Capítulo 24: POV Cristina Carlson

 Minhas criadas me ajudaram a arrumar a minha estação dentro do Salão das Mulheres. Os sofás e as poltronas foram retirados e o cômodo inteiro está quase vazio, salvo por algumas mesas e quadros separados para todas nós. Estava meio apertado, mas couberam todas as trinta mesas no grande salão. A minha tinha meu nome e nós três fomos até lá, cada uma segurando uma parte das minhas coisas.

"Você quer que eu espalhe os jogos pela mesa, Lady?" Uma delas me perguntou.

"Não, pode deixar que eu arrumo," falei, apoiando as minhas. "Só traga para mim as comidas que eu separei?"

As duas fizeram uma reverência e saíram pela porta. Comecei a arrumar minhas coisas, dando preferência para meu grande tabuleiro de xadrez. Arrumei as peças direitinho, não deixando nenhuma um centímetro fora do lugar.

"Ei," uma menina falou do meu lado, "você é a Cristina?"

"Sim," falei, sem olhar para ela.

"Achei muito legal você ser jogadora de xadrez!" Ela disse. "Teria como você me ensinar a jogar um dia?"

"Há!" Soltei. "Como se fosse fácil."

"Não é?" Ela deu a volta na mesa para me olhar. "Não preciso ficar boa, só quero saber o básico."

Respirei fundo e olhei para ela. Ela tinha suas sobrancelhas juntas no meio da testa, tentando me vencer por dó. Mas eu não caí nessa.

"Quem sabe um dia, se tivermos tempo," falei, dando de ombros.

Ela ficou quieta ali, me assistindo arrumar minhas coisas, até que desistiu e foi embora. Fiquei feliz de não ter que lidar com ela mais nem um segundo e poder me concentrar nas minhas coisas.

Quando a Rainha America entrou, a minha mesa foi a primeira que ela visitou.

"Olá," ela disse, observando minhas coisas. "Você é a jogadora profissional de xadrez, não é? Me conta um pouco das suas outras coisas."

Suspirei. "Essa aqui é a minha família," eu mostrei um porta-retratos. "Meu pai é quem me ensinou a jogar. Ele mesmo era atleta, mas de futebol. Minha mãe joga pôquer."

"Sério?" Ela perguntou, levantando as sobrancelhas. "Sempre quis aprender a jogar pôquer."

"Eu posso te ensinar," eu disse, pegando o baralho que tinha na mesa. "Quando quiser."

"Poderíamos fazer um dia de pôquer e ensinar todo mundo que quisesse aprender," America sugeriu.

"Pode ser," falei e sorri. Quando baixei os olhos para a mesa e vi alguns desenhos meus, peguei-os para mostrá-la. "Eu gosto de desenhar também," expliquei. "Gosto de inventar personagens que não tem histórias."

"Me conta de algum," ela pediu.

Mas eu já tinha um planejado para mostrá-la.

"Esse daqui é uma menina inteligente e amável, chamada America," mostrei um desenho dela usando vestido azul comprido. "Ela gosta de tocar violino e é a melhor rainha que um país poderia ter. Ela luta pelos mais fracos e nunca se deixa abater pelos problemas. Ela vê a bondade nas pessoas e é justa com todo mundo. Essa é a minha personagem preferida."

Quando tirei meus olhos do papel e olhei para ela, vi que ela tinha os olhos cheios d'água. Não me segurei, dei a volta na mesa e coloquei meus braços em volta dela.

"Obrigada," ela disse, me abraçando de volta. "Posso ficar com ele?" Me perguntou quando a gente se afastou.

"Deve," falei, orgulhosa.

Ela saiu andando pelas outras mesas e eu fiquei na minha. Acabei me sentando e começando a mexer nas peças do meu tabuleiro só para me entreter.

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