5. Cinco

O dia de Taehyung tinha sido miserável, para dizer o mínimo.  Ele teve que abrir a loja e, depois que dois funcionários que estavam convenientemente namorando um ao outro ligaram para se queixarem de doenças, minutos após o outro, ele foi forçado a trabalhar no turno de encerramento também, as únicas coisas para lhe fazer companhia eram sua pensamentos e sua gerente.  Não que seu gerente tenha sido de muita ajuda.

Era um dos raros dias em que ela ia à loja e estava de mau humor.  Taehyung já estava lá há quase um ano e ainda não tinha conseguido entrar em suas boas graças.  Às vezes, ela podia ser legal, oferecendo-lhe inesperadamente um pedaço de chocolate ou perguntando sobre seus estudos.  Mas a maior parte do tempo era gasto criticando-o e atribuindo tarefas domésticas para ele fazer quando a loja estava lenta. Era um insulto, realmente. Taehyung teve que segurar um comentário cortante quando lhe pediu para lavar um copo já brilhante que ele acabou de limpar e colocar na máquina de lavar louça.  Os clientes também não ajudaram muito.

Entre a mulher que queria um café com leite desnatado, descafeinado, muito quente e com pouca espuma e o velho queixando-se de que seu café estava muito quente, e os pais que deixaram a criança de quatro anos correr solta pela cafeteria, Taehyung pôde sentir uma dor de cabeça chegando. O que foi realmente desanimador, porque hoje era seu encontro com Yoongi.  Ele gemeu, enquanto guardava uma muda de roupa na bolsa, o homem mais velho planejando buscá-lo na hora do fechamento, ele não seria capaz de se livrar do cheiro de café expresso que se agarrava à sua pele.  Com sorte Yoongi não se importaria.

Seus olhos vagaram pelo relógio pela quinta vez em meia hora.  Ele estava se sentindo inquieto, uma combinação de pés doendo por estar neles nas últimas doze horas e pelos nervos que sentia por ver Yoongi novamente.  A noite em que ele o levou para casa tinha sido... interessante.  Ele ainda não tinha certeza do que pensar.  Ele também não havia contado a Jimin ou Jungkook, sabendo que eles ficariam menos do que estusiasmado com sua decisão de sair com um... bem, ele não tinha muita certeza do que Yoongi fazia, mas sabia que era algo que deveria evitar.  Ele engoliu em seco, maldita arma!  Ele não tinha ideia do que o levou a concordar com um encontro em que o bom senso lhe dizia para expulsar o homem e pedir que ele não voltasse à loja novamente.

Mas Yoongi parecia tão cansado e desamparado quando ele veio até ele.  Sem mencionar a estranha e esmagadora sensação de calma que o dominava sempre que ele estava na presença do outro homem.  Foi assustador, realmente.  Ele sempre foi impulsivo e precipitado em suas decisões, mas sua mãe sempre lhe disse que ele tinha bons instintos.  E, por qualquer motivo, seus instintos dizia para ele confiar em Yoongi.  Ele só esperava que a confiança não fosse perdida.

Taehyung olhou para cima quando a campainha acima da porta tocou, os olhos arregalados de surpresa quando o homem que ocupava seus pensamentos nos últimos dez minutos passou pela soleira, olhos imediatamente procurando e encontrando os dele.

Taehyung abaixou a cabeça, sob o pretexto de lavar o bule que acabara de limpar.  O homem chegou quinze minutos mais cedo e os cabelos de Taehyung, assim como seus pensamentos, estavam uma bagunça.  E, caramba, se a aparência de Yoongi não os deixasse ainda mais confusos.

Não era ostensivo demais, a forma que ele estava vestido, mas foi o suficiente para deixar a boca de Taehyung um pouco seca e seu estômago se contrair de interesse.  Yoongi estava muito bem, vestido simplesmente com uma calça preta e uma camisa botão azul marinho, cabelos frisados ​​e brincos compridos pendurados em cada orelha.  Taehyung temia que o simples suéter folgado que lhe trouxesse tanto conforto e os jeans apertados embalados em sua bolsa fossem inferiores em comparação.

– Oi. – Disse Yoongi, sentando-se na cadeira.

– Oi. – Taehyung disse timidamente, e acrescentou: – Você chegou cedo.

Yoongi deu de ombros:

– Apenas muito animado para esperar.

– Ou precisava de cafeína para o encontro, com medo de não conseguir acompanhar, meu velho?

Yoongi zombou, ofendido, antes de se inclinar sobre o balcão com um sorriso carinhoso.

– Dificilmente, eu claramente vim ver o barista bonitão.

Taehyung corou um delicioso tom de rosa e Yoongi abriu a boca para dizer o mesmo quando o toque leve da campainha os interrompeu.

Um grupo de dez clientes claramente bêbados entrou e Taehyung não conseguiu reprimir o gemido silencioso de pavor que lhe escapou.  Ele já havia limpado o saguão e, atrás do bar, ele esperava que eles não fizessem bagunça.  Com alguma sorte, apenas um deles iria querer uma bebida e Taehyung poderia fechar a loja alguns minutos mais cedo.

Taehyung não era um homem de sorte.

Cada um queria uma bebida, Taehyung tinha dez minutos antes de fechar, e ele honestamente não podia acreditar na audácia de algumas pessoas.  Ele também não notou a decisão deles de ignorar o jarro de gorjeta que fica visivelmente na frente deles.  Ele não teria nenhum problema em expulsá-los imediatamente assim que colocasse as bebidas na frente deles.

Yoongi olhou para o grupo barulhento, todos indo para o canto mais distante do café e ruidosamente puxando cadeiras e movendo mesas juntas enquanto Taehyung se virava para a máquina de café expresso, os ombros caídos.

– Precisa de ajuda? – Yoongi perguntou com um sorriso compreensivo.  – Eu literalmente não sei nada sobre máquinas de café expresso e provavelmente quebraria alguma coisa, mas posso tentar o meu melhor?

Taehyung foi acenar para ele, mas depois pensou melhor, um pequeno sorriso se formando.  Ele acenou com a cabeça para Yoongi.

– Tudo bem hyung, talvez eu possa fazer uso de você.

Yoongi gemeu internamente.  Ele não esperava exatamente que Taehyung o aceitasse.  Ele certamente estava disposto, mas não mentiu quando disse que era amplamente incompetente.  Só de olhar para o caro equipamento brilhante o deixava nervoso.  Claro, ele poderia pagar para consertar a máquina milhares de vezes, se ele a quebrasse, ele não estava muito interessado em se humilhar completamente na frente de Taehyung.

– Não se preocupe, eu não vou morder hyung. – Disse Taehyung, cutucando seu ombro de brincadeira enquanto ele lhe entregava um copo de papel. – A menos que você goste. – Ele piscou e Yoongi corou.  Ele definitivamente gostaria disso, mas ele não precisava de uma situação embaraçosa em suas calças na frente de Taehyung por apenas pensar nisso.  Eles nem estavam no primeiro encontro deles.  Ele limpou a garganta, segurando a xícara.

– Então, o que devo fazer com isso?

Taehyung sorriu, caminhando até o moedor enquanto começava a pressionar o café expresso, entregando a Yoongi uma dose já derramada enquanto se movia. 

– Coloque isso no copo e depois encha o resto com água quente, você está fazendo o seu primeiro americano.

Yoongi levantou uma sobrancelha.

– Água quente e café expresso, é isso que eu tenho bebido esse tempo todo?

Taehyung jogou a cabeça para trás e riu, começando a vaporizar o leite para um café com leite.

– Eu disse que seu gosto por café era horrível hyung.  Como você pode não saber disso?

Yoongi franziu a testa, colocando a tampa que foi entregue a ele no copo.

– Hoseok pediu para mim um dia e foi bom, então eu continuei pegando.  Ele disse que era escuro como a minha alma.

Taehyung bufou, dando outra tacada. 

– Sua alma é tão escura quanto um campo de girassóis hyung, eu diria que você definitivamente é mais como um mocha de chocolate branco.

Yoongi fez uma careta:

– Estou ficando com cárie só de pensar nisso.

Taehyung fez beicinho,

– Apenas espere e veja, da próxima vez que você entrar, eu farei você um e será incrível.

Taehyung caminhou ao lado de Yoongi, tão perto que seus ombros se tocaram quando Taehyung lhe entregou um copo de papel com café expresso no fundo e depois uma jarra de leite cozido no vapor.

– Hora da sua primeira lição de latte art.

Yoongi bufou, tentando pressionar o jarro de volta na mão de Taehyung.

– Oh não, acho que não.

Tae sorriu de qualquer maneira, certificando-se de que os itens estivessem presos nas mãos de Yoongi antes de alcançá-lo, de modo que suas mãos estivesse nas mãos do homem.  Suas costas estavam quentes contra o ombro de Yoongi. 

– Aqui. – Ele murmurou, guiando Yoongi a inclinar o copo para trás quando começou a derramar o leite em círculos dentro do copo até segurá-lo no lugar, fazendo um círculo cuidadosamente no centro e movendo a mão de Yoongi para trás, cortando uma linha através da espuma que se transformou em um coração, embora um pouco torto pela dificuldade em manobrar dois pares de mãos.

O sorriso de Taehyung era de tirar o fôlego quando ele entregou uma tampa a Yoongi e voltou a vaporizar mais leite.

– Coloque essa tampa e tente novamente sozinho.

Yoongi gemeu, sabendo que ele se envergonharia, mas também se distraiu um pouco enquanto observava as mãos de Taehyung em volta da jarra, dedos longos e mãos bronzeadas.  Yoongi se perguntou se todo o seu corpo tinha o mesmo tom de bronze.  Ele certamente queria descobrir.

Respirando fundo, Yoongi pegou o jarro e a xícara que Taehyung ofereceu, tentando repetir as ações de um momento atrás, mas quando tudo estava terminado, sua tentativa de coração parecia mais um círculo assimétrico.

Taehyung escondeu sua risada atrás da mão, mas seus olhos fizeram pequenos crescimentos de alegria quando Yoongi bufou uma respiração envergonhada.

– Está tudo bem hyung, pelo menos eles conseguiram. – Taehyung riu, cobrindo seu mau desenho com uma tampa. – O ponto é que você tentou.

Yoongi fez beicinho e Taehyung honestamente pensou que era a coisa mais fofa que ele já havia visto em sua vida. Foi uma luta não beijar seus lábios.

Taehyung terminou o resto das bebidas rapidamente, ainda irritado demais para levar as bebidas pessoalmente para a mesa barulhenta, chamando a ordem antes de se virar para limpar apressadamente o resto do bar.  Levou mais quinze minutos para desligar a máquina de café expresso, retirar o lixo e garantir que tudo estivesse em boas condições para o turno da manhã. Nesse período, o grupo ainda não havia tomado as bebidas.  A loja agora estava oficialmente fechada.

Taehyung pareceu um pouco decepcionado, e Yoongi segurou a língua para não agarrar o grupo enquanto Taehyung resignadamente levava suas bebidas.

Ambos esperavam que a mesa saísse depois disso, mas todos pareciam estar se acomodando. O olhar de descrença de Taehyung era um espelho perfeito para os sentimentos de Yoongi, mas ele teve que se lembrar de ficar indignado e irremediavelmente ligado quando o aperto de raiva na mandíbula de Taehyung destacou sua linha forte e o leve beicinho em seus lábios fez Yoongi se perguntar como eles se sentiriam contra os dele.

Taehyung realmente odiava seu trabalho.  Ele sempre pensou que era uma pessoa do povo, mas entre clientes glamurosos que não podiam aceitar não como resposta, um gerente com a intenção de tornar sua vida um inferno, clientes que pareciam totalmente despreocupados com o quão ridículo alguns de seus pedidos eram, uma falta de gorjetas e idiotas que chegaram perto de incerrar e permaneciam após o fechamento, ele estava começando a reconsiderar seriamente sua autoavaliação inicial.

Endireitando os ombros, Taehyung se aproximou da mesa, exibindo seu melhor sorriso de atendimento ao cliente, enquanto ele dizia, educadamente:

– Sinto muito, mas estamos oficialmente fechados.

Os homens franziram a testa, aquele que parecia ser o 'auto-designado' líder do bêbado falou mais alto do que o necessário na pequena loja:

– Aww vamos lá cara, vamos ficar aqui um pouco mais, só quero  termine nosso café em paz.  Está frio lá fora.

O sorriso de Taehyung ficou mais tenso.

– Sinto muito, mas não permitimos que ninguém entre depois do expediente.  Eu realmente tenho que pedir para vocês sairem.

O homem bufou, inclinando-se para trás e chutando os pés na cadeira vazia ao lado dele:

– Não preocupe sua linda cabecinha querido, vamos sair daqui rápido, eu prometo.

Taehyung ficou pasmo.  Ele nunca usou a palavra pessoalmente, mas achou que ela se encaixava bem aqui.  Ele já tinha sido desrespeitado antes, mas a completa falta de decência comum ainda era um pouco surpreendente.

– Senhor...

Ele tentou novamente, mas ficou claro que ele perdeu a atenção do grupo quando começaram a conversar entre si.

– Vocês precisam sair.

Os homens, e Taehyung, olharam para trás e viram Yoongi se aproximando lentamente da mesa, com o rosto impassível.

Taehyung havia participado de aulas de teatro enquanto crescia, mas mesmo com o treinamento, ele não se achava capaz de canalizar a aura intimidadora que irradiava de Yoongi em ondas, olhos tão afiados que eram difíceis de encontrar.

– Você vai nos fazer? – O homem bufou, mas com menos bravura em sua voz desta vez, olhos cansados ​​percorrendo o pequeno corpo de Yoongi.

Yoongi deu um sorriso lento e preguiçoso, inclinando a cabeça para o lado enquanto avaliava o cara.  O homem se encolheu um pouco.  Assim como Yoongi pensou, todos latem mas nem todos mordem.

– Se eu precisar, mas tenho um encontro, e eu gosto dessa camisa, então não estou particularmente interessado em colocar seu sangue nela agora.

Ele olhou para o lado brevemente para tentar avaliar a reação de Taehyung às palavras, mas o rosto do garoto permaneceu relativamente impassível, a irritação persistente para os homens diante deles, a única emoção proeminente exibida.  Interessante.

– Eu gostaria de ver você tentar. – O cara murmurou, engolindo em seco quando Yoongi deu outro passo à frente, agora no mesmo nível de Taehyung.

O homem ao lado do cara imbecil pôs a mão trêmula em seu ombro, para detê-lo. 

– Talvez devêssemos ir...

– Não, vamos ficar e terminar nosso café, esse idiota é tudo conversa.

Yoongi revirou os olhos, porque, honestamente, esses caras não valiam nem uma fração do seu tempo.  Soltando um suspiro, Yoongi agarrou sua xícara, mantendo contato visual enquanto começava a beber seu conteúdo, a sala ficou tensa por alguns longos momentos antes dele terminar e jogar o copo cuidadamente na lata de lixo.  Porra, Tae fez um bom café com leite.

– Parece que você terminou, algum outro motivo para ficar? –  Yoongi perguntou.  Seu corpo estava inclinado apenas o suficiente para longe de Taehyung, para que ele se sentisse confiante em tocar sua cintura, olhar sério, logo abaixo do cinto, onde normalmente guardava a arma, atraindo brevemente os olhos do homem.  Ele soube assim que o homem recebeu a mensagem, os olhos arregalando e a pele empalidecendo quando se levantou abruptamente.

– Vamos. – Ele murmurou, seus amigos rapidamente se levantando e fazendo sair.

Yoongi o parou com uma mão áspera no ombro:

– Você não está esquecendo de algo? – Ele perguntou friamente, sorrindo para a expressão confusa do homem.  Idiota.  – Seja um bom garoto, empurre suas cadeiras para o lugar e dê uma gorjeta a seu barista, sua mãe nunca lhe ensinou boas maneiras?

O homem se irritou, parecendo querer responder até que a expressão de Yoongi mais uma vez o colocou em seu lugar.  As cadeiras e as mesas rasparam alto no chão de ladrilhos, enquanto o grupo se apressava a fazer o que pedia e colocá-las em seus devidos lugares.  O líder estava resmungando para si mesmo enquanto procurava em sua carteira e tirava algumas notas, passando por Yoongi para entregá-las a um Taehyung atordoado antes que o grupo se virasse e saísse do café, o sino acima da porta tocando com a saída.

Os dois ficaram em silêncio por um momento, observando os homens antes de Yoongi se virar para olhar Taehyung, mais uma vez preocupados por ter assustado o garoto.

– Tae...

Taehyung levantou a mão, silenciando-o efetivamente:

– Eu sei o que você está pensando hyung, mas não. Não estou bravo e você não me assustou. Eu percebo que você...  tem um emprego e que você pode ser realmente assustador, se quiser. Mas você nunca foi assim comigo, quando eu o vi, sempre foi para cuidar de mim e, sinceramente, poucas pessoas se preocupavam em fazer isso por mim.  Portanto, contanto que você nunca dirija isso para mim, não teremos problemas.

O coração de Yoongi apertou ao ouvir Taehyung dizer que as pessoas não se preocuparam em cuidar dele no passado.  Ele também não perdeu a maneira como Taehyung havia enfatizado a palavra 'nunca'.  Ele conhecia Taehyung por apenas alguns meses, e ele já pensava que era a pessoa mais gentil que conhecia, mas também sabia com certeza que Tae seria rápido em falar e remover ele (Yoongi) de sua vida, se ele sequer pensasse em agindo dessa maneira com ele.  Yoongi não ousaria, mas sentiu um calor enchê-lo ao ver a força tranquila de Taehyung, mesmo por um breve momento.

Ele estendeu a mão e agarrou a mão de Taehyung, apertando suavemente:

– Nunca.

Taehyung acreditou nele.
   
  
 

⊹⊱••CONTINUA••⊰⊹

Primeira quase encontro foi tenso. Cena linda essa, os idiotas acham que tamanho é documento, que baixinhas (os) não tem voz ou força, se enganam feio. Viva os baixinhos. Não, eu não sou baixinha. Ou sou? 1:65 é baixinha? Se sim tenho orgulho. Amo minha altura. Ame também a sua. Love yourself. Ok?

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