Capítulo 8

Pyrus pov
(Eu vou dividir bem os parágrafos e não emendar, apesar de eu achar bem melhor, não é tão prático depois de uma certas atualizaçõesKKKKK
Porfa, n me julguem

Eu me sentia inseguro sobre o que havia feito S/N presenciar agora. Ela havia saído para comprar os medicamentos necessários para me ajudar, mas acho que ela não entende é que eu não quero ser ajudado. A partir de hoje devo me controlar, afinal, minha resistência não é como a dela, temos corpos totalmente diferentes.
Sinto uma pontada, sei que o nome disso é empatia, e é o que eu sinto pelo fato das dores da S/N estarem ligados a mim, um incubo masoquista.
Não é de agora que ela tem seu comportamento ignorante comigo, sinto que ela não gosta nem um pouco da minha presença por aqui, mas não há literalmente nada que eu possa fazer. Eu prefiro ficar ao lado dela, como se algo me prendesse, talvez tudo esteja se repetindo em séculos diferentes. No final, sei que vou acabar sofrendo por tentar ajudar os outros, nunca foi diferente comigo, não importa o quanto eu tente manter os vínculos com alguém, sempre há uma pedra.

Olhei para o grande espelho na parede do quarto de S/N, encarando meu rosto por longos minutos antes de suspirar pesado e sorrir para mim mesmo. Sem negatividade, não quero me atrapalhar.
Dei uma longa analisada no meu corpo com extensas marcas escuras devido as minhas queimaduras causadas na noite passada. Bom, doeu, doeu muito, mas consegui tirar S/N de perto do Thomas. Eu notei o quão tóxico ele estava com ela naquela mesa, se prendendo ao olhar da garota assim que ela olhava para um outro homem. Fiquei feliz que ela tenha entendido meu sinal para se afastar dele, foi uma ótima distração, e ela nem sequer se machucou. Fiquei muito orgulhoso aquele dia, consegui voltar a dançar com minha roupa favorita, e nem houve nenhum tipo de acidente, sem contar que tive contato direto com uma pessoa sem que ela saia ferida.

Agora é a segunda vez que S/N procura me ajudar, não sei aonde essa farmácia fica, mas aparentemente não é tão longe. Também não sei se os cuidados de S/N vão ser o suficiente para a dor passar, realmente há uma boa pele aberta, o único que conseguia fazer isso por mim era Haruki, ele era super cuidadoso toda vez que eu me machucava ele não hesitava em me ajudar em um mínimo corte superficial. Suas mãos não machucam, são quentes e macias, me lembro quando ele me ajudou quando criança, me tirou daquela merda de convento e esperou que eu completasse idade até conseguir atingir minha metamorfose, para mudar de forma para me proteger. Por ele ter a mesma habilidade, não foi tão difícil me ensinar, e não foi difícil aprender.

Levantei minha cabeça, olhando para trás pelo reflexo do espelho, estava minhas vestes em um dos cabides da arara de S/N. As lindas plumas balançavam com a pouca ventilação que entrava pela janela. Já estava quase na hora de me arrumar, o taxi já já viria me buscar para ir para mais uma apresentação. Realmente é um bom emprego para mim, eu posso me divertir dançado minhas músicas favoritas, receber aplausos, usar as roupas que eu quiser, ser o centro das atenções e também posso ter minha energia recarregada sem precisar da energia vital de S/N. Apesar de eu achar meio errado o lance de eu não ter a permissão de S/N para me recuperar, eu respeito o tempo dela.
Aliás, foi ela quem me invocou, mas só deixo passar porque foi de forma inocente.

Eu comecei a arrumar minhas roupas para tomar banho antes de ir á boate, mas assim que separo minhas vestes, senti uma leve pressionada nos meus pulsos, estava doendo aos poucos, mas não era uma dor que iria me atrapalhar. Eu não havia feito nada para me machucar, o que eu achei peculiar após verificar os locais em que estive que poderiam ter provocado essa dor, até que minha respiração começou a ficar pesada e minha cintura começou a doer da mesma maneira, era quase impossível respirar. Com essa explosão de dores sem motivo, eu me lembrei o que estava me causando tantas dores. Não era "o que", e sim "quem".

Me apressei para deixar a casa, logo parti a procura por S/N após verificar se todas as trancas principais estão bloqueadas. Corri pelas extensas calçadas enquanto minhas habilidades começaram a aparecer, o que me ajudou a correr mais rápido e também aumentou meu olfato e audição. Comecei a sentir o cheiro do creme hidratante de S/N, tinha certeza que era o dela, ela sempre passa em suas mãos para relaxá-las e não atrapalhá-las durante suas obras, o que ela afirma ajudar a deslizar melhor suas mãos nos pincéis e para moldar suas massas artesanais.
Segui o doce odor, que me levava até um beco, que por sinal ficava ao lado de uma farmácia pouco pavimentada e afastada do centro, mas era o ponto mais próximo. Quando o cheiro aumentou, parei em meio á espécie de encruzilhada, me concentrando em ouvir todos os barulhos possíveis, ignorando todas as dores do meu corpo. Foi quando ouvi um grito abafado á porta ao meu lado, que dava acesso a um galpão abandonado.
Olhei para a porta, já que estava sozinho, deixei com que minha forma natural se libertasse. Obviamente seja o que for que esteja prendendo a S/N ali, iria se arrepender de ter causado tantas dores nela.
Eu abri a porta de supetão, me deparando com um grupo de mais ou menos nove homens cercando S/N, que estava encurralada no canto da parede, com os punhos sangrando e seus braços e rosto machucados. Os homens também tinham sinais de agressão, como arranhões e olhos inchados, acredito que S/N tenha conseguido se defender até aqui.

Quando S/N percebeu minha presença, me olhou de relance, como um pedido de socorro enquanto os homens se aproximaram dela cada vez mais. Eu corri na direção dos homens assim que um pulou para atacá-la, colocando minha cabeça para baixo e mirando-o com meus chifres. Eu levantei o homem para cima como um touro, jogando-o para trás com força, fazendo-o cair com seu corpo encima de seu pescoço, desacordando-o logo ali. Coloquei meu braço a frente de S/N, para protegê-la enquanto três deles sacam suas armas em minha direção.

-- Quem são eles, S/N? - Eu pergunto, entreolhando os homens com raiva.

-- E-Eu não sei! - Ela diz, com dificuldade pela sua garganta estar sangrando.

-- Vamos falar sobre isso depois. - Eu digo.

Os homens pareciam estar com muita coragem, pois não moveram um passo. Quando percebi uma arma recarregada, fiquei ao meu tamanho original, e logo pulei na direção deles, tomando extremo cuidado para não ser baleado. Segurei três dos homens, apertando-os com força até ouvir suas costelas sendo esmagadas e perfurarem seus órgãos enquanto eles gritam e vomitam o máximo de sangue que tinham. Me certifiquei que S/N não tenha visto quando soltei os corpos desacordados.

Quando ouvi S/N gritar, minha perna começou a doer em uma certa região, olhei para ela imediatamente, notando um vazamento excessivo de sangue escorrendo de sua perna, ela havia levado um tiro de um homem que eu não fazia ideia de onde estava.
Corri em direção a garota, colocando-a em meus braços, protegendo-a enquanto a viro na parede.

-- Você viu de onde saiu esse tiro? - Eu perguntei, me certificando que ela não se mova tão bruscamente.

-- De cima! Encima de você! - Ela diz.

Quando me deparei, por muito pouco uma bala passa de raspão de cabeça, vindo de cima. Assim que eu olhei para cima, lá estava ele. Um homem mascarado que tinha dificuldade em carregar sua pistola. Eu pulei com força, deixando S/N no mesmo lugar, ele era o último após todos os outros terem escapado.
Meu peso fez com que umas madeiras do chão do segundo piso rachassem ou caíssem. O homem correu para trás, eu fiz o mesmo atrás dele. Não demorou menos de 15 segundos para alcançá-lo, e quando alcancei, o homem apertou o gatilho na direção de minha cabeça. Um tiro alto ecoou naquele galpão, eu fechei os olhos com o barulho, mas não estava doendo, muito menos sangrando quando abri os olhos, o homem estava caído ao meu lado e S/N estava segurando uma arma dos homens mortos em nossa direção.
Ela estava ofegante, muito mais do que eu. Pulei para o andar de baixo, caindo na direção de S/N. Eu a peguei em meus braços, então notei uma sacola vermelha dentro de sua blusa, ela protegeu essa sacola o tempo todo enquanto os homens faziam o que fizeram com ela. Era a sacola com a logo da farmácia na frente do beco. Ela realmente protegeu os remédios que veio buscar para mim?

Eu saí com ela, levando-a para fora do galpão. Me sentei no chão junto a ela. Dando uma pausa para respirar.
S/N estava com os olhos avermelhados, parecia estar assustada.

-- Você está bem? - Eu olhei para ela, ela logo me devolve o olhar. - O que aconteceu?

-- Eu vim comprar os seus remédios, mas quando eu saí, esses caras colocaram uma sacola na minha cabeça quando eu passei em frente ao beco, e me prenderam aqui para me estuprar. - Ela deu uma pausa para respirar. - Eu consegui sair deles na primeira vez, que foi quando você apareceu, mas eu estava fraca demais.

-- Eu vou te levar no hospital, okay? Você aguenta, não é? - Eu a pergunto.

-- É eu quem devo te perguntar, você está com as mesmas coisas que eu. - S/N me responde.

-- Que se dane eu. Não vai ser um humano que vai me matar. - Eu digo.

Eu mudei minha forma, voltando a minha forma e altura humana, logo comecei a sair do beco em direção ao hospital.

[...]

No hospital, Já havia três horas que S/N estava na sala médica. Seus exames estavam prontos, estava esperando pacientemente ao lado da maca de S/N, desacordada enquanto tinha vários aparelhos conectados em suas veias e outros lugares.
Já haviam removido a bala e colocaram os tratamentos necessários no local e em todas as marcas de agressão. Sua garganta estava limpa e ainda irritada, o que será tratado com remédios ao longo do tempo. Ela estava dormindo agora, segurando minha mão enquanto eu estava com meus braços e cabeça deitados ao seu lado. Acariciava a mão da mesma com o polegar sem me preocupar com as horas, já havia ligado ao chefe da boate e justificado minha falta hoje.
Ouvia apenas o som do aparelho de batimentos cardíacos de S/N e o som do relógio na parede.
Confesso que aquela hora já estava com sono, mas de forma alguma poderia adormecer ali.
Quando fui me levantar para buscar café, S/N deu um gemido baixo e abafado. Olhei para ela, ainda estava adormecida, porém apertou meu polegar levemente. Eu entendi o sinal para continuar ali. Me sentei novamente, olhando para ela. Quando ouvi a porta atrás de mim abrir, pensei que fosse o médico, mas assim que olhei para trás. Vi aquele ruivo que não pensei que encontraria aqui.

-- Ei, o que está fazendo? - Thomas disse, olhando para mim.

-- Exatamente o que você acha que é. - Eu digo. - Cuidando dela.

-- Cuidando? Pfft... Vamos lá, me dê licença. - Thomas diz, tentando me expulsar.

-- Eu quem peço. Thomas, você não precisa ficar aqui. - Eu digo. - Se não você realmente vai ficar aqui, mas não no meu lugar.

-- Você acha que conquista a S/N desse jeito, é? - Thomas sorri de canto. - Você sabe que nunca vai conseguir ela, não enquanto eu estiver aqui, não é?

-- Eu não preciso conquistar ela. Não vou estar aqui para sempre com ela. - Eu digo, me virando para S/N novamente. - Mas enquanto eu estiver aqui, não vou deixar que nada aconteça com ela a partir de hoje.

-- É, deu pra ver que você protege ela muito bem. - Thomas diz com sarcasmo.

-- Você protege? Sabe o que ela estava fazendo? Sabe o que aconteceu com ela? - Eu digo, me esforçando para não falar alto demais ao ponto de acordá-la. - Eu sei. Eu estava lá com ela.

-- Acha mesmo que a sua presença fez alguma diferença, Pyrus? Olha pra situação dela. - O ruivo permanece. - Eu já disse pra vazar daqui. Não quero ser grosso na frente dela, se é que me entende.

-- Você não tem permissão para ficar aqui. - Digo, olhando para o homem novamente. - Nem quando ela está dormindo você dá paz pra ela. Acha mesmo que ela vai se interessar por um homem possessivo, ciumento, infiél de duas caras que nem sequer deixa ela se recuperar em paz?

-- Se ela está interessada por você, acho que ela pode gostar de tudo isso que você listou. - Ele responde. - Eu vou pedir de novo, some daqui.

-- Pfft... Primeiramente ela não está interessada por mim, nós somos ligados por algo que você nem vai querer saber. E segundamente, não devo obedecer a um anjo que foi expulso do céu por estuprar as mulheres terranas. - Eu digo, percebo então os olhos de Thomas se arregalarem enquanto ele roe os próprios dentes. - Você me conhece, sabe a fama que eu tenho, não é?

-- Anjo caído o seu cu! Anjos não existem, porra nenhuma existe, seu louco! - Thomas grita em minha direção, eu me apavoro sobre S/N acordar.

-- Eu vou te dar um recado. Eu voltei para arrancar a cabeça de Araciel. E cedo ou tarde, eu vou encontrá-lo, não importa que situações eu tenha que enfrentar. - Eu disse, logo vendo sua expressão ficar tensa. - Você está na minha lista negra, qualquer ato suspeito vindo de você vai ser o suficiente para ter seus órgãos empalados e dados de oferenda aos corvos no topo de uma colina.

Eu me levantei, indo em direção a porta e permitindo com que meu ombro se esbarrasse com o de Thomas, fazendo-o desequilibrar.

-- Eu vou buscar minha moto, fique aqui com ela até eu voltar. Nem pense em pisar fora dessa sala. - Eu digo, já impaciente, fechando a porta com força.

[...]

Na garagem da casa de S/N, tirei a lona escura de cima de minha Ninja 1000, e logo fui procurar os capacetes que havia comprado para S/N e para mim, que eram da mesma cor que a moto. Depois de procurar naquela bagunça em uma caixa grande, encontrei os capacetes, logo prendi um deles sobre a minha cabeça, e o outro preso em meu braço como uma bolsa. Fechei minha viseira enquanto o portão automático se abria com o controle em minha mão. Eu liguei a moto, logo saindo da garagem que se fechou segundos depois. Dirigi com pressa em direção ao hospital novamente, afinal, não queria ter que trazer S/N a pé quando ela estava com dificuldade para andar devido ao buraco de bala em sua perna. E também estava com medo sobre ela estar desacordada e sozinha com Thomas.

Não demorou muito para chegar ao hospital. Não quando se atravessa dois sinais vermelhos sem a polícia perceber. Eu estacionei minha moto, levando a chave e os capacetes comigo, não se deve confiar nas pessoas desse país para deixá-los livremente encima da moto como no Brasil.
Eu entrei no hospital, e logo me apressei para voltar ao quarto andar, aonde S/N estava. Entrei no elevador junto a uma idosa que tinha seu braço esquerdo enfaixado. Evitei olhar para ela descaradamente, afinal, ela estava me encarando. Me deu vontade de rir com o nosso silêncio e com os olhos da idosa sobre o meu rosto.

-- Por que seu cabelo é liso? Você é preto. - A idosa pergunta, eu não consegui prender a risada depois disso.

-- N-Não! - Eu disse, dando risada, o que fez a mesma não entender nada. - Eu sou indígena, sabe?

-- E por que está aqui? - Ela continua questionando.

-- A senhora nunca viu um negão, né? - Eu disse, ela logo sorriu junto a mim. - Eu sou indígena.

-- Você é bonito. Eu gostei da cor dos seus olhos, é diferente. - Ela diz, de maneira inocente.

Eu sorri na direção da mesma, ela logo me deu um sorriso, ou tentou.

-- Obrigado, também achei a senhora muito bonita. - Eu digo.

-- O que você está fazendo no hospital? - Ela me pergunta.

-- Estou cuidando da minha... Eh... Amiga. - Eu digo.

-- O que ela tem?

-- Não se preocupe, ela está se recuperando. - Eu digo, tentando não parecer ignorante.

A porta do elevador se abriu no quarto andar. Eu me despedi da idosa com um aceno de mão, então fui em direção ao quarto de S/N.
Quando abri a porta, me deparei S/N ainda adormecida e Thomas removendo a mão de cima da maca rapidamente.

-- Ei, o que você tava fazendo com ela? - Eu perguntei.

-- Nada, o que você acha?

-- Vai se foder, eu vi a sua mão por baixo dela! - Eu fui até o Thomas.

Eu o acertei com o capacete em minhas mãos, como um soco inglês. Ele caiu da cadeira aonde estava, e a região acertava estava sangrando. Me abaixei a sua altura, segurando pela gola de sua camisa, levantando-o para cima.

-- Eu vi Thomas, eu vi você assediando ela enquanto ela dorme! - Eu digo, quase rosnando para Thomas enquanto ele tenta recuperar seu fôlego.

-- Você tá louco, porra! Eu nunca faria isso com ela! - Thomas diz de forma escandalosa.

-- Quer saber, que se foda! - Eu digo, já sem paciência.

Joguei Thomas com força no chão, o arrastando pelo braço em direção à janela do hospital. Eu o jogo para fora da janela, segurando seu braço enquanto penso mais algumas vezes antes de soltá-lo. O ruivo gritava a plenos pulmões sobre a altura de o de estava, o quarto andar nunca pareceu tão alto, a cereja do bolo é que abaixo de nós havia uma linha de trêm, e o próximo automóvel de carga estara se aproximando.
Quando faltou poucos centímetros para minha mão escorregar de seu braço, ouvi meu nome sendo chamado atrás de mim.

-- Pyrus, para! - S/N gritou em minha direção, ela me abraçou, tentando me puxar para trás. - Você vai matar ele, para com isso!

-- S/N! Socorro! - Thomas grita.

Eu olhei para S/N, logo olhando para Thomas. Eu suspirei antes de colocá-lo de volta no quarto. S/N me olhou incrédula, esperando uma resposta.

-- Esse filho da puta tava passando a mão em você enquanto você dormia! Ele podia ter feito muito pior! - Eu digo.

-- Vai se foder, olha pra minha cara de quem faz isso! - Thomas diz, tentando limpar o sangue de sua testa.

S/N encarou Thomas por alguns segundos. Ela segurou minha mão, me arrastando para fora da sala, mas assim que ela abriu a porta, um médico estava adentrando a sala para nos dizer que S/N havia recebido alta.
Eu peguei os capacetes do chão, logo segui a garota para fora da sala enquanto ela ia até o banheiro tirar a roupa que o hospital havia fornecido.

[...]

Chegando em casa, S/N me chamou para tomar banho com ela, talvez seja para economizar mais água, de qualquer modo não é a primeira vez que tomamos banho juntos. Nós conversávamos sobre o ocorrido no galpão, até que ela chega ao assunto.

-- Espera aí... Depois de séculos, hoje você matou os primeiros humanos da sua vida. Você não tinha feito uma promessa? - Ela pergunta.

-- Ah... Tudo bem, né. Coisas acontecem. - Eu digo. - Se eu não matasse, eu morreria, ou você morreria. Mas se você morresse, eu morreria também, então dá na mesma.

-- Obrigada por aparecer lá. Eu já não conseguia fazer mais nada aquela hora. - S/N diz.

Ela pode ser um tanto orgulhosa, sei que não consegue se desculpar enquanto olha nos meus olhos.

-- E... Me desculpa por ter sido insensível com você desde que... Você apareceu. - Ela diz, olhando para o lado.

-- Tá tudo bem, eu não te julgo. - Eu sorrio na direção de S/N. - Eu sou um demônio, afinal. Demônios nunca dão certo com humanos.

-- Não necessariamente. - Ela diz. - Acho que nós podemos nos dar bem.

-- Tomara que sim. Mas... Me prometa uma coisa, S/N. - Eu olho nos olhos da garota. - Evita ficar perto de Thomas, ele não é nada confiável.

-- Eu acho que vou acreditar em você. Ele anda estranho ultimamente. - A garota responde.

-- Mas não vamos deixar ele atrapalhar a nossa vida. - Senti um clima diferente na pequena troca de olhares entre mim e S/N. Eu logo desfiz antes que ficasse estranho. - E-Eh... Mudando de assunto, vamos ver um filme quando terminarmos aqui, o que acha?

-- Eu topo. Mas dessa você escolhe. - Ela diz.

-- Por mim tudo bem.

[...]

No fim, assistimos vários filmes de comédia e comendo várias porcarias até cairmos no sono, por volta das quatro da manhã. O que era para ser uma cena fofa de um casal de amigos dormindo no mesmo sofá, se tornou um inferno devido ao pouco espaço que tinha lá, e nós sempre lutávamos quando um se mexia muito mais que o outro.

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