Vindo para nós (Bônus)
Notas iniciais:
Hoje é meu aniversário mas o presente é para vocês!
Me mimem muito pois eu oficialmente já posso ser presa!
Vindo para nós
Eu amava Draco Lucius Malfoy.
E constatar aquilo foi extremamente fácil.
Parte de mim acreditar que aquele dia em setembro, quando aninhei-me em seu corpo e sem pensar muito comecei a traçar caminhos por seus braços foi o dia da constatação, mas eu sabia que não. Draco sempre foi alguém no mínimo sublime e marcante na minha vida, tanto para o bem quanto para o mal. O fato era que ele atraia minha atenção.
Draco tinha algo, era inexplicável, era uma aura, um magnetismo. Não importa onde esteja, o que estava fazendo, se ele passa próximo a ti, você olha, se ele falasse com você, você teria que o responder. Poderia ser sua postura impecável, seus cabelos quase platinados brilhosos, o nariz arrebitado, o corpo esguio, a forma que gesticula ou como demonstra, de forma sutil, que se importa, francamente não importava, ele por inteiro chamava atenção.
Amar ele era muito fácil pois ele tornava aquilo tão simples quanto olhá-lo.
E você sempre estaria o olhando, pois era impossível não prestar atenção nele.
Gostava de lembrar dos nossos dias na mansão. Quando fui para lá, minha vida estava uma verdadeira zona, o ministério estava me obrigando a dar declarações e assinar uma imensidão de papéis, haviam jornalistas me seguindo procurando uma exclusiva, minha família ficava me sufocando por preocupação e ainda tinha meu relacionamento estranho com Gina. Eu quase desejei voltar nos dias de luta, quando o mundo tinha outra preocupação que não minha vida. Era egoísta, eu sabia que nunca desejaria voltar a época de guerra, mas também tinha consciência que mais dias como aqueles e não teria mais Harry Potter para eles deitarem e rolarem em cima.
Aí houve o atentado A'Toca, onde Gina saiu imensamente ferida e o Profeta divulgando a localização da sede da ordem, tudo conseguiu piorar de forma considerável. De repente eu estava em uma reunião da ordem para eles resolverem minha vida. E eu nunca quis tanto gritar com as pessoas que amava como naquela tarde.
— Ele não está seguro aqui! — Molly falou batendo a mão na mesa.
— E para onde Harry poderia ir? — Sirius respondeu em tom de desafio.
— Mansão Malfoy. — Remus respondeu baixo porém seguro, fora o único a me olhar buscando aprovação em sua fala, mesmo que eu estivesse pasmo demais para dar ou negar.
— Como? — Lembro de todos na mesa gritarem em unisom.
Depois disso a reunião virou um verdadeiro inferno, mas Remus foi sensato e havia muitos argumentos, o local era amplo, o que dificultava os ataques, havia tanto feitiços de proteção quanto era possível, estava tendo ronda semanais com aurores e a lareira estava ligada com o ministério. Haviam poucas chances de dar errado e se desse haviam muitas saídas.
No fim, Hermione me convenceu e Lupin fez Sirius dar o braço a torcer. E depois de três dias de muita discussão e poucas concordâncias, eu estava caminhando em direção às enormes portas da Mansão Malfoy.
Voltar ali foi desconfortável, não haviam boas memórias sobre o lugar. Mas ele estava diferente, parecia mais alegre, o jardim estava mais florido e ocupava todo espaço que um dia fora grama podada. Não pude deixar de notar dois pavões andando na lateral da mansão, muito menos de fazer uma careta para aquilo, pensei que era apenas um boato infundado mas ali estava a prova vida, plumada e colorida daquele exagero sobre os Malfoy.
Quando eu pensei sobre ver Malfoy depois da guerra, apenas duas imagens vieram em minha mente, na primeira ele estaria deslumbrante, tão impecável que me faria questionar que um dia tivemos problemas com um lunático, ele estaria usando terno em casa e seu perfume me faria espirar, na segunda, o imaginei definhando, tão mal que poderia quebrar, estaria em pijamas, barba por fazer, enormes bolsas arroxeadas abaixo dos olhos e eu faria ele comer na força do ódio. Com isso em mente, foi chocante encontrá-lo neutro, ele parecia aéreo, morno, como se tivesse perdido as forças mas continuasse no automático, e aquilo foi assustador.
Sendo franco, fiquei aterrorizado com aquela imagem tão amena e branda dele.
Talvez, eu já tenha ido ao seu encontro esperando algo a mais, uma centelha dos dias de Hogwarts, ou até mesmo o fervor dos olhos acinzentados. Algo que me despertasse a vivacidade o qual vivi minha vida desde os onze anos, era ruim o suficiente colocar tanta expectativa em alguém mas não ser atendido quanto a elas foi ainda pior.
Draco argumentou sobre minha estadia, e foi reconfortante saber que ele ainda tinha sentimentos dentro dele, mesmo que os de aversão a mim. O escutei fazer comentários ácidos sobre a guerra, já tive piores, era como se referia aos tempos sombrios, e eu achei aquilo fascinante, era engraçado de uma forma amarga e sôfrega. A expressão de dor no rosto de Narcissa quando ele as soltava era de dar pena mas o sorriso presunçoso que o loiro possuía ao finalizá-las era encantador, havia a sombra da dor em seus olhos, porém todos que estiveram na guerra, não importava o lado, a tinham, e nele era quase sexy.
Foi realmente muito fácil me prender nas mínimas coisas que o cercavam. Fácil demais.
Seja a forma que cruzava as pernas sempre jogando a esquerda por cima da direita, como mordia o lábio inferior ao ler algo tenso mas prendia o superior entre os dentes para conter uma risada, ou como parecia estar em outro universo enquanto encara o vasto jardim da casa era como se sua mente vagasse, eu daria uma enorme quantia do cofre Potter para saber o que passava em sua mente. Eu odiava como Draco parecia tão perdido e triste olhando as flores, por isso que sempre ficava mesmo com ele me expulsando. Ficava sentado ali na expectativa que compartilhasse suas dores, ou pelo menos que a companhia as tornasse menos insuportáveis.
Sem questionamentos, apenas companhia.
Quando descobri do talento do loiro para o desenho, não tive reação, a forma singular e delicada que cada pessoa e objeto estava impressa no papel era tão envolvente, doce, sim, era doce e amável como ele capturava a essência das coisas. Principalmente da sua mãe e das flores, Draco desenhava tantas flores que eu me questionava se ele as inventava ou eram verdadeiras. No dia que o convenci a me desenhar, quase morri, ele era praticamente o pecado encarnado enquanto mordia o lápis, franzia as pálpebras analisando os próprios traços e quando Draco me fitava com fervor, me analisando...eu poderia me derreter ali mesmo. Mas o pior de tudo, com certeza, era quando seus ombros doíam e ele pendia a cabeça para trás, os fios loiros dançavam ao redor do rosto. Era uma imagem muito sensual. Quase erótica, eu gostaria de me sentir mal quanto a desejá-lo dessa forma, mas não sentia, não havia remorso sobre meus sentimento a ele.
Eu realmente gostava muito de estar ali. Tanto que era preocupante.
Gostava de ler com ele, comer ao seu lado, de estar com ele.
E era muito fácil notar isso quando minha vida e rotina estavam girando em torno da rotina e vida de Draco. Às vezes me perguntava se não havia voltado ao sexto ano quando fiquei obcecado por ele, era quase igual o frenesi, a diferença era que não ficava escondido o vendo agora eu ficava ao seu lado, e aquilo era infinitamente melhor.
Era tudo tão meu e dele.
Algo nosso, nossa rotina, nossos trejeitos, nossas piadas internas, nossos códigos.
Um mundo nosso.
Foi muito difícil voltar à realidade.
Chegar na casa de Andrômeda e lembrar que nem todo mundo ali passou meses conhecendo Draco foi um balde de água fria, voltar a ver Draco distante doeu, perceber como ele estava mal e não poder fazer nada foi frustrante. Eu queria tanto que ele fizesse parte da minha vida, que meus amigos o conhecessem, que entendessem o que eu falava nas cartas, eu queria tantas coisas de uma vez, mal percebi quando ele passou de mal para muito mal, fui inconsequente, o trazendo para o ninho do furacão enquanto nós dois ignoravamos nosso quase beijo, o que já era normal, vivíamos tendo climas assim, nem ficávamos mais tão constrangidos quando ocorria. Era como brigar, tapar buracos com a mão de um barco afundando.
Mas algo naquele beijo do natal pareceu diferente. Totalmente diferente de conexões com o olhar e uma proximidade dolorida.
Ele parecia quase necessário, eu só conseguia pensar nele, nem o frio me incomodava, meu mundo tinha parado e agora ele era formado pelos olhos acinzentados de Draco. Era incrível ter esse tipo de campo magnético entre nós, como dois imãs se puxando. Cortar aquele clima foi quase estupido. No entanto, o fizemos, e depois ele rejeitou meu toque e fiquei me sentindo sujo, como se eu o quisesse beijar naquele momento de fragilidade, como se eu estivesse o usando.
Me senti muito mal, nem pude olhá-lo nos olhos depois daquilo, ele não precisava de outro par de olhos em si também, todo mundo não tirava os olhos dele, e de Narcissa, pareciam impressionados com qualquer coisa que eles faziam, praticamente em choque pelas demonstrações de amorosidade, mas eu via aquilo todo dia, o carinho e afeto de um com o outro, para mim era apenas fofo. Eu pensei que as coisas dariam certo, acreditei que as pessoas iriam o deixar em paz e que Narcissa daria conta da situação, mas ela tinha os próprios demônios. Eu não considerei aquilo quando fui cuidar dos meus. Quando fui terminar com Ginny.
E a partir dali tudo mudou. Não, seria um equívoco dizer que as coisas mudaram simplesmente pois terminei o que já estava acabado com Ginny, as coisas haviam mudado muito antes, antes mesmo de eu pisar na mansão. Assim como eu mantive expectativas sobre rever Draco eu me iludi sobre meu falecido relacionamento, e não poderiamos culpar ninguém além de nós mesmos.
E tudo soou bem, a ruiva foi compreensiva, e honestamente não esperava algo diferente do sorriso ladino dela e o pedido de um último beijo. Aceitei a proposta de forma impensada, a beijando. Eu não senti nada, não houve a excitação costumeira, não teve as borboletas no estômago, eu só pensei em Draco ao terminar. E para meu arrependimento lá estava ele, vendo a cena. Trágico. Não existia outra palavra para descrever.
Minhas pernas fraquejaram, quis vomitar enquanto me sentia o pior dos homens. Um traidor. Mas meus olhos não saiam do seus enquanto via ele dar uma desculpa e sair correndo da cozinha.
Eu não conseguia tirar a expressão dele da mente, tentei me distrair conversando com todos os meus amigos que eu não falava a meses de forma presencial, esquecendo um pouco da dor de cabeça e do sentimento de perda. E quando pensei que as coisas iriam melhorar, veio a troca de presentes, e todo mundo começou a olhar para Draco com expectativas, cobrando por algo que ele não tinha obrigação de dar, e eu percebi finalmente as razões para ele não querer estar ali.
Aquelas feições penosas e esperançosas, como quem aguardasse um show, um discurso de perdão. Finalmente caiu minha ficha das razões que o levaram a preferir a mansão vazia e estar ali, fez um pouco mais de sentido na minha cabeça conturbada. Mas todos estavam tentando serem agradáveis e ter um bom natal, estavam sendo evasivos eu concordaria e eu não entendia o porquê dele não poder fazer o mesmo. Me arrependo tanto disso. Eu deveria tê-lo ajudado, agradecido pelo endereço, feito algo bem diferente da discussão sobre os holofotes. Draco não merecia mais aquela dose de atenção sobre ele.
Mas eu estava com a cabeça cheia, com uma enxurrada de sentimento e como sempre, não pensei antes de agir, meu coração o queria próximo e minha boca não sabia se fechar. Então ali estava eu, trocando palavras hostis com ele, sendo o mais evasivo de todos e o acusando. Fazendo tudo bem diferente do que almeja ao querer cuidá-lo.
Eu vi o brilho de lágrimas em seus olhos, escutei quando pela primeira vez nesses meses ele escolheu me chamar de Harry, logo nessa situação, nesse dia. Draco também foi cruel.
Depois que ele foi embora, os olhos se viraram para Narcissa, porém Andrômeda foi bem mais eficaz que eu, contornando a situação. E eu só consegui ir até o quintal, me sentindo inquieto. Queria ir atrás dele. Eu deveria? As imagens da mansão já se formavam em minha mente pronto para aparatar e talvez ser chicoteado para fora pelos feitiços de proteção quando Hermione e Ronald chegaram, me acalmando.
Lembro que antes mesmo das lágrimas terminarem de se formar Hermione já estava do meu lado, com uma xícara de chocolate e Rony vinha atrás com duas mantas.
Eu acabei desabafando. Falando tudo, desde como eu gostava dele, como o achava bonito e como ele ficava extremamente fofo depois de desenhar, quando seus cabelos ficam bagunçados de leve e as bochechas vermelhas dele ficar esfregando a mão no rosto. E quanto mais eu detalhava a cena, mais ficava corado e liberava pequenas lágrimas que vinham caindo pelo excesso de emoção guardada, mas não conseguia parar, eu era uma matraca, tagarelando sobre o garoto que eu gostava. Se eles acharam ruim, nada disseram, apenas me ouviram calados. No fim, Hermione falou que nós tínhamos vivências diferentes, que Draco tinha muitos mais problemas passando pela mente do que transparecia e eu teria que ser paciente se quisesse que aquilo fosse em frente.
Coisa que eu não era nenhum mestre.
Mas eu tentaria com afinco.
Daria tudo de mim para ser o que Draco precisava, não o que evitava.
Assim o fiz, mesmo surtando internamente, aproveitei os dias com meus amigos, tentando uma ou outra aproximação e foi péssimo ver ele praticamente fugir de mim.
Mal notei quando chegou o ano novo, lembro apenas de várias cartas de Cho chegando e Gina clamando para Molly deixar irmos para aquela festa. E não tenho certeza se agradecia o fato de ter ido ou batia minha cabeça na parede mais próxima.
Ver Malfoy naquela roupa foi chutar para longe toda e qualquer dúvida que eu tinha sobre me sentir atraído por ele, se é que ainda existam. Ele estava um pecado, bem próximo da minha primeira imaginação sobre revê-lo. Draco estava lindo, era só o que minha mente repetia e grudado em Pansy como carrapato, outro fato que minha consciência não me deixava esquecer.
Eu sentia ciúmes deles. Muito. Não tinha como negar, vê-los sendo cumprimentados como casal, ouvir os comentários sobre o antigo namoro deles e as especulações do retorno do casal estava fazendo meu sangue ferver, eu queria muito puxá-lo em um canto, confrontar sobre isso, talvez amassar aquela roupa toda alinhada e sentir o perfume dele, amava os perfumes de Draco, minha imaginação vira e mexe divagava sobre qual de sua coleção ele escolheu para desfilar com a nova-velha namorada. E não poder fazer aquilo me deixava ainda mais possesso.
Draco Malfoy era bonito demais para sua própria sorte, e aquela calça com cós estilo corselet que delimitava sua cintura me desviava de qualquer pensamento coerente. Mas aquilo era apenas uma das razões da minha mente estar aérea.
Em um segundo ele estava ali, no outro não, só o vi novamente quando todo mundo se reuniu em uma roda estranha em alguma dança tradicional bruxa, Gina falou que era divertido mas eu não me diverti nenhum um pouco vendo Draco e Pansy se roçando para todo o mundo bruxo ver. E mesmo ele ficando muito sensual dançando, e que eu nunca tenha visto um casal dançar com tanta maestria, meu estômago revirava em ciúmes, enquanto minha mente repetia que poderia ser eu ali, e a outra voz ria, falando o óbvio, eu nunca conseguiria guiar muito menos fazer metade do que Parkinson estava fazendo com as pernas, nem sobre imperius.
E morto de tesão e ciúmes, pedi para conversar com ele, sendo rejeitado.
Doeu muito.
Ainda mais ao ver ele batendo em retirada com os amigos em seu encalço.
Eu gostaria de ser o homem que o apoia, mas ali estava eu, indo atrás dos meus amigos após levar um pé na bunda, uma ótima maneira de se iniciar um ano.
No fim, minha virada, veio recheada de muito álcool e piadas sobre minha nova desilusão amorosa vinda pelos gêmeos, o que era bem engraçado na verdade, era literalmente dois Weasleys falando como o belíssimo Malfoy deixou Harry Potter desolado usando de uma imitação fajuta que eles interpretavam de mim envolvendo óculos feitos com as mãos e uma cicatriz de canetinha. Foi um bom réveillon mas poderia ter sido bem melhor, se um certo loiro estivesse deitado no meu colo ali no imenso jardim dos Weasley invés de Fred muito bêbado, preste a se vomitar e me sujar no processo. Era pedir muito, eu sabia, mas pedi com muito afinco que essa fosse minha realização do novo ano que se iniciava. Ter Draco comigo em momentos triviais e especiais.
No outro dia, minha cabeça girava em todas as direções e meu estômago não suportou guardar todo aquele álcool por mais nenhum segundo, logo, dia primeiro começou com uma sinfonia de vômito por parte de toda a população ruiva bruxa de londres em todas as pias, vasos e vasilhas da casa. Nem mesmo o senhor Arthur escapou, vomitando no corredor por não chegar a tempo, levando uma bronca de Molly. Foi engraçado e nojento a mesma medida.
Hermione foi a salvadora da pátria, entregando uma garrafinha de poção para ressaca para cada integrante da família. E tomando a própria, mesmo que ela fosse a menos acabada junto de Molly, no local.
Eu não viveria para agradecer tudo que ela já fez por mim. Ainda mais quando ela teve a delicadeza de preparar uma extra e me mandar entregar a Draco.
Minha cabeça ainda doía, não mais de ressaca e sim de peso na consciência, a cena da noite anterior me trouxe o momento no natal o qual beijei Gina. E se para mim tinha sido horrível o ver com Pansy a noite inteira, imagine ele que me viu beijar a ruiva. Eu não falaria comigo.
— Podemos conversar? —Assenti. — Gina me falou do beijo no natal, e que Malfoy viu.
— Ah.
— Você deveria conversar com ele. Dê a poção e converse com ele, ah, Remus lhe enviou uma carta. — Hermione afagou meu ombro em forma de reconforto.
Eu cogitei seguir o conselho, e pareceu um bom plano, aqui, em minha mente, na domas seguras dos meus pensamentos. Mas aí, eu até cheguei na mansão determinado, ignorei o terno de Zabini no chão da sala e o salto de Pansy próximo da escada, mantendo a coragem, porém ao vê-lo de ressaca só pude entregar a poção e bater minha cabeça contra o batente em frustração. Eu era um idiota. Era só dizer, talvez não tudo, eu não precisava de um pé na bunda verídico, entretanto eu devia uma explicação sobre o natal e a chance de retornarmos a amizade.
Quando voltei a Toca, mal pude me explicar com coerência a minha amiga de tão constrangido, acabei tropeçando escada abaixo e ficando pendurado pelo suéter no corrimão. No fim, meu suéter favorito, entregue por Lupin a tantos anos atrás, estava todo rasgado na gola onde meu peso ficou sustentado e a parte gasta da lateral abriu também.
Uma verdadeira tragédia.
Eu tinha começado o ano com os dois pés na porta, caindo de bunda em seguida.
A única coisa boa daquele dia foi a visita dos meus padrinhos e a notícia que iriam morar juntos. Era muito bom observá-los tentar retomar aquele romance e paixão juvenil, fazendo e concretizando planos que foram interrompidos pelas insanidades de Voldemort. Eu gostava de vê-los juntos, era sempre reconfortante o fato deles ainda se amarrem e estarem lutando contra o tempo perdido e as cicatrizes. Era romântico e encorajador.
Lembro de ter ficado cabisbaixo, lembrando de Draco. Será que algum dia poderíamos ser igual a eles? Ou ele arrumaria outro alguém para ajudá-lo nos tempos difíceis?
Com isso eu voltei para a mansão. Esbravejando minha burrice e clamando por uma solução, seja do sobre meu suéter anteriormente destruído ou para aquele aperto no peito. Não esperava que ela viesse por meio de Draco, infelizmente ele não resolveu o problema que eu mais almejava, o nosso, porém mais uma vez ele veio em minha surpresa, se prontificando a costurar aqueles rasgos, a forma delicada e atenta que ele fazia a tarefa me fez sentir amado. Ele costurava com afinco, muito preocupado com os acabamentos.
Eu amava como ele exercia todas as coisas que se propunha com maestria e exatidão.
Afinal, aquela era maneira dele de mostrar que se importava com quem tinha afeto, e havia algo em mim se aquecendo só em constatar que eu era uma delas.
Quando ele terminou aquilo e um sorriso orgulhoso fino se formou em seus lábios eu só pude retribuir o gesto enquanto meu coração dava solavancos.
Como um bobo apaixonado. Céus, eu já estava completamente perdido. A constatação ressoou como um trovão.
Eu achava que estava tudo bem, eu poderia lidar com aquela paixão, eu poderia surtar internamente enquanto o tinha na minha vida. Foi o que pensei, ao menos até ele me lembrar dos livros e aquele momento ficar com cara de despedida, uma ficha muito dolorida caiu naquele momento. Era o fim. Nosso fim. E estava doendo, como se tivessem me arrancado algo tão rápido quanto haviam me dado. Tirar doce de criança, foi como Ron descreveu o sentimento que me deixava em farrapos.
Ele estava pondo um ponto final naquilo que éramos, tão singelo e delicado quanto o próprio era, estava sendo aquele término. Iríamos para Hogwarts e as coisas voltariam ao normal ou o mais normal para os outros que conseguíssemos fingir, pois meu normal era tê-lo, esse era o recado que ele me passava, não haveria nosso normal. Mas ele nunca iria entender o quanto quis gritar que o normal era a gente junto, fazendo nossas coisas, unidos. As coisas estavam redundantes em minha mente.
Sai daquele quarto antes que meu sorriso pequeno e dolorido virasse lágrimas ou palavras estúpidas.
Não consegui dormir, e resisti a muito pouco à vontade de ir para a Toca em busca de alguns conselhos profundos de Hermione. E devo, minha perseverança só ocorreu pois uma melodia muito bonita chegou no meu quarto na Mansão.
Em passos leves caminhei até o quarto de Draco, local onde a música vinha bem alta e duas vozes faziam fundo para a gravação. Seguindo todos meus instintos curiosos e impulsivos, olhei para dentro do quarto tendo a visão mais adorável que meus olhos foram abençoados a ver. E nunca falaria a Draco, mas eu não me contive a tirar a uma foto trouxa daquilo, e a foto era perfeita, pegava um sorriso aberto dele e uma Narcissa em meia lua do giro o qual o filho a dava, com os cabelos bagunçados e um sorriso tão leve e grande quanto o de Draco. Eu guardaria aquela foto para o resto da minha vida. Talvez se um dia casássemos esse fosse o meu presente de casamento para ele.
Fiquei ali os observando dançar e cantar aquela música em outra língua, até já sorria com eles, e parecia que a música nos fazia companhia na felicidade, quase sorrindo junto. Mandei um pequeno áudio no grupo do Trio, apenas para descobrir o nome, nem pensando em todas as perguntas que viriam em contrapartida. Eu não me importava, eu precisava saber o nome e a letra da música que ficava perfeita na voz do loiro que eu amava.
Amor.
Foi a primeira vez que me peguei pensando nele ao se tratar de Draco. Não paixão, nem gostar. Eu o amava. E não senti pânico, nenhuma espécie de surto ou euforia incomoda, apenas uma doce paz ao constatar algo bom.
No dia seguinte, o procurei pela mansão inteira, até topar com Narcissa, ela possuía um sorriso muito malicioso nos lábios, quando a perguntei dele, e era realmente assustador quanto as mães pareciam saber, lembro das minhas mãos suando enquanto era analisado por seus olhos afiados. Ela me instruiu a deixar no quarto dele o presente, já que agora Draco praticamente virava noites no escritório, fato esse que pareceu desgostoso a ela porém um tanto de orgulho podia ser visto ao lado ao mencionar, então eu aceitei a sugestão, abrindo mão do meu final, pois eu queria muito o ver antes de Hogwarts aos meus termos. Eu gostaria de vê-lo novamente, talvez abraçá-lo uma última vez, e ao notar que não iria acontecer minha boca ficou amarga.
Coloquei o embrulho contendo o livro com meu coração pequeno, clamando por uma chance de vê-lo normalmente com a mesma transparência dos dias da mansão. Mesmo sabendo que não iria ocorrer. Eu deixei a esperança no fundo da minha mente, mas a deixei comigo, para mim sempre carregar não apenas as memórias como a centelha de um futuro.
Os dias seguiam comuns, eu estava ansioso para ir ver minha avó, minha parte Evans viva que não me desprezava. Não podia deixar de pensar em Draco ao aparatar próximo do asilo que ela vivia. E durante a tarde inteira, o qual joguei xadrez e tomei chá com a senhora, não pude querer mais o Malfoy ao meu lado. Era quase penoso como minha mente sempre associava tudo a ele o desejava ali. Eu poderia dar desculpas, como só o associar a tudo pois ele achou o endereço, mas nem eu acreditaria nisso, eu o queria ali, só isso.
Seria bom tê-lo ali, até se fosse para tirar uma com a minha cara toda vez que ela me chamasse de James, ou de cabeludo, ou que me oferecesse um pente. Eles se dariam bem, havia uma perspicácia e sarcasmo na senhora que também me lembrava ele.
— Está esperando alguém, filho? — A senhora perguntou enquanto levava a xícara de chá aos lábios, quase despretensiosa, quase.
— Não exatamente, vó. — Preferi deixar a porcelana longe das minhas mãos trêmulas.
— Dá próxima vez traga consigo.
— Pode deixar. — Sorri sem graça quando ela afagou meu cabelo.
Ainda fui visitá-la duas vezes antes de ir a hogwarts, levando sempre meus amigos juntos. Quase fomos expulsos da casa de repouso porém foi ótimo. Até a vovó parecia concordar ao chantagear o enfermeiro a nos deixar ficar mais algumas horas após o término do horário de visita. Ela me fez prometer retorno, não que precisasse, eu viria sempre que possível. Foi meio difícil explicar as razões que me impediram de vir antes e sobre a mamãe, mas Hermione foi muito mais perspicaz que eu.
O que me lembrava do ato mais confuso e estranho que ocorreu durante aquelas férias: a descoberta de Hermione beijando Pansy no chão da sala dela. Eu poderia facilmente viver sem aquilo. E o pensamento era o mesmo para as lamúrias que aquilo sucedeu, tive que aturar os surtos de Hermione até o vagão no dia de retorno a Hogwarts, ela estava tendo uma síncope nervosa só de se imaginar sendo ignorada pela morena. Era ridículo e fofo ao mesmo tempo, eu queria rir e bater minha cabeça na mesma medida.
Para sua felicidade o único ignorado fui eu, pois ela recebeu uma visita especial antes de chegarmos na escola, enquanto eu tive que me contentar com um cumprimento ameno e Pansy em seu encalço. Mesmo com meu coração batendo feito louco no peito e aquela centelha de ciúmes, irracional agora que sabia do lance dela entre minha amiga, me contive em continuar a andar com a expressão azeda por aí.
Resolvi que um trauma era o suficiente quando se tratava de ver seus melhores amigos beijando outras pessoas, então saí pelos corredores do trem olhando de forma nada discreta em busca de um certo sonserino assim que Pansy pisou em nossa cabine sendo tão discreta quanto eu ao dizer que Zabini não estava na cabine deles. Eu até gostava dela quando não estava enroscada em Draco.
Por trás do vidro observei ele dormir serenamente contra a janela, Draco se abraçava e parecia com frio. Não contive o impulso que me fez tirar a jaqueta e cobri-lo, ao entrar no lugar com passos leves. Ele parecia um anjo dormindo com os feixes de luz que vazavam das árvores passando por seu rosto pálido e lábios rosados. Draco era lindo demais, uma obra de artes em cada detalhe. Sem pensar muito, deixei um beijo suave em sua testa com meus lábios.
Voltei à minha cabine quase em pânico. Céus, eu havia perdido todo e qualquer controle daquilo, eu mal conseguia resistir ao impulso de ir até ele, e de repente eu estava tendo uma crise nervosa imaginando que Draco tacaria a jaqueta na minha cara me olhando com escárnio ou só mandaria Pansy me entregar ela, imaginei todos os cenários possíveis. Para no fim receber uma piscadela que por muito pouco não me fez tropeçar.
Draco Malfoy possuía aquele viés louco de sempre me surpreender, não importava o assunto. Então eu deveria talvez esperar que ele fizesse algo sobre eu ter posto minha jaqueta em si, mas eu nunca conseguiria ter criatividade suficiente para acompanhá-lo, e nem queria, meu estômago não saltaria assim se eu soubesse que ele vestiria a jaqueta de couro, ficando estupidamente lindo, ou saltasse sim, afinal Draco Malfoy com vestes trouxas e o cabelo bagunçado de forma charmosa mexeria com qualquer um, até os avisados.
As semanas em Hogwarts foram se arrastando de forma dolorosa. Eu corria atrás dele e ele fugia de mim, eu o via pelo mapa se esgueirar de mim, e aquilo doía pra caralho.
— Eu sei que você quer conversar com ele, mas pelo que você conhece de Draco, quanto essas investidas darão certo? Digo persegui-lo e prensá-lo na parede. — Pansy comentou enquanto recebia um cafuné de Hermione no meio do salão comunal da grifinória. Discretas, era o que ambas diziam, quis rir mas não o fiz pois Parkinson estava caçoando de mim. — E digo prensar no sentido chato.
— Não fazer nada também não vai dar certo. — Retruquei com mau humor jogando minha cabeça no estofado.
— Sabe, vou te ensinar uma palavra nova, Potter, paciência. — Pansy caçoou novamente e eu quis tacar uma almofada nela, Hermione colocou a mão na boca para não rir, eu tacaria uma almofada em ambas.
— Vocês não entendem.
Lembro que eu tentei muito seguir os conselhos de Pansy, apesar dos pesares, que eram o deboche dela, e até durou alguns dias. Mas aí a grifinória pegou um rascunho de um poema meu falando de Draco, eu estava tentando fazer algo para me declarar a ele, mas eu obviamente não tinha talento para tal, porém dava para ver claramente que era para Malfoy, e aquilo era o bastante. O problema estava feito. Agora minha casa estava parcelada entre rir de mim, rir da situação, do poema, satirizar tudo e por fim, me dar conselhos amorosos.
Fora um tanto humilhante receber conselhos amorosos de duas meninas de onze anos, onde uma delas simplesmente acreditava que Draco e Blaise mantinha um romance proibido e a outra queria me convencer a fazer uma declaração durante o jantar. Mas no fim, as coisas deram certo. Pois eu resolvi que não passaria mais um dia sem correr com todas as minhas forças atrás dele, e se possível ao seu lado, e talvez eu tivesse um tanto sendo guiado por ciúmes do possível romance envolvendo Zabini.
Depois de uma conversa tudo ficou bem, uma longa conversa e alguns beijos, o que apesar de me fazerem sorrir ao lembrar me levam ao problema atual.
— Hermione. — Chamei ela pela enésima vez naquela tarde.
— Sim? — Respondeu já arrastada, fechando livro que lia, melhor tentava, seu olhar era atravessado e me dava medo, mas eu não tinha esperar mais, precisava resolver o maior dilema da minha vida.
— Você acha que Draco me joga a um centauro se eu pedi-lo em namoro, em meio ao grande salão? — Choraminguei a pergunta ao pôr a cabeça contra a mesa da biblioteca, já estava cansado de dar sugestões e tê-las sendo descartadas.
— Obviamente. — Ela abandonou a carranca com um suspirou ao se jogar contra o acolchoado da cadeira, provavelmente desistindo de não me ajudar naquilo.
— E um feitiço vocalizador no meio da aula de voo? — Minha sobrancelha levantou com a sugestão genial.
— Você realmente quer tê-lo como namorado? — Ela perguntou risonha o que me fez bufar e me arrumar na cadeira.
— Você poderia me ajudar. — Resmunguei irritado, pedir Draco em namoro seria mais difícil do que conquistar ele. O que convenhamos já foi difícil por si só.
Hermione cruzou os braços com um olhar penoso sobre mim, encolhi os ombros antes de voltar a falar.
— Eu quero que seja especial. — O bico que se formou em meus lábios foi involuntário.
— Qualquer coisa que você faça vai ser. — Reconfortou.
— Eu sei. — Franzi o nariz depois de falar. — Não sendo egocêntrico, eu falo isso pois será nós, entende? Eu e ele, o pedido, a resposta. Vai ser especial por ser nós dois ali, finalmente namorando.
— Eu entendi, Harry, calma. — Ela riu baixinho. — Vocês já namoram, só vão oficializar.
— Eu sinto que deveria fazer isso, Draco não se importa muito com isso, diz que é costume mais trouxa que bruxo, mas os olhinhos dele brilham quando eu tento coisas românticas e eu gosto disso... Então queria tentar mesmo ele não ligando tanto.
— Rony me falou um pouco sobre isso, a questão de pedidos de namoro, aniversários de namoro etc, serem costumes trouxas que os bruxos se apropriaram ao longo dos anos, — ela ponderou um pouco antes de rir maliciosa. — não sobre os olhos brilhantes de Malfoy, olhos não, olhinhos! — A garota finalizou com deboche, minhas bochechas esquentaram em resposta.
— Você está passando muito tempo com Pansy. — Cerrei os olhos ainda com vergonha.
— Enfim, — Ela riu um pouco. — Rony acha bonito a tradição, as alianças, aniversários de namoro, o próprio dia dos namorados, imagino que seja algo assim com Draco. — Ela pensou um pouco. — Mas vou ter que discordar sobre Draco não ligar para essas coisas. Não é isso ao meu ver.
— Como assim?
— Ele acha que vocês já namoram. — Ela falou como se fosse óbvio.
— Nós realmente temos que parar de ter discussões importantes pelo olhar. — Franzi o cenho, ao pensar alto.
— Na verdade eu acho fofo isso, mas o diálogo é fundamental, um não anula o outro. — Ela umedeceu os lábios antes de voltar a falar. — Você também se considera namorado de Draco, o que significa que os diálogos telepáticos funcionam, mas vocês só se consideram namorados por conta daquela conversa real que tiveram semanas atrás mas aprenderam a se gostar por conta dos olhares. Os dois são importantes, ao menos para vocês e a história de vocês. Eu, por exemplo, não tenho isso com Pansy ela é mais verbal igual eu, e física, principalmente física, então um afago, um resmungar e eu sei o que ela quer, vocês são pelos olhares.
— Já falei que você é incrível? — Murmurei quase deslumbrado.
— Pense em vocês antes de qualquer ato impensado. — Aconselhou.
— Eu vou fazer o melhor pedido de namoro de todos os tempos. — Respondi com convicção.
— Apenas... Seja racional, por favor. — A garota suplicou e eu apenas sorri maroto.
(...)
Hoje era o grande dia.
E eu mal podia controlar minha própria respiração.
Depois de passar o dia evitando Draco, afinal do jeito que eu estava surtado poderia facilmente soltar algo que revelasse meus planos, e eu não gastei duas longas semanas planejando e executando tudo para no fim estragar. Por isso, com muita dó, falei para ele que estava extremamente ocupado hoje, deixei um beijo em sua testa e fui tentar conciliar as aulas de hoje com os últimos preparativos. Tudo precisava dar certo. Estava tão perto do fim, céus, eu estou tremendo.
Estávamos jantando no grande salão. Os alunos de Hogwarts pareciam particularmente agitados hoje, como se soubessem e esperasse uma novidade, e eu estava quase disposto a dar a eles, claro, se minha cabeça não estivesse em jogo junto com meu relacionamento e eu não estivesse estupidamente paranoico com a vida.
Por isso meu plano tinha que dar certo, porque se desse errado eu iria desmaiar, e eu tinha minhas dúvidas com relação ao acompanhante na enfermaria.
— Cara, come alguma coisa. — Rony colocou outro pedaço de frango em minha direção.
— Não consigo. — Falei em tom de lamúria, já me sentindo ainda mais agoniado, eu estava sendo um tanto dramático mas meu estômago realmente formigava em ansiedade. Eu não deveria ter planejado uma surpresa, obviamente foi uma péssima ideia.
— Você vai acabar morrendo de nervoso, aí não vai adiantar nada, com planos ou sem planos você precisa se manter vivo. — meu melhor amigo aconselhou mas eu devo ter feito uma cara de dor de barriga para ele ter dado de ombros e voltado a comer.
— Rony, eu tô tão nervoso que poderia vomitar e depois desmaiar, ou talvez hiperventilar. Talvez os três!
— Você acha que ele vai dizer não, por acaso? — Ronald jogou a pergunta de forma tão leve que nem parecia que iria me atingir como um soco, apertei as mãos contra a madeira da mesa, sentindo o sangue sair do meu rosto.
— Que? Não! Ele não faria isso! Faria? — Olho desesperado para Hermione suplicando por clemência. — Eu planejei tudinho, ele gosta de mim, não gosta? Ele diria não? Hermione!
— Acredito que ele dirá sim, mas não sabemos o que você planejou então eu não posso afirmar, você costuma exagerar. — Ela falou despreocupada enquanto cortava um pedaço de carne. Por quê todos pareciam tão calmos enquanto eu estava para explodir?
— Eu deveria só ter perguntado, não sirvo para isso, deveria ter beijado e perguntado, ou perguntado e beijado. — Bato minha cabeça na mesa, fazendo meus amigos rirem.
— Olha eu não sei que tá deixando Harry doido mas você tem que lembrar amigo, — Simas falou muito sério, ergui a cabeça preocupado, ele não era do tipo que dá lembretes e avisos sérios. — Sua testa já é rachada, não precisa de outra cicatriz.
Com a piada a mesa da grifinoria explode em risos, reviro meus olhos mesmo que sorrise fino para a brincadeira idiota.
— Harry vai se declarar ao doninha? — Dean perguntou alto demais para um sussurro porém baixo demais para um grito, voltei minha cabeça para a mesa a batendo de leve, as vezes meus amigos eram meu martírio.
— Vai dar tudo certo, Harry. — Hermione fez carinho no meu cabelo de leve.
— Assim espero, Hermione. Assim espero.
O resto do jantar passou lentamente, eu trocava alguns olhares com Draco que indicava Blaise com a íris, eu não entendia ao certo o que ele queria que eu visse mas sabia que zombava do amigo, apenas pelo traço de superioridade em sua postura e olhar maligno, e eu acho o sorriso maldoso dele lindo demais para não incentivar aquilo.
Percebi que tinha que pôr meu plano em ação quando Draco fez menção de se levantar e Pansy o segurou. Eu havia pedido para ela segurar Draco o máximo de tempo que desse no grande salão hoje. Afinal, Draco gostaria de pouca plateia, o suficiente para a fofoca mas não muita para atrapalhar e se sentir observado. O fim do jantar era perfeito.
Mal pude conter o sorriso maroto ao pegar minha varinha da túnica e colocá-la por debaixo da mesa, sussurrei "Volation", o feitiço ativava a primeira parte do plano de melhor pedido de namoro que Hogwarts teria em sua longa existência, fiz o movimento que a magia exigia com leveza e tentando ser sutil, já bastava a fofoca de Dean com Simas sobre a suposta declaração, eles estavam atrasados na história não precisavam dessa atualização tanto quanto eu não precisava deles nos seguindo para saber o resto.
Em poucos segundos, as enormes portas do salão se abriram e vários origamis de cisne passaram, voando em sincronia e leveza, eles formam um coração no ar, o que me pareceu uma boa ideia na hora que treinei o feitiço mas olhando o deboche no olhar dos meus amigos grifinórios, talvez não tivesse sido tão genial assim quanto pareceu.
Os pequenos animais de papel chegaram próximo de Draco, que olhava com desconfiança para situação e um sorriso cínico nos lábios. Ele ainda não havia se tocado. Sinto meu estômago dar solavancos nervosos, quando ele me olhava e provavelmente notou meu nervosismo, sua ficha foi caindo lentamente sobre o autor daquele ato.
A esse ponto os alunos já estavam calados apenas observando a cena e até mesmo os professores estavam atentos, seja para interromper ou comentar posteriormente. A revoada mergulha para baixo, as aves giraram em torno de Draco que ri baixinho disso e não contenho um sorriso bobo, pois eu amo esses sorrisos leves dele, eles são raros e dóceis.
Perfeitos demais.
Os pássaros voltam a subir, quase que planando por cima da cabeleira loira, um deles se desdobra, virando uma carta. Pansy e Blaise basicamente saltam em direção ao meu futuro namorado a fim de ler a carta, Draco em resposta olha feio para eles que muito a contragosto se afastam um pouco, rio disso, tão Draco.
Ele abriu a carta fazendo com que o instrumental tocado em um saxofone de La vie en rose ressoasse pelo lugar, alguns gritinhos eufóricos ecoam juntos, e eu posso jurar que ouvi Simas suspirar sonhador, mas meu rosto não se virou para ter certeza, afinal, Draco Malfoy estava sorrindo e corando perante todo o salão de um bilhete meu, nada poderia ser mais importante que aquilo, nem os sons de nojo que alguns grifinórios faziam e os gritos histéricos dos lufanos.
Sinto meu rosto esquentar quando Draco umedece os lábios e sua postura se entorta um pouco, talvez se sentindo incomodado com todos os olhos vidrados nele. Rony faz som de vômito e eu encolho os ombros com vergonha, outra coisa que achei uma boa ideia na hora foi a música, e talvez tenha sido, concluo ao ver como os dedos dele parecia fazer um carinho sutil na parte de trás da folha. Eu lidaria com a chacota dos meus amigos depois.
Ele lê a carta com uma calma invejável sob o olhar atento de Hogwarts inteira.
Principalmente do corpo docente, faço a observação ao ver Minerva conter a professora Pomona Sprout de lançar um feitiço para ver a distância. Sabia disso pois já usei muito quando quebrava meu óculos, conhecia aquele movimento de varinha.
Meu recado era sucinto, eu pedia para ele me encontrar no campo de quadribol daqui uma hora e que usasse roupas confortáveis. Isso e uma pequena declaração de amor, que chutava ser o motivo de suas bochechas ainda estarem avermelhadas.
Ele dobrou a carta, que flutuou virando novamente um cisne e parando de tocar a música. Os pássaros voltaram a voar ao seu redor antes de irem embora. Draco possuía um sorriso doce nos lábios, quis beijá-lo, ir até a mesa de sonserina e beijá-lo, era quase instintivo o desejo de o ter para mim, porém me contive em apenas suspirar e sair da minha própria mesa de fininho.
Troquei um sorriso cúmplice com Hermione, ela fez uma joinha com a mão e Rony apertou meu ombro.
Caminhei com um pouco de pressa em direção ao campo de quadribol, a fim de iniciar a segunda fase do plano. Draco era ansioso porém metódico, ele estaria ali daqui a exata uma hora, nem a mais nem a menos. E eu contava com isso, tanto para conseguir fazer tudo quanto para as coisas darem certo;
Cheguei no campo vazio e pouco iluminado, já vendo minha coruja esperando, Edwiges piscava os olhos e eu gostava de pensar que ela estava tão ansiosa quanto eu.
— Pronta? — Ela piou e eu sorri.
Fiz um carinho em suas penas antes de pegar uma caixinha do bolso, era um produto da loja dos gêmeos, uma espécie de luz mágica, quase uma lanterna porém difusa, coloquei no chão, isso facilitaria a busca para Draco no meio daquele breu.
Usando um accio, convoquei minha vassoura e a deixei flutuando bem ali no meio, Edwiges se acomodou em cima dela, arrumando as penas de forma pomposa. Arrumei em sua pata o recado para Draco e deixei no bico da mesma o Pomo de ouro enfeitiçado. Essa etapa era crucial, ela tinha que sair de forma perfeita. Draco leria o bilhete, acionando o pomo, competitivo como sempre iria atrás dele, que estaria o guiando para a última etapa do plano. Mordi o lábio, por favor Draco não capture esse pomo, por favor!
Faço um carinho em Edwiges que pareceu muito feliz de estar sobre aquela luz exercendo um papel importante, sorri para a ave antes de sair quase correndo até a torre da grifinória, usando de toda minha concentração para esquivar dos alunos evitando todos a minha frente. Hogwarts era grande demais para perder tempo! Falo a senha para o quadro, que tenta conversar comigo, peço desculpas mas não tenho tempo para isso. Depois eu contaria para ela, quando Draco já fosse meu namorado.
— Você está bem, Harry? — Neville me perguntou quando entrei esbaforido no dormitório.
— Não. — Falo procurando no meu guarda roupa o terno, onde eu coloquei essa merda? — Vou ficar.
— Tá em cima da sua cama, idiota. — Rony apontou para ela, que continha o terno preto esticado em cima. — Não sei para que esse empenho todo, é o doninha, Harry.
— Exatamente, é Draco! O cara que fugiu de poções do amor desde que entrou na escola, que já teve jantares e danças extravagantes só para informar um namoro, a mesma pessoa que metade de Hogwarts já se declarou usando das formas mais criativas, e foram rejeitados. É desse cara que estamos falando! — Meu tom saiu meio desesperado, eu o olhava e gesticulava feito um doido.
— Hermione tem razão — Rony sussurrou.
— Ela sempre tem. — Falo sem pensar, apenas pegando alguns itens de higiene no malão. — Mas sobre o que é agora?
— Você está doente de amor. — Ronald falou quase rindo antes de se jogar em sua cama, dramatizando. — Flechado pela paixão!
— E-eu...
Rony gargalha quando fico vermelho e gaguejo, quis estapear ele.
— Eu preciso tomar banho, seu idiota! — Pego o travesseiro da minha cama e jogo em sua cabeça que o agarra voltando a rir.
Saio resmungando do quarto, entro no banheiro desfazendo a cara amarrada, deixo minhas coisas na prateleira, me viro para o espelho para tirar meu óculos. Draco realmente não vai negar ser meu namorado, correto? Isso que estou sentindo é apenas desespero com nervosismo por conta de todo esse meu plano maluco, né? Tinha que ser, eu realmente não sei como eu poderia continuar a habitar Hogwarts se ele negasse.
Tomei banho me ensaboando muitas vezes mais que o necessário, tirei o pouco de barba que já estava nascendo quase me cortando no processo. E fui para o maior desafio, meu cabelo. Peguei creme de cabelo arrumando meus cachos com uma técnica que Hermione me ensinou, não era difícil mas eu quase nunca fazia. Visto o terno, passo perfume e sei que nunca me arrumei tanto na vida.
— Puta que pariu, você passou perfume ou você virou perfume? — Rony esbravejou quando entrei no quarto tampando o nariz.
— Merlin, Harry. — Neville diz antes de espirrar.
Sorri desconfortável e com vergonha. Os ignorando totalmente.
Peguei uma bolsa lateral que continha os últimos itens do plano. Saio do dormitório usando a capa de invisibilidade para evitar questionamentos e curiosos.
Já no corredor, vejo Draco de longe, ele está impecável com um de seus conjuntos de linho verde musgo, e caminha elegante para os fundos da escola, provavelmente indo ao campo. Algumas cabeças viram em sua direção, não contenho a careta.
Resolvo ignorar aquilo visto que o loiro não parecia nem ver. Meu estômago se agita novamente e quase do pulinhos de alegria, o foco não eram essas pessoas e sim nós dois, até agora tudo certo, quase relaxei com a constatação. Quase.
Caminho com cautela pela lateral da escola, em direção a floresta proibida, usando a lateral da cabana de Hagrid. Já no quintal do meu amigo, busco pela vassoura da escola que escondi ali, com um gesto o objeto está flutuando pronto para o voo. Monto na madeira, controlando o frenesi da ansiedade. Fico por cima da imensidão verde, buscando pela clareira.
O ambiente ficava mais para o fim da mata, tinha uma grama um tanto alta que podei usando feitiços de jardinagens que aprendi com Neville. Achei aquele lugar enquanto caminhava pela floresta e treinava algumas magias para as provas, era bonito e selvagem.
Me lembrava Draco, e o fim do jardim Malfoy!
Chego no lugar e simplesmente não consigo parar de sorrir. Deixo a vassoura flutuando e começo a arrumar os últimos detalhes, retirei os feitiços de redução dos itens antes na bolsa que eram duas xícaras, dois livros, algumas almofadas e transfigurei um graveto em uma pequena mesinha. Posicionei os itens próximo ao elemento principal, que se encontrava na enorme árvore que adorna o lugar, um banco azul clarinho, parecido, o máximo que consegui, com o da mansão Malfoy. Eu o fiz maior do que o que tem lá, mudei a cor e usei correntes invés de cordas. Deu muito trabalho, eu sou muito grato a Hagrid por toda ajuda, a ele e ao de ser bruxo.
Arrumo os travesseiros, ajeito a mesinha colocando as xícaras e o livro, tirei da bolsa alguns lanches, eles estavam enfeitiçados para continuarem frescos e na temperatura ideal, dicas dos elfos da cozinha. Muitas pessoas me ajudaram, uma pequena força tarefa.
Faço uma magia simples para iluminar um pouco mais o lugar, deixando uma iluminação amena alaranjada, suspiro satisfeito.
Agora é só esperar o Draco chegar.
Quase como se lesse meus pensamentos, o loiro chegou. Ele possuía um sorriso lindo e brincalhão, seus fios estavam levemente bagunçados, só pude suspirar cativo de tanta beleza. Ele tinha a respiração ofegante pela competição com o pomo e parecia eufórico.
— Harry! — Ele falou assim que saiu da vassoura com passos atrapalhados que era quase estranhos para ele, o pomo antes a poucos centímetros de distância, pousou na sua frente que o segurou com delicadeza. — Você está, uau.
Vi ele morder o lábio de leve e tive que conter a excitação.
— Eu tentei. — Abri os braços dando uma meia volta.
Sorrimos um para o outro e seu olhar finalmente caiu no resto do ambiente. Ele pareceu um tanto encantado enquanto caminhava lentamente para o centro, passando por mim, deslumbrado. Sorri muito contente por fazê-lo ter essa reação.
— Como você? Digo quando? O porquê? Céus...
Seus olhos brilhavam, observando tudo, lambi os lábios nervoso quando ele virou me olhando e expectativa.
— Draco, — Chamei por ele, que me olhou atento dando um passo a mais na minha direção. —Tenho algumas coisas para te dizer.
Ele maneou a cabeça em sinal de positivo atento, respirei fundo e enlacei nossos dedos o puxando para ainda mais perto.
— Essas últimas semanas foram incríveis para nós dois. Só de poder estar na sua presença, te abraçar, te ver desenhando, apenas ficar com você de chamego, é simplesmente tudo que eu preciso para um dia começar ou terminar bem, pode soar exagerado mas eu sei que não vou ter um bom dia se não falar com você antes mesmo de comer algo. Parece uma enorme tragédia na minha vida se perco a hora e não o vejo antes das aulas. Por isso, e por saber que você merecia, eu planejei tudo isso, pois eu quis tornar cada segundo especial para você como é para mim.
Pausei por alguns segundos observando o sorriso bobo que ele tinha nos lábios fazer par com os olhos que brilhavam sob a luz do luar e das magias que eu havia feito, voltando a falar enquanto apertava de leve nossas mãos.
— Esse discurso foi a única coisa que não planejei, mesmo sendo a parte principal, o que talvez seja a real razão por eu estar tão desesperado. — Acaricio sua mão com meu polegar olhando os olhos cinzas que tremia de leve devido ao frenesi do ambiente, suspiro antes de voltar os olhos para nossas mãos unidas. — Não sei se você lembra, mas na nossa conversa, a conversa, eu falei sobre certas coisas que disse durante o natal, que elas me assombravam ainda, e bem, isso ainda é uma verdade. Acredito que sempre será, nós dois sempre teremos algo com relação ao passado que nos assombrará.
— Harry-
— Calma, só escuta. — Ergo a cabeça observando como ele parecia desconcertado, fico na ponta dos pé, antes de deixar um selar em sua testa deixando-o vermelho, reuni coragem para continuar a falar com nossos olhares conectados. — Eu entendo que você não consiga esquecer a guerra, superar ou qualquer outro termo que queira usar, mas existem dois pontos sobre isso, o primeiro é que não podemos viver pelo passado e você tem uma tendência a se martirizar por coisas além do seu controle que já ocorreram, e a segunda, e mais importante, é que tem algo muito considerável que você está esquecendo, ou só resolveu ignorar.
Ele arqueou a sobrancelha, confuso.
— Os momentos bons, Draco. Nem sempre nossa rivalidade foi sobre uma guerra. Houve um tempo que era só sobre sonserina e grifinória, quadribol e a taça das casas, eu e você.
Ele sorriu entendendo onde eu queria chegar, um sorriso amplo que pareceu iluminar todo o ambiente e eu fiz o mesmo.
— Foi pensando nisso que planejei isso tudo. — Soltei uma das mãos dele mostrando o espaço em minha volta com a mão solta. — Os cisnes que você de forma muito malvada — falei sarcástico para provocar recebendo um revirar de olhos. — Me enviou ao que parece mil anos atrás, nossas disputas pelo pomo de ouro, todas as discussões levianas, até chegar aqui, o presente. Ou pelo menos o mais próximo que eu consegui de mesclar o presente presente com o presente passado.
Ele riu da forma embolada que falei e meu rosto esquentou com vergonha pela gafe.
— Merda, eu estava indo tão bem.
— Você está sendo perfeito. — Draco jogou os braços pelo meu ombro me puxando para perto.
— Certo, o que eu quero dizer é: As coisas aconteceram. — Umedeço meus lábios tentando me manter coerente, uma missão tão difícil ao ter Draco tão perto e com a respiração entrecortada com a minha. — Nós sempre estivemos nos cruzando, se trombando e até mesmo forçando nossos caminhos a ficarem juntos, pois somos como uma força da natureza, impossível de parar. Harry e Draco. Por isso eu pergunto para você, Draco Malfoy, você aceita ser meu namorado para podermos exercer toda essa magnitude que é nós?
O loiro tinha lágrimas nos olhos e minha voz embargada indicava que eu não estava tão diferente dele. Me sentia quase dormente pelo clima entre nós.
— Sim, claro que sim.
Draco usou seus braços para me puxar para si, tomando meus lábios com os seus. Correspondi o beijo com afinco quase gemendo de deleite quando os dedos longos se infiltraram nos meus cachos. Malfoy finalizou o beijo puxando meu lábio entre seus dentes alinhados, sorri safado para o ato, o loiro era imprescindível, o loiro apenas riu baixinho antes de voltar a falar.
— E quero lhe dizer algo, nós precisávamos daquele tempo, pode soar meio cruel levando em consideração como parecer ser tempo perdido não termos passado todos aqueles meses assim — Ele me apertou um pouco mais no enlaço. — Mas eu precisava dele, do tempo. Eu tinha que voltar a me amar antes de permitir que você me amasse e eu o fizesse contigo.
Com a mão livre, sequei suas lágrimas antes de unir nossos lábios novamente, o beijando com delicadeza.
— Obrigado por aceitar, pensei que morreria antes de conseguir fazer o pedido.
— Harry, não teria razão para não aceitar. — Draco disse óbvio. — Tudo que fez, foi tão... delicado. Desde os cisnes, a música que escolheu. Eu não sei o que dizer, você simplesmente superou minha imaginação e qualquer expectativa, eu, nossa, realmente não sei o'que te dizer.
— Isso porque é o eloquente da relação. — Satirizei vendo cerra os olhos para mim.
— Besta!
— Eu te amo. — Solto sem pestanejar, de forma natural, nem tenho tempo de me assustar pela declaração.
— Eu também te amo.
Suspiro aliviado, algo em mim se aquece e relaxa. Eu falei que o amava e ele me ama também, é tudo tão surreal.
— Muito. — ele completa roçando meu nariz no seu em um beijinho de esquimo.
Puxo ele pela cintura, colando seu corpo no meu ainda mais. Como eu precisava dele comigo era quase indescritível.
— Eu também Draco, você não tem ideia.
— Eu comprei alianças, ia te entregar no final de semana, era uma surpresa. — O loiro sussurrou.
— Podemos ter nosso primeiro encontro como namorados no final de semana. — Sugeri esfregando nossos narizes com carinho.
— Perfeito. — Respondeu sorrindo.
— Perfeito.
Ele sorri de novo, um sorriso aberto e estonteante, antes de me beijar pela terceira de muitas vezes naquela noite. E as coisas nunca estiveram tão certas.
Notas Finais:
Então é isso, finalizamos oficialmente mais um projeto nesse perfil com um bônus bem boiolinha na visão tão pedida do menino que sobreviveu.
Gostaram desse pedido de namoro?
Harry desesperado não é fofo?
Vocês seriam o Harry (todo dedicado cheios de planos) ou o Draco (achava que já estavam juntos)?? Old que eu sou o Draco sksk
Como vocês imaginam o pedido de namoro perfeito???
Eu venho agradecer a todos os envolvidos novamente pois honestamente é só o que posso fazer, sem vocês isso não seria possível, desde as meninas que me ajudaram com as betagens, a Mii que fez a capa, aos leitores que comentaram avidamente, sem vocês eu não teria forças para finalizar.
Estou em uma saga de terminar todos meus plots em aberto para enfim focar no meu futuro ebook original e na long Drarry, por hora, Finitude e Fernweh são prioridades. Aí quando tudo isso sair conversamos sobre futuros projetos maiores... Como uma tão esperada Long Wolfstar e uma oneshot Blon, mas vamos deixar em off por hora.
Hoje é meu aniversário e durante todo mês de Abril eu postei uma long filet blon que foi terminada ontem, então gostaria de pedir como presente para vocês muitos comentários no bônus e uma chance nesse outro projeto!
Me sigam para não perder as próximas histórias e obrigada a quem leu até aqui!
Beijos da Fada!
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