Um

Harry

— Cala a porra da sua boca, Harry! — Disse Zayn, quase gritando em minha orelha.

Calei, reprimindo a absurda vontade de gargalhar. Zayn parecia zangado com minhas palavras, que saiam zombeteira de meus lábios. Era divertido brincar com seu temperamento, ele parecia ficar bravo tão rápido.

Fazia mais de meia-hora que eu estava o irritando, sendo assim, meu passatempo favorito naquele momento. Zayn permanecia ao meu lado, com sua sua cara de pinscher bravo. Era incrível a forma como ele era fofo mesmo estando bravo.

— Eu admiro a forma de como você gosta desse Liam. — Gargalhei, tendo a atenção de Zayn voltada para mim.

Céus, eu poderia jurar que a qualquer momento ele iria me espancar.

— Tem como você parar de ser um homofóbico filho da puta? — Seus dentes cerraram, fazendo eu alargar ainda mais meu sorriso.

— Eu não sou “homofóbico filho da puta”, só é nojento essa forma. — Faço uma pequena careta ao imaginar Liam e Zayn juntos.

— Que forma? — Zayn franziu a sobrancelha. Dei de ombro, olhando para frente. — Não sei porque eu ainda sou seu amigo. — Ouvi ele bufar.

Por algum motivo, aquilo me irritou levemente. Zayn era um filho da puta como eu, fazendo assim, sendo uns dos motivos pelos quais nos conhecemos. Agora ele está apaixonado por um pau e questiona como nós éramos amigos.

Agora ele queria bancar o certinho.

Sorri escárnio e voltei a olhá-lo.

— Olha, já ouvi falar de boceta de mel, agora pau e cu de mel é a primeira vez. — Franzi os lábios surpreendido pela forma como Zayn mudou d'água para o vinho.

Tudo por causa de um garoto. Um garoto.

Zayn se levantou enfurecido e agarrou minha gola da camisa, me olhando tão zangado e irritado que poderia sair fogo de seu nariz. Ele apertou o pano em seus dedos fazendo meu corpo quase ir em sua direção.

Sorri vitorioso ao ver que acertei o seu ponto fraco.

Então a sala ficou quieta, sem nenhuma professora a continuar explicando a matéria de biologia. Agora parecia que todos prestavam atenção em mim e Zayn.

— Meninos! — Ouvi a voz da professora Morgan, ela parecia cansada, mas, ainda assim, alarmada com o que estava acontecendo.

Olhei para Zayn como se estivesse esperando ele fazer seu próximo passo, como se eu estivesse o incentivando a fazer o que sua mente parecia ansiar naquele momento. Sinto mais seu aperto em resposta.

— Vamos Zayn, está esperando o que? — O desafio. Seus olhos ficam mais escuros e vermelhos. — Liam entrar aqui montado em um cavalo branco e dizer que não vale a pena? — Minha voz saiu rouca.

Zayn ficou me olhando por alguns segundos. Era admirável a forma como ele estava tentando controlar-se. Dava para ver em seu olhar toda maldade que ele queria fazer em mim. Me socar, espancar e cuspir em minha cara. Sorri repetidamente, mas, desta vez, com meus próprios pensamentos.

Não, Zayn não iria fazer aquilo, apesar que eu queria que ele fizesse.

— Meninos parem agora! — Disse Morgan.

— Vamos!— Murmurei.

Contudo, a única coisa que Zayn fez, foi me soltar abrupto e sentar na cadeira, pegando sua caneta e apertando em seus dedos, não me olhando. Ele parecia cego de ódio e raiva que qualquer um que entrasse no meio daquela situação, não teria um bom final.

Ajeitei minha camisa e cabelo. Voltei olhar para frente calmo e tranquilo, como se um Zayn extremamente enfurecido não estava ao meu lado prestes a me espancar.

Acho que ele tem que entender que não é eu quem carrego um problema, e que não sou um problemático na situação.

A professora Morgan nos olhou pela última vez, retornando para sua atividade. Os olhares ao redor pareciam se afastar de nós, voltando a olhar para a única figura na frente da sala.

As aulas passaram, e, desde então, eu e Zayn não trocamos nenhuma palavra. Na hora do intervalo, ele parecia menos zangado, mas a forma como ele saiu da sala às pressas sem ao menos me esperar para podermos ir no refeitório, deu a entender que ele não queria minha companhia.

E honestamente não me importo. Zayn é meu melhor amigo e sempre vai ser assim. Podemos discutir quantas vezes for preciso, mas eu sei que no final das contas, sempre terminamos em risadas. E nesse caso não seria diferente.

Guardei minhas coisas no armário e sinto unhas deslizar em minhas costas. Fecho a porta e olho para trás, encontrando o corpo de Amberley quase próximo ao meu, seus lábios centímetros longe dos meus.

Olhei para os seus lábios carnudos e famintos e juntei nossos lábios, não me importando se estamos no meio do corredor ou não. Eu queria beijá-la e esquecer um pouco a pequena discussão que tive com Zayn.

Sua língua brincava com o meu, sugando. Aperto meus dedos em sua cintura e trago mais seu corpo para o meu, a fim de sentir mais seu calor. Seus dedos cravaram em minha nuca, trazendo um pequeno arrepio e excitação em meu corpo.

Afasto meus lábios do seu ao sentir a falta do ar. Olho em seus olhos brilhantes e escuros. Sorriu malicioso, com minhas mãos ainda em sua cintura.

— Bela maneira de chegar. — Digo, arrancando uma risada dela.

— Eu só estava com saudade. —Ela murmurou, fechando delicadamente seus olhos.

Caralho, ela era uma tentação.

— Posso me juntar a vocês? — Ela abre seus olhos, revelando seus olhos marrons e brilhantes.

— Claro. — Seguro em sua mão.

Começo a andar arrastando seu corpo. Ela entrelaça seus dedos nos meus. Eu e Amberley apenas tinha um caso nada sério, contudo, as pessoas do colégio acreditavam fielmente que eu e Amberley éramos feitos um para o outro. Até os professores chegavam a acreditar e, quando houve um tempo que dei pausa em “nossa relação”, até os professores fofoqueiros queriam saber o que tinha acontecido para eu ter interrompido minha relação com Amberley, acrescentando em suas falas que “vocês eram fofos juntos”.

Claro que isso criava ilusões na mente de Amber, tendo eu, no final de tudo, ter que esclarecer as coisas. Mas a verdade é que eu não sabia o que queria certamente e não queria machucá-la. Amberley é uma pessoa linda, simpática e gentil. Eu sabia que ela merecia uma pessoa melhor do que eu. Apesar que qualquer pessoa era melhor que eu em uma relação.

Adentro no refeitório, e, no fundo, encontro Zayn sentado sozinho comendo, porém estava em nossa mesa. Fomos até a cantina e pegamos nossa bandeja. Caminhei na frente em direção ao Zayn. Assisto o momento em que seu olhar cruza em meus olhos. Ele revirou os olhos e desviou seu olhar do meu.

Sorriu de lado não me importando de seu incômodo. Foda-se.

Coloco a bandeja ao seu lado e ouço ele bufar. Sento na cadeira e Amberley senta em minha frente.

— Eu quero que você vai se foder, Zayn! — Digo pegando uma batata frita. Ele me olhou irritado, mas eu sabia que ele estava forçando. Olho para ele. — Somos melhores amigos e não importa o que você faça ou pensa, vamos continuar sendo melhores amigos. Eu não gosto de gay, mas por você eu faço esse esforço. — Sorriu doce, mas Zayn revirou novamente seus olhos, como se estivesse decepcionado com minhas últimas palavras.

— O que aconteceu? — Amber intercalou seu olhar em mim e Zayn, confusa.

— Zayn é…

— Nada! — Ele toma minha minha frente. Zayn me olha zangado, pedindo silenciosamente que eu não falasse. Ele olha para Amberley ao certificar que eu não iria dizer.

Filho da puta.

—  Apenas tivemos uma pequena desavença na sala. Mas nada. — Explicou.

Revirei os olhos e peguei uma batata, enquanto Amberley começou a falar. Outro assunto começou a tomar a frente, deixando de lado qualquer situação do que aconteceu na sala de aula. Amberley começou a contar as coisas que aconteceram em seu final de semana.

Presto atenção, mas meu olhar se mantinha em volta do refeitório, notando pessoas sentadas na mesa e a maioria nos bancos. As risadas e falatórios eram altos ao redor, como se todos do colégio estivessem localizados ali dentro.

Olho para Amberley que ainda contava sobre as matérias e notas que tirou de seu trabalho. Zayn parecia interessado naquilo, comendo e questionando Amberley das questões, mas logo o assunto mudou. Era incrível como falávamos de tudo.

Olho para uma mesa que estava apenas com garotas. A maioria me olhava, enquanto duas apenas mexiam nos celulares. E, ao notarem que estava olhando-as, elas coraram e acenaram para mim. Aceno de volta com um sorriso mínimo de lado e vejo algumas colocarem uma mecha de cabelo atrás da orelha e com os ombros encolhidos.

Posso sentir que Amberley está olhando para onde estou olhando.

Olho para ela tendo a certeza. Ela me olha um pouco brava. Sorri e olhei por cima de seu ombro, a fim de continuar olhando para as pessoas.

Mas meu olhar cai em uma pessoa específica que adentrou no refeitório. Franzo o cenho, olhando seus trajes de roupa.

— Céus, quem é ele?

Percebo que pensei em voz alta ao ver Amberley franzir o cenho em curiosidade e olhar para trás. Zayn tombou levemente sua cabeça de lado para ver quem estava adentrando no refeitório.

— Eu não faço a mínima ideia. — Ouço Zayn falar, ainda olhando para o garoto de óculos e franja na testa. — Ele parece estranho; digo, olha a roupa ele, além de largas parece ter muitas camadas.

Amberley olha para nós confusa.

— Estão aceitando bolsistas? — Dei de ombro. — Fiquei sabendo que estavam pensando aceitar bolsistas, mas não achava que iria começar esse ano. — Diz ela. Eu nem ao menos sabia que o colégio ia começar a aceitar bolsistas.

Olho por cima de seu ombro, olhando novamente o garoto. Seus olhos óculos pareciam terrivelmente ridículos em seu rosto. Sua roupa parecia ter pego de qualquer lixo e posto. E seus cabelos parecia que precisava de um corte. Ao todo, ele era estranho, como um garoto desnorteado e perdido em um lugar de pessoas burguesas.

Ele parecia integralmente desorientado.

Estudei-o mais. Até seu tênis era peculiar e a forma como ele segurava a alça de sua mochila de lado deixava-o ainda mais questionável.

— Se continuar desse jeito vai querer chupar o pau dele. — Ouvi a voz de Zayn, me fazendo sair dos meus devaneios em relação ao garoto do outro lado do refeitório.

Olho para ele fuzilando-o, querendo jogar a bandeja em sua cara. Ele sorri de lado mostrando que aquilo foi uma troca das provocações que lhe causei na sala de aula.

— Para de ser idiota, vadiazinha versão masculina — Rosnei, fazendo Zayn sorrir mais ainda.

— Certo meninos, vamos parar com isso? — Amber intercalou seu olhar em nós dois.

Olhei a última vez para o garoto com roupas de brechó. Peguei minha batata frita e comi, olhando para Amberley, esperando que ela criasse algum assunto.

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Eu só estou escrevendo essa fanfic por diversão, para fugir um pouco da realidade. Não sei se vai ter algum leitor, mas se tiver, sejam tudo muito bem-vindos. Vou deixar deixar apenas alguns avisos aqui, nada muito importante kkk.
— Vai ser ltops e hbottom (mas eu honestamente estou pensando em fazer de revezamento...)
— Harry é mais alto que o Louis.
— Harry é mais velho que Louis.
É só isso mesmo, desde já, muitoooo obrigada por qualquer coisa. É isso, bjs.

(Obs: qualquer coisa vou avisando no decorrer da fanfic)

Ana.

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