O ato de nos permitir
15 de janeiro de 2018
Olhando para o céu nublado de Londres, constatei que nem o sol parecia muito empolgado. Se pudéssemos trocar uma frase eu diria "te entendo". As duas últimas semanas foram meu inferno particular, cheias de obrigações administrativas, noivados insanos, algumas desventuras emocionais... e nem a ideia de voltar para Hogwarts me fazia brilhar os olhos, sendo realista, esse fato era a última coisa que poderia me fazer contente.
Tive que ir ao escritório de vários advogados diariamente, assinando passagens de bens e acordos comerciais, deixando contratos provisórios na mão de várias pessoas, tentando resolver a vida útil dos negócios para o próximo ano; honestamente, minha volta a Hogwarts era mais um grande impedimento do que algo positivo. Não via uma noite de sono decente há exatas duas semanas, mesmo voltando para casa passava minhas madrugadas estudando, tentando meu melhor para não afundar anos de negócios em duas míseras semanas de gestão.
Tentei até mesmo não ir ao noivado da tia de Pansy, mas Narcissa me arrastou, falando sobre respirar. Eu estava realmente vivendo em função do escritório, largando até mesmo meus momentos desenhando e ouvindo música para ler relatórios. No fim, a comemoração fora um verdadeiro desastre. Com nosso show do Réveillon, a família Parkinson inteira achava que havíamos reatado e, divididos entre odiar isso e amar o namoro, não nos deixaram em paz. Zabini riu da nossa cara enquanto tínhamos que provar para cada convidado que não havíamos voltado. Um inferno!
Mal havia voltado quando a convocação de volta às aulas junto da lista de materiais chegou. Pensei seriamente em não regressar a Hogwarts. Fui vencido pela minha mãe e Pansy, que passaram horas falando sobre isso e como eu não poderia ficar recluso, mas essa não era a razão por trás de minha recusa ao retorno, eu estava bem cuidado da empresa, evitando Potter e as lembranças de meu padrinho, muito bem.
No fim, Blaise chegou em casa com todo meu material comprado. Achei bem mais efetivo do que passar horas reclamando no meu ouvido.
Era isso, eu iria voltar à Escola de Magia e Bruxaria de Hogwarts.
Com o fim da guerra, eles resolveram mudar a grade curricular, e agora voltaremos após o Natal para um novo ano letivo, pelo menos o oitavo ano. Parte de mim tinha esperanças de voltarmos em setembro, mas eu entendia, menos alunos para coordenar, menos horários na grade de aula, seria quase um treinamento para eles e para nós de como voltar para a vida depois dos ocorridos.
Eu verdadeiramente entendia, mas não queria, não estava pronto, ninguém parecia estar, queria ficar mais um tempo sozinho, ocupando a cabeça, ter mais tempo para acalmar minha mãe.
Acalmar Narcissa.
Eu definitivamente precisava de mais tempo para aquela missão.
Ela possuía lágrimas nos olhos enquanto se despedia de mim.
Narcissa andava altamente emotiva, chorando por trivialidades, como quando derrubou uma xícara, ou quando não achou o vestido que queria usar. Os piores momentos eram quando ela realmente tinha motivo para chorar; três dias atrás fomos renovar a segurança da casa com alguns feitiços mandados pelo Ministério. Ela como tutora teve que os fazer, só que não contávamos com um comensal foragido escondido, que aproveitou o pouco tempo sem barreira para jogar uma maldição; por muito pouco não me atingiu, Suzy acionou o Ministério e tudo se resolveu, porém tive que afagar suas costas por vários minutos até o choro cessar.
Quando a questionei sobre, ela culpou desde Merlin a si mesma. Entretanto, a verdade poderia ser um pouco mais assustadora do que a escolha de um grande bruxo ou uma falta de agilidade da sua parte. A cruel verdade era que ela não queria me ver ir, Narcissa não estava sabendo lidar com o fato que eu voltaria para o local que foi cenário do estopim da guerra, onde perdi amigos, onde ela viu a irmã morrer, onde nossas vidas estavam à deriva. Ela andava fugindo das visitas até Lucius, sem querer me dizer o motivo por trás, me dizia como se sentia intrusa na casa de Andrômeda e isso me abateu, pois eu não tinha poder nenhum para mudar a situação. Mamãe se odiava por me querer em casa, tanto por não querer ficar sozinha na mansão tanto porque não conseguiria dormir me tendo em Hogwarts novamente.
Mas foi ordem do Ministério, nossa estadia na mansão era um doce presente do juiz para não nos deixar esquecer da guerra, e a intimação para eu finalizar meus estudos também.
Era injusto, mas era nossa realidade.
Não sabia até onde me sentia confortável com isso, odiava estar na mansão, eu não queria ficar ali. Narcissa estava desesperada para que eu ficasse e eu estava desesperado para sair dali, o que não estava ligado em um prazer de voltar à escola.
Minha mente era uma confusão de problemas.
— Você vai ficar bem. — Abracei ela novamente, em uma tentativa de sanar seu choro. — Fique longe da mansão quando der, vá a casa de Andrômeda, fique de babá para Teddy, por favor. — sussurrei em seu ouvido. Depois sai do abraço ainda me mantendo próximo e beijei sua testa.
— Eu não posso me enfiar na vida dela… — murmurou ainda em meu encalço, parecia querer se controlar, mas eu já podia ver novas lágrimas se formando; suspirei. — E não preciso, eu-
— Mãe. — Olhei em seus olhos. — Vamos dar um jeito, só me prometa que não vai ficar trancada na mansão! — Sequei suas lágrimas com os polegares e beijei a testa de novo.
O apito do trem tocou e era hora de ir, logo a parte que estávamos na plataforma começou a lotar, resolvi fazer um pequeno crime social e abracei minha mãe, bem apertado e repeti: vamos dar um jeito. Ela voltou a chorar e concluí que era o momento perfeito para ir embora antes que não conseguisse mais, ou que ela se dissolvesse em lágrimas, o que viesse primeiro.
Virei de costas, pegando meu malão que estava sob o feitiço de leveza, o carreguei com facilidade, sem olhar para trás, e entrei no trem. Caminhei pelos vagões vazios da parte onde normalmente os alunos da sonserina ficavam. Muitos não haviam voltado, era depressivo ver as cabines tão vazias.
— Draco. — Estava prestes a ir para o outro vagão, no intuito de ficar sozinho, quando escutei meu nome, era Granger me chamando.
— Sim? — Nem tentei esconder minha expressão surpresa ao vê-la.
— O livro, obrigada, tentei mandar por coruja mas voltou, então... — Estendeu o exemplar para mim enquanto tagarelava, o peguei.
— Houve um pequeno incidente e cortamos o contato com a mansão — respondi brando, arrumando o livro no braço.
— Ah, sim. — Ela me olhou nos olhos, parecia querer ler minha alma, engoli seco tendo dificuldade para sustentar aquele contato. — Pelos outros também, obrigada.
— Não fui eu que- — comecei por impulso, sendo impedido de continuar por um gesto.
— Não precisa negar, nem afirmar, eu sei que foi você. — Ela sorriu, parecendo achar divertida e genial a constatação. — Ninguém que conheço, além de Remus claro, me daria um livro sobre “A diferença etimológica das carreiras bruxas e suas especificações”.
Nem tive tempo de retrucar quando ela virou de costas quase saltitante, entrando na cabine do lado da que eu estava parado.
— Draquinho! — Pansy cantarolou pelo corredor, ainda umas três cabines de distância, apenas revirei os olhos.
— Odeio esse apelido — respondi, abrindo a porta da cabine na minha frente.
— Não importa. — Enlaçou seu braço no meu. — Zabini tá cuidando da nossa cabine, nem pense em ficar sozinho aqui, vem, vamos, não vai ficar parado no meio do nada a viagem toda, ou vai? É algum tipo de exercício para malhar pernas? Sinto muito, você nunca terá coxas grossas, mas não se preocupe, seu porte esguio ainda está na moda entre os gêneros, fora deles também. Enfim, ficou sabendo-
Suspirei, tentei subir o braço para massagear a ponte do nariz, porém o aperto de Parkinson ficou mais forte, então apenas desisti. E assim fomos andando, tendo ela tagarelando sobre vários assuntos, malmente respirando entre eles, eu não me esforçava para acompanhar os temas, pois sabia que ela repetiria os importantes depois quantas vezes achasse necessário. Vira e mexe eu ria contido dos comentários ácidos, e era o bastante para ela continuar falando, eu estava ouvindo, apenas não entendia tudo, tanto pela velocidade quanto pela falta de interesse.
Estávamos quase na porta da cabine quando escuto risadas altas atrás de nós, era Potter com a Ginevra se empurrando pelo corredor, trocando piadas. E vê-los sempre é um bom soco no estômago.
— Malfoy! — ela cumprimentou ainda com um sorriso grande no rosto e Potter acenou contido.
— Weasley. Potter — cumprimentei, soando o máximo de educação que consegui.
— Eer, Malfoy? — Fitei Potter esperando ele continuar, mas ele só abria e fechava a boca.
— Vamos entrar, baby — Pansy falou sonoramente e de forma melosa, se escorando ainda mais em mim, a expressão de Harry azedou de forma engraçada, concordei com Pansy entrando na cabine.
— Não precisava fazer isso — resmunguei assim que vi a sombra do casal passar por nossa cabine.
— Eu até me caso contigo se necessário, Draquinho — tentou soar como piada, mas eu sabia que ela estava falando sério, até Zabini me olhou como se pensássemos o mesmo. — Toda vez que o cicatriz tiver com a água de salsicha, eu serei a doida apaixonada pelo príncipe da sonserina, disponha.
— E você já não era em tempo integral? — Blaise caçoou, e ri do comentário, enquanto guardava o livro no malão.
— Ha-ha-ha, foi uma fase. — Fez uma careta de deboche antes de se jogar no banco.
Rimos da cara azeda dela, que apenas levantou o dedo para nós de forma ofensiva, mas que resultou em mais risadas minhas e de Blaise. Sentei na janela vendo os borrões verdes passando conforme a risada ia morrendo e um clima ameno se instaurando; tento por um tempo formar a imagem de uma árvore, mas não havia sentido quando o trem começou a andar na parte mágica do trilho.
Estar indo para Hogwarts ainda era estranho, estar indo para lá sabendo que não tinha uma guerra, que eu não precisava me provar, era bom, algumas coisas não haviam mudado, eu ainda poderia acordar com a notícia de morte dos meus pais, eu ainda seria lixado e alvo de desconfianças, mas tudo bem, iria passar, tinha que passar.
Virei o rosto para meus amigos, que implicavam entre si. Eu tinha eles, e ficaríamos bem, era nossa promessa de Ano Novo.
Escuto batidas na porta, arqueio a sobrancelha para uma Luna acenando freneticamente pelo vidro.
— Devo abrir? Ou fingimos não ter ouvido? E visto — Pansy perguntou fingindo um bocejo.
— Eu abro. — Reviro os olhos para ela, que faz uma expressão de ultraje antes de rir fraquinho. — Inclusive, aposto que você daria uns beijos nela.
Pansy arregala os olhos espantada e cora, o que desencadeia uma gargalhada por parte de Zabini, que mesmo sendo chutado para fora do banco não parava de rir.
Vou até a porta um pouco apreensivo, o cordão que ela me deu no Natal queimando debaixo das vestes, como se fosse errado eu estar o usando.
— Olá, Luna — digo assim que abro a porta, pondo meu corpo para fora da cabine onde a dupla atrás de mim discutia sobre o que eu havia dito.
— Oi — falou depois de um tempo, mantendo a visão em cima da minha cabeça. — Você ainda tem muitos zonzóbulos… — Ela ergueu as mãos no ar e começou a sacudir como se espantasse um inseto.
— Talvez eu tenha muito para eles sumirem rapidamente — tentei soar o mais simpático possível, me esforçando para entender a conversa, e vi que consegui quando ela sorriu.
— Talvez. — Ela continuou me olhando, passeando as íris pelo meu rosto, até que caiu em meu pescoço, provavelmente vendo a corrente que fez, ditou: — Você está usando o colar. — Seu tom continha certa admiração.
— Eer… bem, você… hum, me deu. — Fiquei sem reação, tentando formular uma frase decente.
Luna sorriu aberto, um enorme sorriso, pude jurar que iria rasgar a face, ela se aproximou de mim, e puxou o cordão, usando o indicador, para fora da blusa.
— Ele tem mais efeito se você colocar assim.
Finalizou o ato afagando meu cabelo, e quase senti minha pressão descer ao ter meus fios bagunçados, mas mal tive tempo de xingar, pois ela saiu saltitante pelo vagão.
— Ela nem disse o que veio fazer — resmunguei para o nada. — Eu queria entregar o desenho…
Suspirei pensando na pintura dela que estava em meu malão, eu teria que tomar coragem para o entregar, não virei a noite pintando para no fim nem entregar. Voltei para a cabine.
— Sabe a Valery? — Zabini falava com Parkinson, mas logo me olhou, como quem me inclui no diálogo.
— Não. — Ela analisava as unhas longas de formato triangular pintadas de preto.
— Bem, não importa, ela respondeu minha carta, teremos um encontro à noite — Blaise disse fazendo uma dancinha com os ombros.
— Feliz por você, evite a floresta — Pansy diz sem realmente prestar atenção.
— Por que? — Sua voz soou indignada, ri baixo. — É um dos melhores lugares para se pegar em Hogwarts!
— É nojento, Blaise. — Ela faz uma expressão de asco, não seguro o riso para o desespero estampado do meu amigo.
— Vou até a cabine dela. — Ele levantou, arrumando o uniforme pelo reflexo no vidro.
— Céus, você realmente tinha marcado na floresta! — Pansy ri da cara de raiva dele.
Zabini não diz mais nada antes de sair.
— Ele não estava gostando da prima da Chang?
— A garota deu um fora nele quando voltou para a Coreia, disse que relacionamento à distância não era para ela, essa garota de agora ele falou durante um dos jantares do atual da Lis. — Deu de ombros não se importando de contar a informação. — Se bem me lembro, ao menos.
— Você sempre lembra — digo, tentando soar julgador.
— Sim. — Ela sorriu maliciosa.
— Bem, vou aproveitar que Blaise saiu para dar uma volta pelo vagão. — Pansy umedeceu os lábios antes de buscar na capa o gloss, o passando, fazendo a janela de espelho.
— Posso saber a razão? — Arqueio a sobrancelha curioso, tanto pela arrumação quanto pela saída furtiva.
— Hum, acho que pode, mas ainda não diga a Zabini, terei o prazer de dar esse susto. — Seu olhar me varreu, quase avaliando se eu era merecedor da informação. — Fiquei com Granger semana passada.
— Ficou no sentido que estou pensando? — Não consigo conter a surpresa, na verdade fico impressionado comigo mesmo por conseguir conter um grito.
— Sim, Draco, nos beijamos. — Ela possui um risinho cínico nos lábios, e estou chocado demais para responder a altura.
— Uou! — solto, em choque.
— Pois é. — Ela encolheu os ombros. — Vi ela na Floreios e Borrões, eu estava desesperada procurando o livro de Herbologia, aquele velho idiota não queria me atender, me ignorando, sabe como ele pode ser seletivo ás vezes-
— Pansy foco! — murmurei curioso, querendo muito saber da história.
— Ela viu meu desespero e veio me ajudar. Para agradecer, a chamei para ir no Três Vassouras, bebemos umas cervejas amanteigadas enquanto conversamos. — Pansy parou por uns segundos parecendo buscar a continuação. — Eu tive que ir buscar algo na Londres trouxa para mamãe, uma grife de nome estranho que ela achou, enfim, Hermione me levou até a loja, e depois começou a chover… não sei, paramos na casa dela e aconteceu.
— Eu estou embasbacado. Tipo, quem esperaria por essa?
— Não deveria — Ela tinha uma expressão maligna. —, está de olho no melhor amigo da Hermione. — Corei com a resposta.
— Você joga baixo. — Fico ultrajado.
— Não creio que você está vermelho — ela gargalhou. — Volto antes de Blaise.
Assim ela saiu da cabine aos risos. Mesmo com o choque parcial, sorrio; para Pansy estar indo ver a garota era porque tinha rolado algo mais. Era bem raro a ver se envolvendo com alguém, no nosso meio, de puros sangues, há muito jogo de interesse, Blaise não se importa com isso, afinal ele não pretende passar de namoros e tem pânico de casamento, até mesmo relacionamento estável o faz arrepiar e, bem, eu sempre imaginei que terminaria casado por alguém da escolha de Lucius, já Pansy nutria o sonho de um grande amor, evitando assim os pretendentes da família e os interesseiros.
Me aconcheguei próximo à janela, observando as árvores passarem rápido pelo vidro, minha cabeça doía pelas noites sem dormir. Permiti que os vultos verdes e o ronco do motor me ninassem.
(...)
— Draco! — A voz de Pansy ecoa pela minha cabeça, parecendo rasgar meus tímpanos. — Levante, chegamos, rápido!
— Já? Certeza? — choraminguei, sentando no banco, um tecido pende para meu colo, porém não ligo, apenas alongo os braços levemente dormentes.
— Draco Malfoy, desde quando você usa couro trouxa? — Blaise diz enquanto puxa o malão da prateleira. Baixo meu olhar vendo uma jaqueta muito conhecida por mim.
— Desde de setembro — respondo mais para mim do que para ele, meio bobo pela constatação.
— Que específico — ele resmunga saindo da cabine.
Sorrio para a jaqueta, observando a roupa com afeição, meu coração batia rápido enquanto minha mente tentava formular o que a jaqueta de Harry Potter estava fazendo ali. Como estava sem capa, visto a jaqueta. Pelo reflexo do vidro vejo que minhas bochechas estão rosadas e que fico incrivelmente bonito usando-a, o cordão ganho de Luna parece perfeito no conjunto.
Pego meu malão sob o olhar atento e curioso de Parkinson.
Pouco me importo, meu coração batia muito rápido para aquilo.
Saio da cabine, e como se estivesse sintonizado, Harry está saindo da dele.
Mesmo a quase três cabines de distância, nossos olhares se cruzam, e faíscam entre si. Potter me lança um sorriso aberto, radiante e tão sincero que me contagia a sorrir também, o meu é mais fino, quase singelo, porém tão honesto quanto o dele. Lanço uma piscadela em sua direção, me sentindo audacioso, o flerte descarado surte efeito quando ele cora e abaixa a cabeça constrangido, acabo rindo de forma anasalada para a cena.
Sou puxado por Pansy e ele por Ronald, estávamos atrapalhando o tráfego.
Notas Finais:
Eai chuchus? Esse é um péssimo apelido, eu sei, pensarei em um melhor!
Chegamos no penúltimo capítulo, passamos por tanta coisa, estou extremamente emotiva, quase uma mãe vendo o filho sair de casa. Eu só tenho a agradecer, cada leitor, cada voto, literalmente tudo, fico muito boba ao ver tudo que aconteceu nesses três meses!
Assim como no capítulo passado, vou colocar mais um pedaço da dissertação que ficou as notas finais do último:
Durante a história falei muito sobre os títulos, então agora nessa reta final eu vou colocar os pingos nos i’s:
Quando entramos na história, tínhamos um Draco melancólico, ainda muito flagelado da guerra, sendo obrigado a morar no que por muito tempo foi o covil do malfeitor, não só ele como Narcissa está bem mal, não conseguindo dar o devido apoio que o filho precisa. Quando Harry aparece bem mais forte, leve, querendo por uma pedra no passado e finalmente viver, é como uma brisa de primavera no rosto de Draco. O problema é, ele tão machucado, se jogou de cabeça em tudo, aproveitando cada segundo, e honestamente isso não seria um problema se fosse de forma saudável, mas ele colocou sua felicidade pautada e girando em torno de Harry. E assim passamos a primeira fase da história, com essa doação excessiva e a quebra dessa fantasia. Capítulos 1, 2 , 3 e 4.
Já na segunda fase, nosso menino estava se reconstruindo, aprendendo sobre si, o sentimento por Harry ainda existe, mas ele foi percebendo que precisava olhar para si mesmo antes de fazer isso com um terceiro. Assim, o reconhecimento do fato, a vontade de mudança, apoio dos amigos, momentos de impulso, e a aceitação. Ele percebe que tudo bem ser egoísta às vezes, que ele pode querer chamar atenção, que ele não pode nem deve viver na sombra da guerra, e mesmo que o Harry apareça nesses capítulos está longe de ser sobre ele. Capítulos 5, 6, 7 e 8.
Na terceira e última fase, Draco está determinado, liberto, traçando linhas de até onde Harry pode ir (muito bem delimitado no capítulo nove), e o mais importante até onde ele pode ir com tudo aquilo. Agora ele se preocupa consigo, cuida da Narcissa, vislumbra um futuro, quer vencer as próprias batalhas, e se Harry viesse junto ótimo, mas se não tudo bem! Capítulo 9 e 10.
Falar sobre o onze seria spoiler kskssk
É isso, se vocês forem ler o nome dos capítulos agora tudo fará sentido, desculpe o lenga lenga, mas eu achei importante, essa construção foi o maior motivo dela (a fanfic) se transformar em algo tão grande!
Espero que tenham gostado, vejo vocês no último!
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