4. Quatro
Yoongi acordou com um gemido, sentando-se e empurrando para baixo a onda de náusea que subiu dentro dele com o movimento repentino.
– Aqui. – Veio uma voz ao lado dele, e um copo de água e uma aspirina estavam sendo gentilmente pressionados em sua mão. Ele aceitou com gratidão, jogando o remédio na boca e depois engolindo metade da água em um só gole antes de começar a se concentrar lentamente no ambiente.
Ele estava em uma pequena sala. Era aconchegante, muito aconchegante para ser dele próprio. Havia uma colcha quente sobre o colo e cortinas amarelas sobre a janela redonda à esquerda, bloqueando abençoadamente a maior parte da luz do sol que tentava entrar. Havia uma escrivaninha e uma quantidade encantadora de cartazes de anime e teatro nas paredes. Uma estante com uma coleção impressionante e um tigre gigante de pelúcia em uma cadeira no canto. Ele estava usando uma camisa branca e uma calça xadrez de pijama e, assustado, procurou suas roupas, notando-as cuidadosamente dobradas na cadeira da escrivaninha. E, ao lado dele na mesa de cabeceira, sua arma. Yoongi a encarou por um longo momento enquanto as lembranças da noite anterior o inundavam e, com ansiedade, seus olhos finalmente se ergueram para Taehyung sentado na cama ao lado dele, os lábios contraídos em frustração, mas a preocupação ainda era evidente em seus olhos.
– Que bom que você está acordado. – Disse Taehyung, pegando o copo das mãos de Yoongi e colocando-o na mesa ao lado dele. – Agora, explique o que diabos aconteceu com você.
– Eu pulei. – Disse Yoongi, pigarreando depois de quão áspero saiu. – Apenas alguns bandidos estúpidos, eu cuidei disso.
Os olhos de Taehyung se arregalaram, disparando imediatamente para a arma quando o estômago de Yoongi caiu.
– Não é o que você pensa. – Disse ele, apesar de provavelmente ser exatamente o que Taehyung estava pensando. – Tae...
Taehyung respirou fundo, erguendo a mão:
– Que porra é essa Yoongi? – Ele resmungou: – Não tenho notícias suas por horas, então acho que você está ocupado, e de repente você aparece no café, sangrando e mancando, e depois desmaia em mim. Com uma arma em você! Que diabos?
Yoongi estremece com o volume e Taehyung pelo menos teve a decência de parecer arrependido, mas não menos chateado.
– Eu sinto muito? – Yoongi se aventura.
Taehyung bufa, cruzando os braços sobre o peito:
– Você terá que fazer muito melhor que isso.
Yoongi suspira:
– Sinto muito, Tae. Isto... realmente não acontece comigo. Mas eu não tinha outro lugar para ir. Sinto muito por colocar tudo isso em você, mas muito obrigado.
Taehyung mordeu o lábio:
– Eu não fiz muito, meu colega de quarto saiu no fim de semana, então ninguém fez perguntas. Congelei seu joelho, estava realmente inchado, então você deve elevá-lo e descansá-lo por um dia, e costurei o corte em sua testa. Não vou mentir, não é o melhor, mas limpei e tomei cuidado para que você não precise se preocupar com infecção. Eu realmente gostaria que você fosse ao hospital. – Yoongi abriu a boca para protestar, mas Tae balançou a cabeça. – Mas eu sei que você não vai, então você precisa descansar por alguns dias. Tenho certeza de que você não teve uma concussão, graças a Deus seu idiota, mas ainda precisa descansar.
Yoongi assentiu lentamente, mentalmente avaliando seu corpo. Alguns dias de inatividade o fariam bem. Com sorte ele esperava que Namjoon pudesse impedir que as coisas fossem para o inferno em uma cesta de mão por alguns dias. Falando nisso, ele procurou pelo telefone.
Lendo seus pensamentos, Taehyung alcançou atrás dele, pegando o telefone do carregador e entregando a ele.
– Está explodindo como louco desde que recarregou.
O estômago de Yoongi caiu, examinando as mensagens cada vez mais preocupadas de Hoseok, Namjoon e Jin, bem como a longa lista de chamadas brevemente antes que ele enviasse uma rápida mensagem de texto para o grupo que ele estava vivo e voltaria para eles em breve antes de trancá-lo, silenciando e colocando-o de bruços na mesa de cabeceira, virando-se ao lado de Taehyung.
O silêncio se estendeu entre eles, desconfortável e opressivo na pequena sala. Yoongi riu fracamente, balançando a cabeça.
– Sabe, nunca pensei que a primeira vez que fosse para sua cama seria assim.
Um silêncio, um longo olhar e então um bufo alto de Taehyung:
– Você teria que me levar para jantar primeiro. – Disse ele finalmente.
Yoongi engoliu em seco, os olhos arregalados enquanto observava o outro homem. Taehyung olhou de volta, o lábio inferior puxado entre os dentes.
– Eu posso? Levo você para jantar, quero dizer.
Sobrancelhas escuras formaram uma linha embaixo de cabelo azul antes de Taehyung desviar o olhar, braços em volta da cintura enquanto ele considerava.
Era um inferno ficar sentado tenso enquanto os minutos passavam e, Taehyung pensava.
Eventualmente, ele encontrou os olhos de Yoongi, soltando um suspiro lento.
– Eu sempre gostei de pensar que sou bom em ler pessoas hyung, mas agora... – Ele riu de forma depreciativa: – Eu não sei. Eu sempre pensei que você era um cara legal e você foi tão legal comigo. Você é tão gentil e engraçado, e eu realmente gosto de você. Eu esperei uma eternidade para você me convidar para sair.
Yoongi sorriu suavemente, os dois estavam jogando o jogo da espera, mas ele estava com medo de que seu tempo finalmente acabasse e não tinha certeza de que ele tinha sido o vencedor.
– Você parece um cara legal, – Taehyung continuou, – mesmo agora eu ainda sinto que você é... você carrega uma arma e nunca fala sobre o que faz no trabalho. E quero dizer, você pode realmente ser um espião ultra-secreto, mas... puta merda. – Tae disse.
Yoongi ergueu uma sobrancelha para o comentário do espião, sua testa doendo quando o movimento esticou seus pontos. Ele lambeu os lábios, tentando reunir suas palavras.
– Tae, – ele começou, pegando a mão dele e soltando um suspiro quando o garoto não se moveu imediatamente para puxá-la de volta. – Eu não posso te dizer o que faço no trabalho, ainda não pelo menos. – Ele disse, observando o leve cenho franzido de Taehyung. – Eu não sou padre, de forma alguma, mas também tento não ser tão mau assim? Eu tenho um passado, e minha vida não é só rosas e ajudar velhinhas a atravessar a rua.
Yoongi respirou fundo, sabendo que nada do que ele dissesse poderia redimi-lo completamente, mas ele tinha que tentar, e se fosse necessário, ele imploraria. Ele continuou:
– Mas, eu sou voluntário em um abrigo de animais em alguns domingos? E faço doações para caridade. Eu envio dinheiro para casa dos meus pais. Hum... Eu tenho um poodle chamado Holly. Mas você já sabe que já lhe enviei fotos. – Yoongi diz rindo inquieto. – Eu realmente gosto de você. E se você me der uma chance, prometo que farei tudo o que estiver ao meu alcance para tratá-lo bem e nunca machucá-lo. Eu posso ter arruinado tudo, e vou entender isso e ficar longe se você quiser, mas eu realmente gostaria de levá-lo para um encontro?
Taehyung ficou em silêncio por um longo momento, o polegar correndo pelas costas dos dedos de Yoongi enquanto ele olhava para os dedos entrelaçados.
– Você não... – Ele respirou fundo, rindo um pouco de si mesmo, – Você não machuca os mocinhos, não é?
Yoongi olhou para cima, piscando com a hesitação, preocupação e sinceridade nos olhos de Taehyung. Era uma pergunta ingênua, mas ele não pôde deixar de ficar um pouco encantado com ela. Ele pensou por um segundo e balançou a cabeça. Ele pode não ter sido um santo, ele pode ter feito muita merda ilegal, mas ele sempre tentou ajudar o oprimido, tentou impedir que gangues machucassem pessoas inocentes, protegeu pequenas lojas de serem aproveitadas por bandidos exigindo dinheiro que não podiam pagar em troca de sua 'proteção'. Ele pode não ter sido um cara legal, mas também não achava que ele era um cara ruim.
– Não, eu não machuco os mocinhos.
Ele não sabia o que Taehyung deve ter visto em sua expressão, mas de repente estava cedendo de alívio e oferecendo a ele um pequeno sorriso.
– Tudo bem. – Disse ele, apertando a mão de Yoongi.
– Tudo bem?
O sorriso dele aumentou:
– Sim, tudo bem, você pode me levar para um encontro. Mas, com uma condição.
– Sim?
Taehyung de repente pareceu sério:
– Sem armas.
Yoongi assentiu solenemente, na esperança de expressar sua sinceridade em seu olhar:
– Sem armas.
O sorriso de resposta de Taehyung foi ofuscante:
– Bom, resolveremos os detalhes mais tarde. Agora tome banho e se troque, o banheiro é lá. – Taehyung disse apontando. – Deixei algumas roupas e toalhas para você. Ligue para seus amigos antes que eles tenham um ataque, eu vou fazer um chá.
E com um tapinha no joelho bom e um sorriso suave, Taehyung se levanta para fazer chá, deixando Yoongi olhando para ele com descrença. Isso se foi... muito melhor do que ele esperava. Ele só esperava que não estragasse mais do que já tinha feito.
⊹⊱•••••⊰⊹
– Nós pensamos que você estava morto! – Seokjin explodiu, andando de um lado para o outro na frente de Yoongi, como ele havia estado nos últimos minutos. Namjoon o observou com as sobrancelhas franzidas de sua posição no sofá.
– Bem, como você pode ver, – Yoongi brincou, embaralhando alguns papéis em sua mesa, – eu estou vivo e bem.
– Com pontos! De algum barista! – Jin cuspiu.
– Ele estuda medicina. – Defendeu Yoongi.
– Eu pensei que ele fazia arte? – Hoseok perguntou de seu posição na escrivaninha ridiculamente cara de Yoongi. Ele estava sendo muito relaxado ultimamente.
– Você deixa algum artista em dificuldades fazer seus pontos! – Jin gritou, alcançando um nível de decibéis que fez Namjoon estremecer.
– Primeiro de tudo, – reiterou Yoongi, empurrando Hoseok desajeitadamente de sua mesa, onde caiu no chão com um grito indignado, – ele é um estudante de medicina no último ano, o melhor de sua classe. O menor dele é arte, e ele é muito bom. Acabei pedindo a ajuda dele porque não tinha meu telefone, estava na área e ele é a única pessoa competente em quem eu confiava que poderia me consertar nas proximidades. As coisas iam cagar no seu relógio, eu tive que improvisar.
Jin estava tremendo de raiva, Namjoon se levantou de seu assento com um longo suspiro e levou seu namorado para o sofá.
– Não pense que não vamos falar sobre esse novo interesse amoroso seu! – Jin gritou, apontando um dedo acusador para Yoongi e depois apontando-o para Hoseok, – e falaremos sobre como você escondeu isso de nós, meu rapaz.
Hoseok levantou as mãos em defesa:
– Eu estava protegendo o chefe! Você conhece o cara que te paga.
Jin bufou ironicamente, mas não comentou. Sempre foi uma linha difícil para ele se equilibrar, entre ser o hyung e o empregado de Yoongi. Ele afundou de volta no sofá, em silêncio.
Yoongi suspirou, afundando-se na cadeira também, Namjoon lhe lançou um sorriso nervoso enquanto caminhava para frente.
– Sinto muito, hyung. – Ele disse sinceramente, – Eu gostaria que estivéssemos lá. Eu sei que te decepcionei.
– Joon-ah... – Yoongi começou, esperando acalmar os mais jovens. Se Jin era como a mãe do grupo deles, Namjoon era o pai, sempre esperando nos bastidores para consertar as coisas para os quatro, sempre o primeiro a se preocupar quando algo não estava indo como planejado. – Não foi sua culpa, muito tem acontecido ultimamente com essas estúpidas guerras por território e nossos espiões, eu deveria ter adiado a reunião. Não é sua culpa.
Namjoon ainda parecia culpado, mas seus ombros caíram, quase imperceptivelmente, em alívio pelo perdão de Yoongi. Mesmo com raiva, Jin conseguiu dar um pequeno sorriso a Yoongi, agradecido pelo pequeno conforto que estava dando ao seu parceiro.
– Então, o que vamos fazer agora? – Hoseok perguntou, expressando o que estava em suas mentes.
Yoongi esfregou o espaço entre as sobrancelhas. Ele matou três espiões, um traidor, dois armazéns foram queimados e atacados em uma semana. Sem mencionar um encontro no sábado. Foda-se se ele soubesse.
⊹⊱••CONTINUA••⊰⊹
Aaaah. Eu amo a dinâmica entre o Yoongi e o Taehyung. Amo o drama do Jin. E vocês estão gostando? Vamos ver como será o encontro deles, antes que a angustia comece.
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