10. Dez

Yoongi acordou em uma cama vazia, estendendo a mão cegamente para Taehyung enquanto ele lutava para abrir os olhos, esfregando-os e piscando algumas vezes, apertando os olhos contra a luz do sol que enchia a sala sem cortinas daquelas malditas janelas do chão até o teto.  Elas eram lindas à noite, mas serviam como nada além de uma ameaça naquelas manhãs quando ele havia esquecido de fechar as cortinas na noite anterior.

– Tae. – Yoongi gritou, a voz rouca tanto pelo sono quanto pelo sexo.  Alguns dos melhores sexo que ele teve em anos, se ele fosse honesto consigo mesmo.  Ele estava feliz, feliz por confirmar que a conexão física deles era tão forte quanto a emocional.

Yoongi se olhou no espelho, gemendo com a irreparável cabeceira da cama e pelas mordidas de amor no peito e pescoço.  Ele passaria muito tempo tentando esconde-la e já podia ouvir os comentários risonhos de Hoseok.

Esticando-se, ele gemeu com a dor nas costas, recusando-se a lembrar das palavras provocadoras de Taehyung de que estava ficando velho, antes de sair da cama, encontrar seus boxers descartados mais cedo e vesti-los.  Ele suspirou, notando que sua camisa havia sumido, em vez disso, tirou um moletom de grandes dimensões para vestir.

Arrulhando para Holly, que havia entrado furtivamente no quarto durante a noite, caminhou para o corredor, espantado como ficava todas as manhãs com o piso aquecido cronometrado pelo qual pagou para evitar que seus pés congelassem todas as manhãs.

Ele estava um pouco preocupado por Taehyung não estar na cama, ele não achava que o garoto era do tipo que foge depois do sexo, especialmente nesta fase do relacionamento, mas sua ausência ainda era preocupante.

Ele se perguntava se havia ocorrido alguma emergência relacionada a cafeteria, seu coração pulou na garganta e ele instintivamente pegou uma arma que não tinha quando entrou na cozinha e viu uma figura de frente para o fogão.

– Meu Deus! – Taehyung gritou, girando, algo voando dele e batendo na parede.

Yoongi piscou, olhando Taehyung com sua camisa desaparecida da noite passada e sua própria cueca de pikachu, a espátula na mão e, finalmente, a panqueca meio cozida grudada na parede da cozinha, deslizando lentamente para baixo.

– Você me assustou pra caralho! – Taehyung disse, colocando a espátula de lado e pegando um guardanapo para limpar a massa residual da parede. – E você arruinou a panqueca.

O coração de Yoongi se acalmou a um ritmo razoável, balançando a cabeça ao se aproximar do homem que ele poderia dizer com segurança, pelo menos para si mesmo, ele estava apaixonado e se abaixou para pegar a panqueca caída antes de jogá-la no lixo.

– Sinto muito, pensei que você tinha ido embora.

O queixo de Taehyung caiu, escandalizado quando ele bateu em Yoongi com a espátula, antes de relutantemente entregar-lhe um prato de panquecas.

– Você realmente acha que eu fugiria do meu namorado na manhã seguinte depois que fizemos sexo pela primeira vez.  Você realmente acha isso de mim?

– Me desculpe, baby. – Yoongi disse, colocando as panquecas para envolver Taehyung em um abraço suave, beijando sua bochecha. – Acho que parte de mim pensou que era bom demais para ser verdade, mas obrigada, pelas panquecas, blueberry é o meu favorito.  E você fica fofo na minha camisa, mais vou precisar dela de volta.

– Mmm, acho que não. – Taehyung disse, beijando seu pescoço. – Eu gosto demais, adoro o quão folgado é em você, mas encaixa perfeitamente em mim.  Acho que está indo para o meu guarda-roupa agora.

– Ou, – Disse Yoongi, agarrando Taehyung pela cintura e, em uma impressionante demonstração de força, erguendo-o sobre o balcão, movendo-se rapidamente para ficar entre suas pernas. – Você poderia simplesmente manter algumas de suas coisas aqui, incluindo minha camisa, para que você tenha acesso sempre que ficar, e assim eu não preciso me separar completamente da minha camisa de trabalho favorita.

Os olhos de Taehyung se arregalaram:

– Você realmente quer isso?

Yoongi deu de ombros, esperando que sua indiferença não alertasse Taehyung para o estrondo de seu coração:

– Sim, quero dizer, espero que você fique muito tempo?  Em breve estaremos menos ocupados.

– Eu gostaria disso. – A falta de hesitação em sua resposta fez Yoongi sorrir, estendendo a mão para agarrar Tae pela nuca e trazê-lo para um beijo lento e descontraído.  O sorriso em seu rosto dificultou um pouco o beijo, mas eles contornaram.

– As panquecas vão esfriar. – Taehyung murmurou quando Yoongi começou a desabotoar lentamente sua camisa, o material sedoso deslizando sobre seus ombros e começou a salpicar beijos ao longo da sua garganta

– Eu tenho microondas por esse motivo. – Disse ele, mordendo suavemente a pele fina sob os lábios e chupando, satisfeito com o pensamento de deixar um machucado para o mundo ver.

– Elas são melhores frescas. – Taehyung argumentou fracamente, as pernas envolvendo as costas de Yoongi e puxando-o ainda mais para perto.

– Eu vou compensar você.

Yoongi estava prestes a tirar seu próprio suéter, mais do que pronto para fazer sexo na cozinha quando a porta se abriu sem cerimônia.

– Chefe, temos um problema! – Hoseok disse sem preâmbulo, dando a Holly um pequeno sorriso carinhoso enquanto ela rosnava para o intruso antes de cheirar em reconhecimento e marchar para o seu lugar em frente à televisão.

– O armazém principal foi... oh, olá. –  Disse Jin, identificando a cena íntima em que haviam invadido.

– Oi! – Taehyung disse, pulando rapidamente do balcão e puxando a camisa rapidamente.  Seus olhos se arregalaram ao ver as armas descaradamente penduradas sobre os braços de Namjoon e Hoseok, grandes armas que ele reconhecia dos filmes, mas não sabia o nome.  Era enervante vê-los na vida real.

– A chave que eu lhe dei foi apenas para emergências. – Disse Yoongi, parecendo perto de um assassinato.

– Isso realmente é uma espécie de emergência, hyung. – Namjoon disse em torno de um estremecimento, e foi só então que Yoongi percebeu que Namjoon estava segurando seu ombro com bastante força, o sangue escorrendo entre os dedos.

– Porra, tudo bem. – Disse Yoongi, andando pela ilha da cozinha em direção ao grupo. – Vamos conversar no meu escritório.

– Na verdade... – disse Jin, oferecendo a Yoongi um sorriso de desculpas. – Sinto muito, sinto muito, chefe, – Yoongi hesitou, Jin odiava chamá-lo de chefe.  – Mas Joonie... – Ele parecia aflito, as sobrancelhas franzidas enquanto continuava. – Ele está machucado e você disse que seu namorado...

– Taehyung. – Tae acrescentou fracamente.

Jin assentiu:

– Certo, você disse que Taehyung tem treinamento médico e remendou você naquela vez que você foi estúpido...

– Ei! – Yoongi protestou, ignorando o olhar penetrante de Taehyung.

– Gente... – Hoseok tentou.

– Desculpe, desculpe! – Jin disse, chegando ao ponto: – Joonie está machucado, ele está tentando agir com força, mas levou um tiro no braço e uma faca roçou seu lado, o armazém principal está explodido e não podemos entrar em contato com o médico, Hobi  pensa que ele está morto, Taehyung pode ajudar enquanto conversamos?

Taehyung estava ficando cada vez mais pálido e Yoongi estava seriamente preocupado com o relacionamento deles.  Eles obedeciam a uma política de não pergunte, não diga, mas agora Taehyung estava novamente vendo seu mundo de perto e pessoal.

Todos os olhos se voltaram para Taehyung, esperando sua resposta à pergunta de Jin.

– Hum, sim. – Ele gaguejou, abotoando a camisa mais uma vez quando percebeu que ainda mostrava a maior parte do peito. – É só que, eu realmente não tenho nenhum equipamento médico.

– Entendi. – Disse Hoseok, segurando uma mochila de pelúcia, – mantemos alguma merda na parte de trás do carro.

– Certo. – Taehyung disse lentamente, olhando a bolsa e depois a arma pendurada no outro braço. – Eu vou... vou vestir uma calça.

– Sério, – Yoongi estalou assim que Taehyung saiu para o quarto, o barulho de seus pés descalços ecoando pelo corredor enquanto ele se afastava.  – Você não poderia ter ligado para me avisar.

– Desculpe. – Namjoon disse, sarcasmo evidente em sua voz. – Mas eu meio que levei um tiro, e não tinha mais para onde ir.  E nós pensamos que informar você sobre o armazém que está sendo explodindo era uma prioridade um pouco mais urgente.

Yoongi apertou os lábios, Namjoon estava certo e ele odiava.  Ele também odiava a crescente preocupação que crescia na boca do estômago. 

– Quantos homens perdemos?

– Dez. – Disse Hoseok, observando o rosto de Yoongi ser tomado de raiva.

– Dez! – Ele gritou, fazendo Taehyung se encolher quando voltou. – Desse bando de trapos?  Como eles ainda têm homens, nós destruímos esse armazém.

– Sim. – Hoseok disse: – Mas, hum...

– Cuspa. – Yoongi range entre os dentes.

– Eles foram para Jihoon e, por algum motivo, ele concordou em ajudá-los.  Eles convocaram uma guerra territorial.

– De jeito nenhum. – Disse Yoongi, atordoado.  Eles tiveram uma guerra de território, anos atrás, quando Yoongi estava de pé e chegando.  Tirar o chefe anterior da equipe de Jihoon foi o que deu a Yoongi tanta credibilidade e o ajudou a se estabelecer como uma potência crescente em Seul.  A gangue havia sido uma ameaça, e a polícia havia deixado a tripulação de Yoongi em grande parte por conta própria, dado o favor que ele havia feito ao tirar a cabeça.  Ele mal escapou com vida, mas eles não tiveram problemas desde então, e Yoongi não estava particularmente interessado em recomeçar a briga.

– Desculpe, mas podemos hum... –  Namjoon disse.

– Tae, você está bem? – Yoongi perguntou, pegando sua mão e relaxando um pouco quando Taehyung imediatamente a agarrou e apertou.

– Sim, hum, você pode sentar e tirar sua camisa? – Taehyung pediu, caminhando, ainda de mãos dadas com Yoongi, até onde Namjoon estava sentado na mesa da sala de jantar.  Hoseok colocou a bolsa na mesa ao lado dele.

Yoongi se afastou para falar com Jin e Hoseok, os rostos oscilando entre preocupação e raiva.

– Então, – Namjoon falou lentamente enquanto Taehyung vasculhava a bolsa, retirando anti-séptico, ataduras, gaze, agulha e linha. – Como é estar namorando um dos maiores chefes khangpae de Seul?

– Realmente não pensei sobre isso. – Taehyung falou distraidamente, quando começou a limpar a ferida no lado de Namjoon, não era muito profundo, seu ombro provavelmente doía mais, mas seria necessário alguns pontos, era largo e precisaria de limpeza regular.  – Acho que as pessoas são mais do que o trabalho delas.  Se eu fosse conhecido apenas por ser um barista meio decente, não teria muitos amigos.  Não que eu tenha milhões agora.

– Você parece ter muito. – Disse Namjoon, o leve tremor em sua voz a única indicação de que ele estava com dor.  – Eu realmente não te conheço, mas você foi muito bom para hyung, nunca o vi sorrir tanto, então você deve ser uma pessoa legal.

Taehyung sorriu, enfiando o necessário e colocando a mão no peito de Namjoon, ele desejou ter comprado seus óculos. 

– Estou feliz, ele merece sorrir mais.

– Taehyung-ssi. – Namjoon disse seriamente, tentando não vacilar quando Taehyung começou a costurar sua ferida. – Yoongi hyung poderia ter lhe contado, mas ele já teve seu coração partido antes.  Por favor não... – Ele hesitou em encontrar as palavras certas, e Taehyung ficou momentaneamente impressionado com o pensamento de que Namjoon provavelmente não usava as palavras certas com frequência: – por favor, não o deixe continuar.  Se você tem alguma dúvida de que poderia estar com alguém como ele, alguém que vive esse estilo de vida, alguém que faz as coisas que fazemos, não fique com ele.  É mais fácil machucá-lo agora do que destruí-lo mais tarde.

Taehyung ficou em silêncio por um longo momento, trabalhando em silenciosas por vários minutos para costurar a ferida, sobrancelhas franzidas.

– Ele não me diz muito o que todos vocês fazem, – Taehyung falou finalmente, – mas posso adivinhar.  Eu os vi, as armas, o dinheiro, o sangue.  Mas também vi como Yoongi é leal, o quanto ele se importa com as pessoas em sua vida.  E acho que ele vale a pena.  Acho que posso discordar de algumas das coisas que você fará.  Mas também confio em Yoongi, confio que ele não machuca intencionalmente boas pessoas.  Quero dizer, ele ajudou uma senhora a atravessar a rua no nosso terceiro encontro, pelo amor de Deus.  Vocês não são cidadãos modelos de forma alguma, mas eu...

Um pigarro interrompeu as palavras de Taehyung e ele ficou mortificado ao ver Yoongi, Jin e Hoseok em pé a alguns metros de distância.  Ele não tinha certeza de quanto tempo eles estavam ouvindo, mas pela expressão carinhosa no rosto de Jin, o olhar extasiado no rosto de Hoseok e a expressão inescrutável que Yoongi usava, juntamente com o rubor subindo por suas bochechas, ele imaginou que eles tinham ouvido a maior parte.

– Como ele está? – Jin perguntou, quebrando o ar tenso que rolou rapidamente.

– Ele vai precisar sempre limpar isso, mas parece muito pior do que é. – Disse Taehyung, cobrindo o ferimento com gaze e fazendo um curativo.  – A bala apenas roçou seu ombro, é incrível como todos vocês têm sorte.  Eu nem acho que ele precisará de ponto.  Mas eu vou limpar.

– Graças a Deus. – Disse Jin, incapaz de se segurar por mais tempo e dando um grande beijo nos lábios de Namjoon. – Esse idiota não será atingido novamente.

– Sim senhor. – Namjoon riu, colocando uma mão carinhosa no pescoço do namorado e sorrindo suavemente enquanto se inclinava para ele.

– Eu enviei uma mensagem para Jihoon. – Disse Yoongi, interrompendo o momento e colocando todos os olhos nele.  – Eles se moveram rápido, precisamos nos mover mais rápido.  Hoseok vai reunir alguns homens para irem ao encontro, Namjoon, você está fora de serviço por um dia.  Desde que você consertou o ponto de execução na instalação de todos os homens nos demais armazéns, cadeias de suprimentos e clubes.  Não me importo se é o dia do casamento deles ou o nascimento do primeiro filho, leve-os até lá, deixe isso claro.  Deixe-os saber as consequências de não aparecer.

Taehyung não tinha certeza de que queria saber quais eram essas consequências.

– Esta poderia ser outra emboscada. – Namjoon apontou, o braço bom para cima e dedos digitando furiosamente em seu telefone.  Taehyung teve que firmá-lo enquanto enfaixava seu ombro.

Yoongi deu de ombros:

– Sim, poderia ser.  Mas também quer ouvir o que temos a dizer.  Temos todos os contatos da polícia na cidade, podemos aproveitar isso.  Se dermos prosseguimento, podemos fechar metade de seus clubes, a maioria de seus homens presos, colocá-los fora de serviço por um tempo.  Eles têm homens de Minsoo entrando no outro extremo do seu território.  Lembrá-lo disso deve ser suficiente.  Ele pode aproveitar essa pequena vitória hoje, mas vou lembrá-lo da porra da bota que tenho no pescoço dele.

Ele se virou para Taehyung em seguida, aproximando-se e baixando a voz para um tom que os outros não podiam ouvir. 

– Sinto muito, baby, mas temos que ir.

– Sim, eu meio que imaginei. – Taehyung disse, com um pequeno sorriso no lugar.  – Apenas fique seguro, tudo bem, me mande uma mensagem quando tudo estiver resolvido. Precisamos conversar, – ele disse seriamente, mas Yoongi tentou não se enrijecer com o sorriso que Taehyung estava lhe dando, – mas depois podemos voltar ao que começamos no café da manhã.  Vou até trazer minhas próprias roupas.

– Parece incrível. – Yoongi disse, puxando Taehyung para um beijo rápido, mas firme. – Eu vou deixar você saber.  Preciso te chamar um carro?

– Não. – Disse Taehyung, dando um passo para trás e caminhando até os sapatos. – Eu tenho uma carona, mandei uma mensagem para Jimin e Jungkook quando fui buscar minhas calças, elas devem estar na frente agora ou em alguns momentos.

– O que?

– O que?

– O que?

– O que?

Taehyung piscou para os quatro, simultaneamente 'o que?'.

– Hum, o que?

– Jimin e Jungkook... – Yoongi disse.  – Park Jimin e Jeon Jungkook?

– Sim. –  Taehyung disse, ainda tão confuso.  – Eu já contei tudo sobre eles.  Kookie e Minnie?  Acho que nunca disse o nome verdadeiro deles... – Ele parou, olhando entre os quatro amigos, enervado com o olhar horrorizado nos rostos de Hoseok e Namjoon e com o olhar profundamente preocupado nos de Jin.  – Você os conhece?

– Jimin e eu... – Yoongi começou, parou, pigarreou e começou de novo.  – Nós costumávamos namorar. Jungkook costumava estar na gangue. Eles...

– Jimin foi o único? – Taehyung disse, chocado. – Com Kookie?

– Sim.

O silêncio ecoou no grande apartamento, pois todos levaram tempo para processar as novas informações.

– Nós realmente temos que sair. – Disse Jin finalmente, se desculpando. – Você tem roupas extras no carro, Yoongi, mas tenho certeza de que Jihoon também não se importaria de você aparecer de moletom.

– Certo, sim. – Yoongi falou, visivelmente abalado.  – Hum, sim, vamos lá, o carro está na frente?

– Sim, chefe. – Disse Hoseok, colocando brevemente uma mão no ombro de Yoongi em vez de remove-lo rapidamente.

– Tudo bem vamos.

– Yoongi. – Taehyung disse, agarrando-o pelo ombro e virando-o quando Namjoon pulou da mesa e caminhou até a porta, seguido por Jin e Hoseok.  – Eu juro que não fazia ideia. – Disse Taehyung, a voz dolorida ao ver a expressão de Yoongi.  – Eu nunca teria pensado nisso Jimminie, ou Kookie... Eu nunca pensei que eles poderiam fazer algo assim. Especialmente para alguém como... Querido, sinto muito.  Eu vou falar com eles e...

– Não, está tudo bem. – Disse Yoongi, seu rosto perdendo parte da tensão.  – Eu segui em frente. – Ele respirou fundo. – E honestamente, eu amava Jimin.  Eu realmente fiz.  Mas ele nunca me fez sentir como você me faz sentir.  Sei que ele é seu melhor amigo e sei que ele significa muito para você e te ajudou muito. E por isso estou agradecido.  Fico feliz que vocês dois são amigos e não quero afetar isso. E honestamente, estou feliz, mais do que nunca agora, por ele e eu não termos dado certo. Porque isso me levou até você. E eu nunca conheci alguém que me fez tão feliz antes.

– Você me faz feliz. – Disse Taehyung, pegando as duas mãos e apertando com força, – muito, muito feliz.

Yoongi sorriu, o gomoso que Taehyung amava, com o coração acelerado. Taehyung o puxou para mais perto, os braços envolvendo sua cintura enquanto o puxava para um beijo longo e duro.

Eles se separaram no pigarro atrás dele. 

– Desculpe, mas, realmente precisamos ir. – Seokjin falou.

– É claro. – Disse Yoongi, soltando uma das mãos de Taehyung e puxando-o pela outra.  – Vamos fazer isso.

A viagem até o elevador foi tranquila, Jin se preocupando com Namjoon, que ainda estava furiosamente mandando mensagens e Taehyung encostando a cabeça na de Yoongi.

Quando eles saíram para a rua, Hoseok, Jin e Namjoon imediatamente se amontoaram no carro, Yoongi demorou um segundo para tentar tranquilizar Tae que não, ele não levaria um tiro e sim, ele prepararia o café da manhã com panqueca para ele.

– Tae! – Jimin disse, buzinando o carro antes de saltar, deixando o carro e correndo até ele.

– Hyung, o que há de errado, você disse que precisávamos chegar aqui o mais rápido possível. – Disse Jungkook. Ele ainda estava de pijama e seus cabelos estavam adoravelmente amarrotados enquanto eles caminhavam até ele.

Yoongi apertou os lábios, finalmente se virando para o casal. 

– Hey Jungkook, Jimin.

– Puta merda. – Jimin disse, olhos arregalados enquanto observava Yoongi, e então suas mãos entrelaçadas. – Puta merda, Yoongi hyung é seu namorado.

– Porra, eu sabia que o prédio era coincidência demais. – Disse Jungkook, olhos parecendo discos.

– Sim, ele é. – Taehyung disse, cruzando os braços na defensiva.

– Você tem alguma ideia do que ele faz? – Jungkook disse, a voz alta.

– Sim, eu sei. – Taehyung disse, dando um passo à frente e cutucando Jungkook no peito, – falando sobre isso, por que diabos vocês dois não me disseram que costumava estar em uma gangue, e por que diabos não me contaram como vocês realmente se conheceram?

Jungkook empalideceu, e o rosto de Jimin caiu. 

– Tae...

– Como você pôde fazer isso Minnie?

– Chefe!

Todos os olhos se voltaram para Hoseok pendurado pela janela, apontando para Yoongi se apressar. Jungkook e Jimin pareciam ter visto um fantasma.

– Desculpe, mas eu tenho que ir, te amo, baby. – Disse Yoongi, beijando a bochecha de Taehyung e se afastando antes de congelar, percebendo o que ele acabara de dizer.

O sorriso de Taehyung era ofuscante.

– Também te amo. – Ele sussurrou, Yoongi assentiu, inclinando-se para a frente para um último beijo antes de se virar e correr para o carro. Assim que a porta do passageiro fechou, o carro estava descolando do meio-fio, dobrando a esquina a uma velocidade alarmante antes de desaparecer de vista.

– Então. – Jimin disse, saltando na ponta dos pés enquanto Taehyung lentamente se virava para encará-lo. – Vocês dois finalmente trocaram 'eu te amo', sim!

Taehyung não pareceu impressionado enquanto passava por eles em direção ao carro:

– Nós ainda vamos falar sobre isso. – Ele jogou por cima do ombro, deslizando no banco de trás.

Jungkook e Jimin trocaram olhares nervosos enquanto o seguiam, nem um pouco ansiosos pela conversa que viria.

[...]

– Então. – Taehyung disse, sentando à mesa do café e relutantemente pegando o chá oferecido por Jimin.  Ele não estava aceitando nenhuma oferta de paz;  era apenas o seu chá favorito.  Seria uma pena desperdiçá-lo. – Vocês dois estavam em uma gangue, namoraram meu namorado, traiu meu namorado, deixaram a gangue e não pensaram em me contar nada disso?  Isso cobre isso?

– Tae... – Jimin tentou.

– Eu pensei que éramos almas gêmeas?

Jungkook olhou para as mãos, incapaz de encarar o olhar de traição no rosto de Taehyung.

– Ok, sobre a trapaça... – Jimin começou, respirando fundo, – Jungkookie e eu cometemos um erro.  Nós dois realmente amamos e nos importamos com Yoongi.  Nós dois nos sentimos péssimos e faríamos qualquer coisa para recuperá-lo.  Mas, francamente, não é da sua conta e não lhe devemos uma explicação sobre isso.  Não tínhamos ideia de que você estava namorando Yoongi hyung.

Taehyung franziu os lábios, era verdade, eles não lhe deviam uma explicação, mas isso não o deixou menos decepcionado com eles.  Ele viu quanta dor eles causaram a Yoongi, ele ainda estava com raiva.

– Você nunca cometeu um erro, algo que você daria à porra do seu braço para pegar de volta? – A dor na voz de Jungkook era evidente, e Taehyung acreditou em seu arrependimento.

– Sinto muito. – Disse Taehyung. – Você está certo, não é da minha conta.  Acho que me importo muito, porque realmente o machucou.  E eu o amo, e mesmo sabendo que ele seguiu em frente, odeio ver o efeito que isso teve.

– Nós sabemos, – Jimin falou, movendo-se para sentar ao lado de Taehyung no sofá, – e eu me odeio por isso.  Mas estou feliz que ele esteja tão feliz agora.  E fico feliz que você também esteja feliz.

– Obrigado. – Taehyung disse calmamente.

– E sobre a gangue, – Jungkook suspirou, – não dissemos a você porque estávamos tentando deixar isso para trás.  Não temos vergonha, Namjoon hyung, Hobi hyung, Jin hyung e Yoongi hyung eram nossos amigos mais próximos.  E o que fizemos custou a todos eles.  Dói lembrar às vezes.  Não é que não confiamos em você.  Quer dizer, você está namorando Yoongi hyung, o que prova que você não tem problemas com isso.  Mas não queremos reabrir velhas feridas.

– Sinto muito. – disse Taehyung, – Deve ter sido difícil perder todos eles tão rápido.  Mas... talvez todos vocês possam fazer as pazes?  Eu não sei, já faz alguns anos, certo?  Talvez seja hora de fazer as pazes.  Não os conheço tão bem, mas eles parecem se importar com os amigos, tenho certeza de que também sentem a sua falta.

– Talvez, – diz Jimin, – mas já causamos bastante dor. Se eles nos querem de volta em suas vidas, vamos deixá-los se aproximar de nós, não queremos forçar nossa entrada.

Taehyung assentiu. 

– Espero que de certo;  Eu amo todos vocês.

Jimin sorriu, puxando Taehyung para um abraço apertado e apontando para Jungkook se juntar ao que ele hesitantemente fez.

Taehyung colocou os braços em volta deles, apertando com força.  Ele podia sentir algumas lágrimas de Jimin contra seu ombro, e sentir como o corpo de Jungkook relaxou contra o dele, tendo conforto no abraço.  Ele se perguntou o quanto isso pesava no mais novo.

Depois de alguns momentos, ele se levantou, pousando o chá e oferecendo um pequeno sorriso. 

– Acho que vou dar um passeio, tem sido uma manhã movimentada, posso tirar algumas fotos ou algo assim.

– Ok Taehyungie. – Jimin disse, enxugando os olhos discretamente e se aproximando para se sentar ao lado de Jungkook.  – Apenas fique seguro.

Taehyung deu um sorriso brilhante enquanto puxava os sapatos, as mãos acariciando seus jeans para se certificar de que ele tinha seu telefone, carteira e chaves. 

– Você se preocupa demais Jimminie, ao contrário de todas as pessoas na minha vida, eu não estou em uma gangue.  Acho que vou ficar bem indo até o parque.

Jimin sorriu maliciosamente:

– Ainda assim, esteja seguro.

Taehyung assentiu antes de sair pela porta, rindo para si mesmo enquanto descia as escadas correndo e saía do prédio.  Ele respirou fundo uma vez do lado de fora, respirando o ar fresco da movimentado cidade ao seu redor.  A única coisa que ele não notou foram os dois homens que estavam no beco do outro lado da rua, assistindo.
  
 
 

⊹⊱••CONTINUA••⊰⊹

Anhan! Eu disse que a angústia estava chegando. O que será que vai acontecer? Estão preparados? Porque eu não.

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