CAPÍTULO 16

Millena

Encaro Pietro, praticamente embasbacada. Ele tá ficando doido ou o que?

— Quê? — Digo fechando a pasta, com uma cara nada boa.

— Calma Millena. — Sorri e isso me tranquiliza um pouco, só um pouco. Ainda estou desconfiada. — Quando digo que quero você morta, digo no sentido de sem provas ou forma de alguém te encontrar. Código 526, desaparecer assim do nada, não vai ser bom, não acha? — Depois de explicado, sei que agora isso depende total da minha escolha. Tenho a resposta na ponta da língua. Só que não tenho certeza de uma coisa.

— Senhor, uma última dúvida? — Peço e ele acena pacientemente. — Aquela mulher já viu o meu rosto. E se alguém me reconhecer?

— Pensei nessa parte e justamente nessa parte me deu vontade de te punir, Sargento. — Diz com pesar. — Mas eu sei que você e Juca podem pensar em uma forma. Porém, preciso de uma resposta, e agora!

Respiro fundo e então aceno com a cabeça.

— Tudo bem, aceito chefe! — Respondo segurando todas os meus sentimentos por trás dessa resposta. — Me diz quando, vou?

— Você tem uma semana, para se organizar e por as coisas em ordem aqui. — Suspira e fecha os olhos rapidamente. — Conseguimos resolver as coisas de Beatrice, sem precisar deportar. Então aconselho que ande logo.

Concordo com a cabeça e coloco a pasta dentro da mochila.

— Você precisa ter total e toda restrição, ninguém e eu repito, ninguém pode saber sobre está operação Millena. — Mas e o Juca? Me pergunto por dentro. Ele me encara por baixo de seus óculos, brevemente. — Claro que o Juca pode saber, ele vai com você. Te encarrego de explicar tudo a ele. — Confusa por ele saber, de minha pergunta não realizada, aceno devagar. — Tudo esclarecido? — Pergunta levantando e me levanto concordando. — Ótimo pode se retirar, e faça cara de que foi censurada.

Pietro atravessa sua sala e então abre a porta me indicando para sair, com o rosto sério. Faço a minha melhor cara de incomodada, como se tivessem acabado de chamarem a minha atenção. E com a minha melhor cara de raiva eu saio da sala, passando por todos os outros, incluindo a nojenta da Monique, presentes naquele lugar.

Quando estou passando pelo corredor, o que eu acho, ser um advogado está saindo de uma sala e passa por mim como um raio. Logo em seguida, sai a cabo Fernanda, que quando me olha, me puxa para um canto e pede.

— Senhora, com todo respeito. Posso ficar com o caso da belga? Por favor? — Diz ainda seria como se nada a atingisse.

Na hora eu concordo, nada melhor. Ainda bem que ela pediu, quero mais é me livrar daquele encosto.

— Claro, boa sorte com isso. — Digo e me viro, voltando a andar.

Sou puxada para dentro do banheiro e tenho vontade de socar o Juca. Que raiva! Por que é que ele tem sempre que me puxar para todo canto.

— Para de ficar me puxando dessa forma, Juca! — Reclamo me virando e me deparando com o sorriso de besta dele.

— Foi mal, é que você não me respondeu... — Me mostra o celular aberto na nossa conversa.

— Lógico que eu não respondi! Esqueceu que estava na sala de Pietro, em reunião? — Exclamo revirando os olhos. — Você sabe que durante as reuniões com ele, ele não aceita celular.

— Verdade, foi mal de novo. É que a sua mãe não para de me ligar. Fui atender na primeira vez e ela quase me bateu, por telefone! — Ele diz com os olhos arregalados. Tanto Juca, quanto eu, temos medo de minha mãe. Ela é a única que nós dá esse medo. Dona Jaqueline, praticamente adotou o Juca, mesmo ela tendo uma chama de esperança, onde vai nos ver casando. O que não vai acontecer!

Olho no relógio e faço uma careta pela hora. Mas é bom que eu a visite logo.

— Vou passar lá agora. — Digo colocando a mochila nas costas. — Você vem comigo.

— Eu? Tá doida? Não vou mesmo! — Diz desligando o notebook e depois guardando junto com suas coisas, que está tudo espalhadas na pia do banheiro. Franzo as sombrancelhas, por que esse doido está usando o banheiro como escritório? — Sua mãe vai arrancar meu coro, só porque não atendi o telefone. Vai você, sozinha...

— Não vou sozinha nada, você vai comigo e pronto. Anda logo Juca, quanto mais tarde pior é.

Ainda resmungando, ele me segue e saímos pela porta de trás, é mais longe? É, porém não vamos precisar passar pelos gansos plantados lá na frente. Por que não entramos por aqui, para evitar os repórteres? Porque só abre por dentro.

Cada um segue para seu respectivo carro, temos o mesmo carro, Um Fiat Palio Sporting, o meu é vermelho e o dele é branco. Compramos juntos, lembro que no dia, eu fiquei em dúvida em qual escolher, mas no fim escolhi o vermelho, porque não tinha preto e o amarelo é muito chamativo, lindo, mas muito chamativo.

Faço o de sempre, coloco a mochila no banco de trás, conecto o celular no suporte. Olho o retrovisor e aproveito para arrumar o cabelo. Depois olho para o lado e vejo a sombra de Juca dentro do carro, tanto o meu vidro como o dele é fumê. Então só vejo a sombra dele, acho que ligando o rádio. Abro a janela e quando ele me vê o encarando, abaixa também e pergunta.

— Que foi? — Pergunta abaixando o som, acho que não é rádio e sim do celular dele, já que está escutando Ressaca, do Jão.

— Quando chegarmos na avenida do apartamento de minha mãe, você vai indo, que eu vou parar na padaria. — Abro um sorriso amplo. — Quero comer sonho. Quer um também?

— Só um sonho? — Faz careta e se vira pegando uma nota de cinquenta e se estica para me entregar. — Quero um sonho de doce de leite, uma tortinha de morango e três bombas de chocolate. — Fala rapidamente seu pedido e me pergunto porque falei que ia na padaria. — Ah e me traz 200 gramas de pão de queijo, do pequeno. Por favor. Anotou tudo aí?

— Seu nome deveria ser, Zé formiga e não Juca. — Digo surpresa por toda essa lista.

— Eu não vou comer tudo sozinho, tia Jaqueline gosta de bomba de chocolate, então uma é pra ela. — Explica e aumenta um pouco o volume.

— E a outra é pra mim? Que fofo, se lembrou...

— Que pra você o quê?! — Me interrompe fechando o vidro. — As outras duas são pra mim, se quiser depois te dou uns dois pães de queijo. — Termina de fechar o vidro e sai com o carro.

— Que folgado! Vou comprar uma bomba pra mim, mas vai ser no dinheiro dele! — Digo o seguindo e saindo com o carro.

💘

Quarenta e dois minutos depois, eu entro no apartamento de minha mãe, que por muito tempo foi minha casa. Encontro Juca sentado no sofá conversando animadamente com minha mãe, até parece que ele é o filho e eu a convidada, reviro os olhos. Caminho até eles e sento ao lado de mamãe a abraçando.

— A bença mãe? — Peço encarando Juca com os olhos semicerrados. — Estava com saudades mãezinha. — Juca fala, mentirosa, sem som e nega com cabeça. Reviro os olhos.

— Deus te abençoe, coisinha irresponsável! — Responde batendo no meu braço. E logo aperta meu rosto em suas mãos. — Temos muito o que conversar. — Diz seriamente.

— Também te amo. — Levanto e ando até a cozinha, escapando, já sentindo o cheiro maravilhoso da comida de Dante, meu padrasto. Hoje deve ser o seu dia de cozinhar. — A sobremesa eu vou colocar na geladeira. — Ainda bem que comprei um bolo, Dante não vai gostar muito já que ele mesmo gosta de fazer a sobremesa, mas hoje é diferente. Fecho a geladeira e corro para abraçar Dante, dou graças ao céus todo dia, por minha mãe ter encontrado ele. Não a pai melhor que ele.

— Já estava com saudades, Sargento. — Dante ama me chamar assim, desde que ganhei esse cargo.

— Eu também estava, chefe. — Falo sorrindo e me afasto, e eu chamo ele de chefe por ele ser um ótimo chefe de cozinha. — Mas me diz, o que temos para comer hoje?

Dante sorri e começa a me explicar sua obra de arte, feita pra nós deliciarmos.

💘

Sigo para meu antigo quarto, junto com Dante e minha mãe. Quando nos acomodamos, eu suspiro e conto à eles, que preciso viajar a trabalho e tentarei voltar o quanto antes. Que o ocorrido de hoje não tem nada haver e eles não precisam se preocupar com nada, já que Juca me salvou hoje e vai comigo, acabei deixando escapar que vamos para a Bélgica e minha mãe ficou eufórica brevemente, e então se lembrou que estou saindo do país por tempo indeterminado e começou a chorar, sendo contida por Dante, que estava feliz por mim, mas triste por minha partida.

— Filha, você vai me ligar todo dia né? — Minha mãe pergunta nos braços de seu marido.

Aceno pra ela e abraço os dois mais uma vez e me afasto para chamar o elevador, enquanto Juca se despede.
Espero que corra tudo bem, assim eu volto o quanto antes.

👉🏾💘👈🏾
Boa noite gente do meu coração, tudo bom?
Espero que sim.🤗

Bom, esse foi mais um capítulo e logo logo, vamos ver se Millena vai embora mesmo ou se ela vai desistir e ficar por aqui. 🙃

Por hoje é só é até a próxima, beijocas 💋

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