Capítulo 1 - O mensageiro da morte.
Ethan Payne acordou mais um dia, sua vida não era conturbada e muito menos anormal. Era um garoto comum, com uma vida comum, em uma fase comum.
"Uma vida monótona e chata de qualquer adolescente preso no ensino médio" - Pensa o garoto.
Filho único do casal Elisabeth e Thomas Payne, era dotado de madeixas negras e sedosas que caiam até os ombros, provocava inveja em qualquer garota com aquilo, seus olhos eram de um castanho firme, mas ao mesmo tempo doces, suas feições revelavam seus dezessete anos e uma estranha semelhança com Jonhy Depp, o que fazia um certo sucesso entre as garotas do colégio.
Naquele instante, Ethan ainda debaixo do edredom macio, encarava o teto de seu quarto, em sua cabeça pensamentos como;
"Devo ir à aula hoje?" ou "preciso de fato, de um diploma?" Assolavam em seu consciente. Mas depois de exatos quinze minutos e de três batidas na porta de seu quarto, o garoto tomou coragem e levantou - se com um ímpeto de esperteza.
— Filho, vai se atrasar para a escola! - Advertira sua mãe do outro lado da porta.
Ela sempre fazia tal coisa quando o filho demorava para descer para o café, de certa forma, a senhora Payne estava certa em ter esse tipo de preocupação, visto que, em um tempo não muito remoto, seu menino sofrera com uma depressão descomunal resultando em um tratamento pesado a base de remédios fortíssimos. Ela tinha consciência de que o rebento não se lembrava de nada, estava bem, mas só de pensar na possibilidade de vê -lo novamente em estado de calamidade a deixava sempre em alerta, ele era tudo que lhe restou depois do inferno que viveram longe da pequena cidade e o que lhe restava para chamar de família.
— Já estou indo mãe! Vou só tomar um banho! - Ethan revirou os olhos e gritou de volta.
Amava a mãe, juntamente com seu pai, mas odiava o jeito como eles no geral o protegiam, ele se sentia como um boneco de vidro que poderia cair e quebrar a qualquer segundo. Não entendia a atitude dos pais, sempre fora um bom filho e nunca havia dado problemas, não compreendia a tal necessidade de mantê - lo sobre constante vigilância. Mas assim seguia mais um dia na casa dos Payne.
Enquanto ligava o chuveiro e despia-se, Ethan tratou de afastar qualquer tipo de pensamento e dedicou-se em relaxar. Não estava ligando se houvesse atrasos para a primeira aula, já que sua animação para assistir uma aula sobre química orgânica estava beirando a escala 0. Compareceria à segunda aula, que era de Psicologia, e daria uma desculpa qualquer para o professor da matéria mais odiosa que ele tinha.
Fechou o registro e instantaneamente sentiu a falta da pressão da água em seu corpo, respirou fundo e se pôs a secar cada centímetro de seu, magro, mas robusto corpo. Terminado o serviço, Ethan enfiou seus melhores casacos de frio e pegou sua mochila, sairia dali sem tomar café. Sabia que iria ouvir poucas e boas mais tarde de sua mãe, ela prezava muito todas as refeições diárias e sempre surtava quando Ethan faltava com as mesmas. Mesmo sabendo disso, o garoto não quis esperar e tratou de sair sorrateiramente de casa, sem despertar qualquer tipo de atenção dos pais, que assistiam o noticiário com muita atenção. Pareciam estar falando sobre o garotos que massacraram um grupo de crianças há um tempo atrás e que a alguns anos ganharam a liberdade, aquilo soava como algo totalmente absurdo visto a idade dos pequenos meliantes.
Ethan por sua vez não se prendeu ao caso, tratou de sair pelas ruas de Winchester, uma pena cidade sulista do condado de Hampshire, rumando a escola.
No caminho, porém, o jovem de cabelos negros se deparou com uma loja de conveniências que ele jurava não existir a uma semana atrás, contudo, o que lhe chamou a atenção foi a coleção de gibis de Sherlock Holmes cuidadosamente enfileirada na vitrine. Sem resistir, ele se vê entrando no lugar e se pondo a admirar de perto todas aquelas raridades.
— Gosta de gibis? - Uma voz o fez dar um pulo revelando sua surpresa. – Ei, fique calmo, garoto, só fiz uma pergunta. - O cara em sua frente ofereceu-lhe um sorriso amistoso fazendo com que Ethan se deixasse relaxar com a presença do mesmo.
— Eu tenho um certo fascínio por essas belezinhas, principalmente por Sherlock, gosto da adrenalina que um bom mistério causa nas pessoas. - Ethan devolveu o sorriso amistoso.
—Tem bom gosto, garoto. Realmente mistérios são fascinantes - Refletiu o homem. – Me chamo Vincent Turner, e você?
— Sou Ethan Payne. - Estendeu a mão a fim de consolidar o cumprimento. – Não me recordo de ter te visto por essas bandas. - Reflete o moreno.
— É uma longa história, mas tentarei resumir. - Pigarreou antes de continuar. – Não sou britânico, sou americano, mas meu tio morava aqui, essa lojinha era dele e como ele faleceu e sou o único herdeiro da família desde então, estou instalado aqui a pouco mais de seis meses. - Deu de ombros.
— Sinto muito pelo seu tio. – Ethan prestou as condolências. – Mas, infelizmente tenho que ir agora, já perdi a primeira aula e não posso perder a segunda. - Justificou.
— Ah, claro, é melhor ir logo antes que liguem para a sua casa. – Vincent coçou a cabeça.
— É uma bela loja. - Diz o garoto ao sair.
— Volte aqui, estou com promoções. - Diz Vincent fazendo um sinal com a cabeça.
O jovem moreno não aparentava ter mais do que vinte e três anos apesar de que, a barba por fazer e os cabelos negros e encaracolados, o envelheciam um pouco, Ethan sem sombra de dúvidas já havia se simpatizado com o cara. Afinal era a loja mais bacana que ele havia estado. Talvez isso devesse significar que o mesmo estava prestes a ganhar um novo amigo quem sabe?
No momento em que pisa no solo acadêmico, Ethan é recebido por sua namorada Layla, uma garota dona de cabelos loiros que desciam em cascata por suas costas de princesa e olhos azuis que deixariam qualquer uma no chinelo. Suas feições, ao ver o rapaz não era das boas, o simples bater dos pés dela no chão de concreto e os braços cruzados denunciavam o quão a garota estava insatisfeita com o atraso do namorado.
— Quem é vivo sempre aparece. - Bufou virando o corpo para ficar de costas para o garoto.
— Layla, eu perdi a hora. - Ele tentou justificar segurando gentilmente os braços da moça, obrigando a mesma a virar-se novamente para ele.
— Quer mesmo que eu acredite que o maior nerd dessa escola tenha perdido a hora? - Layla parecia irredutível. – Tínhamos um trabalho importante para fazermos hoje, esqueceu?! Você pode ser o senhor supremo da química, mas eu não.
Ethan havia esquecido completamente o compromisso que havia assumido com a namorada e xingou a si mesmo por isso e logo em seguida tentou acalmar a amada.
— Olha, relaxa, conversarei com o Sr. Hater e tenho certeza de que ele reaplicará o trabalho, só por favor, não fique brava comigo. Sim? - Pediu com certa súplica nos olhos.
Ele sabia exatamente o que fazer para fazer a namorada mudar de ideia quando a mesma brigava com ele. E de fato isso ocorreu, Layla como qualquer outra garota apaixonada limitou - se a dar um sorriso bobo e a abraçar o namorado, amava-o com todas as forças e tinha um enorme receio de que ele pudesse deixá-la a qualquer momento. Já perdera as contas de quantas vezes as garotas mais populares do colégio tentaram provocar intrigas no meio dos dois, e algumas vezes, quase funcionou, e isso assustava a loira.
— Onde estão Alice e Jonas? - Questionou o moreno entrelaçando seus dedos com os da moça.
— Na aula de psicologia, lugar pela qual também devemos ir, senhor Payne. - A garota abriu um sorriso radiante enquanto os guiava pelos corredores da Winchester School. Adentraram a sala em silêncio, a aula já havia sido iniciada e todos pareciam prestar total atenção no que a senhorita Lindsay dizia.
— Estudamos no inicio do semestre sobre as relações mentais do ser humano, e principalmente o que essas relações podem ocasionar, alguém arrisca palpitar duas dessas relações? - A professora de estatura alta, corpo magro e cabelos longos e dourados, perguntou para a meia dúzia de alunos que a encaravam com cara de paisagem, menos um, e foi para esse que ela acabou dirigindo a pergunta. – Ethan, porque não tenta um palpite?
O garoto de olhos castanhos prendeu a respiração por um segundo, não tinha dificuldades para falar em público, fizera isso diversas vezes em momentos versáteis, fora que ele compreendia e dominava muito bem os assuntos relacionados a mente humana.
—A primeira relação com uma grande relevância é a psicopatia que é um tipo de fenômeno ocasionado por um distúrbio mental grave em que o doente apresenta características antissociais e amorais sem apresentar qualquer tipo de arrependimento ou remorso pelo feito. A maioria não é capaz de amar e muito menos de se relacionar com as pessoas. – Explicou veementemente. – A segunda relação é a sociopatia que é um outro distúrbio que provoca no indivíduo um comportamento impulsivo, hostil e antissocial. Ela pode ser classificada como um tipo de transtorno de personalidade. – Concluiu com uma certa frieza nas palavras.
— Excelente explicação, Sr. Payne. - A professora assentiu para ele com suavidade e prosseguiu com a aula sem mais perguntas.
— E nosso Johnny Neutron brilha mais uma vez. - Brinca Jonas bagunçando as madeixas do amigo.
— Não enche, Jonas. - Sorri Ethan empurrando o rapaz para o lado em gesto de brincadeira.
Jonas era dono de pele morena, cabelos curtos e negros, olhos igualmente e porte físico favorável. Tornara-se o primeiro e até então melhor amigo de Payne no momento em que pisou em solo britânico. Sua paixão por filmes de terror e mistério o deixavam um pouco fissurado em qualquer coisa real que remetia a esses temas.
— Vocês não se cansam de rasgar calcinhas não? – Alice, a viciada e arrogante jogadora de games revirou os olhos enquanto arrumava seus cabelos negros com a câmera do celular.
— E você não cansa de ser chata, Lice? - Jonas retrucou mandando língua.
— Quanta maturidade vocês tem. - Refletiu Layla abraçando Ethan e lhe dando um selinho logo em seguida.
— Se vocês não fossem tão fofos juntos eu mandaria vocês para um quarto neste momento. - Alice deu de ombros. – Agora poupe-nos dos detalhes sórdidos do amor feliz de vocês.
— Alice, você precisa largar um pouco os games e procurar uns garotos, se continuar assim vai virar uma solteirona. – Jonas caçoou.
O rosto pálido da garota, aos poucos, foi assumindo uma tonalidade avermelhada, estava nítido que ela não havia gostado nem um pouco do comentário feito pelo amigo, mas antes que ela pudesse pensar em retrucar, Ethan surgiu na conversa colocando panos quentes.
— Pessoal, têm uma loja incrível na St Jones, com uma coleção incrível de quadrinhos, precisamos ir até lá ver tudo. – Sugeriu.
— Ele têm jogos? – Questionou a morena.
— Creio eu que sim, vocês topam? - Olhou para cada um.
— Porque não?! – Seus amigos deram de ombros.
Ethan sorriu, feliz por ter evitado uma briga desnecessária, e também, por voltar até a loja de Vincent onde poderiam conversar mais.
O trajeto da escola até a loja fora feito em silêncio, o clima a pouco instalado entre o grupo continuava reinando, por mais que Jonas e Alice tivessem animados para conhecer a loja de jogos, ambos sabiam que a discussão interrompida não havia acabado, mas deixariam para continuar quando estivessem sozinhos, sem a intervenção do casal perfeito, como eles batizaram seus amigos Ethan e Layla.
A medida que eles iam se aproximando do local, Payne assumia a liderança a fim de parar os amigos assim que chegassem ao destino, e assim foi feito a pouco menos de dois minutos depois caminhando.
— É aqui pessoal. – Colocou as mãos nos bolsos do jeans surrado.
"DEADNOTE" Diz o letreiro em neon azul.
— Eu passo aqui diversas vezes quando vou para a sua casa, e posso garantir que nunca reparei nessa lojinha antes. - Layla observou encantada a fachada do prédio.
— Eu também disse a mesma coisa a Vincent. - Disse com os olhos brilhando.
— Quem é esse fulaninho? – Alice arqueou as sobrancelhas curiosa.
— Ele é o dono do lugar, venham, vamos entrar. - Fez sinal com a cabeça.
Todos seguiram Ethan até o interior da loja onde puderam avistar um homem de cabelos negros e encaracolados abraçando uma ruiva, na certa, aquele deveria ser o tal Vincent, pensou Layla.
— Ethan, não esperava te ver tão cedo. - O homem foi de encontro ao rapaz e bateu em suas costas o cumprimentando. – E vejo que trouxe companhia. – Apontou para os amigos.
—Sim, esses são Jonas, Alice, e Layla, minha namorada. - Ethan apresentou-lhes chegando mais perto da amada.
— Pois bem, sejam muito bem-vindos a Deadnote, a maior loja de artigos pra colecionadores da cidade. Aliás acho que somos a única realmente boa. - Diz Vince saudando o grupo. – Essa é minha namorada Rebecca, mas podem chamá-la de Becca. - Apontou para a ruiva de olhos verdes e de sorriso encantador, parecia uma boneca de porcelana.
Trocaram alguns olhares entre si e assentiram. Por um segundo o clima ficou estranho, como se ninguém soubesse o que dizer naquele momento. Contudo, Alice foi a pessoa que salvou a pátria quando demonstrou interesse em jogar um dos milhares de jogos que estavam dispostos na prateleira de Vince.
Após ganhar a permissão do mesmo, a garota saiu saltitante atrás do jogo sendo seguida por Jonas e Layla que riam da atitude esbaforida da amiga.
— Seus amigos parecem ser legais. - Observou Vincent se aproximando um pouco mais de Ethan.
— E são, apesar das diferenças... - Refletiu o garoto.
— Isso é normal, não teria graça se todos fossem iguais, imagine só! - Riu o dono da loja sendo acompanhado logo em seguida pelo mais novo. – Eu estava comentando com Becca, você apareceu em uma boa hora, desde o momento em que você cruzou aquela porta mais cedo, soube que você tem o perfil perfeito para a loja, preciso de ajuda, de preferência gente que curta isso tudo, se quiser um emprego. Não posso pagar muito, mas você ganharia a comissão daquilo que vendesse e tudo mais, se você quiser, podemos fazer um teste, sem pressão. - Continuou um pouco nervoso e atrapalhado com as palavras.
— Você está brincando?! Mas é claro que eu topo! Você não sabe quanto vai me ajudar trabalhar aqui. Quer dizer seria demais! – Ethan tinha um brilho nos olhos raramente visto.
— Então você pode começar amanhã?! - Sugeriu Vince.
— Claro, saindo da escola venho direto para cá. - Sorriu Ethan apertando a mão do novo amigo.
— Ótimo! Bem vindo a Deadnote – Vince apertou a mão do novo funcionário com um sorriso enorme na face.
No mais tardar do dia, mais precisamente quando Ethan e seus amigos saíram da loja, Becca, animada para fazer algo diferente naquela noite, se aproxima do namorado que está entretido com um quadrinho qualquer e lhe abraça por trás.
— Ah, oi minha ruiva. - O rapaz larga o livrinho e se vira para a namorada lhe dando um beijo na testa.
— Vamos sair hoje?! - Pediu com um beicinho. – Já tem um tempinho bom que não fazemos um programinha romântico. – Justificou.
Vincent pareceu pensar um pouco diante ao pedido da namorada, de fato ele não vem dando a atenção necessária para a sua companheira, e no fundo ele sabia que precisava relaxar um pouco e esquecer a loja por algumas horinhas, não mataria ninguém, certo?!
— Tudo bem, vamos ao cinema, o que acha?! - Respondeu depois de alguns segundos.
A garota em sua frente assentiu visivelmente animada com a ideia, e não resistiu ao impulso de abraçar o namorado com força.
— Você é o melhor, não tenho dúvidas disso. - Distribuiu beijos pelo rosto do rapaz.
— Você é a melhor! - Ele ria. – Agora vamos, quem sabe não pegamos a sessão de agora?! – Pegou a mão de Rebecca e os guiou até o carro, dando a partida logo em seguida.
Não demorou muito e logo eles se encontravam na porta do cinema principal da cidade, Vincent estacionou o carro, ajudou a namorada a descer e foi comprar as entradas deixando Becca por conta da pipoca.
Na fila de espera para a compra das entradas, Vincent acaba sendo surpreendido por uma loira de olhos azuis que não resiste ao impulso de abraçá-lo assim que o vê. O rapaz sem entender nada a princípio se deixa levar pelo calor do momento, contudo, o que ele não esperava, era que Rebecca via tudo com uma cara de poucos amigos.
Rapidamente Vincent se desvencilha do abraço e encara profundamente a mulher, até que aos poucos foi a reconhecendo, era Jane, sua ex namorada.
— Meu Deus, quanto tempo! - Ela dizia sem acreditar.
—Jane, que péssima hora para você aparecer. – O rapaz a repreendeu.
— Fiz algo de errado? – Ela perguntou confusa.
— Sim, você mexeu com o namorado de uma garota bem furiosa. - Rebecca se meteu entre eles claramente irritada.
— Foi por ela que você me trocou a seis meses atrás? - Jane olhou a ruiva com desdém.
— Ora sua... - Becca já estava prestes a desferir um tapa na cara da loira, mas foi impedida por Vince.
— Não faça isso! - Ele pediu alarmado.
— Esqueça, Vincent, nossa noite termina aqui, faça bom proveito da sua companhia. - Cuspiu irritada deixando Jane e Vince para trás.
— Becca! - Ele gritou praguejando baixinho. – Ótimo, Jane, por sua culpa agora minha namorada acha que temos alguma coisa.
— Relaxa docinho, uma hora ela vai esquecer isso. - A loira sorriu falsamente.
Vince revirou os olhos e saiu de perto da mulher pegando o celular e discando os números da namorada.
Não muito longe dali, Rebecca estava desolada e chorando mais de raiva do que de tristeza. Vincent era uma incognita as vezes e isso só fazia aflorar o seu ciúme. Ouvia o toque do celular e sabia quem era, mas decidiu não atender justamente por não querer falar com aquela pessoa naquele momento.
Porém, no décimo toque, ela não resistiu e atendeu a ligação.
—Becca! – Vince disse aliviado do outro lado da linha. – Graças a Deus você atendeu, onde você está?
Ouvindo aquela pergunta, Rebecca congelou na hora. Estava andando à minutos mas não sabia ao certo aonde estava, o lugar era deserto e pouco habitado, e não demorou muito para que o pânico começasse a tomar conta da moça, mas ela preferiu não preocupar o namorado.
— Estou na rua da minha casa, Vincent, e não quero que apareça na minha frente hoje, entendeu?! - Mentiu sentindo um nó na garanta.
—Becca, não faz isso está bem?! Jane é passado, e... - Ela desligou a ligação no segundo seguinte em que ouviu o nome da loira.
Respirou fundo e virou-se para trás a fim de dar meia volta e seguir de fato para casa.
Grande erro.
No momento em que gira seu corpo, Becca é atingida por algo extremamente duro e cai inconsciente no chão de asfalto. A pessoa que a atingiu observa com cuidado as feições da moça antes de pegá-la do chão e a arrastar até um prédio abandonado onde funcionava uma fábrica de brinquedos a uns anos atrás.
Depois de cinco longos minutos, a ruiva começa a recobrar a consciência e respira fundo antes de deixar que o pânico tomasse novamente conta de sua mente. A garota tentou se levantar mas não obteve sucesso, sua perna doía e ardia. Arriscou passar a ponta dos dedos na mesma e pôde sentir um líquido viscoso e pegajoso escorrendo de sua panturrilha, ela estava sangrando.
Movida pelo desespero, Becca tenta se arrastar até a pequena fresta de luz pensando ser uma saída daquele pesadelo, contudo, quando estava próxima o suficiente para alcançar sua salvação, ela sente seus pés serem puxados para trás e logo um grito acaba escapando de seus lábios.
— Shhh! - É a única coisa que ela consegue ouvir antes de sentir suas panturrilhas serem esfaqueadas com violência.
— Ahh! Socorro - Grita a moça rm desespero. – Porque está fazendo isso? - Ela diz com dificuldade enquanto sente seu corpo sendo virado ficando cara a cara com a pessoa que lhe machucava.
Mas antes mesmo que ela pudesse obter alguma resposta, ela sentiu a lâmina da faca atingir sua barriga e depois a rasgá-la com violência, o sangue escorre com voracidade ela sente uma dor desconcertante enquanto o líquido quente mancha suas vestes, antes de apagar seus olhos encaram o do assassino e sua boca é preenchida pelo gosto de sangue fresco.
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