Føųř: Almond water
Água de amêndoa
🌈🌞🍄
❝Park Jimin❞
Parecia estar numa toca de coelho, profundo e tenebroso.
Não demorou muito escorregando naquele tubo estreito e escuro, logo se encontrando num lugar diferente. Analisou a sua volta. Estava no final de um escorregador de um playground infantil, mais a frente podia ver uma rua com casas em volta. Tinha voltado para casa? Tinha saído daquele lugar estranho e retornado a sua vida normal? Se levantou do escorregador se dirigindo à rua. Uh, tinha algo errado.
A rua era totalmente deserta e escura, parecia ter chovido recentemente pois o asfalto estava molhado e havia folhas secas perto das calçadas. Os poucos postes de luz não funcionam, alguns piscavam fracos dando uma leve iluminação em alguns pontos. Haviam várias casas diferentes dos dois lados da rua, mas estas pareciam vazias. Parecia um bairro normal. Mas não parecia ser um bairro de onde morava, talvez não conhecesse ou nunca tivesse visitado antes.
Ou não existia?
Existe, mas não de verdade.
Mesmo estranhando aquele lugar, começou a andar na passarela. Não reconhecia nada ali. Parecia uma rua americana. Mas morava no leste da Ásia. Será que realmente tinha voltado para casa? Ou acabou indo para outro lugar longe de casa? Complicado... Estava com uma sensação estranha no estômago, tipo um formigamento. Não gostava daquilo. Olhou o relógio do celular. Era bem tarde da noite. Com certeza seria perigoso se continuasse naquela rua sozinho.
Ouviu um barulho ao longe. Subiu a sensação de estar sendo observado. Andou um pouco mais dando passos largos e ligeiros. Tinha que achar um lugar para ficar, pelo menos por enquanto. Não tinha noção de onde estava e isso era péssimo. Seus pais provavelmente estavam muito preocupados consigo.
Não voltaria para casa naquela noite...
[...]
Caminhou um bom percurso. Nesse meio tempo tentou ligar para alguém mas sem sucesso. Já estava desistindo, nada mudava no cenário do suposto bairro. Apenas casas, a rua e a penumbra o envolvendo. Já cansado, sentou na calçada à sua direita, não se importando se sujaria sua calça. Puxa, o que estava acontecendo? Os últimos acontecimentos eram inexplicáveis. Nada mais fazia sentido. Sua cabeça estava prestes a explodir.
Aquilo tinha uma resposta? Alguma explicação plausível?
Mergulhado em seus pensamentos, algo chamou a atenção do loirinho. Na sua frente, do outro lado da rua havia uma casa normal como qualquer outra. Se não fosse pela estranha luz que vinha de uma das janelas do segundo andar. A luz não era muito forte, era colorida em tons de azul e verde.
Hum, interessante.
Atiçado pela curiosidade, Jimin se aproximou daquela casa tentando ver mais de perto. O interior era escuro. Aquela era a única fonte de luz vinda dali. Se tinha luz, alguém estava ali, certo? Foi até a porta, batendo na madeira escura.
...
Nada.
Bateu novamente, talvez a pessoa não tenha escutado.
...
Nada.
Achou aquilo estranho. Será se a pessoa estava dormindo e esqueceu a luz ligada?
Não...
— Tem alguém em casa? — Gritou na falha tentativa de abrirem a porta para si.
Mas ninguém veio.
Iria ser um pouco mais insistente. Bateu na porta repetidas vezes e mais forte que antes.
— Alguém me responde, por favor? — Gritou mais alto ainda batendo na porta. Por algum motivo, um desespero brotou em si. Talvez não tivesse ninguém naquela casa. Mas e a luz?
Dessa vez tentou abrir a porta, o que estranhamente funcionou. Conseguiu entrar sem nenhuma dificuldade.
— Olha, pessoa que mora aqui, você não pode deixar a porta aberta, imagina se um ladrão entra? — O loiro ainda alertou o suposto morador da casa, como se fosse adiantar alguma coisa — Estou entrando, ok?
Fechou a porta atrás de si sem mais nem menos. Estava tão escuro que mal enxergava um palmo à sua frente. Por sorte seu celular tinha lanterna e ainda não estava descarregado. Ligou iluminando o local. Parecia uma casa normal. Andou até a sala de estar começando a explorar. A sala possuía mobília, nada muito extravagante. Não parecia uma casa abandonada, visto que os móveis estavam em bom estado de conservação. Foi até a TV na intenção de liga-lá, mas foi em vão. A televisão não funcionava. Agora parando para pensar... será se aquele bairro estava sem energia? Faz sentido se for pensar por esse lado. Explorou o restante da casa no andar de baixo, entrando em todos os cômodos: na cozinha, na sala de jantar, no banheiro, na dispensa e até na lavanderia. Descobriu que os outros eletrônicos também não funcionavam. E também não tinha ninguém ali.
Quando checou tudo que tinha para checar, resolveu subir para a parte de cima da casa e finalmente descobrir de onde vinha aquela luz colorida. Olhou para as escadas com certo receio. E se o dono da casa aparecesse? Bom, já estava aqui mesmo, não voltaria atrás.
O que poderia dar errado?
Iluminou os degraus e subiu devagar. A escada de madeira rústica rangia a cada passo seu. Estava apavorado. Rezava internamente para não achar algo assustador naquele lugar. Depois do último degrau, passou sua lanterna em volta. Nada estranho. No segundo andar da casa havia um corredor com várias portas. O garoto foi a cada uma das portas, vendo quartos bem arrumados e um banheiro bem limpo, mas não tinha ninguém nos quartos.
Tudo vazio.
Viu a luz vindo da última porta do corredor.
Deu passos curtos até ali.
Encarou a porta branca.
Oh céus! O que estava fazendo? Não devia estar batendo bem da cabeça. Poderia se meter em uma baita confusão por estar invadindo casa alheia. Mas não achou ninguém nos outros cômodos, e a porta da frente estava aberta para qualquer um entrar. E de qualquer jeito, não iria dar o braço a torcer agora. Não desistiria tão fácil.
Sua respiração desregulou. Seu peito subia e descia rapidamente. O nervosismo o pegou em cheio.
Sem pensar em mais nada, abriu a porta de olhos fechados, esperando o pior acontecer.
Mas nada aconteceu.
Abriu os olhos.
Observou o quarto igual aos outros.
Também não tinha ninguém ali. A casa estava totalmente vazia.
Uhh, que esquisito.
O nervosismo desapareceu, dando lugar a uma grande curiosidade.
Foi quando finalmente achou a fonte da luz estranha e bonita.
🍀⏳
❝Min Yoongi❞
Já sentiu como se não existisse uma saída para a situação que se encontrava?
Yoongi já estava pensando em desistir de tentar sair dali.
A claustrofobia atacava fortemente. Nunca imaginou que entraria numa enrascada dessas.
— Tudo culpa daqueles idiotas...
Pensou em vários jeitos de alcançar aquela abertura no teto. Tentou pular — o que não adiantou já que é muito baixo — tentou escalar nas paredes falhando miseravelmente, já que acabava escorregando por estar com as mãos suadas, até tentou gritar como se alguém fosse ouvir.
Nada adiantou.
Sentou novamente no chão desanimado, jogando sua mochila longe.
...
Uma luz acendeu em seu cérebro.
Como não pensou nisso antes?
Pegou a mochila vendo o conteúdo dentro. Ainda tinha algumas apostilas enormes da escola e alguns cadernos. Será que vai dar certo? Iria descobrir. Retirou todas as apostilas e cadernos, colocando um em cima do outro no chão, assim formando uma pequena pilha. Aquele era o único jeito de escapar daquela caixa minúscula.
Mas... se voltasse para casa, precisava daquelas apostilas e cadernos para estudar, até porque não teria como pegar eles de volta. Entretanto, não é como se o Min se importasse. Podia comprar outros cadernos e as apostilas estavam disponíveis no site online. Era isso ou ficaria preso ali pra sempre. E não estava afim de continuar ali. Colocou a mochila de volta nas costas, pisou na pilha de livros e dando um pulo alto conseguiu alcançar o buraco segurando a beira com as mãos. Deu um impulso no ar e finalmente chegou na parte de cima do teto, logo saindo do cubículo abafado.
— Tchau, pedaço de merda. — Enlouqueceu de vez? Não avança as coisas, garoto.
Vendo a sua frente, estava numa espécie de tubo de ventilação, pelo menos tinha a aparência de um. Engatinhou como um gatinho acanhado virando à esquerda dando de cara com outra abertura. Esperava que não estivesse no segundo andar daquele labirinto sinistro. Saiu do espaço apertado, entrando em outro lugar.
O lugar em questão era um prédio de escritórios vazios. Percebeu que a tubulação que havia saído estava agora fechada. Ótimo, agora ficaria preso ali. Começou a explorar dando uma analisada no lugar. Apesar de serem escritórios, o espaço quase não possuía móveis; tinha algumas janelas escuras enquanto outras não - achou melhor não chegar perto destas - avistou também uns bebedouros, máquinas de venda automática e até fontes. Parecia um lugar normal, aparentemente, mas pensava que ainda tinha algo estranho. Tinha plena certeza que não havia voltado para casa, não tinha como. Andou passando por outras salas de escritório. Não parecia muito interessante. Queria saber onde estava exatamente. Continuou explorando o local novo.
[...]
Vendo o quão grande era aquele prédio, resolveu dar uma pausa. Não tinha encontrado nada diferente até então, também não achou outra pessoa no caminho. Se sentou próximo a um bebedouro.
Pensou se existia uma saída naquele lugar.
Sempre há uma saída. Se existe uma entrada, existe uma saída. Mas também existem armadilhas no caminho...
Como estava com sede, pegou sua garrafinha d'água vazia e pôs para encher no bebedouro. Achou estranho a água ser levemente transparente como se fosse água de coco. Por que um bebedouro de escritório teria água de coco em vez de água normal?
Não era água de coco.
Descobriu isso quando sua garrafa terminou de encher e tomou um pequeno gole, cheirando antes. E se surpreendeu com o gosto. Era muito bom. Para uma água de bebedouro, aquela era uma delícia. O sabor era levemente adocicado com um toque de amêndoa. Hummm! Nunca tinha provado algo parecido. E o sabor não era a única vantagem daquela água. Se sentia maravilhosamente bem. Até sua fome tinha ido embora com apenas um gole daquela água milagrosa. Se sentiu até mais disposto e saudável.
— Nossa...
Impressionante porém estranho.
Tinha achado uma fonte de água dos deuses? Era o que parecia. Bebeu um pouco mais de água, apreciando o sabor gostoso como um bebê aprecia o leite materno. Ficou com vontade de roubar o bebedouro e levar o resto da água consigo. Porém foi interrompido bruscamente, quase se engasgando com o líquido.
— Olá! — Se virou vendo uma garota desconhecida mais baixa que si.
— O-Oi? Quem é você? — A garota estranha sorria, o que contrastava com seu cabelo castanho preso em duas maria chiquinhas baixas.
— Eu quem pergunto, quem é você? Nunca te vi por aqui antes... — Falava de forma meiga, querendo não assustar o outro.
— Ahh... Meu nome é Yoongi.
— Prazer Yoongi. Meu nome é Jiwoo, mas pode me chamar de Chuu. — Sorria grande enquanto estendia a mão para o mais alto apertar. E assim o fez.
— Certo, Chuu... você sabe me dizer onde eu estou? — Relaxou. Finalmente tinha achado alguém para o ajudar, talvez pudesse sair dali.
— Bom, você está nas ₩$£&#€#@$%$¥£&#¥#_@^&@£#&##*#£₩£@&^@^@*£
— O que? Não entendi direito.
— Como você pode ver, aqui é um escritório abandonado, mas nós temos outros nomes também.
— Nós? Tem mais pessoas nesse lugar?
— Sim, por aqui há vários andarilhos e existem até grupos. — O garoto não estava entendendo nada daquilo, então apenas assentiu — De onde você veio?
— Não sei dizer, era um lugar bem esquisito, parecia um labirinto infinito e era tudo amarelo...
— Ah, entendi. Você deve ser novo nessa coisa.
— Coisa? Como assim?
— Vem, — Indicou para que começassem a andar — irei te explicar tudinho. — Sorriu novamente meiga.
Começou a acompanhar ela, ainda desconfiado. Provavelmente não está preparado para os próximos acontecimentos.
Ainda se arriscaria muito.
🍀⏳
❝Kim Seokjin❞
Sonhos podem ser um ótimo jeito de fugir da realidade.
Mas pesadelos vão te fazer implorar pela terrível realidade.
O único problema é quando o pesadelo começa a se tornar real.
O acastanhado pensou estar em um sonho. Havia caído num lugar diferente, bonito e estranho. Estava em uma estrada, com diversas placas confusas indicando um caminho diferente. Olhando ao redor, se via colinas de grama, algumas maiores, outras menores. Nossa, que lugar bonito. Ficou tão intrigado com o cenário novo, parecia uma cidade tãooo simpática. Andando pelo meio fio da pequena estrada, pôde ver mais daquele espaço. Em algumas colinas existiam casas no estilo da década de 1930. Na verdade as casas pareciam ter sido desenhadas por uma criança; aqueles desenhos simples geométricos com duas ou quatro janelas, um telhado triangular e uma pequena cerca em volta. Era exatamente isso que parecia.
Se por um instante estava achando aquele lugar bonito, agora achava um pouco estranho. Por que tinha móveis aleatórios nas colinas? Por que algumas casas parecem inacabadas, como se estivesse faltando um pedaço? Por que aquela cidade parecia um cenário de desenho animado? Agora percebeu algo. O cenário da cidade tinha um efeito estranho. Esfregou os olhos, achando que podia ser sua visão. Mas não, a cidade realmente tinha um efeito meio... granulado. Era um bonito estranho.
Estava sonhando?
De repente, ouviu uma música animada ecoar no ar. Percebeu que o som saia de um poste de sirene perto de si, tinha mais espalhados pela cidade. Não conseguiu identificar qual música era, mas era bem parecida com as que ouviu em desenhos animados. Mais a frente da estrada, viu uma van branca chegando perto. Era uma van de leite. A van parou na sua frente, como se esperasse ele pegar uma garrafa de leite. O mais bizarro era que não tinha ninguém dirigindo a van, o banco do motorista estava vazio.
— O que?
Achou aquilo deveras estranho, mas decidiu ignorar, aquela cidade já era estranha o suficiente. Aliás, tudo que estava vivenciando até então era bem bizarro. Pegou duas garrafas de vidro com o leite dentro.
— Obrigado... van de leite. — Estava agradecendo um caminhão de leite ambulante? Pelo menos estava sendo educado. Que estranho.
Mas a van não foi embora, continuou paradinha no mesmo lugar.
— ...Eu tenho que... pegar mais? — Indagou mesmo sabendo que não seria respondido. Pelo visto sim, já que quando pegou um caixote que continha mais quatro garrafas de leite, a van foi embora quase de imediato.
Agora tinha seis garrafas de leite. Pelo menos não passaria fome. Realmente não passaria fome.
O caixote não cabia na sua mochila, o que era péssimo já que teria que carregar enquanto caminhava.
— Perfeito. Não tinha como estar melhor.
Continuou seu caminho com o caixote em mãos, resmungando a cada passo.
[...]
Em uma longa caminhada, parou um pouco para descansar. Sentou na grama verdinha de uma colina. A música dos postes tinha trocado para outra. Que espécie de lugar era aquele? Era de certa forma bonito e simpático. Mas também era estranho e bizarro.
Pegou uma garrafa de leite, vendo sua embalagem. Uma garrafa de vidro normal; no rótulo, coisas bem genéricas.
— Leite de amêndoa.. — Estava escrito no rótulo. Melhor ainda, gostava de comidas veganas e até pensava em ser vegano.
Você sabia? Algo não mencionado antes é que esse Leite de Amêndoa ou a Água de Amêndoa é extremamente essencial nas viagens. Ele contém uma base rica em nutrientes; três garrafas podem deixar a saúde de uma pessoa mais saudável, vale uma refeição completa. Além disso, tem benefícios de saciar sede e fome, mais disposição se estiver cansado e até aumentar a sanidade se estiver completamente insano. É importante que esses amigos achem garrafas com Água de Amêndoa para sobreviver o resto de seus caminhos.
Ele tomou um grande gole do leite. Tinha um gosto tãooo bommm. Docinho com o toque amendoado. Já tinha bebido leite de amêndoas antes, mas aquele era muito melhor. O melhor que já tinha provado. Até seu cansaço sumiu. Terminou o líquido de uma vez só, ainda tinha cinco, então não teria problema.
Juntando suas coisas voltou a caminhar. Queria saber se sairia daquela cidade, em conjunto se perguntava como parou ali. Resolveu subir um morro alto onde se encontrava uma casa inteira. Aquela cidade... era tão quieta. Até então, não tinha visto uma alma viva passar. Nem carne viva. Alguém morava ali?
A casa que agora encarava lembrava uma de um desenho animado específico. Qual era o nome mesmo? Olhou pelas janelas não vendo nada, não parecia ter ninguém também. Certamente, aquela era uma cidade abandonada. Será? Não tinha a aparência de abandonada...
Ficou curioso. Tão curioso.
Aquilo era um sonho? Devia estar sonhando. Nada parecia real. Era confuso porque parecia tão real para um mero sonho. Estava no mundo dos sonhos definitivamente. Ou não? Aquela era a terrível realidade que se encontrava agora. Tinha que aceitar isso. Mas ainda estava confuso. Não tinha certeza de nada. Não sabia onde estava. Se era tudo um sonho ou algo real. Puxa...
Por que isso estava acontecendo?
Bom, talvez achasse as respostas de suas perguntas mais tarde.
No momento queria entender o que era aquele lugar.
Começou a escurecer. Se antes a cidade já era quieta, agora se podia dizer que parecia uma cidade fantasma. Com isso, a música que tocava nos postes parou subitamente. Estranho... Anoiteceu rápido demais, e o pior era que não tinha nenhum poste de luz, deixando tudo escuro. O acastanhado ficou receoso, o que faria agora? Não ficaria perambulando pela rua até tarde. Mas onde ficaria naquela cidade estranha?
Até que ouviu barulhos ecoarem na direção da rua. O que é isso? Chegou um pouco perto para ver o que era. Péssima escolha. Viu o que parecia ser pessoas. Pessoas? Elas tinham uma aparência anormal. Não pareciam pessoas de verdade. Parecia... animações? Animações de desenhos animados. Que diabos?
Ele se assustou com aquilo, mas não teve tempo para pensar já que aquelas criaturas animadas o viram e começaram a persegui-lo. Logo começou a correr pelo lado oposto. Jurava que nada de perigoso iria aparecer naquele lugar tão calmo. Engano seu. Subiu uma colina que estava próximo, entrando em uma casa ligeiro. Pelo menos a casa estava vazia. Olhou pela janela escondido, conseguiu despistar aquelas coisas.
Ufa! Estava protegido agora. Não tinha outra opção, teria que dormir naquela casa estranha. Não havia problema já que ninguém morava ali, podia ficar à vontade. Uma hora acharia a saída daquele lugar. É, acharia. De alguma forma. Não sabia como, mas conseguiria. Tinha que sair dali.
Aproveitou e tomou um pouco do leite de amêndoa que, por incrível que pareça, ainda carregava consigo. Depois de toda perseguição ele ainda carregava esse caixote de leite.
Não restava muito o que fazer. Esperaria amanhecer para continuar sua jornada.
Bons sonhos!
🍀⏳
❝Kim Namjoon❞
Casa. O lugar que deveríamos chamar de lar. O lugar de conforto, onde deveríamos achar refúgio para quaisquer problemas do nosso dia. O lugar que deveria ser quente e confortável. O lugar que deveria ser nosso porto seguro.
Casa?
Mas nem sempre a casa onde moramos vai ser nosso lar.
Lar... isso existe mesmo?
O Kim podia estar sonhando agora. Aquilo era real? Ele estava em casa? Não estava. Era apenas sua imaginação lhe pregando uma peça.
Não soube como chegou onde está agora, depois de subir aquele rolo de escadas pensava que sairia daquele lugar estranho. Ele realmente saiu de lá, mas agora estava em outro lugar tão estranho quanto.
O lugar era uma cidade estranhamente parecida com a que morava. Uma cidade normal. Talvez. Mas possuía alguns detalhes que passariam despercebidos por qualquer um. Felizmente ele conseguia prestar atenção nesses detalhes. Os prédios eram como prédios comuns, mas em alguns pontos era possível ver alguns estranhamente colocados uns sobre os outros, alguns bem longe flutuando e até mesmo uns se encaixando em outros. Algo fisicamente impossível. Apesar disso, tentou não questionar o porquê. Não valia a pena.
Nem tudo precisa ter uma explicação para acontecer.
Ainda parado no asfalto seco e quente, pensava no que deveria fazer ali primeiro. A cidade aparentava ser enorme, então tinha muito a explorar. Começou a andar seguindo em frente. Agora podia ver mais daquele lugar. Existiam algumas lojas que pareciam abandonadas, pensou entrar em alguma com o objetivo de achar algo útil, mas desistiu. Algo curioso era que as lâmpadas de alguns postes estavam acesos, enquanto outros desligados. A atmosfera era exótica, o ar exalava algo desconhecido.
Para uma cidade com toda essa estrutura, era bem quieto aos arredores. Não viu ninguém nos edifícios ou na rua, nem um carro sequer passou até então.
Quando pensava que teria supostamente voltado para casa, para a sua cidade, a cruel realidade daquele lugar jogou um pouco de sua esperança no lixo.
Não pôde pensar muito, já que do outro lado da rua um carro rolava em sua direção sem explicação alguma. Rolava rápido, chegando mais e mais perto de si. Não conseguiu agir na hora mas quando o veículo já estava bem perto, ele foi puxado para fora do caminho.
— Você está louco? Como fica andando no meio da rua desse jeito? — Ainda recobrando a consciência, ouviu alguém falar. O que diabos aconteceu?
— O quê...? O que aconteceu? — Olhando agora a pessoa que o puxou, se deparou com um garoto um tanto mais baixo que si.
— Você seria atropelado se não fosse por mim. Não sabe que isso acontece vez ou outra?
— Isso o quê? — Ele não estava entendendo nadinha, estava mais perdido que cego em tiroteio.
— Ah. — O olhou de cima a baixo — Você é novo aqui?
— Eu... acho que sim. Acabei vindo parar aqui.
— Certo, você deve estar perdido, né? Irei te ajudar. — Esboçou um sorriso simpático — Me acompanhe. — Começa a andar agora na calçada.
O Kim não entendia mais nada. Nada fazia sentido. Olhou para trás, vendo o carro capotado no meio fio. O mais bizarro era que não tinha ninguém no carro. Como era possível? Por que aquilo estava acontecendo com ele? Aonde estava? Será que algum dia voltaria para casa novamente? Queria achar respostas para tudo aquilo. Mas apenas saiu de seus pensamentos e começou a acompanhar o rapaz em frente.
— Que lugar é esse?
— Você... quer mesmo saber? — O garoto, até então desconhecido, parecia aflito sobre aquela pergunta.
— Bom, sim. Eu e meus amigos fomos parar em um lugar bem estranho e acabamos nos separando. E agora eu estou aqui..
— Nossa, sinto muito. Mas antes de eu dizer que lugar é esse, me fale seu nome, por favor? — Ok, aquele cara estava agindo um pouco estranho, não que as coisas já não estivessem bem esquisitas.
— Ah... Meu nome é Namjoon. — Respondeu um tanto apreensivo.
— E o meu é Youngjae. — Sorriu novamente simpático — Enfim, Namjoon, há algumas coisas que você precisa saber antes de tudo.
— E que coisas seriam essas?
Eles caminhavam pela calçada, passando por várias lojas. Inexplicavelmente, outras pessoas começaram a surgir como cidadãos normais em suas rotinas diárias. Alguns pareciam apressados, outros apenas passeavam tranquilamente. Também viu alguém sem rosto passar do outro lado da rua. Espera... sem rosto!?
Eles entraram no que deveria ser uma cafeteria. Tinha poucos clientes. Sentaram em uma mesa.
— Pelo o que você me contou, adivinho eu que tenha se perdido de seus amigos num labirinto enorme, então foi procurar uma saída no labirinto e acabou entrando aqui, ou estou errado?
— Na verdade, foi isso mesmo que aconteceu, mas como você sab-
— Apenas um palpite. — Interrompeu o outro ligeiro, com um sorriso.
Namjoon não estava gostando daquilo. Não era paranóico, mas aquele cara parecia um psicopata. O quão bizarro as coisas ainda poderiam ficar?
— Enfim, mas voltando à sua pergunta anterior... — Hesitou um pouco — Vou ser bem realista com você. Há muito tempo estou nesse lugar, já desisti de tentar voltar para o mundo real.
— Há quanto tempo você está aqui?
— Não sei dizer, fazem anos...
— Anos!? — Se assustou com aquela informação. Será que ficaria naquele mundo por anos também?
— Sim, muitos estão aqui há um booom tempo.
Aquilo não era nada bom. Precisava achar seus amigos e voltar para casa. Não podia ficar naquele lugar. De jeito nenhum. Tinha que achar uma saída.
— Mas... há algum jeito de sair? — Começava a entrar em desespero.
— As chances de sair daqui são mínimas. Simplificando, quase impossível. E nem toda saída é totalmente confiável.
Começou a sentir-se tonto. Aquilo não podia estar acontecendo. Abaixou o olhar, digerindo o que escutara. E seus amigos? Como eles ficariam sozinhos vagando por aí? Oh, essa não.
— Quer saber a verdade? — A situação já não podia ficar pior.
— ...Fala. — Sentia suas forças indo embora.
— Você, provavelmente, nunca vai sair daqui e nem verá seus amigos de novo. — Arregalou os olhos.
— O QUÊ????
🌈🌞🍄
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