Capítulo 47: POV Sebastian Regen
Eu fiquei fazendo amizade com o elefante por mais alguns minutos depois que fui drasticamente abandonado. Ele parecia me entender. Toda vez que eu falava que a Nina era louca, ele fazia um barulho com a tromba que só podia significar que ele concordava comigo. Ele também concordou quando eu falei que ela era linda.
Para falar a verdade, eu estava esperando que ela fosse voltar. Tinha uma esperança idiota dentro de mim de vê-la entrando naquela tenda de novo. Quem sabe ela fosse me encontrar do mesmo jeito que eu a tinha encontrado.
Só que não, né. Eu não fui louco de chegar tão perto do elefante sem o adestrador ali.
Quando finalmente desisti de vê-la de novo, comecei a ficar é com raiva. Raiva de ela ter passado sua loucura para mim. Raiva de eu tê-la deixado me afetar. Muita raiva mesmo de ter pensado por um segundo que aquilo era uma boa ideia.
Fui de volta para a festa determinado a esquecer o que tinha acontecido. Peguei duas taças de champanhe do primeiro garçom que passou por mim. Bebi cada uma com um gole, já as deixando na bandeja de um segundo garçom. Não o deixei ir embora antes que tivesse pegado mais duas.
Quando cheguei no picadeiro, já tinha bebido mais três e tinha a quarta nas minhas mãos. Amélie me percebeu lá e fui até mim para dançar comigo. O tempo todo fiquei pensando no que a Nina veria se tivesse mesmo voltado. Ela me veria ocupado com outra menina. Uma princesa, ainda. Não uma desenhista de joias.
Ela me veria dançando e bebendo sem nem me importar com ela. Eu não precisava dela. Eu não estava pensando nela.
Depois da minha sexta taça de champanhe (ou foi a sétima?), eu já tinha chamado a princesa Escandinávia para se juntar a nós. Ela era alta e bonita, tinha certeza de que a Nina ficaria com ciúmes dela.
Eu queria muito ficar olhando por cima do meu ombro, me perguntando se ela estava ali. Mas me segurei. Mesmo se estivesse, preferia que não me visse procurando por ela. Só que nas poucas vezes que olhei para a festa inteira, procurando pelos seus cabelos no meio dos convidados, não a encontrei.
Ia perguntar para alguém, mas a culpa de ter ficado com ela em segredo era grande demais para eu arriscar alguém desconfiando.
Não sei que horas era. Parecia que tinha passado muito tempo, mas talvez não. Só sei que já tinha passado da quantidade de álcool que eu deveria ingerir. Estava ainda dançando, quando tropecei de leve e Amélie conseguiu me manter de pé.
"Acho que você está precisando se sentar um pouco," ela falou, seu sotaque brincando com meus ouvidos.
Eu ri, eu acho. Tentei falar que estava bem, que queria continuar ali, mas ela não me deixou. Foi me levando até uma mesa e eu não consegui evitar. Mas quando chegamos lá, não me sentei. Falei que estava mesmo era precisando da minha cama.
Ela riu, e até sua risada parecia ter sotaque. Pensei no que mais que saía da sua boca teria aquele timbre.
Ela se colocou embaixo do meu ombro, apesar de eu insistir que não precisava. Dei uma última olhada na festa, para ter certeza de que Nina não estava ali. Mas se estivesse, também, eu não me importaria dela me ver saindo com outra menina.
Amélie foi tentando me fazer ficar em silêncio, mas as coisas mais bizarras me vinham à cabeça e toda vez que eu tentava falar, saía alto demais. E o pânico dela me fazia rir, outra coisa que saía mais alto do que eu planejava.
"Sabe, francesa, você é uma menina incrível," falei, quase tropeçando para chegar ao segundo andar.
"Você também é incrível, Sebastian," ela disse, se sentando no último degrau da escada.
Parecia já cansada de ter que me carregar.
"Não, você não está entendendo," falei, me apoiando nos joelhos para chegar meu rosto no mesmo nível do dela. "Você é realmente incrível."
Ela sorriu, talvez finalmente me entendendo. Não que eu me entendesse.
"Obrigada," falou, seu erre puxando daquele jeito sexy que eu gostava.
Eu me levantei e subi os últimos degraus que faltavam com mais destreza do que estava esperando. Chegando no segundo andar, estiquei meu braço, esperando que ela segurasse na minha mão.
Ela hesitou por um segundo, mas acabou me segurando. Quando seus pés terminaram de colocá-la no mesmo andar que eu, a puxei para mim, fazendo seus lábios encostarem em mim.
Ela rapidamente se afastou, assustada. Me olhou como se eu fosse louco e eu pensei em pedir desculpas. Mas um segundo depois ela voltou para mim, me beijando. Qualquer dúvida que eu poderia ter na minha cabeça desapareceu igual a pó.
Comecei a levá-la para o primeiro quarto que vi. Não sabia se teria alguém dormindo ali mais tarde, mas a gente não precisaria dele por muito tempo. Me afastei por um segundo dela para conseguir achar a maçaneta depois de mil tentativas. Quando a porta se abriu, ouvi duas pessoas fazendo exatamente e a mesma coisa que eu planejava.
Pelo feixe de luz da porta, pude ver que se tratava do meu irmão.
"Uou, desculpa aí, irmão," falei, me apoiando na porta do melhor jeito que podia. Sentia que minhas pernas não aguentariam o meu peso sem a ajuda de alguma coisa imóvel. "Vou deixar vocês a sós."
Comecei a puxar a porta para fechá-la, mas Charles correu até mim, enquanto Amélie ria da situação do meu lado.
"Espera, Sebastian," ele falou. "Princesa Amélie," a cumprimentou e ela fez o mesmo. Ou deve ter feito, não sei bem. "Se você pudesse, preferia que não contasse a ninguém que nos viu aqui."
Suas palavras não estavam conseguindo fazer sentido na minha cabeça. Mas uma coisa era certa, elas me deixaram um pouco em pânico de ter pego meu irmão com alguém que não era da Seleção.
"Ela não é uma selecionada?" Perguntei e apontei para a menina que eu ainda não tinha conseguido reconhecer. Mas ele concordou com a cabeça. "Você sabe que isso é normal, né? Permitido?"
Tive que me apoiar de novo na porta, minhas pernas já estavam cansadas de todo aquele tempo de pé.
"Eu sei," Charles falou, esfregando sua nuca. Eu precisaria ter uma conversa com ele sobre como relaxar mais. "Mas preferia que uma não ficasse se comparando com a outra."
Pensei naquilo com todos os meus neurônios disponíveis - que não eram muitos. Acabei concordando.
"Vamos deixar combinado então que a gente não se viu e não sabe de nada," falei, abraçando Amélie para ver se conseguia ficar mais tempo me equilibrando.
A selecionada concordou e Charles também. Eu estava quase fechando a porta quando a abri de novo e me virei para ele.
"Ei, você sabe de algum quarto aqui que esteja vazio?"
"Próximo à esquerda," ele falou e eu fechei a porta.
Assim que entramos lá, Amélie já se colou comigo de novo. Minha cabeça podia não estar pensando, mas isso não impedia de as minhas mãos fazerem o que já sabiam fazer.
Elas foram desenhando o contorno do corpo dela, puxando a barra do seu vestido para cima, chegando até sua pele. Fui levando-a até a cama - que por sorte estava onde eu imaginei que fosse estar - e a deitei com cuidado. Ela rapidamente me virou de costas para cama e se afastou de mim, me olhando sugestivamente. Colocou sua mão nas costas e abriu o zíper do seu vestido devagar.
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