22. O Elo Fraco
Aquela manhã, que poderia ter começado bem mais tranquila, foi bruscamente interrompida pelo estrondo da porta do meu quarto se abrindo enquanto eu terminava de me arrumar para a escola. Luan, exibindo um sorriso radiante, adentrou como se estivesse prestes a revelar uma notícia de proporções épicas.
— Cara, você não vai acreditar! O meu bigode finalmente está nascendo! Olha só! — ele exclamou, apontando empolgado para o início de sua penugem facial.
Achei divertida a forma como Luan, o cara mais descolado que já conheci, parecia agora animado com algo tão trivial quanto o nascimento de um bigode, contrastando com sua usual indiferença à aparência. Mesmo assim, o feito não despertava grande interesse em mim.
— Sério? É a oitava maravilha do mundo, Luan. Que emocionante.
Sem se abalar com meu sarcasmo, Luan permaneceu diante do espelho do meu quarto, sorrindo feito um bobo alegre. Aproximei-me com os braços cruzados, decidindo demonstrar interesse.
— Vamos, deixa eu ver.
Luan virou-se para mim, e os pequenos pelos que despontavam abaixo de seu nariz eram quase imperceptíveis; quase precisei de uma lupa para enxergá-los. Contudo, o que se escondia abaixo deles, seus lábios avermelhados e irresistíveis, foi o que despertou minha real atenção. Eram quase um convite à tentação.
Agarrei Luan pelos ombros, chocando-o contra a porta do quarto ao fechá-la. Com ele ali, prensado, evitávamos que qualquer pessoa adentrasse enquanto me entregava a um beijo apaixonado, prontamente correspondido por ele.
— Você vai ficar ainda mais gato com um bigode fino, como se fosse um líder de cartel ou chefe de uma máfia italiana — Brinquei, recebendo uma risada em resposta enquanto permanecíamos abraçados, suas mãos envolvendo minha cintura.
Luan já estava morando em minha casa há dois meses. Durante esse período, Leticia teve que se passar por sua mãe algumas vezes ao ligar para a minha própria, justificando a demora dela "voltar de viagem". Confesso que o dia em que minha mãe resolveu fazer uma chamada de vídeo foi aterrorizante. Felizmente, Leh conseguiu inventar uma desculpa na hora para evitar a transição de chamada de voz para vídeo, evitando que ela descobrisse que a real mãe dele nem sequer fazia ideia de onde ele estava morando.
O pai do James, por sua vez, estava prolongando sua estadia em sua própria casa mais do que havíamos planejado. Era crucial que ele se lançasse pelo mundo afora, de forma que Luan finalmente pudesse se hospedar na casa do seu melhor amigo. No entanto, essa semana trouxe a grande notícia de que o pai de James iria em poucos dias viajar para outra cidade, passando algum tempo com o tio de James.
Os dias morando junto com Luan estavam chegando ao fim. No entanto, o alívio crescia ao saber que não precisaria mais inventar mentiras para minha mãe. Além disso, me trazia conforto saber que o pai de James estaria longe o suficiente para não causar mais mal ao seu filho.
A cada dia, minha relação com Luan se aprofundava. Publicamente, ele me tratava apenas como um amigo, mas quando estávamos sozinhos, agia como se eu fosse o amor da vida dele. Pelo menos, era isso que eu queria acreditar.
Sua resposta nunca chegou para o "eu te amo" que declarei na praia, ele preferia fingir que esse momento nunca aconteceu. Mesmo assim, cuidava de mim e sempre estava animado para passar nosso tempo livre juntos — exceto quando envolvia, segundo ele, os meus "chatíssimos" recitais de poesias.
Certa vez, quando caí andando de skate e ralei o joelho, ele me carregou do andar de baixo até meu quarto em seus braços, quando estávamos sozinhos em casa, mesmo eu negando a necessidade dessa ajuda. Confesso que me senti um pouco constrangido por minha vulnerabilidade, como se eu fosse o elo mais fraco entre nós. Ao mesmo tempo, estar sob seus braços, os braços do cara que eu amava, quase me fez sentir como se estivéssemos em uma lua de mel. Afinal, meio que já vivíamos uma vida de casados, mesmo sem namorar, não é verdade? Morando juntos, mesmo que isso estivesse prestes a se encerrar...
🥊💥
— Preciso ir ao banheiro — Luan declarou assim que chegamos na escola.
— Deveria ter feito isso em casa, em vez de ficar horas admirando o seu "bigode" no espelho.
— Eu estava ocupado beijando a boca de um nerd aí — Luan falou baixo, fazendo-me revirar os olhos.
Conforme Luan entrava no banheiro masculino, decidi seguir sozinho pelo corredor em direção à nossa sala. No entanto, meu caminho foi interrompido por dois brutamontes postados em minha frente.
— Olha só se não são o Debi e o Loide — Falei sarcasticamente, olhando de Rafael para Felipe. — Ou é o contrário? Vocês parecem tão sem personalidade e vivem grudados um no outro, que é difícil diferenciar vocês.
Tentei passar ao lado deles, mas eles me seguiram, bloqueando novamente o caminho.
— Sabe quem também andam grudadinhos o tempo todo? — Rafael perguntou de forma retórica, me fuzilando com o olhar e mantendo um sorriso contido no rosto. — Você e o Luan. Sabe o Luan? O mesmo que mandamos você se afastar.
— E desde quando mandam em mim?
Tentei não transparecer o medo que sentia deles, embora internamente tivesse uma pontinha de receio. Decidi não me deixar mais ser intimidado por esses idiotas. Afinal, o que poderiam fazer contra mim?
— Vamos tornar sua vida e a dele um inferno se meu pai descobrir sobre as provas — Rafael quase encostava seu rosto no meu. Apesar de eu sentir atração por garotos, estar tão próximo desses caras me causava repulsa. — Luan sabe do que somos capazes, e esse mauricinho não vai escapar quando chamarmos nossos colegas pra dar uma liçãozinha nele.
Subitamente, Felipe enfiou a mão no bolso da minha calça jeans, pegando algumas cédulas de dinheiro que eu havia trazido para comprar meu lanche naquele dia.
— Hey, me devolve! — Tentei pegar de volta, mas ele habilmente se esquivou.
— Isso aqui é só o começo — Felipe levava o dinheiro para o próprio bolso, com um sorriso no rosto. — Traga mais amanhã. E se falar para o Luan sobre isso, ele tá fudido.
— Ei, o que está acontecendo aqui? — Luan surgiu repentinamente, se aproximando bem nesse momento.
Felipe e Rafael me encararam, seus olhos transmitindo a confiança de que sabiam que eu não diria ao Luan sobre o ocorrido.
— Nada — Falei rispidamente, esbarrando no ombro de Luan e me encaminhando para a sala de aula de forma apressada.
Apesar dessa ser minha intenção inicial, acabei não me dirigindo para nossa sala. Luan tentou me seguir, mas acabei despistando-o ao passar por um corredor movimentado cheio de alunos. Uma vez longe da vista de todos, sentei-me em um banco externo do campus da escola, mergulhando em reflexões profundas.
Eu não podia mais aceitar isso. Não estava disposto a ser alvo de bullying ou permitir que aqueles idiotas continuassem me chantageando. Mesmo ciente das possíveis consequências, peguei uma folha do meu caderno e comecei a redigir uma carta. Em seguida, dobrei uma folha sulfite do meu caderno de artes, transformando-a em um envelope. Com a carta agora em mãos, encaminhei-me em direção ao destinatário.
— O diretor está ocupado agora. Se algum professor te mandou para cá, sente-se ali — A secretária do diretor apontou para alguns bancos onde três garotos já estavam, na antessala antes da sala do diretor. — Caso contrário, pode tratar comigo, senhor...?
— Não vem ao caso meu nome — Falei, soando um pouco mais brusco do que gostaria.
Imediatamente, a secretária se sentiu ofendida, ajustando seus óculos com irritação. Era surpreendente como o diretor conhecia o nome de quase todos os alunos da escola, especialmente o meu, mas sua secretária não parecia se importar em memorizar o nome de ninguém.
— Anda, caia fora daqui se não vai dizer a que veio! — Ela falou, abanando a mão em direção à porta.
— Eu não quero falar com o diretor. Nem quero que ele saiba que estive aqui. Só preciso que entregue essa carta a ele de forma anônima.
A secretária me olhou desconfiada, com os braços cruzados, recusando-se a receber a carta que eu estava estendendo no ar.
— Por que eu faria isso?
— Porque isso tem a ver com o filho do diretor. Rafael Pereira — Falei de forma séria, finalmente capturando sua atenção.
✉️
Depois de vagar por mais um tempo, decidi retornar à nossa sala ao final do intervalo. Luan me olhou curioso quando entrei, mas para evitar explicações, escolhi me sentar longe dele, passando o resto das aulas com meus outros amigos.
Não estava chateado com Luan, não havia motivos para isso. Apenas queria evitar explicações sobre o que estava acontecendo. Sentia sim medo do que poderia ocorrer quando Luan descobrisse sobre aqueles dois me chantageando, mas meu maior receio em abrir o jogo com ele era a humilhação de admitir que estava sofrendo bullying.
Era como se verbalizar para ele, fosse a confirmação de que eu era o nerd que ele pensava que eu era. Era como se eu admitisse ser o elo mais fraco entre nós, aquele que não conseguia sequer se defender sozinho.
Apesar de ter evitado Luan durante toda a aula, não pude ignorá-lo quando veio correndo atrás de mim na saída da escola.
— Hey, Kevin. Espera! O que foi que eu fiz?
— Me desculpa, Luan. Você não fez nada. Eu só estava meio confuso hoje. Quis ficar um tempo sozinho.
Seu silêncio e o jeito como olhava para mim como cachorro que caiu da mudança demonstravam que ele se sentia culpado por ter tentado falar comigo quando eu não queria. Mas ele não tinha culpa! Ele era fofo até quando eu provavelmente quem estava errado.
— Eu vou te contar — Falei, prestes a confidenciar tudo que estava acontecendo. No entanto, antes que pudesse fazer isso, percebi a ausência de algo em Luan. — Mas antes, vai buscar sua mochila, seu besta. Estava tão preocupado comigo que esqueceu ela na sala, né?
— Caramba, nem notei! — Luan olhou para suas costas de forma desajeitada, buscando sua mochila. Acabei me pondo a rir com seu ato.
— Vai lá, vou te esperar, e no caminho de volta te conto tudo.
Luan assentiu e se encaminhou de volta para a escola. Suspirei enquanto lentamente me dirigia à saída, esperando por ele do lado externo.
Meus ouvidos capturaram o som de passos rápidos por trás de mim. Acreditei ser algum aluno correndo para a saída ou até mesmo Luan, que já havia retornado. A única certeza era que os passos eram velozes demais. Virei-me curioso para constatar de quem se tratava.
Rafael agarrou ferozmente a gola da minha camisa polo quando me virei, erguendo-me poucos centímetros do chão. Da mesma forma irritado, Felipe se posicionava ao seu lado. Uma fúria descomunal emanava deles, fazendo cena diante de todos que passavam na saída da escola.
— Vocês contaram, não foi?! — Rafael olhou irado para mim, sua respiração completamente dessincronizada. — Contou ao meu pai que estávamos roubando as respostas das provas!
— Ele nos chamou para sua sala hoje, e nos mostrou a carta! — Felipe falou ao seu lado. Eles não pareciam se importar com a roda de alunos que se formava ao nosso redor, todos atentos ao que estava ocorrendo. — Ele conferiu nossas notas exemplares no último exame e nossas respostas idênticas como prova de que isso era verdade!
— Eu avisei, seu merda! Você vai ser o primeiro, e logo em seguida vamos atrás do Luan.
Por um breve momento, tive esperanças quando Rafael soltou minha camisa e meus pés tocaram a calçada novamente. Contudo, antes que pudesse pensar em fugir, senti uma dor latente em meu olho direito quando recebi um soco com toda sua fúria. Meu olho se fechou imediatamente diante da dor, vendo estrelas conforme me inclinava na calçada.
Não satisfeitos, foi a vez de Felipe golpear meu abdômen, fazendo-me ajoelhar no chão. Todos ao redor apenas observavam, alguns, sem dúvida, filmando para postar nas redes sociais. Com apenas a visão de um olho e preocupado com os brutamontes em minha frente, havia coisas mais importantes a me concentrar do que minha exposição.
Eles não pareciam satisfeitos. Estavam decididos a acabar comigo. Rafael agarrou novamente o colarinho da minha camisa, erguendo-me do chão. Seu braço foi para trás, tomando impulso para desferir outro soco em meu rosto. Eu queria chorar. A dor, o medo, toda aquela angústia. A impotência de ser fraco. Não havia como se preparar para um soco; mentalmente, pensamos: "ele está vindo, aguente a dor", mas, na prática, só torcia para que sua mão nunca encontrasse meu rosto.
E, de fato, o soco nunca veio. Como um raio, Luan se interpôs entre mim e meus agressores, segurando o punho fechado de Rafael em pleno ar antes que atingisse meu rosto. Seu semblante carregado, a fúria em seu olhar e a forma como o punho de Rafael se fechava mais ainda de dor, demonstrava que meu ficante não perdoaria aquilo.
A partir desse ponto, ele desencadeou uma série de movimentos ágeis, conforme eu cambaleava para trás deles, esquivando-se dos golpes de Rafael e Felipe com uma destreza impressionante. Parecia que Luan tinha olhos nos punhos deles, movendo-se como uma sombra evasiva, nunca ficando ao alcance de seus golpes.
Em um rápido movimento, deu uma rasteira em Felipe, fazendo-o cair desajeitadamente no chão. Aproveitando a oportunidade, Luan se lançou sobre Rafael, desferindo socos certeiros enquanto este tentava se recompor.
Ao perceber que Felipe tentava se levantar, Luan não hesitou. Com um movimento preciso, derrubou ele novamente chutando sua canela, garantindo que ele não interferisse no acerto de contas.
Todos a nossa volta assistiam aquela luta prendendo suas respirações, sem nenhuma intenção de interferir. Nem eu conseguia me imaginar me metendo naquilo, não que eu não tivesse coragem para ajudar Luan, mas eu certamente só atrapalharia se tentasse.
Enquanto desviava dos socos enraivecidos de Rafael, Luan realizou uma manobra ágil, esquivando-se para trás. Elevou sua perna no ar, desferindo um chute preciso na cabeça de Felipe, retirando-o momentaneamente do confronto quando ele caiu inconsciente.
Entretanto, no calor da batalha, Luan não escapou ileso. Um soco poderoso de Rafael atingiu seu rosto, mas Luan retaliou com um golpe ainda mais poderoso em seu abdômen, derrubando-o impiedosamente no chão da calçada.
Rafael, agora vulnerável e estirado no chão, estava à mercê da ira de Luan. Cada soco desferido era uma expressão da raiva contida, uma resposta justa à agressão que eu havia sofrido.
Luan, tomado por uma ferocidade quase animalesca, socava implacavelmente o rosto de Rafael. Alternando entre suas mãos, cada golpe parecia ecoar a revolta acumulada. O som dos punhos colidindo com o rosto do mais velho, eram agoniantes. Rafael já não conseguia se defender, seu rosto sangrava, e as mãos de Luan também estavam igualmente feridas, mas ele não demonstrava sinais de recuo.
Foi nesse momento que, percebendo a intensidade da situação, agi instintivamente. Agarrei o braço de Luan em meio ao ar, interrompendo-o antes que desferisse outro golpe contra Rafael. Seu olhar chocado encontrou o meu, respiração pesada e semblante fechado.
— Para, Luan! Já chega.
— Ele não merece misericórdia! — Luan afastou seu braço, pronto para prosseguir com o ataque.
— Não estou falando por ele! Mas por você! Você está machucado, para pelo amor de Deus! — Falei, as lágrimas finalmente escapando de meus olhos.
Luan fitou Rafael abaixo dele, o filho do diretor quase inconsciente no chão, com sangue cobrindo seu rosto. Lentamente, com minha ajuda, Luan se ergueu de cima dele, finalmente acatando meu conselho.
— O que está acontecendo aqui? — Aroldo, o diretor, se aproximou. À medida que sua presença se tornava visível, a multidão se dissipava, até que ele tivesse a visão de seu filho machucado no chão.
👊🤬
Sem meias palavras, fomos conduzidos para a antessala adjacente à sala do diretor. Enquanto seu filho e Felipe eram encaminhados para a enfermaria, o diretor permanecia recluso em sua sala de portas fechadas. Sentados, aguardamos pacientemente nosso destino, tendo apenas a sua assistente como companhia.
— Tudo bem, senhor diretor. Irei transmitir o recado a eles — disse a secretária ao telefone depois de um bom tempo que ficarmos aguardando, encerrando a chamada antes de se dirigir até nós. Meu coração batia rápido, antecipando o que seria revelado: — Estão liberados da escola, vão para casa.
Eu e Luan trocamos olhares surpresos. Em seguida, voltei minha atenção à secretária.
— Está dizendo que fomos expulsos?
— Não.
— Então vamos para casa e voltamos quando? Quantos dias de suspensão? — Luan perguntou, desconfiado da situação.
— Vão para casa hoje e retornem à escola normalmente amanhã. É só isso, vão. Do contrário, eu mesma me encarregarei de suspendê-los se estão fazendo tanta questão.
Imediatamente, eu e Luan pegamos nossas mochilas e saímos dali as pressas. Nada fazia sentido para nós. Luan quase hospitalizou o filho do diretor, e não recebemos nem mesmo uma suspensão? Nossos pais nem foram chamados. A situação parecia estranhamente suspeita.
Retornamos à minha casa em silêncio, ambos concordando implicitamente que não era o momento para discutir o "elefante rosa na sala", ou seja, o ocorrido. Eu não havia revelado a Luan, mas carregava a culpa silenciosa por desencadear toda a situação ao contar ao diretor sobre a cola na prova daqueles dois.
Outro receio que escondi de Luan era o medo de minha mãe ter recebido uma ligação sobre o incidente e estar me esperando em casa zangada. Mesmo sem mencionar, Luan parecia antever meu temor. Sabia que meu olho roxo seria alvo de questionamentos de meus pais, mesmo que o diretor não tivesse ligado para eles.
Por conta disso, durante o trajeto, Luan parou em uma ótica e comprou um par de óculos escuros para mim. Apesar de insistir que não precisava, ele não aceitou uma negativa. Prometi que pagaria de volta assim que recebesse minha mesada.
Ao entrarmos em casa, com uma certa apreensão, já sabíamos que minha mãe estaria lá. A dúvida era se ela sabia sobre a briga. Com os óculos escuros no rosto, atravessamos a sala de estar de fininho.
Minha mãe sorria amavelmente, indicando que ainda não tinha conhecimento do ocorrido. Contudo, uma surpresa desagradável nos aguardava quando percebemos quem estava sentada no sofá ao seu lado, segurando uma xícara de chá com as pontas dos dedos.
— Olha, Luan, querido! Sua mãe voltou de viagem e decidiu te fazer uma surpresa — disse minha mãe, animada, enquanto Vivian, a mulher de vestido preto com um sorriso forçado, olhava para seu filho, fazendo-o franzir a testa.
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