Capítulo 4 - O Pacto.

Elisabeth aconchega o filho em pranto sob seu peito, enquanto afaga os cabelos do jovem. Dois corpos em menos de uma semana, aquilo não poderia estar acontecendo, não de novo, não com Ethan.

Ao chegarem na delegacia são conduzidos a uma sala de espera e cerca de duas horas mais tarde, Elisabeth vê o detetive Simons entrando com cara de quem recém havia acordado, pelo corredor. Minutos depois Ethan é chamado a sala de interrogatórios. O garoto ainda muito abalado, senta a mesa tentando controlar as lágrimas e tremor sombrio que assola seu corpo.

— De novo aqui senhor Payne? Dois assassinatos em dois dias, é um record para essa cidade e você estar de alguma maneira ligado as vítimas, parece um tanto estranho não acha?

— Eu mal conhecia a Rebecca, só dei o azar de encontrar o corpo. - Defende - se o rapaz.

— E quanto a Jonas? Eu passei na cena do crime antes de vir aqui, os Stuarts disseram que esteve na casa e que ouviram uma pequena discussão entre voces dois. Seu amigo te irritou?

— Eu não matei o Jonas, ele era meu melhor amigo. Nós discutimos sim, mas foi por outra coisa.

— Talvez pelas drogas que a policia encontrou no porão dele? - Questiona o detetive.

— Sim. - Mente Ethan, sem saber se devia contar sobre as mensagens.

— Estavam vendendo?

— Eu não, eu até já vendi, mas faz mais de um ano que nem se quer fumo um baseado. Jonas ganhava dinheiro com isso, ele não quis parar.

— Acha que isso o matou? Algum traficante revoltado?

— Não. Eu acho que tem um assassino em série em Winchester.

— Assassino em série? E quem seria ele? - Diz o detetive com um ar irônico.

— Eu não sei. Responde Ethan coçando a nuca.

— Eu acho que anda assistindo muita TV. Rebecca até uns quatro meses atrás trabalhava numa boate na rodovia, muito conhecida pelas prostitutas e por ser um ponto de drogas. Encontramos um saco com metanfetaminas do mesmo tipo que vendem na boate na casa dos Stuart.

— Que eu saiba Jonas vendia maconha e um pouco de cocaína, as vezes. Não faz sentido.- Diz o garoto confuso.

" Eu tenho coisas novas."— As palavras de Bradley ecoam em sua mente.

— Parece que ele estava espandindo os negócios. - Diz Simons quando é interrompido por um policial com um saquinho de evidência, o objeto colorido chama a atenção de Ethan.

— Uma peça de lego? - Questiona o investigador com estranhesa.

— Estava no corpo da vítima senhor, também encontramos algumas mensagens no celular. - Diz o policial.

— Certo eu vou ver as evidências pode liberar os garotos.

— Liberar?

— Por enquanto, Bradley tem um álibi forte e este aí não ia conseguir içar um garoto com quase o dobro do seu peso sozinho, limpar toda a sujeira e estar pronto pra ser visto por policiais na rua minutos depois da hora provável da morte. Mas antes seja o policial mau, ele sabe mais do que disse. - Diz Simons num tom quase que inaudível, impedindo que Ethan decifre a conversa.

— Okay senhor.

Simons se retira da sala, e caminha pelo corredor em direção a sala de evidências, porém um homem alto vestindo um terno moderno e barba muito bem feita chama sua atenção ao adentrar o banheiro feminino. Ele o segue sorrateiramente, abrindo uma pequena fresta da porta e espiando no interior, Elisabeth Payne conversava visivelmente alterada com o homem. Ele se aproxima um pouco mais a fim de ouvir o que dizem.

— Tom, estamos falando do Ethan, Nosso filho! Diz a mulher irritada.

— E é exatamente isso que me deixa preocupado, você esqueceu o que aconteceu da outra vez? Questiona o marido.

— Não tinha nada a ver com o Ethan, como também não tem agora. - Diz a mulher.

— Você também disse que não tinha nada a ver com o Charlie, mas nós dois sabemos como terminou.

— Charlie era doente, o Ethan não. Eu não acredito que pensa que ele machucou o Jonas. Aquele garoto sim tinha problemas! Eu nunca quis ele perto do meu filho, mas você sempre estimulou a amizade deles!

— Agora sou o culpado por querer dar uma infância normal pra ele? Eu não penso que ele machucou o Jonas, Ethan não faria isso. Mas realmente acha que é uma mera coincidência? Uma ruiva morta e o melhor amigo dele estripado? Está acontecendo de novo! Grita Thomas.

— Impossível. Eu vi os policiais comentando, acham que tem a ver com o tráfico. Ninguém sabe quem nós somos. Esqueça o Charlie, foi o nosso pacto.

— EIisabeth não se preocupe, não serei eu a desenterrar o passado. Vamos continuar com nosso teatrinho de família de bem. Agora dê um jeito nisso, não deixe essas "coincidências" coloquem nosso filho ou nossas vidas em risco. Afinal, você é muito boa em desviar a atenção da polícia. - Diz o homem voltando - se a porta.

Simons escuta a conversa muito intrigado. Ele continua a caminhada até a sala de evidências, fingindo não perceber Thomas deixar o banheiro feminino, seguido por Elisabeth. Seja lá quem fossem os Payne, eram espertos o suficientes para saber que o único lugar sem câmeras de vigilância numa delegacia eram os banheiros. O que eles escondiam? Quem era Charlie? O que quis dizer com acontecendo de novo? Ele olha o saco plástico com a peça de lego e as palavras de Ethan ressoam:

" Eu acho que há um assassino em série em Winchester"

Ele solta o ar dos pulmões e adentra a sala de evidências.

Ethan se entrega ao choro novamente depois de ser interrogado e acusado pelo policial Malcon, um negro forte de cabeça raspada.

— Confesse Ethan! Você matou Jonas e tentou acusar Bradley porque eles te tiraram do negócio de drogas! Confesse! - Afirma o policial deixando o jovem desconcertado.

— Eu não matei o Jonas! Eu só peguei a arma porque estava com medo.

— Medo de que? Que o Jonas falasse que vocês mataram a Rebecca?

— Eu mal conhecia a Rebecca!

— Já chega! - Diz Thomas adentrando a sala.

— Senhor, não pode invadir uma sala de interrogatório.

— Até onde sei meu filho é uma testemunha, não um acusado. Não tem direito legal de mantê-lo aqui a menos que faça uma acusação formal contra ele, e nesse caso ele não vai falar nada sem a presença de um advogado. - Diz Thomas irritado.

— Okay, pode levar o seu filho, mas lembrem nada de sair da cidade.

— Não temos porque fugir. Vem Ethan.

No carro Thomas dirige com um semblante preocupado, ele tem uma pequena discussão com a esposa pelo fato de terem demorando tanto a falar sobre Rebecca. Ethan está cansado demais pra discutir, sua mente mergulha num turbilhão de imagens assustadoras, seu corpo treme e está um tanto dolorido como se tivesse levado uma bela surra. Ao chegar em casa o rapaz toma um banho a fim de relaxar, embora isto pareça quase que impossível. Tenta dormir, mas tudo que consegue são pequenos cochilos, ele pensa muitas vezes em ligar para Layla, mas desiste.

Pelas três da tarde ele ainda se revira na cama, quando sua mãe lhe trás leite e biscoitos.

— Eu mesma que fiz, estão quentinhos. Lembra que eu fazia quando era menino e estava com medo?

— Layla não ligou?

— Sim, ela ligou. Outros colegas também, no noticiário não param de falar sobre o Jonas. Mas eu disse que você precisava descansar. Ela falou que vem aqui mais tarde. Agora tente comer sim?

A campainha toca, Elisabeth dá um beijo na testa do filho e desce apressada, na certa era outro reporter querendo saber sobre o vizinho morto, ela abre e leva um pequeno susto.

— Vincent? O que faz aqui? - Diz ela intrigada.

— Bom eu vi os jornais, será que posso falar com o Ethan?

— Eu não sei se é a hora, ele ainda está muito abalado. Mas entre eu quero falar com você. - Diz a mulher conduzindo - o até a cozinha.

— Porque deu o emprego pra ele?

— Eu sei o que está pensando, mas não teve nada a ver com você. Eu nem tinha idéia de que ele era seu filho. Humm... que cheiro bom. - Diz o rapaz olhando para a forma com os biscoitos.

— Pode pegar... Vincent olha, eu acho que talvez você esteja condundindo as coisas, eu não devia ter aceitado os seus convites, mas eu só aceitei porque, você... Você... Ah eu não sei porque aceitei, mas não é o que está pensando.

— Relaxa Liz, eu não sou nenhum stalker maluco. Foi coincidência Ethan ir parar na minha loja e sim talvez eu tenha dado o emprego porque simpatizei com o sobrenome Payne, mas não imaginava que era seu filho. Nossa isso é muito gostoso. Lembra a infância. - Diz ele ao morder o Cookie.

— De qualquer forma, não quero que o Ethan saiba sobre isso. Ele não entenderia, ia pesar, ele já pensou na verdade...

— Pensou o que? Que saímos juntos? Que transamos? - Ele diz lançando um olhar e se aproximando dela que se afasta. _ Liz, olha eu não sou idiota certo. Você é uma mulher incrível, e sinceramente depois da morte da Rebecca eu me senti muito culpado por termos tido aqueles encontros, mas não fizemos nada de errado, só dois amigos conversando sobre a vida. Não temos do que nos envergonhar certo? E não se preocupe, não contarei nada pro Ethan. Eu posso vê-lo?

— Pode, subindo a escada terceira porta a esquerda. - Responde a mulher.

— Liz, tenta relaxar. - Ele diz passando a mão carinhosamente sobre o braço esquerdo da mulher.

— Vincent não. - Diz ela empurrando a mão dele e se voltando a pia.

O rapaz assente com a cabeça e sobe as escadas. Ele olha atentamente pelas paredes as fotos da família, sempre sorrindo felizes, muito diferente do que ele teve em sua infância.

— Boa tarde. - Diz abrindo a porta de Ethan

— Que faz aqui?

— Vi no noticiário que seu amigo morreu e achei que devíamos curtir o luto juntos. Ah vi as suas fotos no corredor, você era um moleque feio... - Diz com um pequeno sorriso.

— Falou como o jonas agora. - Fala o garoto baixando o olhar.

— Eu sinto muito. Como está?

— Péssimo, mas não veio aqui curtir o luto veio?

— Não. Nos noticiários estão tentando relacionar a morte da Rebecca com a de Jonas, dizendo que eles se conheciam, que vendiam drogas juntos. - Relata.

— Tudo que eu sei que foi na sua loja a primeira vez que a vimos.

— Me conta o que você sabe.

— É tudo que eu sei. - Insiste o garoto.

— Ah Ethan, você trás seus amiguinhos na minha loja e dois dias depois minha namorada aparece morta! E agora o seu amigo e a policia fica falando que eles tinham um negócio juntos, acha que eu vou acreditar que é tudo que sabe?

— Rebecca vendia drogas? - Questiona Ethan.

— Não, as vezes ela comprava um pouco de erva, a gente fumava junto, mas quem nunca fez isso? Não é motivo pra alguém ser assassinado!

— Tudo que eu sei é que a pessoa que matou a Rebecca é a mesma que fez isso com o Jonas, naquele dia, no beco eu encontrei uma peça de lego, talvez ainda esteja lá. E hoje eu vi um policial falando que encontraram uma no corpo do Jonas. Eu acho que tem um assassino em série na cidade.

— Um seria killer? Isso é coisa de filme! - Diz Vincent um tanto incrédulo.

— Eu sei, mas... Você está muito bem pra quem acabou de perder a namorada, não acha?

— Que? Oque? Perai ta insinuando que eu matei a Rebecca? Que sou o serial killer que você acabou de inventar? Só porque não tô deitado numa cama chorando, não significa que eu não senti a morte dela e muito menos significa que eu a matei. E outra Ethan se eu fosse matar alguém não seria tão idiota de fazer isso depois de uma briga e ainda jogar na lixeira da minha própria loja!

— Desculpa eu estou pirando, se eu te mostrar uma coisa você jura que não vai pirar? Eu preciso contar pra alguém ou vou enlouquecer.

— Fala. - Diz Vincent com o olhar firme, enquanto Ethan pega o celular e o entrega nas mãos de Vincent, que passa o dedo diversas vezes pela tela, lendo cada uma das mensagens.

— O que é isso? - Pergunta intrigado.

— É do assassino, antes que pergunte eu não sei porque estão fazendo isso, eu pensei que fosse o Brad, mas ele estava num posto de gasolina comprando salgadinhos na hora do crime segundo a polícia, eu não sei o que pensar.

— Quem é Brad?

— Bradley Falcon, éramos amigos até um tempo atrás, tínhamos uma turma muito unida. Jogávamos video game, usávamos drogas, bebíamos, saiamos juntos, acampávamos. Essas coisas.

— Bradley Falcon? Cabelo castanho, olhos claros? Droga!

— Você o conhece? Pergunta Ethan.

— Era dele que Rebecca comprava erva, ele teve na loja algumas vezes, é aficionado por locomotivas e blocos de montar. Precisa ir a polícia agora. Responde o moreno.

— E dizer o que, que meu amigo de infância que vende drogas e gosta de lego é um assassino? O detetive quase riu de mim quando falei em serial killer. Se eu mostrar essas mensagens vão achar que sou louco e mais ele disse que está com o meu celular. Vou acabar indo pra cadeia. Ele tinha um álibe e eu estava sozinho com uma arma no meio da rua! No mais, jonas teria dado uma surra nele.

— E se ele tiver um cúmplice? Alguém teria motivos para armar pra você?

— Não! Quer dizer quando tínhamos 12 - 13 anos, um garoto queria entrar na nossa turma. O Richard era tipo um líder na época e pra aceitar alguém fazíamos uma espécie de jogo, foi assim comigo, eles roubaram meu cachorro e me fizeram procurar, dando pistas. Eu o achei e entrei. Só que esse garoto, nos roubamos a bicicleta dele ele ficou irado, quando descobriu que era brincadeira, veio pra cima da gente, ele era maior e mais forte, começou a bater no Richard, pulamos em cima dele e batemos nele. Ele escorregou e desceu rolando até o riacho.

— O que houve Ethan? - Pergunta Vincent com um ar sombrio.

— Nós ficamos com medo, ele não se mexia. Achamos que tivesse morto, éramos garotos pegamos as nossas bicicletas e fugimos. Fomos pro porão do Richard e fizemos um pacto que não contaríamos pra ninguém e que cuidaríamos um do outro pra sempre. O garoto não morreu, no outro dia descobrimos que ele estava no hospital, ele parecia não lembrar de nada. E tudo ficou assim.

— Acha que ele tem a ver com isso?

— Não sei, mas ano passado Richard deu uma dura no Bradley porque tava andando com ele. Os rapazes levavam muito a sério aquele pacto de amizade, e quando começei a namorar eu discuti varias vezes com eles e em muitas delas eles me ameaçavam. Mas eram meus amigos eu sempre achei que fosse só um tipo de ciúme idiota.

— Acha que eles estão por trás disso? Mas mesmo assim eu não consigo entender onde a Rebecca se encaixa nisso tudo?

— Eu não sei. Mas não posso ir a polícia.

— Então não temos escolha, teremos de investigar sozinhos. Me mantenha a par dessas mensagens, eu vou descobrir quem matou a Rebecca e vou por o desgraçado atrás das grades. Nós vamos. - Diz Vincent confiante.

— Seja lá quem for ele é perigoso e....

— Meu amor como você tá? - Diz Layla adentrando o quarto sem cerimônia._ Vincent?

— Oi, eu já estava de saída. Eu te ligo mais tarde Ethan e meus pêsames pelo amigo de vocês.

(...)

Simons observa o pequeno pendulo com cinco bolinhas de metal batendo uma nas outras, sua esposa lhe deu o presente em um natal e disse que aquilo era usado por psiquiatras para manter as pessoas calmas. Ela estava enganada nessa questão já que o objeto vinha lhe servido mais para pensar em como solucionar os crimes do que de fato acalmar.

Winchester era uma cidade pequena, em consequência disso 80% dos casos que chegavam a delegacia eram adolescentes arruaceiros, infrações de transito ou brigas de bar. As vezes algum assalto, mas assassinato era algo muito raro de se ver, dois em menos de uma semana, parecia coisa da sua antiga grande cidade Liverpol, não de Winchester.

— Senhor não vai acreditar no que descobri. Os Payne que mandou investigar, eles nunca tiveram um filho.

— O que?

— Thomas e Elisabeth Payne eram moradores de Sheldhill, um escritor de romances e uma professora universitária, eles desapareceram depois de uma viagem pra esquiar, não tinham filhos, nem parentes próximos. Reapareceram aqui Winchester, cerca de meio ano depois de serem dados como mortos, com um filho de seis anos. Ethan Payne, o garoto tem muitas internações pediátricas.

— Era doente?

— Não, as internações são todas de origem psicológica. Acho que eles sequestraram esse garoto.

— Não, se quisessem sequestrar uma criança não iriam se fingir de mortos. Além do mais não conseguiriam registrar o menino no sistema, sem ajuda de alguém de dentro.

— Será que estamos lidando com tráfico de crianças?

— Não, acho que Elisabeth e Thomas Payne estão mortos e esses dois estão usando suas identidades. E só tem duas formas de isso acontecer, ou eles tem muito dinheiro e pagaram as pessoas certas ou estão em um programa de proteção a testemunhas. A julgar pelo que ouvi acho que é a segunda opção.

— Não temos acesso ao programa de proteção a testemunhas, senhor.

— Eu sei, faça o seguinte, procure todos os casos relacionados a um "Charlie" que aconteceu no ano em que os Payne se mudaram para Winchester, veja se algum pode ter relação com eles.

— Sem sobrenome? Charlie é um nome comum!

— O problema não é meu, trabalhe. Quero a relação na minha mesa amanhã de manhã.

(...)

— Você precisa relachar. Tem algo que não quer me contar? - Diz a loira beijando levemente o rosto do namorado.

— Não eu vou ficar bem.

— Eu sei que ele era seu melhor amigo, também gostava dele. Mas não há nada que possamos fazer, vai ter uma vigília na frente da escola hoje a noite em homenagem ao Jonas você devia ir, falar umas palavras.

— Eu não sei. Nos discutimos a polícia acha que matei ele.

— Mas você sabe que não matou, eu tenho que ir a Alice tá péssima. Vai ficar bem?

— Vou sim. - Diz ele puxando a namorada e dando - lhe um beijo.

A moça sai, a visita de Layla lhe deu um certo ânimo, mas ainda não tinha certeza se devia ou não ir a vigília.

A noite cai e Ethan não saiu do quarto, ele passa as mãos entre as madeixas e coça a nuca preocupado. O celular vibra na mesinha de cabeceira e ele sente um arrepio percorrer o corpo, ele estremesse.

Pega o aparelho, há uma mensagem do destinatário desconhecido.

OLÁ TAMPINHA, RECEIO QUE SUA NOITE NÃO TENHA SIDO MUITO AGRADÁVEL, MAS PELO MENOS SERVIU PRA CHAMAR A ATENÇÃO DO SEU PAPAI NÃO É? COMO SE SENTIU? COMO O "PEQUENO REBATEDOR" NOVAMENTE?

Ethan sente seu corpo arrepiar, era assim que seu pai lhe chamava quando entrou pro time de beisebol da escola e responde.

Seus desgraçados! Eu sei que foram vocês! Porque fizeram isso com ele? — Digita o garoto.

ELE ERA UM VICIADO NOJENTO, LEMBRA UM CERTO PAPAI QUE ADORA UM UÍSQUE, QUASE TANTO QUANTO GOSTA DE GAROTAS, BEM JOVENS, QUANTOS ANOS TEM A JASMINE? OU MELHOR QUANTOS ANOS TEM O FILHO DELA? ABRA OS OLHOS, FAÇA AS CONTAS ETHAN. TE ESPERO NA VIGÍLIA, SUA NAMORADA VAI ESTAR LÁ.

O Rapaz sente seu peito apertar, disca o número de Vincent.

— Preciso da sua ajuda, recebi uma mensagem, Ele falou sobre o meu pai e sobre a Layla e a vigília, acho que é só pra me distrair, mas e se tentarem machuca-la? Eu vou ligar para a polícia.

— Não, se chamar a polícia vai afugenta-los e nunca vai descobrir quem são.

— Quer que eu os deixe em risco? Eu não vou fazer isso.

— Não, onde é essa vigília? Eu fico de olho nela, prometo de nada de mal vai acontecer, vai atrás do seu pai vamos descobrir quem são esses filhos da puta e mostrar que mexeram com as pessoas erradas. Toma cuidado.

— Eu não sei Vince, pode ser perigoso. Não quero te envolver nisso.

— Mataram minha namorada, eu já estou envolvido! To fechando a loja e indo pra lá. Te ligo se acontecer algo.

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