Capítulo 13
Assim que abri a porta, me deparei com Claryus, ela estava com um semblante nervoso em seu rosto, com um sorriso de orelha a orelha.
— Olha, primeiramente eu sei o que vocês dois estão fazendo aí, e eu peço desculpas por atrapalhar. Mas eu só queria entregar a bandana do Py. - Ela diz, logo me oferecendo o pano avermelhado em suas mãos. - Ele acabou deixando cair na hora que vocês dois estavam dando uns amassos lá fora.
— Ah, obrigada! Ele com certeza ficaria louco se não encontrasse essa bandana amanhã. - Eu digo.
— Eu já ia me esquecendo, mais uma coisinha! - Ela me puxa para perto, e logo cochicha em meu ouvido. - O Py geralmente adora uma diversão a mais, peça para ele mostrar sua cauda durante o ato, o coração dele vai derreter.
— A-Ah, isso é... Espera, como você sabe disso? - Eu digo, levemente assustada.
— Infelizmente não foi você quem tirou a virgindade dele. Ele fazia isso toda hora em qualquer lugar com suas empregadas no nosso mundo. - Ela explica. - Eu sei de tudo sobre meu irmão.
— Eu... Não acho que devo me sentir envergonhada por admitir que eu faço isso com ele, não é? - Sei que não seria uma boa pergunta a se fazer, mas é algo que sempre tive curiosidade.
— De forma alguma, você sentiria vergonha de dizer aos outros que alimenta seu cachorro? - Ela pergunta. - Mas é claro, esses assuntos você só deve se tocar com quem conhece o verdadeiro Pyrus.
— Ei, eu tenho mais uma pergunta! Acho que ele seria muito orgulhoso para admitir isso, mas... O jeito dos íncubos é descrito como algo ruim e doloroso, então por que o de Pyrus não é assim? - Eu pergunto, também é algo que sempre quis uma resposta.
— É porque ele não está te estuprando, hehe... - Ela diz. - E a relação de vocês é diferente, você pode perceber que ele sempre aguenta seu ultimo segundo para não ter que fazer isso com você.
— Ah... Eu entendi. Sei que é meio inapropriado falar sobre isso, mas é que eu tenho uma visão bem estereotipada dos incubos. - Eu coço minha nuca, um tanto nervosa. - Perdão.
— Tudo bem, quem sabe outro dia eu posso te explicar tudinho sobre o meu irmão, mas agora acho melhor você se apressar. Eu estou no quarto no fim do corredor, se precisar de mim você já sabe. - Ela sorri. - Boa noite, S/N.
— Ah, sim! Boa noite, Clary, obrigada. - Eu respondo.
— Ei! Espera! Acabei de me lembrar que eu tenho uma pílula aqui! - Ela abre sua bolsa, vasculhando em todos os bolsos para encotrar um pequeno frasco, contendo três pílulas esverdeadas, sua textura era semelhante á grama, como se fosse feito de ervas naturais. - Fique com isso e dê para o Py, isso recarrega toda a vitalidade dos incubos, vem de uma planta lá do nosso mundo.
— Isso é ótimo! Muito obrigada, Claryus. - Eu sorrio, logo pegando o frasco que a mesma estara a me oferecer. - Isso vai me ajudar bastante. Mas... Por quanto tempo dura o efeito?
— Por uma semana, fique tranquila. Ah... E mais uma coisinha. - Ela se aproxima de meu ouvido, segurando minha nuca para cochichar. - Pyrus está completamente apaixonado por você. Cuidado com os sentimentos dele.
Eu tento olhar para o lado na tentativa de esconder um leve rubor em minhas bochechas enquanto ela se afasta.
Logo depois que a maior deixa a frente da porta após me dar uma piscadela, eu a fecho com a chave, guardando-a logo depois.
Vejo Pyrus na cama, ele estava do mesmo jeito de antes.
— Que merda... O que a Clary queria? - Ele pergunta, já impaciente.
— Ela veio devolver sua bandana. Você deixou cair. - Eu o respondo. - Agora, Pyrus... Eu posso te pedir uma coisa?
Eu me aproximo do maior enquanto ele me olha fixamente, esperando ansiosamente para que eu começasse a tocá-lo. Imaginava que ele não conseguiria mover um músculo sequer, até que me sentei ao seu lado, ele parecia salivar quando olhava para mim.
— E ela também trouxe algumas pílulas para você. Elas recarregam sua vitalidade por uma semana. - Eu entrego para Pyrus o frasco em minhas mãos.
— Poxa, S/N... - Ele me olha levemente entristecido.
— Hum? E-Eu falei algo de errado? - Novamente fico nervosa, esses irmãos são realmente impossíveis de entender.
— Não foi nada. Obrigado. - Ele pegou o frasco, logo o abrindo e pegando uma das pílulas.
Assim que Pyrus a engoliu, sua pele aos poucos voltou a ficar morena, como sua forma humana. Ele aparentava estar bem novamente, mas não mentalmente. É sério que ele vai ficar triste por não fazermos sexo?
— Por que você não está sorrindo? O sol do está se apagando? - Eu pergunto, tentando fazê-lo sorrir.
— Não é isso, é que... - Eu o interrompo.
— Você está carente? - Eu digo.
— Eu? Carente? Tá' louca? Eu consigo o que eu quero te qualquer um, e com certeza afeto não seria problema! - Ele diz, um tanto orgulhoso.
— Então nós podemos ir dormir? - Eu questiono, deixando-o quieto por alguns segundos. - O que está acontecendo com você?
— O que a Claryus te falou é mentira, eu não estou apaixonado por você. Eu nunca me apaixonaria por uma humana, ainda mais por você. - Ele diz, virando o rosto para a direção oposta de onde eu estou.
Confesso que senti uma leve pontada no meu peito quando ele disse isso, mas eu preciso ignorar isso. Ele está certo em não querer desenvolver sentimentos, afinal, temos apenas cinco anos. Mas mesmo assim, eu me sinto na obrigação de cuidar dele como se fosse muito mais do que um parceiro.
— Isso significa que eu não preciso mais me guardar para você, e vou finalmente poder viver ao lado do Thomas? - Provoco Pyrus, sei que esse é seu ponto fraco.
— Por que você gosta tanto dele assim, hein?! - Ele questiona.
— Porque ele simplesmente não vira a cara sem explicação e começa a fingir que não me conhece. - Eu digo, logo notei uma lágrima se formando nos olhos de Pyrus, mas ele se esforçava para que ela não caísse.
— Não me importo. Pode ir lá com ele, você vai virar só uma parceira para ele foder quando ele bem querer. - Pyrus diz.
— E não é dessa forma que você está me tratando agora? - Digo, finalmente conseguindo a atenção de Pyrus. - Nós vamos mesmo dormir brigados por uma pirraça sem sentido?
— Você é sem sentido. Não se passa de uma humana sem nada de especial, seu único propósito é morrer mesmo, faça o que quiser enquanto espera, ou apresse sua hora. - Ele diz, se deitando de costas para mim.
Eu suspiro pesado. Realmente não entendi o que aconteceu com ele dessa forma tão repentina. Isso tudo é orgulho de admitir que é apaixonado por mim? Mesmo se não fosse, isso o fere tanto assim?
Evitei pensar nisso, logo me deitei ao seu lado, de costas para ele da mesma forma.
Não demorou para que eu caísse no sono após várias tentativas de descobrir mentalmente o que havia acontecido com Pyrus.
Quebra de tempo
Durante a madrugada, acabo acordando após sentir um peso em minha cintura. Assim que abro os olhos, vejo Pyrus me abraçando como se nada tivesse acontecido. Me virei para ele, me certificando se ele estava acordado. Me deparei com seus olhos brilhantes fitando os meus.
Confesso que me assustei, nunca tinha reparado no quão brilhante seus olhos ficavam no escuro.
— Eu... Te acordei? - Ele pergunta.
— Digamos que sim, mas está tudo bem. - Eu digo.
— Me desculpa. - Ele diz.
— Calma, eu disse que já está tudo bem. - Eu o respondo.
— Não foi por isso. É pelo o que eu disse mais cedo. Foi infantil da minha parte me incomodar com... Bom... A proximidade entre você e a Clary. - Ele diz, logo arregalo meus olhos, surpresa.
— Então tudo isso foi ciúmes por causa da sua própria irmã? - Eu tento não rir, realmente é como uma criança.
— Sim, mas... Eu não devia ter dito aquilo, foi desnecessário. Enquanto você dormia eu fiquei com muito medo do que você falou sobre o Thomas.
— Você é realmente muito bipolar, não? - Eu digo, olhando para ele.
— É, eu acho que sim. - Ele sorri nervoso.
— Está tudo bem, Pyrus. Vamos dormir agora, está tarde. - Eu digo, apesar disso ele ainda parece desconfortável.
— Ahm... Você é a minha humana favorita, okay? - Ele diz.
— Talvez seja porque eu sou a única humana que você conhece. - Eu o respondo, parece que eu piorei a situação.
— Mas mesmo assim. Eu poderia estar em uma sala cheia de humanas, eu iria procurar você, e... Eu acho que você é especial para mim, mas só um pouquinho! - Ele diz.
— Tudo bem, o que você quer? - Eu olho em seus olhos.
— Que você me perdoe. - Ele responde.
— Eu já disse que eu não me importo, sei que você disse aquilo por impulso. - Eu digo, logo abrindo um sorriso falso. Não que eu esteja triste, apenas cansada.
— Você não parece ter se abalado tanto assim. Que bom. - Ele diz, sorrindo.
— Eu já me acostumei, fique tranquilo. - Eu digo.
— Acostumou? Quem te fez acostumar a ouvir coisas tão horríveis. - Ele pergunta, realmente ele demonstrou interesse.
— É uma longa história, Pyrus. Agradeço a preocupação.
— Eu posso te pedir uma coisa? - Ele pergunta, com uma leve timidez quase imperceptível.
— Claro.
— Você quer ser... Ah, deixa pra lá, havia me esquecido de um detalhe. - Ele se interrompe, logo abre um sorriso nervoso.
— Tudo bem. - Eu respondo, estara sendo um tanto direta, pois não planejava ficar acordada até tarde.
— Mas eu posso pedir outra coisa? - Ele pergunta novamente, dessa vez eu apenas aceno com a cabeça. - Você poderia me dar um... Beijo?
— Tão repentino assim? O que houve? - Eu questiono.
— Só quero testar uma coisa. - Ele diz.
Eu suspiro, mas o que seria um beijo para quem já esteve debaixo das cobertas? Me aproximo do maior, o convidando a se sentar junto a mim, e logo ele o faz. Coloquei uma mão em sua nuca e a outra em seu maxilar, passando meus dedos em volta de uma de suas orelhas pontiagudas.
O trago até mim, juntando nossos lábios lentamente, de olhos fechados e abrindo espaço para que sua língua pudesse entrar, não demorou para que eu sentisse a jóia prateada que Pyrus havia atravessada em sua língua.
Senti uma de suas mãos quentes e firmes em minha cintura, enquanto a outra estava em minha nuca, me auxiliando em que direção deveria mover minha cabeça para que nossos dentes não se encontrem.
Assim que nos separamos, ele me abraçou enquanto recuperávamos fôlego. Pyrus pousou sua cabeça na curvatura de meu ombro, com cautela para que seus chifres não me machuquem.
O rapaz aproveitou nossa curta distância para sussurar perto ao meu ouvido:
— Eu te amo tanto, tanto... - Ele diz.
Arregalo meus olhos, fitando Pyrus, que estara desmoronado em meu colo. Eu afaguei seus cabelos, me questionei se deveria respondê-lo da mesma maneira ou faria a coisa certa a ajudá-lo a não se apaixonar. Pois, caso qualquer um de nós saíamos desses cinco anos apaixonados um pelo outro, a dor vai ser tão grande quanto a distância, e ainda maior do que a probabilidade de passarmos o resto de nossas vidas sozinhos.
Sonho off
Abri meus olhos, me despertando assustada, me sentando na cama. Porém, quando me sentei rapidamente, acabei tombando acidentalmente minha testa em algo duro e quente, no mesmo momento senti aquele líquido quente escorrendo da mesma região. Quando parei para ver, era Pyrus, ele estava com um semblante um tanto envergonhado enquanto nossos rostos estavam próximos devido ao mesmo estar encima de mim.
— S/N, me desculpa! Está doendo? Vem, vamos lavar isso! - Pyrus segura minha mão, porém eu a puxo novamente. Ainda não estava conseguindo raciocinar nada.
— Pyrus? Que merda você estava fazendo? - Eu o questiono.
— Pode ser tudo, menos isso que você está pensando. - Ele diz.
— Você virou de costas para mim, bravo por uma causa que só Deus sabe, agora eu acordo e você ainda está encima de mim?! - Eu olho para ele. - Falando nisso, o que você fez para ter me machucado?
— Primeiramente, eu já te disse o motivo e você já me perdoou. Segundo, eu estava conversando com você no seu sonho para não ter que te acordar. E terceiramente, foi a senhorita quem bateu no meu chifre, tá' legal? - Ele diz sem pausa.
— Espera, você foi falar comigo pelo sonho?! Você não tem vergonha na cara! - Eu digo, já enraivecida.
— Ei, peraí! Tá vendo porque tinha que ser no sonho?! Você tá putassa comigo acordada!
— É lógico, não foi você que foi xingado e desmerecido por um demônio estuprador e ingrato. - Eu digo, me afastando para manter uma certa distância.
— Mas eu já pedi desculpa! Eu peço quantas vezes você quiser, S/N! O que eu te disse é real! - Ele diz, realmente desesperado.
— Chega disso, Pyrus, vamos voltar a dormir. - Eu digo.
— Não enquanto você não me perdoar. - Ele diz. - Eu faço o que você quiser, S/N, por favor.
— Quero que você volte a dormir e me deixe em paz. - Eu respondo.
— Qual é? Você não é assim, S/N, para com isso. - Ele continua.
— A gente conversa amanhã, boa noite. - Eu insisto.
— S/N, meu amor. É incrível quando você esquece que eu não sou um humano. - Ele diz, talvez já perdeu sua paciência. - Olha, você sabe que eu poderia simplesmente te devorar inteira como se não fosse nada, não é?
— Você não faria isso, eu te conheço.
— Exatamente. Eu estou contrariando a minha própria espécie para que se torne melhor para você. - Ele diz. - Você não tem idéia do quanto eu me seguro para não fazer isso. É a mesma sensação de como se um náufrago faminto estivesse perante a uma mesa cheia de comida.
Eu me mantenho em silêncio, esperando que ele termine de falar.
— Eu tenho que passar por cada perrengue quando estou junto com você, eu tenho que lutar contra o meu instinto, contra a minha natureza para você, e você só enxerga o meu erro? - Ele questiona. - Me diga, quantas vezes eu coloquei minhas mãos em você com segundas intenções sem a sua permissão?
— O seu erro está em você mesmo, não em suas ações. - Eu o calo por breves segundos. - O seu orgulho é imenso, Pyrus. É esse o seu erro.
— Desculpa por eu não ser perfeito como o Thomas! Agora você pode por favor me perdoar? - Ele pede mais uma vez. - Eu não vou conseguir dormir com esse peso, S/N. Eu não vou conseguir fazer absolutamente nada com esse peso.
— Que pena, pois eu consigo. Boa noite, Pyrus. - Eu tento encerrar este assunto, eu realmente não estava afim de continuar com isso.
— Então parece que eu vou ter que partir para a apelação, não é? - Pyrus diz, num tom intimidador.
Eu olho para o mesmo estalando seu pescoço, virando-o de um lado para o outro. Logo após fechou uma de suas mãos e a pressionou contra sua mão aberta, trocando os lados. Quando eu menos esperava, ele acaba me pegando com um ataque de cócegas.
Nunca disse isso a ninguém, mas eu sou uma pessoa muito fraca em relação á cócegas, e aparentemente ele encontrou os piores pontos possíveis.
Nem sequer conseguia respirar enquanto ele tirava risadas de nós dois, apesar de eu estar lutando para remover suas mãos pesadas de cima de mim. Dei graças a qualquer Deus existente quando ouvi três toques na porta.
— Ei, façam silêncio! - O porteiro grita da porta.
— Desculpinha! - Pyrus o responde.
Quando ele parou com as cócegas, ele aproveitou para me puxar em sua direção, puxando-me para um beijo sem perder tempo.
Por alguns minutos eu confesso que havia me esquecido do que havia acontecido há minutos atrás.
— Ei, você me perdoa, S/N? - Ele pergunta novamente.
— Hummm... Não. - Eu respondo com um tom ironico.
— Puxa, que pena. Vou ter que fazer isso de novo. - Ele diz com um sorriso sapeca.
— Não! Olha... Tudo bem, eu de perdoo desde que você me prometa que isso não vai se repetir. - Eu digo.
— Eu vou fazer o meu melhor pra' ser perfeito do jeito que você quer, okay? - Ele diz.
Me senti levemente desconfortável com essas palavras assim que ele me busca para um abraço apertado. Aquele calor que só ele tinha, é tão confortável que eu poderia morrer dessa forma
Eu o abracei novamente, apoiando minha cabeça nos ombros do maior.
— Na verdade eu já te acho perfeito do jeitinho que você é. - Eu digo. - Se você mudar, não vou conseguir te reconhecer.
— Você gosta mesmo? Eu fico tão aliviado. É difícil usar uma máscara com todo mundo. - Ele diz.
— O mundo deve reconhecer quem você é. Bom, sem esses seus chifres e a pele vermelha. - Eu o respondo de maneira divertida.
— É, eu vou deixar essa honra só pra você. E foi até bom você lembrar isso, porque... - Pyrus se silencia enquanto volta a sua aparência normal, incluindo chifres, bocas, pele, cauda e até mesmo seu tamanho. - Me parecer com um humano gasta muita energia.
Eu olhei por todo o corpo de Pyrus, ele era enorme! (Pra vcs terem uma noção, se vcs tiverem 1,60, comparado a altura do Pyrus vcs batem poucos centímetros abaixo do cotovelo dele, sem contar a massa muscular desse cara). Ele sorriu com suas três bocas, me olhando de maneira inocente.
— Talvez você tenha se desacostumado com isso. - Ele diz.
— Um pouquinho. Você em sua forma humana pode ser mais assustador do que assim. - Tiro sarro do rapaz. - Nessa forma você parece... Ahm... Um gatinho.
— Ugh... Não tem coisa melhor para me comparar? - Ele questiona. - Eu odeio gatos!
— De fato, tinha que ser um demônio para odiar gatos! - Eu digo, levemente incrédula.
— Eu só acho cachorros muito melhores do que gatos.
— Humm... Nesse caso, você me lembra um golden. - Eu digo, tirando um sorriso de canto do rapaz.
— É bem melhor assim. - Ele diz. - E você me lembra um gato preto. Sei que eu não gosto de gatos, mas você não é uma gata de verdade.
— Especificamente um gato preto? - Eu repito o que ele diz.
— Sei lá, acho que eles combinam com os Goldens, se é que me entende. - Ele sorri levemente sem graça.
— Ah, eu entendi muito bem. - Eu digo, pondo minha mão no rosto do maior, especificamente em uma das duas pequenas bocas nas maçãs do rosto do rapaz. ‐ Elas fazem tudo que a sua boca faz?
— Fazem sim, com uma grande eficácia. - Isso me pareceu convidativo ao seu tom de voz.
— Interessante. Talvez nós devêssemos economizar aquelas pílulas nas próximas recargas. - Eu digo, deixando-o levemente envergonhado.
Em poucos segundos ele deixou a vergonha de lado, e me abraçou com força, se arrumando ao meu lado para dormir. Ele pôs seu rosto em meu peito, especificamente entre meus seios.
Levantei minha cabeça levemente, me deparando com seus chifres debaixo de meu queixo. Mas assim que ele notou, ergueu sua cabeça para que os chifres não fossem um problema.
Realmente, eu estava desacostumada com o rapaz nessa forma.
Ele era tão grande que mal cabia na cama, além de servir como um excelente cobertor.
Eu apenas acariciei seus cabelos enquanto o maior contava algumas histórias de quando era menor, até que elas ficassem sem sentido, e por fim, cair no sono novamente.
Mesmo se eu não me desculpasse com ele agora, com certeza não demoraria muito tempo para que isso acontecesse.
Bạn đang đọc truyện trên: AzTruyen.Top