CAPÍTULO 6
Millena
- Então aquele lá é o irmão da Ju? - Juca pergunta parecendo interessado.
- Pois é... - Resmungo colocando o óculos de sol e apertando o botão do elevador mais três vezes. Não gosto de tocar nesse assunto, desde a nossa adolescência que Vinicius eu nós beijamos e ele simplesmente fingiu que não aconteceu. Então faço o mesmo desde então.
- Pra que esse óculos? Não deu tempo do sol sair ainda. - Pergunta me encarando. - E também não adianta ficar espancando o botão, não vai fazer o elevador ir mais rápido. - Segura meu rosto e me faz o encarar, ainda bem que estou com óculos, porém ele tira meu óculos, saco. - Por que você ficou aérea desse jeito? Foi depois de ver aquele cara, não foi?
Bosta! Eu não sei o porquê de Juca ter que me conhecer tão bem, as vezes isso me irrita pois não consigo esconder nada dele, como isso por exemplo, estou evitando ficar com Vinicius e Juca na mesma sala, justamente por isso.
- Não é nada, Juca. Você que está vendo muito.
Desvio o olhar pra cima, e então ele me solta.
- Tudo bem então, sabe que eu estou aqui para o que precisar né? - Murmura mexendo no curto cabelo. - Quando quiser cobversar...
- Esse dia está longe. Por enquanto estou muito bem, obrigada. - Falo ríspida saindo do elevador assim que ele abre. - Vamos falar sobre a minha carreira. - Pego a chave do carro e destravo a porta, Juca entra no carro e eu entro logo em seguida, então antes que continue falando, ele pergunta mexendo no som do carro:
- Cadê o seu celular? O meu não tem música.
- Joguei dentro da mochila. - Murmuro ligando o carro. - Continuando, eu estou pensando em desistir, sabe? Não sei, se aceito. Minha mãe...
- Seu celular não está aqui não, Millena. - Murmura fuçando dentro da minha mochila. - Só o seu armário todo... Pra que tanta roupa? - Joga minha mochila no banco de trás e se volta pra mim com uma cara de dúvida.
- Como assim? Vai recusar? Era o seu sonho até outro dia, por que mudou de ideia de uma hora pra outra?
- Meu celular tem que estar aí, tenho um documento importante lá! - Paro o carro na vaga perto a saída do estacionamento, pego minha mochila e enquanto procuro eu explico a Juca minha possível decisão. - Não é que eu tenha mudado de ideia, o meu sonho era poder trabalhar aqui no Brasil e não é isso que o chefe quer que eu faça, Juca! Não vou largar minha mãe, minha família... você, aqui. - Que saco! Pensei ter pego meu celular. Vinicius me desconcentrou com aquele papo furado. - Que bosta, meu celular não está aqui. - Suspiro e abro a porta saindo do carro. - Vou buscar, já volto.
- Eu vou com você...
- Não precisa! - Resmungo com preguiça e raiva. Preciso entregar esse documento antes das nove da manhã e pelo jeito vou chegar atrasada.
- Eu vou, assim você me explica direito essa decisão.
Juntos caminhamos paro elevador e entramos no mesmo. Juca é o primeiro a falar.
- Então...
- Não tenho certeza, ainda estou pensando. - Murmuro chateada. - Tenho mais dois dias para pensar. E é mais provável que eu recuse.
- Mas Millena, você não precisa recusar. - Abro a boca pra protestar porém ele continua. - Eu consigo um apartamento para onde você for mandada e então vai nós dois e sua mãe.
- Não está se esquecendo de nada? - Pergunto erguendo as sobrancelhas. - Meu querido, minha mãe não vai largar o marido e casa que ela tem à anos, para ir comigo para um lugar improvável. Você conhece muito bem dona Jaqueline...
A porta se abre e então saímos, Juca está quieto, isso significa que ele está pensando em alguma coisa, que ele pense, mas pense em algo muito bom para conseguir me convencer.
Abro a porta e entro, que silêncio, já devem ter saído. Caminho até meu quarto, mas paro quando escuto o toque de mensagem do meu celular. Olho para a porta e Juca está encostado na mesma, digitando algo no celular.
Dou uma olhada na sala e só acho o aparelho em cima da mesinha de centro. Pego o celular e na mesma hora minha atenção é chamada por vozes vinda cozinha. Dou alguns passos para o lado a tempo de ouvir a cantoria de Julia.
- Vinicius está com ciúmes! Vini está caidinho por Milli! Vinicius está com ciúmes da Milli!
Assim que escuto paraliso, de novo isso não! Depois que nos mudamos, eu praticamente proibi Julia de ficar cantando e tentando juntar eu e Vinicius, pelo menos aqui em casa, porque eu sei que isso é o melhor a se fazer. Ele não me queria antes, e agora eu também não o quero é recíproco. Não vou ser chutada e ignorada duas vezes, nunca vou ser capacho de homem algum.
Vinicius é o primeiro a me notar, logo depois Julia.
- Eita! - Julia murmura pois lembra do nosso trato, começa a caminhar em minha direção mas eu levanto a mão para que ela pare. Não quero debater sobre isso mais uma vez, que situação desgastante, quando vou ter paz? Talvez eu deva reconsiderar minha decisão. Dou alguns passos pra trás, vou me mandar o mais rápido possível. - Millena!
- Julia... Agora não, por favor! - Murmuro apertando o celular em minha mão e andando em direção a porta, procuro Juca com o olhar e não o encontro. Que saco! Atraso de fuga! Parada na porta eu olho dentro da sala e encontro o bonito encarando Vinicius com os olhos semicerrados. - Juca! Anda logo, caramba!
Juca anda em minha direção e fecho a porta atrás de mim.
- Você é um atraso de vida, cara. - Murmuro novamente, já dentro do elevador.
- Eu? Por que? - Pergunta encostado na porta.
- Mandei você ficar no carro, mas você é teimoso e quis vir junto. Então lá estou eu, com pressa pra ir embora e o lerdo moscando dentro da sala.
- Do que você está fugindo, Millena? - Faz outra pergunta me olhando com cara de peixe morto.
- Para com esse papo! Eu não quero conversar sobre isso, você não é meu psicólogo, Juca!. - Resmungo saindo do elevador.
- Sou muito mais que isso, amor. - Juca zomba se achando. - Até porque, você não me paga pra...
- Chega né, Juca? Já deu por hoje. - Entro no carro e Juca fica mongando, travo as portas do carro e abaixo o vidro do lado do passageiro. - Melhor você ir apé, fazer um pouco de exercício. Mas não demora ein, querido.
Após mandar um beijo no ar, acelero e saio do estacionamento ainda ouvindo os gritos de protestos de Juca atrás de mim. Penso em colocar minhas músicas do celular, só que quero algo novo, por isso ligo a rádio e a música, Sossego de Tim Maia começa a tocar.
"Ora bolas, não me amole
Com esse papo de emprego
Não está vendo, não estou nessa
O que eu quero?
Sossego, eu quero sossego
O que eu quero? Sossego!
O que eu quero? Sossego!
O que eu quero? Sossego!
O que eu quero? Sossego!"
- Isso! Eu quero sossego! - Grito sozinha dentro do meu carro. - Só um pouquinho, por favor. - Choramingando eu continuo meu caminho.
👉💘👈
Oiee meu amores, tudo bom?
Espero que sim😄
Bom, esse foi o capítulo da semana, agora quem sabe eu possa terminar o próximo capítulo e postar, mas só depende do meu tempo. 😉
Beijocas💋, até mais❤️
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