Seis
Louis
Pego algumas roupas do meu closet. Já que meu pai não estaria, iria comprar pizza e refrigerante e passaria a noite assistindo algum filme. Eu gostava de ficar sozinho, mas às vezes me sentia só demais. Às vezes jogava online para criar alguma amizade virtual.
Era legal.
Mas eles sempre sumiram com o passar do tempo.
Coloco a roupa que escolhi assim que tiro o pijama. Jogo a franja do meu cabelo para o lado e passo a palma da minha mão no cabelo para baixar os fios rebeldes e embaraçosos. Caminho até o banheiro e decido escovar os dentes.
Olho para o espelho enquanto escovo meus dentes. Minha roupa certamente não era das melhores, mas parecia cair bem em meu corpo, cobrindo todas as partes que eu desejaria modificar.
Futuramente, penso em fazer alterações em meu corpo. Algumas partes indesejadas que não gosto e me sinto levemente incomodado. Eu era magro demais. Sem graça demais. E talvez com isso eu poderia ficar contente e mais aceitável com meu próprio corpo.
Talvez eu mude meu glúteo, peitoral e até mesmo meu rosto. Aproveitaria para ir em uma academia para sustentar a massa e talvez criar músculos mais saudáveis. Não desejava ficar ridiculamente forte, mas um corpo de aparência saudável e brilhante. Não com aspecto de doente e desagradável.
Finalizo de escovar meus dentes e saio do banheiro. Caminho até a mesa e peguei meu óculos, chave e dentro da gaveta minha carteira. E antes mesmo que eu pudesse sair do quarto, peguei meu celular, notando que tinha uma chamada perdida de meu pai. Coloco dentro do bolso e saio.
O som do lado de fora ainda fazia muito presente. Os gritos de adolescentes pareciam fluir junto com a batida da música. Questionei-me se era sempre assim ou Logan estava comemorando algo muito importante ao ponto de convidar todos seus colegas, amigos e até mesmo pessoas que talvez ele nem conheça, já que era muita pessoa que estava em sua casa.
E questionei-me se os vizinhos ao redor já estavam acostumados com toda a bagunça ou chamavam os policiais em momentos oportunos. Pelo horário, acredito que já estavam acostumados. Em meu antigo bairro, não podia nem ao menos dar um grito que já chamavam a polícia.
E, ao colocar o pé na garagem, lembro que o portão estava com defeito.
— Droga! — Digo voltando correndo para pegar a chave.
Retorno com a chave em mãos para a garagem. Adentro no carro e coloco a chave na ignição, ligando-o. Caminho para fora e faço o retorno, indo para o portão. Batuco levemente meus dedos no volante, notando alguns carros na outra rua.
Paro o meu e saiu, indo até o portão e abrindo. Olho um pouco em volta e vejo muitos carros, quase interferindo a rua. Os cantos de meus lábios caem levemente para baixo, surpreendido pelo tanto de pessoas que estavam dentro da casa de Logan.
A maioria dos carros eram esportivos e outros de lançamentos novos. Varro meu olhar até a casa ao lado, vendo pessoas entrando na casa e outros simplesmente parados conversando com os restantes.
Com as mesmas ações anteriores, caminho até em meu carro, passo pelo portão, sai, fecho-o e adentro novamente em meu veículo, conduzindo-o para a rua. Ligo o rádio e coloco no volume baixo.
Durante a busca para achar algum lugar aberto, permaneço com minha mente voltado para a rua, notando alguns pontos escuros e ruas extremamente vazias. Meu dedo ainda continuava a batucar o volante, desejando achar algum ponto aberto para eu poder fazer meu pedido.
E com muita relutância e quase desistindo, achei um ponto de pizzaria aberto, com uma placa avisando que funcionava vinte e quatro horas. Agradece internamente, parando o carro perto da janelinha de pedidos.
A moça aparece com um Tablet na mão perguntando qual era meu pedido. Acabei pedindo o tradicional e um refrigerante. A moça me entregou a senha e toquei um pouco meu carro para frente para onde pegava meu pedido.
Ouço meu celular tocar novamente. Pego o aparelho e vejo que era meu pai. Atendo aproximando em meu ouvido.
— Louis, você está bem? — Perguntou ele.
Enrugo levemente minha sobrancelha. Ao fundo dava para ouvir pessoas conversando animadamente.
— Sim…? — O som do outro lado parecia ficar mais abafado, como se ele tivesse se afastado.
— Eu liguei um pouco mais cedo, mas você não atendeu, então pensei que estivesse dormindo. — Acertou, pai. — Queria saber se você já jantou?
Assenti, mesmo que ele não pudesse me ver. — Na verdade não, mas Zara deixou alguma coisa para eu comer, mas eu quis comprar pizza. — Ouço ele murmurar algo desconexo.
— Tudo bem então. Eu estou em um pub com os colegas do serviço. Liga os alarmes de segurança e não saia de casa, está bem? Logo eu estarei de volta e qualquer coisa me ligue! — Ele me alerta.
Olho para rua que tinha pouca movimentação, quase nada.
— Está bem, pai. — Digo baixinho.
— Certo então. Eu te amo.
— Eu também. — Murmúrio ao ouvir a linha ser encerrada sem ao menos me esperar para responder.
Coloco o celular em cima do painel e ouço um pequeno apito. Olho para a pequena tela em cima da janelinha e vejo que era meu número. Entrego o papel para a moça e tiro meu cartão da carteira. Passo e pego as coisas e coloco no banco ao lado. Agradeço e saio dali, indo definitivamente para casa.
A pizza estava cheirosa e isso fez meu estômago reclamar por comida. A música no rádio ainda tocava, calmo e relaxante para a pessoa ter a melhor noite de sono. Mas naquele momento eu não sentia sono e só ansiava em chegar em casa e poder deitar debaixo das cobertas e devorar minha pizza e tomar um bom copo de refrigerante.
A noite estava estrelada e a lua parecia brincar junto com as luzes das estrelas. O vento fazia as folhas das árvores dançarem, em um ritmo calmo. E no escuro, parecia que as estrelas ficavam ainda mais visíveis e vivas, cheio de belezas para dar e admirar.
Após alguns minutos, chego na rua de minha casa. O som estrondoso começou a se fazer presente repetidamente. Os números de carro parecia ter aumentado e pessoas caminhavam até a casa de Logan. Céus, indubitavelmente essa festa iria muito tarde e talvez viraria a noite.
Desligo o rádio ao parar em frente de casa. Retiro o cinto em torno do meu corpo e saio do veículo com a chave do portão em mão. Caminho despreocupadamente até o portão e abro, olhando de escanteio as pessoas se divertindo na casa ao lado. Alguns pulavam e dançavam no meio de pequenas rodinhas.
As garotas pareciam muito bem arrumadas e os garotos não estavam diferente. Todos estavam muito bem arrumados, maquiados e com roupas para uma verdadeira festa.
Sorriu de lado ao ver um garoto pegar um chapéu de cowboy e imitar um, arrancando risada de seu pequeno grupo.
Caminho de volta para o carro e adentro parando o carro no meio da trilha para fechar o portão. Isso parece cansativo, sair e entrar no carro e arrastar o portão que era um pouco pesado para mim, tendo que depositar uma certa força.
E antes que eu fechasse o portão, vejo um garoto cambaleando para o lado, segurando na parede. Ergo levemente a sobrancelha ao vê-lo tentar se equilibrar. Ele passa seus dedos na testa arrastando o cabelo para o lado. Ele cria impulso minimamente para frente indo até a sarjeta, se sentando – digo, tecnicamente, se jogando.
Seu corpo se mexia levemente, aparentando estar totalmente embriagado e inconsciente. Algumas pessoas em volta pareciam submerso a aquilo, não se importando em vê-lo de tal forma, embora ninguém nem ao menos notava que o garoto estava assim, e apenas se concentrando na alegria que lhes proporcionavam naquele momento.
Aproximo-me mais de seu corpo. Toco em sem ombro, mas ele estava tão tenso que acho que nem ao menos sentiu meu toque em sua pele coberta com uma fina camada do tecido da camisa. Agacho ao seu lado e pude sentir seu perfume.
E eu conhecia aquele perfume de algum lugar.
— Você está bem? — Digo, enrugando minha sobrancelha e tombando levemente minha cabeça para o lado, para vê-lo.
Ergo a sobrancelha ao reconhecer seu rosto, agora, com as pálpebras um pouco baixo e seu semblante totalmente relaxado, mas, ao fundo, dava para ver uma pequena preocupação instalada em seu olhar.
Harry.
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Honestamente estou criando paranoia com essa fanfic, mas eu estou apenas a escrevendo...
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