

Sente pelo o que Antonny?

Nosso pai assim que ficou sabendo da perda total de seus negócios, teve um infarto fulminante. Infelizmente ele não resistiu.

Fiquei em choque com o que ouvir. Senti uma dor forte cortando meu peito, e lagrimas começaram a brotar em meus olhos. Não podia ser verdade, eu o vi ainda ontem e ele estava bem, lutando pela vida.

Não... Não, não pode ser Antonny!

Mas de repente quando olhei para o lado, estava no velório de papai. Rodeada de flores, sozinha somente eu e seu caixão.

Oh papai eu sinto muito, por favor, me desculpe. Eu sou a culpada, fui eu que causei sua morte, me perdoa papai. implorei abraçando seu caixão fechado.

Eu te avisei Sophia. Você é a única culpada pela morte de seu pai. — Uma voz sombria me interrompeu.

Caleb! Não pode ser?! O que faz aqui? Me virei para encará-lo.

Ele estava parado logo atrás de mim, todo vestido de preto. Como de costume, estava com as mãos dentro dos bolsos da calça. Seu olhar sobre mim era um olhar de desaprovação, mas ao mesmo tempo era um olhar de ternura. Ele então caminhou em minha direção, estendeu sua mão direita para me ajudar a levantar. Segurei em sua mão e me levantei, ele me puxou para seus braços aconchegando minha cabeça em seu peito. O abracei forte e comecei a chorar ainda mais, ele então começou afagar minhas costas.

Eu sinto muito. ele sussurrou enquanto acariciava meus cabelos. Pode chorar o quanto quiser.

Eu sou a única culpada. — disse o agarrando ainda mais.

Claro que você é a única culpada. Se tivesse aceitado minha ajuda, seu pai ainda estaria vivo e seus irmãos não teriam perdido o herói deles. — ele deu um leve beijo em minha testa.

Eu sei...

Afastei-me de seu peito secando minhas lagrimas, mas senti seus braços me envolvendo novamente. Ele voltou a fazer carinho em meu cabelo, ficamos assim por alguns minutos, quando fomos interrompidos pelos meus irmãos.

Sophia. Gritou Giovanny. O que faz aqui? Você não deveria está aqui?

Virei-me para o olhar, ele estava visivelmente abatido. Com a roupa toda amassada, seu cabelo estava bagunçado. E seu olhar era um misto de tristeza e ódio.

Antonny apareceu logo atrás dele, estava vestido com seu jaleco branco que continha manchas de sangue. Soltei-me dos braços de Caleb e fui correndo o abraçar, mas ele me afastou com um arranco. Segurando firme meu braço, com uma brutalidade que nunca havia visto demonstrar antes.

Você Sophia é a única culpada. ele gritou com ódio, me acusando pela morte de meu pai.

É Sophia, você é a única culpada. — Uma voz feminina falou atrás de mim.

Kate. Balbuciei

Se tivesse aceitado a ajuda de Caleb seu pai ainda estaria vivo Soph. Scott me disse  aparecendo ao meu lado.

De repente, todos estavam caminhando em minha direção gritando "Você é a única culpada", me agachei novamente ao lado do caixão de meu pai e comecei a gritar para que parassem.

Não... Não... Não, parem, por favor!

~:~:~

Acordei assustada depois de um intenso pesadelo, toda molhada de suor. Lagrimas começaram molhar meu rosto, no momento que me lembrei com o que tinha sonhado.

Tentei controlar minha respiração que estava acelerada. E quando conseguir me convencer que aquilo tudo não passava de um sonho, a lembrança da proposta de Caleb apareceu na minha mente me atordoando.

Respirei fundo mais uma vez tentando reunir forças. Mas infelizmente esse pesadelo não era totalmente irreal. Meu pai ainda estava doente, e Caleb voltou a me procurar depois de cinco anos propondo algo absurdo.

Levantei-me em um pulo, peguei minhas roupas e me vesti. Caminhei devagar tentando fazer o mínimo de barulho possível. Não queria acordar Giovanny, e ter que explicar o porquê estava indo embora de sua casa às cinco da manhã.

Peguei as chaves que estavam em cima da mesinha e destranquei a porta. Desci as escadas correndo em direção a portaria de seu prédio. Sai na rua chamando um táxi.

~:~:~

Assim que entrei em meu apartamento, fui direto para o banheiro. Tirei toda minha roupa e, antes de ligar o chuveiro liguei para Antonny, mas a ligação caiu na caixa postal.

Então coloquei o celular na pia, e deixei que a água quente caísse sobre minha pele. Comecei a lembrar de meu pai, do quanto ele era maravilhoso, amoroso, alegre e comecei a chorar. Por mais que parecesse loucura, eu precisava aceitar a proposta de Caleb. Era a vida de meu pai que estava em jogo, e a idéia de perder novamente alguém que eu amo me apavorava.

Depois de chorar por alguns minutos, respirei fundo e sair do chuveiro. Coloquei meu roupão e me olhei no espelho do banheiro, estava com aparência abatida.

Caminhei até meu closet e comecei a procurar uma roupa adequada para ocasião. Não era mais aquela menina inocente de 20 anos que Caleb conheceu. Agora sou uma mulher adulta, uma mulher forte. Aquela Sophia ficou para trás e precisava vesti algo que demonstra-se isso.

Escolhi uma calça preta social flare, coloquei uma blusa de cetim bege com detalhe de rendas no decote, e por fim vesti um blazer preto. Nos pés calcei um scarpin preto com um salto mediano.

Borrifei um pouco do meu J'adore no pescoço e pulso. Como eu amo esse perfume.

Sair do closet em direção a penteadeira. Fiz uma maquiagem leve evidenciando somente meus olhos verde. Tive um pouco de trabalho para neutralizar as olheiras, mas no final ficou uma pele perfeita. Para os lábios escolhi um nude cor de boca, que era perfeito para a ocasião, já que batom vermelho estava fora de cogitação. Soltei o coque que prendia o meu cabelo, deixando uma cortina loira sobre minhas costas.

Olhei no relógio e já eram oito horas da manhã. Peguei o cartão que ele havia me entregado com o endereço do seu escritório. E fiquei olhando para aquele endereço, tentando me convencer de que aquilo era a coisa certa a se fazer.

Caleb O'Brien

193 Brompton Rd, London SW3 1NE, Reino Unido.

Vamos Sophia! Peguei minha bolsa, tranquei a porta e caminhei ate o estacionamento do meu prédio.

Ainda dá tempo de desistir...

O pouco que ainda me restava de razão gritava em minha mente, tentando me fazer recuar. Mas, eu não poderia desistir, a vida de meu pai e o bem estar de minha família dependiam de mim. Querendo ou não a proposta de Caleb era a luz no fimdo túnel, o milagre que Giovanny tanto esperava.

Respirei fundo, entrei no meu carro e fechei aporta. E daquele momento em diante, espantei todas as sombras de duvidas que queriam me fazer desistir. Então dirigir ate o local como um touro caminha para o abatedouro.

~:~

Gostou do capitulo? Então não se esqueça de votar! Bjs =) 

Bạn đang đọc truyện trên: AzTruyen.Top