CAPÍTULO 31
Lazlo
Manoel já está de pé quando vê Beatrice retirar da bolsa uma seringa e abrir um sorriso irônico e maldoso.
— O que essa cadela vai fazer? — Meu amigo exclama em despero enquanto tento ligar para o hospital. — Anda logo Lazlo...
"— Sabe querida... quando chegou o relatório dois anos atrás em minhas mãos, sobre um casal Belga cruel e que odeia crianças, achei um máximo e até mesmo estranho mas minha secretária deu a palavra que vocês eram de confiança e que precisavam fugir da cidade natal, por terem cometido o crime de sequestro e tortura... foi nesse ponto que eu bobiei! — Beatrice começa a passear entorno da cama enquanto fala.
— Devia ter pego ao menos uma foto de vocês dois, mas caramba naquele dia eu tinha um encontro com Vinicius e deixei de lado... é, o amor faz coisas bizarras conosco, mas quer saber de uma coisa? — Ela para perto dos aparelhos que monitoram Millena e batuca os dedos no monitor, estrala a língua e volta a falar. — No começo eu fiquei realmente encantada com aquele homem, porém como tudo na vida, passou e graças a Deus que passou! Como ele é chato, era óbvio que só pensava em você, chegava a ser monótono. — A loira louca passa a mão no cabelo e o joga com desdém para trás.
— Agora o que me motivava ficar perto de Vinicius era a irmã dele, Emily né? É encantadora aquela criança, mas você já deve saber pois cresceu do lado deles. — Beatrice se estica sobre o corpo de Millena e dá dois tapinhas em seu rosto antes de apertar com sua mão direita. — Todavia, meu plano não deu certo! Diabos viu!
— A outra irmã dele, Julia Insuportávelneiton, aquela garota arrogante arruinou meus planos várias e várias vezes, nunca consegui chegar perto dela... — Por Millena estar sem aparelho respiratório, Beatrice aperta seu nariz e Manoel falta me socar. — Porém veio a chance de ouro, Vinicius viajou do nada atrapalhando o meu convívio com a família, mas nada que não desse para concertar; Julia? Melhor ainda, viajou com o namorado para visitar os avós e Emily ficou desprotegida pois iria para um passeio da escola. — A essa altura da história ela já está novamente andando pelo quarto e ergue a seringa dando dois petelecos na mesma. — Tudo às mil maravilhas , já tinha o plano perfeito e então uma noite antes de conseguir meu prêmio tão trabalhado eu recebo uma ligação, quem era? — Beatrice volta para o lado da cama e senta na poltrona. — Se pensou em Judith, acertou! Mas se pensou no Walter, acertou também.
— Tive que largar tudo no Brasil e correr pra cá e ainda bem, estou muito feliz por vocês três bostas estarem hospitalizados. — Começa a rir histericamente. — Mas, enquanto você está aqui eu irei fazer todo o possível para encontrar todas aquelas pestes, pode ter salvo eles uma vez, mas isso não irá acontecer nunca mais, nem que eu precise me livrar de vocês um por um, vou fazer questão de nenhum dos três saírem vivos deste hospital!
Beatrice levanta e se prepara para usar sua seringa.
— E você será a primeira a morrer, sinta se lisonjeada por seus atos, até porquê vai descansar eternamente como prêmio."
Paramos de respirar por minutos enquanto a vaca muge seu veneno. A cada palavra que Beatrice solta, eu gravo e gravo todas as suas expressões e falas. Manoel falta entrar pelas telas, mas o ferimento, agora com curativo, começa a repuxar e ele senta novamente tentando recuperar o fôlego.
Tiro o telefone do ouvido e olho sem esperança para a tela, sinto vontade de gritar a sensação de impotência é muito grande e isso está me afetando de uma forma terrível. Olho para a tela e vejo o quarto de hospital por completo. Manoel levanta novamente, quando que por mágica, um médico e uma enfermeira entram no quarto.
"Quem deixou a senhora entrar neste quarto?" — A mesma enfermeira de antes pergunta confusa.
"Quem é a senhora? Alguma parente próxima? Precisa de autorização para estar aqui dentro, sinto muito." — Dessa vez quem fala é o médico e Manoel comemora atrás de mim.
Olho para a tela e capturo a revolta e o ódio nos olhos de Beatrice, ela esconde a seringa dentro do bolso da jaqueta e depois de respirar fundo, abre um sorriso frio e murmura tentando se segurar:
"Desculpa, ela é minha amiga e..."
"E a sua amiga não pode receber visita neste momento, pode se retirar, por favor?" — A enfermeira que agora sou fã, diz friamente e olha para a bolsa dela com desconfiança apontando para a porta.
Beatrice trava o maxilar e sem alternativa ela acente duramente e sai do quarto demonstrando não estar satisfeita.
— Quero me casar com essa enfermeira, ela sacou na cara que a bruxa queria fazer alguma coisa com a sargento. — Manoel dispara a falar enquanto sigo Beatrice pelas câmeras.— Você viu o olhar que ela deu para a bolsa da lambisgoia? Foi fatal! — Beatrice pega o elevador e começa a falar no telefone, não consigo ouvir desta vez mas sei que deve ser com os infiltrados dela. — O que ela vai fazer? Os meninos ainda estão em cirurgia né? Essa peste não cansa?
Muitas perguntas que são respondidas quando a mulher vai para o estacionamento e entra em um carro preto, aproveito para anotar a placa e então volto para dentro do hospital a tempo do meu celular voltar a tocar, é o chefe Pietro, já deve estar querendo informações com toda razão, três de seus agentes sumiram e não deram mais nenhuma noticia.
— Boa noite chefe! — Saúdo Pietro tentando soar positivo. — As ordens...
— Onde está meus agentes? Quero saber a localização das crianças imediatamente! Millena e Juca estão feridos? Qual a localização deles? E o namorado teimoso dela, onde se encontra? Estão todos bem, afinal? — Pietro desata a falar e perguntar rápidamente para no fim suspirar profundamente. — Vamos meu jovem, responda logo!
— Millena, Juca e o namorado, Vinicius, estão hospitalizados... — Sou cutucado duramente por Manoel e sou obrigado a lhe dar atenção, percebo que está enviando a nossa localização para Pietro. — Acabo de enviar minha localização. Continuando, Juca levou três tiros e estou aguardando por mais notícias, pois ainda está em cirurgia. Millena perdeu a consciência, ao que parece a pressão caiu ou subiu, não sei ao certo e estou esperando notí... — Novamente sou cutucado por Manoel e aceno, pois já sei que ele também já mandou a localização do hospital para o chefe. — O Vinicius levou dois tiros e também está em cirurgia, os três foram levados para o mesmo hospital e as crianças estão bem, na medida do possível.
— Caramba, vou ver o que faço e tentar ver como anda as coisas por lá e então depois nós encontramos. — Pietro diz com a voz carregada, acho que ele está preocupado e ou com raiva. — E a mandante? Não foi vista?
— Ainda bem que você me lembrou chefe, — Murmuro e passo mão no cabelo bagunçando mais ainda, olho pela câmera e vejo a enfermeira cuidando de Millena, respiro um pouco aliviado. — a mandante, no caso a Beatrice acaba de sair deste hospital...
— O que? Como assim? — Pietro grita e afasto o telefone do ouvido. — Se ela estiver ferida, Deus me perdoe mas que bom! Está pagando por seus crimes e crueldades...
— Não Pietro! — Exclamo falando seu nome para que ele pare de falar. — Ela fez uma tentativa de homicídio contra nossa sargento Silva, quase conseguiu e quase foi pega no flagra por um médico e uma enfermeira que a expulsaram imediatamente.
— Cadê a porra do meu exército? — Ele grita e acho que está ligando ou falando com outra pessoa. — Eu mandei 45 dos melhores militares e civis brasileiros e belgas, tanto para o Porto no auxílio durante do flagra, quanto para o hospital caso tivesse algum ferido!
— Senhor, ao que parece os agentes que foram direcionados para o hospital receberam um telefonema de Millena uma hora antes da ida para o porto, e neste telefonema ela dizia que queria que os 15 policias fossem para este abrigo onde nos encontramos agora. — Pietro xinga uns bucado e então parece pedir calma para os céus e volta a falar.
— Silva acertou em um ponto, mas errou em outro. — Ele diz e escuto a cantada de pneus. — Ok que ela escolheu a segurança das crianças, e enganou os traficantes que pensaram que ela estaria no hospital com as crianças. Mas agora, ela é quem está no hospital no lugar das crianças e junto com mais duas pessoas, porra!
— Senhor, não acho que agora seja agora de crucificar a sargento, preciso lembrar que sem ela nada disto seria possível. — Exclamo já ficando com raiva. — Ela fez muito bem a sua obrigação, só não pensou que os feridos seriam eles! — Bato a mão na bancada e Manoel arregala os olhos e pede para que me acalme. — Sem contar que os agentes que o senhor mandou para o Porto, metade foram executados antes da nossa chegada. E tudo isso aconteceu porque a Central, ficou sabendo de nosso plano e foi justo Millena, Juca e o namorado teimoso, que salvaram todas aquelas crianças colocando a própria vida em risco, então sem eles nada teria acontecido já que nem reforços suficiente eles tinham!
— O que está querendo me dizer Lazlo? — Pietro pergunta já alterado como eu.
— Estou querendo dizer, chefe, é que Juca por exemplo estava livre de receber três tiros, mas deu o seu colete para uma das crianças como prova de que estava falando a verdade. — Exclamo todas as informações que sei por ver as ações de meu amigo pela câmera. — Foi ele também que levou os três tiros no lugar de Millena, pois ela estava tentando salvar a vida de muitos e não percebeu nosso traíra pelas costas, mas ele viu e se jogou na frente mesmo sabendo que estava sem colete, pois isso se chama parcerismo e não obrigação.
— Eu nunca acusei ninguém, Lazlo...
— Mas tentou nos jogar a culpa, o que na minha opinião é injusto pois fomos nós que sofremos todo o trauma psicológico, de viver entre bandidos doentes mentais com pensamentos monstruosos e desumanos. — Exclamo e olho para Manoel que acena surpreso. — Pois foi somente nós que nos envolvemos de verdade neste caso!
Respiro fundo e aperto a temporã, estou ficando com dor de cabeça.
— Aconselho mandar reforços para o aeroporto Internacional e para possíveis saídas da cidade, acredito que a vigarista está tentando fugir neste momento. E ligue para o Brasil pedindo proteção na família dos três, a maníaca vai querer aprontar com eles caso consiga fugir. — Murmuro agora um pouco mais calmo. — Acabo de mandar a placa e detalhes do carro em que ela fugiu. Faça algo sobre isso e então reconhecerei sua ajuda em algo no caso.
Dito isto, eu desligo o telefone e tenho uma vontade enorme de beber e entrar em coma alcoólico, para poder esquecer toda esta guerra ao nosso redor.
👉🏽💘👈🏽
Oie gente, tudo bem?
Bom, este foi um capítulo difícil de escrever, para falar a verdade só consegui escrever ele num pique de criatividade as cinco da manhã😣, e espero que tenham gostado pois quando fui revisar mudei quinhentas vezes alguns detalhes. 😉
O que acharam da aparição de nossa querida odiada vilãn?😎😁
Millena quase morre também, mas um pouquinho e não chegam a tempo.😥🤒
E Lazlo? Acharam certo tudo o que ele disse? Ou acharam que ele extrapolou e disse mais do que deveria? 😌😮🤐
Me contém tudo, sim?🙌
Até a próxima e muitas beijocas💋
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