Capítulo I
Já se fazia silêncio do lado de fora do escritório onde trabalhava Chris Evans, um homem na casa dos trinta anos, alto e forte, de barba feita, olhos azulados, e os cabelos castanhos penteados para trás. O resto do pessoal da empresa já tinha ido embora, cada um de volta à sua casa, como mandam as leis da sociedade em que vivemos. Passavam poucos minutos das nove da noite quando Chris fechou a grande porta de vidro da sede, ajustou a gravata cor púrpura, e dirigiu-se ao elevador em passo apressado. Só queria ir embora e descansar.
Na rua, estava já à sua espera Mark Consuelos, o seu motorista privado, um homem já na casa dos cinquenta, de pele morena e face larga, sempre sorridente. "Como foi o seu dia, Sr. Evans?" - perguntou ele, abrindo a porta traseira do carro luxuoso de Chris. "O mesmo de sempre, Mark" - respondeu ele com um sorriso, entrando rapidamente no seu automóvel. Mais um dia se tinha passado na empresa de vestuário onde Chris era CEO e, como todas as sextas feiras à noite, Evans mal podia esperar por voltar a casa, ver o novo episódio da sua série favorita, e deitar-se ao som das melhores sinfonias clássicas. "Podes seguir, Mark".
O longo carro preto de Evans atravessava as ruas iluminadas de Nova Iorque em direção ao seu apartamento em Manhattan enquanto este estava fixado a atualizar-se nas suas redes sociais. Lá fora, já havia pessoas na rua para jantar antes de se dirigirem às animadas discotecas das redondezas. Chris só queria chegar a casa e poder descansar: estava com uma dor de cabeça insuportável e as luzes ofuscantes da vida da cidade atordoavam-no e davam-lhe náuseas. Chris pegou na sua pasta de pele e retirou um creme para as mãos de aloe vera. Enquanto massajava as mãos, sentiu o fresco aroma da planta e encostou a cabeça no banco, fechando os olhos por um bocado. A viagem não era longa, mas Chris tinha tido um dia demasiado stressante. "Estamos a chegar, Sr. Evans".
Mark parou o carro de frente ao prédio, saiu e abriu-lhe a porta. Chris levantou-se do carro levando a sua pequena mala na mão e um sobretudo escuro pousado no braço. A noite estava amena e agitada, perfeita para um pequeno passeio pelos recantos da cidade. Olhando em volta, dirigiu-se à porta alta e robusta do prédio e entrou imediatamente enquanto Antoine tinha ido guardar o carro na garagem.
Chegado ao seu apartamento, Evans pousou tudo no sofá, tirou a gravata e o casaco azul marinho, e desapertou a camisa. Chris frequentava o ginásio regularmente. O seu corpo era musculado, de braços e peitorais fortes e abdominais definidos, e a camisa justa dava-lhe um ar imponente e masculino. Dirigiu-se então à cozinha para preparar um chá de camomila e Mark tinha chegado.
- Vou-me deitar, Sr. Evans. Qualquer coisa que precise, diga-me por favor. Boa noite, e descanse! - disse o motorista, dirigindo-se ao seu quarto no fundo do corredor.
- Boa noite, Mark! - respondeu Chris, enquanto tirava uma chávena branca do armário para verter o chá já pronto a beber. O seu motorista já trabalhava para o jovem empresário há quase uma década e depois de se ter divorciado há mais de um ano, e sem filhos, veio morar com Evans para o luxuoso apartamento.
Já passava das dez da noite e Chris foi para o quarto, descalçou os sapatos de pele, tirou as calças, e sentou-se na cama debaixo dos cobertores, enquanto bebia o seu chá. Estava tão cansado que naquela noite nem vontade teve de ver televisão e foi imediatamente dormir. Antes, deu uma última vista de olhos no Instagram, pousou o telemóvel e apagou as luzes.
O dia começara cedo para Chris Evans: eram quase 8 da manhã de sábado quando o jovem saiu do apartamento de t-shirt branca, calções de treino azuis e umas sapatilhas da NIKE, e foi caminhar até a Sede Municipal da cidade. Nada melhor do que uma corrida logo pela manhã depois de uma longa semana de trabalho para relaxar e manter o corpo ativo. Daí, e passando por uma bela fonte no centro do parque, Chris iria correr pela Ponte de Brooklyn até ao outro lado do rio. A vista sobre o sol a nascer era magnífica e a brisa matinal refrescava-lhe o rosto como a água fria do rio. Continuou a correr até à outra margem, passou por algumas ruas da cidade, e já o sol aquecia aquele dia fresco de primavera e iluminava a pele clara de Evans. Os seus cabelos castanhos refletiam um tom dourado e brilhante sobre o sol e os seus olhos tornavam-se ainda mais azuis.
Entretanto, era altura de voltar a casa. Logo após percorrer os 1 834 metros que fazem a ponte de Brooklyn, Chris dirigiu-se ao Starbucks que ficava na esquina de um prédio a caminho do seu apartamento. O café não era muito grande, Evans entrou, dirigiu-se ao balcão e pediu um Cotton Candy Frappucino. Enquanto esperava, um rapaz entrou apressado no café vestido de branco, com um boné rosa e umas sapatilhas fluorescentes. Trazia uma mochila vermelha e foi de imediato pedir um café. O jovem reparou que Evans tinha ficado a olhar para ele e olhou de volta cruzando os braços num ar de desdém. Chris sorriu e virou-se de novo para o balcão para pegar no seu café e voltar a casa. Quando vinha em direção à saída, deixou cair as chaves do apartamento pelo bolso dos calções curtos de treino e não reparou. Foi o rapaz que, alguns metros mais à frente, foi ter com ele e lhas entregou.
- Deixaste cair isto de tão distraído que estavas - disse o jovem, dando um gole no seu café.
- Distraído com o quê, exatamente? - perguntou Chris sorrindo.
- Comigo - respondeu o jovem, ajustando a mochila no seu ombro. O empresário riu e pegou nas chaves.
- Desculpa, estava a olhar para ti como toda a gente olhou mas... obrigado pelas chaves!
Evans piscou o olho e seguiu o seu caminho com o copo de café numa mão e as chaves na outra, deixando o jovem a olhar para si.
- Belo rabo - murmurou o jovem, e seguiu o caminho oposto.
O resto do sábado tinha sido passado em casa a ver televisão, jogar e relaxar no jacuzzi. Chris tinha o apartamento todo para si até domingo à noite, já que Mark Consuelos tinha ido visitar o seu irmão a Newark e ía ficar por lá. Quando Chris chegara a casa já o motorista tinha deixado um bilhete na mesa da cozinha: "Volto domingo à noite, Sr. Evans. Fique bem!".
Eram já oito da noite e Chris decidiu ir jantar fora sozinho. Embora muito simpático e carismático, Evans não era pessoa de muitos amigos, devido principalmente à natureza do seu trabalho, mas também porque gostava mais de ficar em casa a ler um livro do que sair à noite e dançar. Embora já tenha namorado algumas vezes, estava agora solteiro e não pensava em mulheres. "O trabalho não me deixa" justificava-se ele a Mark sempre que este perguntava pelos namoricos do bem sucedido empresário. Mas hoje ele não ia ficar em casa. Queria aproveitar o fim-de-semana para relaxar e cuidar de si, e porque não ir jantar ao seu restaurante chinês favorito? Vestiu uma roupa casual: uns jeans escuros, uma t-shirt azul marinho e um blusão de pele, pegou no telemóvel e nas chaves, e saiu até à rua.
Estava uma noite quente de primavera, as pessoas passeavam alegres pelas ruas compridas da cidade, ouviam-se carros a buzinar, conversas paralelas, cantores de rua, todo um típico sábado à noite estava ali representado. Já chegando ao restaurante, Chris sentou-se numa mesa ao fundo, junto a um grande aquário de parede com dezenas de peixes das mais variadas cores e tamanhos. Escolheu o seu prato favorito, massa com gambas-tigre, e, enquanto esperava, reconheceu à entrada um amigo seu de faculdade. Chamava-se Zac Efron e era parte do grupo de amigos mais chegados de Chris. Zac estava a sentar-se quando reparou também no amigo e aproximou-se.
- Hey, por aqui? - cumprimentou-o, dando um aperto de mão.
- Vim cá jantar, sabes o quanto eu adoro comida chinesa - sorriu Chris - estás sozinho? Senta-te, jantámos os dois!
- Estou sim, tinha marcado jantar com a Taylor mas infelizmente ela ficou a trabalhar até mais tarde no hospital e... bem, aproveitei a reserva e vim sozinho! - riu Zac, colocando a mão no ombro de Chris. Os dois riram e conversaram noite dentro, sem nunca se preocuparem com as horas. O jantar estava bom, diziam eles, e saíram do restaurante sempre a rir. Tinham decidido ir a um bar ali perto, na esquina da próxima rua, passar o resto da noite.
Bạn đang đọc truyện trên: AzTruyen.Top