Capítulo 2 - A matemática da morte.

A manhã passou como todas as outras, aulas chatas, piadas sem graça do Jonas, o mau humor característico de Alice e a sensação maravilhosa de estar com Layla. Sem dúvida para Ethan ela representava uma boa porcentagem do porque ele ainda não havia desistido do colégio. Não que ele não gostasse de estudar, pelo contrário, era um dos melhores alunos da classe e já tinha uma bolsa parcial garantida na universidade da cidade. Porém a cada dia que passava o jovem se sentia mais entediado e preso a rotina enfadonha da pequena e fria Winchester, algo em seu íntimo clamava por excitação, aventura e de alguma forma ele sabia que sua vida estava condenada a mesma de seus pais e da maioria dos moradores dali. Que para ele soava como um tédio absoluto e interminável.

Naquele dia ele tinha brilho no olhar e aquela sensação estimulante no peito, seu primeiro dia, em seu primeiro emprego de verdade, afinal limpar neve das garagens dos vizinhos não poderia ser considerado emprego, mas rendia uns trocados e assim não dependia dos pais para levar a namorada ao cinema ou a alguma lanchonete barata. Sempre encontrou formas de conseguir dinheiro sozinho, mas nem todas foram tão honestas quanto limpar neve.

Ele chega a frente da Deadnote, as grades ainda estão abaixadas e não havia nenhum sinal de Vince. Ele espera por cerca de vinte minutos a frente da loja, esfregando as mãos a fim de aliviar o frio, quando finalmente Vincent surge numa moto preta, Ethan não sabia reconhecer a marca, mas era realmente muito bonita e imponente.

— Bela moto. - Ele diz deslizando a mão pelo tanque de gasolina decorado com um desenho de uma caveira.

— Ah eu gastei um bocado nela, ainda estou pagando na verdade. - Diz o rapaz orgulhoso.

— É linda. Não abriu a loja hoje?

— Ah não eu tive uma discussão com a Rebecca ontem a noite, ela é muito ciumenta, ficou zangada porque encontramos uma ex e ela surtou, tá me evitando desde ontem. Eu fiquei a manhã toda atrás dela, estou ficando preocupado. - Diz o rapaz enquanto destranca as grades.

Quando ele desliza as grades os olhos de Ethan brilham, aquele lugar parecia um pequeno pedaço do céu para ele, como se cada prateleira fosse cuidadosamente escolhida a seus gostos. Haviam centenas de quadrinhos investigativos, actions figures de personagens icônicos de séries e filmes, games, jogos de tabuleiro, artigos decorativos para fãs de cinema, livros e uma infinidade de coisas as quais ele certamente passaria as próximas horas a admirar. Vincent explica seu trabalho que basicamente era repor mercadorias, manter a loja organizada, limpa e atender os clientes.

O chefe vai para atrás do caixa, acende o letreiro e o dia começa oficialmente. Ethan está encantado com os de artigos da loja e conversa empolgado sobre eles com Vincent, que parece entender muito sobre tudo que está disposto em sua loja.

Era perfeito, emprego bacana, chefe legal, era tudo que um garoto de dezessete anos poderia desejar.

— E seus amigos que estiveram aqui ontem? Os conhece a muito tempo? - Diz Vincent depois de conferir o celular pela milésima vez na tarde.

— Ah sim, o Jonas é meu amigo há muito tempo, desde que eu me lembro pra falar a verdade. A Alice e a Layla a gente conheceu no sétimo ano e ano passado Layla e eu começamos a namorar. E você e a Rebecca?

— Hum que legal, um ano? É um bocado de tempo! Meu maior namoro estava sendo com a Becca, mas pelo jeito acho que tá prestes a acabar... Ah e olha que eu adoro aquela ruiva, sempre foram minhas preferidas, ruivas sempre primeiro... Droga...- Diz olhando pro celular.

— Ah relaxa, garotas são assim mesmo. A Layla às vezes também fica chateada quando me pega conversando com alguma garota que não seja a Alice, mulher é difícil, mas a vida ainda é melhor com elas.

— Ah nem me fale, nesse frio ficar sem namorada é assustador. - Diz Vincent com um sorriso malicioso.

— Com certeza. - Concorda Ethan

— Ah já pode varrer o chão e tirar o lixo, eu vou fechar o caixa e vamos embora, vou atrás da minha ruiva antes que outro queira oferecer o ombro e outra coisa pra ela.

Ethan pega a vassoura e se põe a varrer, não era algo que ele estava acostumado a fazer, a mãe nunca o ucumbiu dos serviços domésticos, mas ele tenta ser bem atencioso e deixar tudo bem limpo, afinal era um teste, tinha de mostrar um bom trabalho para garantir a vaga. Quando termina recolhe os sacos das lixeiras e vai até os fundos. Os fundos da loja davam para um beco escuro e úmido, onde se encontravam duas lixeiras grandes e velhas. Ele se aproxima de uma delas a abre e joga o lixo, um líquido viscoso e um cheiro estranho saindo da segunda lixeira chama a sua atenção. O garoto olha ao redor e sente um arrepio frio percorrer sua espinha enquanto se aproxima e vê algumas manchas de sangue já bem escuro no asfalto. Ele abre a lixeira e sente seu estômago revirar, seu peito palpita enquanto sua respiração se torna extremamente rápida. Ele sobe o olhar pelo corpo jogado entre o lixo, uma mulher com o estômago completamente dilacerado onde era possível ver algumas de suas entranhas que escapavam pela fenda no abdômen. Pior que a cena, foi o pavor quando seus olhos alcançaram o rosto manchado de sangue da mulher.

Era Rebecca, a linda ruiva que conheceu no dia anterior, ele se afasta da lixeira de costas com passos lentos e acaba por escorregar e cair sob o asfalto frio e úmido. O sangue escorrido pela lixeira formam pequenas gotículas coaguladas aos pés da lixeira. No chão embaixo do container de lixo, algo colorido chama atenção diante do cenário cinzento que reinava ali. Ele se aproxima se abaixando e esticando o máximo que pode os dedos para alcançar o objeto, que se revelou duas pequenas peças de encaixe o qual foi fascinado na infância. Ele se afasta lançando para longe o brinquedo quando lembra que jamais deveria tocar na cena de um crime. Seus pensamentos vão a milhão, ele sente vontade de gritar, mas e se Vince fosse o assassino? Ele mencionou que discutiu com a namorada na noite anterior.

Não, não poderia ser, Vincent era um cara bacana e passou o dia falando sobre Rebecca grudado ao celular tentando contatá - la. Seria um disfarce? Ou apenas um namorado preocupado?

Ser aficionado por desvendar crimes em quadrinhos e encontrar um corpo não parecia mais uma boa combinação. Ao olhar de novo o corpo da moça, Ethan tem uma estranha sensação, a repulsa havia passado e a cena pairou em sua mente confundida com outra, como num filme antigo a garota ruiva estava morta, dessa vez mais jovem, doze, treze anos talvez menos... Era instigante.

— Ei vai demorar quanto tempo aí? Grita Vincent de dentro da loja.

— Vincent, vem aqui, vem aqui cara! - Ele grita se afastando um pouco da cena confuso em direção a rua.

— O que foi? - Fala o moreno se aproximando um pouco confuso.

Ethan com feições de pavor indica a lixeira, o moreno se aproxima curioso e dá alguns passos pra trás visivelmente assustado. Depois de alguns minutos de silêncio talvez tentando processar a cena, o rapaz se volta novamente a lixeira e dessa vez se adianta sobre ela puxando o corpo de Rebecca contra o seu, entregando a um choro desconsolado.

— Liga pra ambulância! - Ele grita ao funcionário.

— Ela tá morta Vince, eu sinto muito. Não há nada que possamos fazer. Eu vou ligar para a polícia. - Responde Ethan gaguejante.

Cerca de uma hora depois havia meia dúzia de policiais na pequena loja, Vincent estava sentado num canto próximo à janela, sua jaqueta estava um pouco suja de sangue. Ethan contava pela quarta ou quinta vez sobre como encontrou o corpo. Minutos depois Rebecca sai do beco dentro de um saco preto sob o olhar atento de Vincent, e ambos os rapazes são levados a delegacia.

A esta hora já havia uma dúzia de ligações da sra Payne no celular de Ethan e dessa vez ele decide atender.

— Oi mãe.

— Onde você se meteu? Quer me matar de preocupação? - Diz a mãe aflita.

— Mãe, aconteceu uma coisa, eu achei um corpo e estou na delegacia se puder vir me buscar...

— O que? Um corpo? Como assim? Meu Deus!

— No beco atrás da loja, era a namorada do meu chefe. Estamos prestando depoimento.

— Meu Deus que coisa horrível! Você está bem querido? Está bem mesmo?

— Estou, só vem me buscar okay?

— Eu estou indo.

Cerca de meia hora depois Vincent ainda está sendo interrogado, ele já perdeu a conta de quantas vezes contou a mesma história ao detetive Simons, que procurava qualquer brecha ou inconsistência no depoimento do rapaz.

— Eu não matei a Rebecca. - Ele responde enquanto olha firmemente para o investigador de meia idade já com alto sinal de calvície.

— Seu álibi não é dos melhores. Sozinho em casa depois de brigar com a namorada. - Diz o investigador.

— Meu prédio tem um porteiro, ele me viu entrar ontem e sair hoje de manhã. Liga pra ele. - Responde o rapaz confiante.

— Vou fazer isso.- Diz o policial fazendo um sinal para um guarda.

— Enquanto vocês estão mantendo aqui, repetindo as mesmas perguntas, o assassino da Becca está solto por aí! O desgraçado matou a minha namorada e tá andando por aí! - Grita Vincent irritado.

— Você não imagina quantos namorados matam suas garotas, todos os dias. Crimes passionais são extremamente comuns. Agora me diga quem mais teria motivos para matar a Rebecca?

— Eu não sei, mas eu não matei a minha namorada por causa de uma discussão no cinema.

— Senhor? O porteiro confirmou o álibi dele.

— Ótimo, já pode ir. Não saia da cidade. Vamos descobrir o que aconteceu com sua namorada.

— É o que eu espero. - Diz Vincent levantando da cadeira e se dirigindo a porta.

O jovem sai pelo corredor da delegacia, e para ao ver Ethan sentado numa cadeira na companhia de uma mulher, um rosto conhecido, e o que o espantou foi tamanha a semelhança dos dois. Ele abre um leve sorriso e se aproxima.

— Ethan você está bem? - Ele pergunta ao ver o garoto de semblante preocupado e olhos vermelhos.

— Estou... Ah essa é minha mãe Elisabeth, mãe esse é o Vincent.

— Eu sinto muito pela sua perda, a polícia já sabe o que aconteceu? - Diz a mulher de pouco mais de quarenta anos, cabelos longos e negros, que emoldurava um rosto fino de feiçoes delicadas e também dotada de um corpo esguio e bem desenhado que causava inveja a mulherer mais jovens, estendendo a mão.

— Ainda nada, se o porteiro não tivesse me visto entrar e sair de casa, acho que seria um suspeito. - Ele diz retribuindo o aperto de mão.

— Essa cidade costumava ser tão calma e agora... Meu Deus, tanta coisa acontecendo. Desculpa mas eu não te conheço de algum lugar?

— Eu acho que te vi no supermercado a algumas semanas. Eu te ajudei com as sacolas lembra? - Diz Vincent.

— Ah é claro, nossa que mundo pequeno. Você precisa de alguma coisa? Se precisar de alguma ajuda, estamos a disposição. - Diz a mulher prestativa enquanto é fulminada pelo olhar do filho.

— Não eu, só quero ir pra casa, tomar um banho e ficar bebâdo. Desculpa eu preciso ir. Eu não vou abrir a loja essa semana, mas semana que vem se você quiser ainda tem um emprego Ethan. - Afirma Vincent.

— Eu sinto muito, se precisar conversar sei lá pode me chamar cara. - Diz o garoto.

— Valeu. Eu vou nessa. Até mais Ethan, Liz. - Diz Vincent se afastando.

Ethan vê ele se afastar e volta o olhar pra mãe que tem um semblante curioso enquanto o rapaz se afasta.

— Ele te chamou de Liz? - pergunta Ethan intrigado.

— É um apelido pra Elisabeth, não sabe? - Diz a mãe gaguejante.

— Eu sei, mas porque alguém que você mau conhece te chama de Liz? E você não odeia que te chamem assim?

— Você acabou de encontrar um corpo e sou eu que estou sendo interrogada? Eu o conheci no mercado ele me ajudou a carregar as sacolas, eu não estava muito bem aquele dia, tinha discutido com seu pai, pra variar e ele me convidou pra tomar um café, conversamos um pouco e foi isso. Só isso okay? Eu nem lembrava o nome dele. Ele me disse que estava de passagem pela cidade, não que morava aqui.

— Mãe por favor, diz que não transou com ele.

— Ethan! Desde quando você acha que pode falar assim comigo? E é óbvio que não, ele tem idade pra ser meu filho e eu ainda estou casada com o seu pai.

— Ufa! Porque isso seria muito estranho. Desculpa mãe, não quis te ofender, mas você e o papai já não são um casal há anos e ele tem a Jasmine... Eu não sei porque insistem em continuar com isso.

— Ethan seu pai e eu passamos por muita coisa juntos, e ainda temos muitas coisas pra resolver antes do divórcio. Coisas burocráticas. Agora esquece isso okay? Não aconteceu nada entre mim e seu chefe eu mal lembrava da cara dele. Vamos pra casa.

O caminho para o subúrbio foi silencioso, Ethan tentava tirar as imagens do corpo de Rebecca da mente, mas parecia impossível, e aquela outra garotinha ruiva? Seria um devaneio? Alguma memória perdida de um filme ou documentário policial? Parecia tão real.

Ele respira fundo e em algum tempo estão em casa. O rapaz decide não jantar aquela noite, toma um banho rápido, troca algumas mensagens com Layla. Quando está pronto para tentar dormir, o celular vibra. Ao pegar o aparelho seu semblante se torna instantaneamente sombrio.

" GOSTOU DO PRESENTE QUE TE DEIXEI NA LIXEIRA?" - Diz a mensagem em letras garrafais.

O garoto estremece e confere a mensagem novamente, o remetente está como desconhecido. Ele passa a mão entre os cabelos e responde.

" Jonas, se for você essa brincadeira não tem graça, uma garota morreu" - Digita Ethan.

"NÃO É BRINCADEIRA, VOCÊ DISSE QUE ELA ERA BONITA, TE DEI DE PRESENTE, LAYLA NÃO VAI GOSTAR DE SABER O QUE VOCÊS FALAM SOBRE AS GAROTAS NOS GRUPOS DO WHATS" - Responde o remetente quase que instantaneamente.

" Jonas? É você? Isso não tem graça" - Digita Ethan sentindo seu coração disparar.

"COMO QUER SEU PRÓXIMO PRESENTE ETHAN?"

" Quem é você?" - Questiona o rapaz mais uma vez.

" SEU MELHOR AMIGO, AQUELE QUE É CAPAZ DE MATAR POR VOCÊ. FAÇA AS CONTAS, NO FIM TUDO É QUESTÃO DE MATEMÁTICA. BOA NOITE TAMPINHA"

Ethan lê a mensagem como um soco, levanta-se rapidamente, veste uma jaqueta e desce as escadas tentando não chamar a atenção da mãe, atravessa a rua e caminha até um container de lixo, ele o abre com certo receio, sua respiração está alterada, mas não há nada mais que sacos de lixo alí. Ele a empurra com certa dificuldade e se ajoelha sobre o chão que já acumulava uma certa quantidade de neve. Enquanto usa as mãos para tirar o gelo que recobre a calçada, sente seu peito acelerar e seu rosto aquecer.

Há quantos anos ele não fazia aquilo? Era apenas uma brincadeira entre os garotos do quarteirão, aquilo não poderia ter a ver com a morte de Rebecca. Ele finalmente alcança a calçada e se poe a tentar arrancar uma das pedras, quando a retira há um buraco, uma camada de poeira recobre algumas revistas Playboy manchadas e retorcidas pelo tempo, um cantil e alguns dvds pornos. Ele folheia a revista e uma folha de caderno rasgada e limpa se destoa do resto do conteúdo abandonado.

Em letras de forma o bilhete diz:

VOCÊ ESTÁ INDO BEM TAMPINHA! AGORA ME DIGA, ACHA QUE PODE CONFIAR NOS SEUS AMIGOS? NA SUA FAMÍLIA? EM SI MESMO? ABRA A SUA MENTE, FAÇA AS CONTAS E EU TE DIREI A VERDADE, MAS TUDO TEM UM PREÇO. E VOCÊ VAI PAGAR CARO, SE CHEGOU ATÉ AQUI VOCÊ SABE ONDE IR, MATE - O E DESCUBRA OU SOFRA AS CONSEQUÊNCIAS!

Ethan respira fundo tentando se controlar, aquilo só podia ser uma brincadeira de mal gosto dos garotos do bairro, desde que começou a namorar com Layla se afastou dos amigos e principalmente de Jonas, suas prioridades mudaram e parece que a decepção dos garotos havia passado dos limites. Certamente eles não mataram a Rebecca, mas estavam usando a sua trágica morte para lhe pregar uma peça. Como fizeram na infância com o garoto esquisito que mal saia de casa.

Ethan passa os dedos pelas madeixas negras e joga as revistas de volta ao buraco, guardando consigo o bilhete. Ele levanta irritado e caminha até a casa de Jonas que ficava logo a frente, bate na porta apressado.

— Boa noite. Ethan que faz aqui essa hora? - Pergunta a mãe de Jonas.

— O Jonas está? Eu posso falar com ele?

— É claro Ethan ele está lá em cima no quarto.

Ele sobe rapidamente as escadas e assim que o amigo abre a porta do quarto o empurra contra a parede segurando - o pelo colarinho.

— Que foi está maluco? - Exclama jonas assustado.

— Vocês podem achar engraçado brincar com a morte daquela garota mas não é, manda aqueles idiotas pararem com isso entendeu?

— Do que você tá falando? Me larga Ethan! - Grita Jonas o empurrando.

— Eu sei muito bem que foi você e aqueles imbecis que me mandaram essas mensagens, e não tem graça nenhuma! - Diz ele colocando o celular na cara do amigo.

— Eu não te mandei isso! E de que garota morta você tá falando, que foi fumou um? Achei que Layla não te deixasse mais fazer isso!

— Deixa a Layla fora disso entendeu? A Rebecca tá morta! Eu achei o corpo dela na lixeira atrás da Deadnote hoje!

— Sério? A Rebecca? A gata ruiva namorada do carinha da loja? Meu Deus cara não acredito! Eu sei que faço piadas pesadas, mas jamais brincaria com a morte de alguém tá doido? E no mais eu nem sabia que alguém tinha morrido, droga cara acha que eu faria isso com você?

— Bom você já fez esqueceu?

— Esconder seu cachorro e te por procurar pra você sair de casa quando éramos crianças é muito diferente de te envolver num assassinato. Não acha? Eu não mandei essas mensagens.

— E como sabiam o que comentei no grupo sobre a Rebecca?

— Eu não sei, talvez seja um dos rapazes, eles tão bolados com você faz tempo, sabe disso. Mas eu? Que merda eu sempre defendi você, te considero um irmão cara! - Defende - se o rapaz.

— Desculpa Jonas, é que tudo isso hoje a minha cabeça está um turbilhão. Droga! - Ele exclama deixando as lágrimas escaparem.

— Se acalme sim? Você tá cansado e confuso, olha eu acho que até sei quem fez isso. Uns dias atras o Bradley e eu tivemos uma discusão por sua causa, disse que eu estava me afastando do grupo e ficando tempo demais com você, Alice e Layla. Eles são uns fracassados, levam a sério aquele pacto de amizade que fizemos.

— Bradley, eu não o vejo há semanas. - Fala Ethan.

— Fazia tempo que não o via, ele estava muito esquisito, achei que tivesse chapado.

— Eu vou ligar pra ele.

— Deixa isso pra lá, logo ele para.

— E se isso tiver a ver com a morte da Rebecca? - Questiona Ethan.

— Ah por favor Ethan, são só um bando de idiotas que jogam RPG de campo! Não matariam alguém! Tá doido? No máximo usaram essa infelicidade pra te chatear, relaxa.

— Você tem razão. Eu tô exagerando, melhor eu ir pra casa.

— Vai, dorme. Amanhã a gente procura o Bradley e resolvemos isso. Tenta dormir cara, você tá péssimo. - Diz Jonas colocando a mão sobre o ombro do amigo.

Ethan se despede e volta pra casa, deita na cama e tenta direcionar seus pensamentos para coisas boas, Layla, a faculdade, uma viagem no fim do ano letivo quem sabe? Ele fecha os olhos e ouve a vibração do celular, ao pegar o aparelho vê outra mensagem sem identificação.

" VOCÊ PERDEU, O JOGO COMEÇOU, OLHE PELA JANELA ETHAN. "

O rapaz levanta devagar e caminha assustado até a janela, tudo parece normal, a rua mal iluminada, a neve caindo lentamente, as casas com luzes acesas. Ele volta o olhar pra casa de Jonas e um apagão acontece segundos depois. O jogo começou.

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