CAPÍTULO 30
Lazlo
Dirijo a toda velocidade com meu coração batendo na garganta. Respiro fundo e olho pelo retrovisor vendo as crianças todas encolhidas no lado esquerdo da van, o maiorzinho encontra meus olhos e rapidamente volta a abaixar a cabeça.
Cerro os dentes e aperto os dedos no volante. O que fizeram com essas crianças? Sei o que estão passando, mas tudo pode ter piorado e tenho medo do tanto que eles podem ter evoluído na maldade e crueldade. Esses embustes do caralho! O que os leva a fazer isso, é o que mais me questiono e nunca chego a nenhuma explicação, na verdade não tem mesmo que existir alguma explicação, é uma monstruosidade tão grande, um ato tão desumano que chego a pensar que quem comete algo deste tipo não é humano e se for, eu torço para ser de outro planeta e exploda.
Olho de novo pelo retrovisor e vejo os gêmeos, meu coração bate disparado em meu peito e sinto vontade de chorar, olho para frente novamente e respiro fundo para conter as lágrimas.
Um dia após, minha esposa Jhennifer ter dado à luz ao nosso casal gêmeos, Murillo e Fabiana; eles foram raptados! Uma enfermeira chefe deu nossos filhos para traficantes. Eu endoidei na época, óbvio, fui preso por ter matado a infeliz a míngua, mas sai algum tempo depois por bom comportamento. Minha esposa entrou em uma depressão profunda, jurei vingança e agora aqui estou eu.
— O moço?... — Escuto alguém me chamar e reduzo a velocidade olhando brevemente para trás, me deparo com os gêmeos.
— Sim?
— O Jonas, está passando mal aqui atrás! — Completa o outro.
— Verdade! — O primeiro volta a falar e olha de novo para trás. — Agora ele tá rolando no chão, feito minhoca.
Franzo a testa confuso e preocupado, acelero quando estamos prestes a chegar na rua onde se localiza o galpão, espero de coração que os paramédicos estejam lá como Millena tinha programado, se não estou perdido. Já não basta o resgate que deu merda pra todo lado, ao menos isso tem que dar certo, principalmente por ter um suposto doente comigo.
Os pneus do furgão cantam, quando adentro pelo portão e paro, graças a Millena, no meio de quatro ambulâncias. Pulo para fora do automóvel e corro para abrir a porta de trás, seguro a respiração por um segundo quando me deparo, com o Jonas puxando o ar com força. Porra!
Assim como eu, alguns paramédicos pulam dentro da van e começam a socorrer as oito crianças. Eu simplesmente me abaixo ao lado de Jonas e seguro sua cabeça para que pare de bater constantemente no chão.
— Preciso de ajuda aqui! — Grito e um dos homens vestindo branco vem em minha direção. — Calma garoto, vamos cuidar de você. Sem pânico!
— Preciso que se afaste... — O enfermeiro chega pedindo e o encaro seriamente. Não irei a lugar algum. — Na verdade, preciso que o segure para que pare de se debater.
— Certo é o que estou fazendo, faça logo seu trabalho. — Digo entredentes e aperto a mão do garoto em meu colo.
— Ele está com algum problema no pulmão esquerdo... — O cara fala sozinho e arregalo os olhos olhando em volta. Como que ele sabe? — Isso está afetando e impedindo sua respiração. — Murmura me encarando e então coloca uma pulseira vermelha no pulso de Jonas, levanta a mão e chama por alguém.
Logo, Jonas está sendo carregado para a ambulância e para de se debater com o auxílio de um dos equipamentos. Vejo seus batimentos normalizarem e então, enfim, respiro aliviado.
Volto para a van e pego meu fone, procuro por canais do ponto de um dos três, todos mudo, paro no de Millena ao ouvir um chiado.
"FIQUE LONGE DE MIM!"
Afasto o fone do ouvido e abaixo o volume quando escuto o grito de Millena, o que está acontecendo?
Viro na cadeira para olhar os monitores e procuro a câmera embutida na roupa de Juca, sem sinal! Que caralho aconteceu em meia hora?
Aumento o volume e volto a escutar a única ligação que tenho com os três.
"Eu não preciso de nenhum sedativo!"
Franzo a testa e procuro a localização de Millena a partir do seu celular, ou arma. Encontro dois resultados, segundo a arma ela está no Porto. E segundo o celular no hospital. Como assim?
Qual dos dois?
"Eu preciso é saber notícias de um dos dois! Moça presta atenção, eu sou uma policial e estou em operação, tem como a senhora me falar o estado de ao menos, do Vinicius Menezes?"
"Senhora, entenda que você está hospitalizada e não pode passar por mais estress, por isso está sendo medicada."
"Pouco me importa!... Eu não preciso de medicamento algum! Estou em perfeita forma. SAIA DE PERTO! JÁ DISSE QUE NÃO PRECI..."
"Isso foi para o seu bem, senhora. Vai descansar agora e acordar muito melhor."
O que está acontecendo? Como eles conseguem entrar em encrenca em menos de uma hora?
Acredito que estejam no hospital, depois dessa cena tenho quase certeza. Mas melhor conferir.
Tento puxar a conexão do seu ponto de ouvido e descobrir sua localização. E depois de cinco minutos, como esperado, ela está no hospital e provavelmente com Juca e Vinicius. A conexão está falhando, então significa que ela deve ter tirado e guardado.
Preciso ir pra lá, olho pela janela e vejo os médicos examinando as crianças, mas Millena vai me matar se algo acontecer com essas crianças.
Misericórdia o que eu faço?
Pensa, pensa, pensa Lazlo!
Vou tentar invadir o sistema de câmeras do hospital, assim eu vejo como estão os três e não preciso sair daqui. Meu celular vibra em cima do balcão e o pego atendendo sem ver quem é.
— Lazlo!... — Seja lá quem for, conhece meu nome. — Fui ferido, onde você está? Pode me ajudar? — Franzo a testa e afasto o aparelho pra ver quem é, Manoel.
— Manoel! Desculpa cara, esqueci de você! — Exclamo deixando o computador de lado. Mais essa agora. — Onde você está?
— Peguei um táxi, mas perdi o endereço que você me deu... — Eu não sei o que fazer, Walter já me traiu e se Manoel fizer o mesmo? Dessa vez a Central não pode nós achar.
— Como você foi ferido? — Pergunto e sorrio quando a conexão chega a cem porcento no sistema das câmeras do hospital.
— Eu vi na hora que você jogou a bomba no casco do navio, então liguei pra ambulância para o caso de alguém ter ficado ferido, mas aí quando cheguei onde vocês estavam o Juca e Vinicius já estavam baleados. Mesmo assim eu ajudei e fui na ambulância em que estava Vinicius, até porque Millena estava com Juca; mas um dos traficantes estava disfarçado de paramédico e antes que ele matasse o Vinicius, eu me atirei nele e caímos da ambulância em movimento, ele foi atropelado e eu acho que quebrei o braço por cair de mal jeito. — Escuto ele sussurrar e começa a gemer de, acredito que seja dor, vai saber né. Penso um instante para tomar uma decisão e foda-se, qualquer coisa eu tenho uma basuca.
— Anota o endereço aí...
Quando desligo o telefone, já tenho acesso a todas as câmeras. Vou tentar acessar a documentação, assim eu não preciso revirar todas as câmeras para acha-los, porém enquanto os dados carregam eu procuro nas câmeras mesmo.
Passasse dez minutos e estou com começo de enxaqueca, já procurei em 15 câmeras mas parece que eles são invisíveis. Levanto pra pegar uma garrafa de água para tomar remédio e quando volto a me sentar pulo para a próxima câmera, é um quarto.
Dou zoom e tento focar para ver o rosto da pessoa deitada de lado, mas parece que justo em momentos críticos o meu sistema trava e começa a recarregar. A porta da van é aberta e pego a arma em um instinto automático apontando para a pessoa.
— Opa! Calma cara! — Quando vejo Manoel o meu braço abaixa mas não consigo largar a pistola, tento sorrir mas sai uma careta. — Sou feio mas nem tanto pra te trair, irmão. — Dou uma gargalhada e balanço a cabeça soltando a arma perto dos teclados, essa é como se fosse a frase de efeito dele porque toda vez que está com medo, em perigo ou qualquer outro sentimento repete isso como se fosse um papagaio, chega irrita. Uma vez a central desconfiou de mim, e foi interrogar Manoel por estar sempre comigo e tudo que ele falava era, sou feio mas não o bastante para morrer desta forma. Ou, vão me matar por ser feio, tudo bem, mas vocês já viram o Euclide? Ele é mais feio que o Mister Bean. Claro que levou uma boa surra, mas está vivo para contar a história.
— Como está o braço? — Pergunto quando vejo o gesso.
— Um dos muitos enfermeiros me ajudou quando cheguei. — Diz entrando, sentando num banco mais afastado e segurando o braço machucado quando senta, acho que deve estar doendo. Manoel ergue a cabeça e aponta para as telas atrás de mim. — Tem alguma coisa acontecendo ali...
Viro a cadeira e olho para onde Manoel está apontando, arregalo os olhos quando vejo uma loira entrar no quarto, chegar perto da cama e virando a pessoa deitada revela Millena, ainda desacordada.
— Essa loira aí, não é aquela que Millena tanto falou? — Manoel pergunta trazendo a cadeira para mais perto.
— É ela mesmo, — Digo entrando em desespero, Astrid está sozinha em um quarto de hospital com Millena desacordada. Puta merda! — Beatrice Astrid está tentando se vingar!
👉💘👈
Olá meus lindos, como vão? 🤗
Crianças sendo examinadas, Vinicus e Juca em cirurgia, mas Millena está em perigo...🙆♀️🙆♂️❤🙅♀️🙅♂️
E Manoel salvou nosso menino! Ehhh😁
Tudo o que eu digo é, seguraaa coração! 🙏
Até a próxima e beijocas💋
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