CAPÍTULO 4

Vinicius

— Beatrice? Algum problema?

Ela então parece sair de um transe e se vira pra mim e responde.

— Desculpe, é que aquela menina é bem semelhante com a minha sobrinha. — Sorri me tranquilizando.

— Ah sim, entendo. — Puxo minha mão de volta. — Você gosta de crianças então?

— Eu? Lógico que... — Começa a falar rapidamente, porém parece se lembrar de algo. — Sim, eu gosto muito de criança. Quanto mais novo, melhor.

— Ah então você gosta de bebês? — Pergunto bebendo meu vinho. — Pretende ter filhos pelo jeito.

Novamente ela torce a boca e acho que ela deve ter esse toque. Porque já é segunda vez que vejo ela fazer isso antes de falar. Normal, cada um tem um problema diferente.

— Não, filhos por enquanto é um caso a parte. — Fala séria e então abre um sorriso. — Ainda estou à procura do pai deles. — Pisca pra mim e eu engulo em seco no automático.

— Entendo... — Murmuro à tempo do garçom chegar e começar a nós servir. — Olha só, nossa feijoada enfim chegou.

— É... Que delícia!

— Então pode começar, prove primeiro. — Falo apontando para seu prato e ela o encara com o cenho franzido, parecendo pensar por onde começar. — Vai!

— Calma! — Beatrice exclama novamente alto, arregalo os olhos surpreso e então ela murmura mais baixo. — Opa, desculpa.

— Tudo bem, ao seu tempo. — Murmuro e volto a atenção para meu prato, já que ela pensa tanto, eu começo.

Resumindo, Beatrice levou mais que meia hora para comer a feijoada simples que eu pedi à ela. Já estava cansado de esperar, prefiro comer fora com as meninas, elas não tem essa frescura toda. Penso que hoje só estou aqui para provar a Julia que faço o que bem entender da minha vida, chamei ela de infantil, porém quem agiu como uma criança birrenta fui eu. Preciso pedir desculpa.

Já dentro do carro, com Beatrice junto, eu dirijo até o hotel onde ela está hospedada.

— Obrigada pela noite, Vinicius. — Beatrice murmura de repente. — Eu gostei bastante.

— Ata, de nada. — Murmuro cansado, Julia estava certa, tirei a semana para me organizar e já arranjei mais coisas pra fazer. Paro o carro na frente do hotel. — Porém, agora só quinta-feira mesmo viu. Estou realmente muito ocupado.

— Certo, obrigada novamente. — Sorri e se curva para beijar meu rosto, só que eu viro o rosto sem querer e acabo tocando nossas bocas. Ela me encara por alguns segundos e então aprofunda o beijo, correspondo o beijo também por algum tempo, e tão nos afastamos, ela me dá um último selinho e então abre a porta e se vai.

Solto um suspiro e ligo o carro, preciso descansar, quero a minha cama. Após alguns minutos, eu estaciono na minha vaga no estacionamento do condomínio, pego minhas coisas e depois sigo para o elevador. Paro em um andar antes do meu, e então toco a campainha. A porta se abre e uma Millena com pijama, bem curto por sinal, aparece.

— Que roupa é essa? — Pergunto tentando entrar, só que ela entra na frente, joga o cabelo que está no rosto pra trás a cruza os braços.

— Ora me poupe, tá com a cara toda borrada de batom, — Exclama apontando o dedo no meu rosto. — e quer falar do MEU pijama, que está no MEU corpo, sendo que estou na MINHA casa.

— Não é essa a questão, Millena. — Falo passando a manga da camisa na boca, saco, como que eu não vi isso. - Você abre a porta vestida desse jeito para todo mundo?

— Primeiro, agora você está parecendo o bozo. — Começa a pontuar com os dedos. — Segundo, a vida é minha! O pijama nem é curto, o único incomodado aqui é você, pode se retirar. — Aponta para o elevador ao meu lado. — E terceiro, fala logo o que você quer, tenho mais o que fazer.

Abro a boca para retrucar, só que ela me interrompe.

— Já vou adiantando, que se for para se desculpar com sua irmã, pela sua ignorância de mais cedo. — Millena fala e então um telefone começa a tocar dentro da casa e ela se vira indo para dentro. — Julia, saiu. Então pode ir embora.

— Espera! Saiu com quem? — Falo indo atrás dela, que passa pelo corredor é entra em seu quarto, já tinha vindo aqui antes, então não é nenhuma novidade ver o tanto de roupa que ela deixa espalhada pelo quarto. — Millena me responde!.

— Ai Vinicius, me erra. — Exclama pegando o celular e atende jogando novamente os cabelos para trás. Vou em direção a um espelho que tem aqui, e pego um lencinho limpando a boca. Estava parecendo o bozo mesmo. — Fala Juca... Agora não dá, te ligo daqui a pouco. — Fala olhando pra mim.

Depois que ela desliga eu me viro e pergunto:

— Quem é Juca?

— Aí Vinicius, menos muito menos. — Fala saindo do quarto e eu a sigo, ela chega na sala e abre a porta de entrada. — Se está trabalhando como detetive ou algo assim, sinto muito lhe informar, mas você está totalmente errado. Aconselho a mudar de profissão.

Paro no meio da sala e cruzo os braços. Essa mulher tem realmente uma resposta na ponta da língua, não tem como não se encantar. Abro um sorriso, porém ela parece se irritar com isso e então vem até mim e segura na minha mão, a mesma mão onde Beatrice segurou e eu não senti nada, mas agora com Millena eu sinto um arrepio, uma energia assim que ela me toca. Fico tão abobado que quando vejo já fui arrastado até a porta, ainda com um sorriso besta no rosto. Então Millena me encara, franze as sobrancelhas e balança a cabeça, como se dissesse, é louco.

— Larga de ser maluco! — Exclama e então fecha a porta.

Dou uma gargalhada e me viro apertando o botão do elevador.

— Maluco... eu sempre fui. — Sussurro sozinho. — Mas meus pensamentos realmente andam ficando perturbados.

Millena

Respiro aliviada, o que foi isso?

Vinicius nem ao menos retrucou minhas respostas, tava completamente abobalhado. Sem contar que chegou aqui estava com o rosto todo borrado, deve ter sido com a mulherzinha que Julia falou. Sem noção, discutir com a irmã para proteger uma desconhecida, uma mulherzinha que conheceu hoje.

Quando cheguei em casa, depois que conversei com os meninos sobre a reunião de mais cedo, Julia estava conversando ao telefone com sei lá quem toda estressada, perguntei o que tinha acontecido, e ela me contou. Por fim, ela decidiu que ia sair para comer fora com Danilo. Perguntou se eu queria ir junto, mas preferi ficar em casa, já estou estressada o bastante com a retardada da Monique, e ainda preciso falar com ela sobre isso. Então quando eu penso, que vou ter paz para pensar sobre minhas decisões, Vinicius chega e começa a arranjar confusão com a minha roupa, era o que me faltava.

Saio de meus pensamentos quando meu celular volta a tocar. Que saco! Juca não sabe esperar! Pego o aparelho jogado em cima do sofá e atendo.

Vamos sair?

— Ai Juca! De novo essa história? Não quero sair hoje, e você sabe o motivo.

Por favor, Milli. — Escuto barulho de elevador e então minha campainha tocando. — Abre a porta aí.

— Ah nem vem, vou ficar em casa. Você não vai conseguir me convencer.

Quero ver, abre logo.

Meia hora depois, estamos nós dois no meu quarto deitados, comendo pipoca e um monte de outras coisas, para assistir um filme.

— Eu disse que não ia sair. — Falo sorrindo jogando pipoca na boca.

— Você é uma estraga prazeres isso sim.

— A porta da rua é serventia da casa. — Cantarolo procurando um filme.

— Insuportável!

— Você me ama!

— E é por te amar, que deixo você comer essas coisa todas.

— Como se você mandasse em mim, né querido.

— Quem foi comprar essas coisas, — Juca fala olhando no relógio. — quase dando meia noite?

— Foi você, mas não ia dar meia noite. Exagerado? Nem um pouco.

— Ah fica quieta e assiste, vai começar!

Foi assim que naquele dia que passei tanta raiva, que eu desestrecei. Assistindo filme e comendo besteira com Juca.

🖐💘🖑
Oie gente, tudo bom?

Eu demorei, mas cheguei. Eu ouvi um aleluia 😌🙋🙌😂😂, agora que passou o Enem, minha rotina está voltando ao normal.

O que estão achando? Me contém nós comentários. E não esquece de votar ein.😉

Bom, é isso por hoje. Até a próxima, dessa vez não vai demorar😉.
Beijocas💋

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