o7. I want to fly, to feel me free, like the birds

Tenham uma boa leitura, espero sinceramente que gostem xx

Lembrando que o nome das crianças são:

Marie Elizabeth (Tomlinson-Styles)
Ethan Theodor (Tomlinson-Styles)

Harry estava deitado sobre a escura grama do jardim interno da pequena lanchonete na qual ele tanto gostava, e ao seu lado, tinha o pequeno menino, empacotado ao seu corpo como se dependesse do calor emitido por ele para estar bem ali. E na verdade ele dependia. Louis estava quase congelando de frio naquele momento, e a única coisa que poderia esquenta-lo ali seria Harry.

- Se você pudesse ter um super-poder, qual seria? - O cacheado perguntou distraidamente, enquanto observava com maestria o límpido e estrelado céu.

- Eu gostaria de voar, me sentir livre, como os pássaros. - Louis sussurrou com todo cuidado possível.

O momento estava bom demais para ser estragado. Era um de seus primeiros encontros, e nada poderia atrapalhar aquele momento deles, nada poderia os fazer sair da presença um do outro naquela noite. Eles estavam em seu mundo, e nesse mundo, apenas Harry e Louis existiam, mais ninguém, apenas os dois importavam.

- Por que livre? Você já não é livre? - Harry indagou confuso.

Sua mão acariciando levemente a cintura do pequeno menino que se apertava cada vez mais ao seu corpo. Tão aconchegante. Era como se eles fossem peças de quebra-cabeça, totalmente diferentes, mas com um encaixe perfeito, feitas umas para as outras.

- Acho que a liberdade pode ser interpretada de várias maneiras. - Murmurou suspirando lentamente no pescoço do cacheando.

- E qual a sua maneira? - Harry perguntou, o tom de voz baixo e rouco, a polidez e a suavidade marcadas em cada palavra que saía de sua boca.

- Eu ainda vou descobrir. - Louis respondeu e riu baixinho, ele sabia que Harry havia revirado os olhos.

E eles ficaram ali, por mais alguns longos minutos, apenas apreciando a presença um do outro e o calor que seus corpos emanavam naquela fria noite de outono, enquanto a gélida brisa caía sobre seus corpos. Até que, ao voltar a olhar para o majestoso céu, Harry chamou a atenção de Louis.

- Uma estrela cadente. - O cacheado disse apontando para o céu, vendo o veloz meteoro passeando pela imensidão escura. - Faça um pedido.

Louis apenas se ajeitou no corpo do maior e obedeceu-o, fechando os apertados olhinhos azuis e fazendo um pedido silencioso.

- E então, o que pediu? - Harry perguntou quando o meteoro já havia ido embora.

- Que eu descobrisse a minha maneira de ser livre e que eu nunca estivesse sozinho novamente.

- Como você está se sentindo?

- Melhor do que ontem, pior do que amanhã.

Os dois rapazes conversavam dentro do extenso quarto todo pintado de branco e com alguns mínimos detalhes em verde água. Parecia tudo muito limpo, mas logo aquelas cores, que deveriam trazer leveza ao ambiente, apenas pesavam a situação, deixavam tudo ainda mais depressivo e vazio.

- Liam está tão mal... - O pequeno murmurou cauteloso. O que ele menos queria era ver Zayn chorar, o menino já estava fragilizado o bastante.

- Imagino que sim. Ele dormiu aqui esta noite, e se recusou a ir trabalhar ou me deixar aqui sob responsabilidade do hospital. Ele está realmente preocupado. - Zayn riu fraquinho e brincou com os dedos que eram limitados pelos fios dos catéteres que eram ligados em suas mãos.

O menino nunca fora de conversar muito com as pessoas, era tímido e sempre preferia ficar quieto em seu canto, mas com Louis as coisas haviam funcionado de uma maneira diferente. Com o pequeno as coisas pareciam fluir naturalmente, e Zayn parecia nem ao menos se lembrar da timidez à sua presença, e gostava disso. Ele gostava da sensação de ter perto de si alguém que lhe trazia confiança além de Liam.

- De qualquer forma, vou pedir para que me deixem sair esta tarde. - Murmurou vendo Louis encara-lo como se houvesse dito algo estúpido, o que, de fato, era verdade.

- Como assim? - Louis indagou.

- Eu estou em tempo limitado, pequeno, não vou passa-lo dentro de um quarto de hospital sendo furado milhares de vezes todos os dias, servindo de cobaia para seus experimentos. Eu quero viver, Louis, mesmo que seja por um curto período de tempo. Estou cansado de apenas existir, quero realmente me sentir vivo, fazer o que eu gosto, com quem eu gosto. Lamento muito eu ter pensado nisso apenas agora, quando recebi a notícia de que meu tempo não é longo. Mas, como dizem, antes tarde do que nunca, não é?

Louis sentia os olhos úmidos e o nariz começava a queimar, ele não iria chorar, ele tinha que ser forte, por Zayn.

- Ontem foi aniversário dele... - Zayn murmurou. Louis não precisou pensar muito para entender que era de Liam que ele falava. - Amanhã faremos três anos de namoro, três anos escondendo quem eu realmente sou.

Zayn suspirou trêmulo e se ajeitou na maca.

- E por que esconder, Zayn? - Louis perguntou.

- As coisas não foram muito legais quando resolvi contar para os meus pais o que sou.

E então Louis entendeu. Os pais de Zayn não haviam o aceitado.

- Eles ameaçaram me deserdar, disseram que não criaram um filho para que ele se tornasse uma aberração. - Suspirou. - Eles sempre foram muito ligados à religião, talvez fosse por isso. Então eu aceitei, disse para eles que iria mudar, e eles acreditaram, de uma forma que eu desconheço, mas acreditaram.

Zayn pausou rapidamente e pensou no que estaria acabando de contar para Louis; era sua história ali, e ele nunca havia contato a ninguém, exceto Liam. Mas, pensando melhor, o que ele tinha a perder? Logo ele não estaria mais ali.

- Tudo correu bem a partir desse dia, eles me tratavam como se nada tivesse acontecido e eu nada fazia além de fingir que estava tudo bem. Depois de um ano eu conheci Liam em uma convenção de arte à grafite, e aí minha vida virou de cabeça para baixo. Mantemos contato e depois de algumas semanas nós já estávamos ficando. Eu nunca fui bom em lidar com sentimentos, sempre me deixei levar e me apego à pessoa rapidamente, então, logo eu já gostava de Liam. Ele diz que sempre esteve apaixonado por mim, mas eu sei que fui eu quem se apaixonou primeiro. - Riu baixo. - Depois de dois meses, nos quais nos entrávamos escondido, nós fomos comemorar o aniversário dele junto com alguns amigos; naquela noite ele assumiu o que sentia por mim, e eu fiz a mesma coisa. Dois dias depois ele me pediu em namoro. De primeiro eu não quis aceitar, não queria me envolver seriamente com alguém para que essa pessoa fosse obrigada a esconder, por minha causa, quem ela realmente era. E eu estava disposto a não aceitar isso, a jogar para o ar tudo o que eu sentia por ele, para que ele pudesse ser feliz; ao lado de alguém que pudesse estar com ele a todo momento, alguém que pudesse mostra-lo ao mundo e apresenta-lo como namorado, orgulhando-se ao poder dizer isso, porque Liam é, definitivamente, a melhor pessoa que eu conheço e ele merece todo o reconhecimento possível.

Zayn limpou o canto dos olhos, passando a língua entre os lábios e suspirando pesado.

- Mas então ele disse que não importava. Disse que não fazia questão de mostrar ao mundo que estávamos juntos, porque, afinal, eu era o seu mundo, e se aquilo estava claro para mim, ninguém mais precisava saber. Disse que as coisas não precisavam ser expostas à todos para que acontecessem, que mesmo escondido de tudo e todos, o sentimento ainda estava ali, entre nós dois, no nosso mundo, no nosso particular. E não precisávamos da permissão de ninguém para que isso acontecesse. Ele me fez acreditar, ele fez com que eu não tivesse que fingir ser alguém que eu não sou, ele me fez possível.

Louis, que ouvia atentamente, nem percebeu quando uma gorda lágrima escorreu de seus olhos. O pior nem era ver o amigo na cama à chorar, mas sim ouvir o quão pesadas e cheias de tristeza eram as palavras usadas por ele para contar o que lhe acontecera no passado. E ao mesmo tempo, doía ver o quão cheias de afeto eram suas palavras a respeito de Liam; assim como doía lembrar que, logo, o menino perderia o amor da sua vida.

- Eu nunca fui uma pessoa fácil, e tenho certeza que tenho muito mais defeitos do que qualidades, mas quando eu estou com ele... é como se meus defeitos não existissem. Ele me faz um alguém bom, me torna uma pessoa diferente. Eu o amo tanto, Louis.

Zayn limpou os olhos com o polegar novamente, suspirando trêmulo antes de voltar a falar.

- E eu tenho certeza que ele sente o mesmo, porque ele foi o único que veio aqui, e que se dispôs a me acompanhar enquanto eu lutava contra essa doença. Não veio meu pai, não veio minha mãe, muito menos minhas irmãs, ele foi o único que apareceu, ele foi o único que sempre esteve presente, ele foi o único que fez de tudo por mim, e sempre será, porque ele é o único que se importa. Estou cansado de fingir ser quem não sou para agradar pessoas que nem ao menos se importam se eu estou bem, ou se estou em uma cama de hospital sendo furado de hora em hora. Eu não quero mais isso, Louis, não quero mais sacrificar a minha felicidade por quem nem ao menos se preocupa comigo.

Zayn chorava silenciosamente, e Louis ao encara-lo, viu ao fundo, na porta do quarto, o garoto de cabelos castanhos desajeitados, Liam. Ele chorava baixinho assim como Zayn, que não percebera sua presença, já que estava com a atenção centralizada a Louis.

- O que eu quero dizer é que... Você tem o mundo todo em suas mãos, Louis. - Murmurou. - Você tem uma família que te apoia acima de qualquer coisa, e até filhos tem agora, os quais eu tenho certeza que, mesmo nesse pequeno espaço de tempo, já perceberam o quão maravilhoso você é, e já te amam de maneira incondicional. E além de tudo isso, você tem um namorado, ou melhor, um noivo, que te ama de todas as maneiras possíveis, e ele tem demonstrado isso à cada pequena prova que tem feito para você. Sei que vocês tiveram seus deslizes, sei que o relacionamento de vocês tomou um rumo inesperado, mas também sei que o sentimento não mudou, sei que ele continua sendo a última pessoa que você pensa antes de dormir e a primeira a ser lembrada ao acordar. São quase seis anos, Louis, não deixe tudo ir embora pelo ralo. Como eu já disse, você tem o mundo todo nas mãos, não faça mau uso dele. Seja você mesmo, seja feliz, e viva enquanto há tempo, não faça como eu que precisei receber um tempo limitado para notar que apenas a minha felicidade importa. Você é muito mais que isso, não se esqueça.

Louis suspirou assentindo e fungando baixinho.

- Q-quanto tempo você tem? - Perguntou.

- Três meses. - Respondeu baixinho.

Os dois meninos logo voltaram suas atenções para a porta, quando Liam finalmente fungou alto e chorou abertamente, se aproximando rapidamente de Zayn que apenas abriu os braços e permitiu que o garoto se jogasse contra seu corpo, o fazendo grunhir baixinho e deixar um beijo entre seus fios amarronzados.

- Eu não posso te perder, Z, não agora. Você não pode me deixar sozinho. - Murmurou abafado contra o peito do moreno.

- Ei, ei. - Zayn chamou-o levantando seu rosto e olhando no fundo de seus olhos, sorrindo fraquinho. - Não importa onde eu esteja fisicamente, mas eu sempre estarei vivo em seu coração e em seus pensamentos, basta você querer, amor.

Louis apenas suspirou e sorrateiramente se levantou saindo do quarto, deixando que o casal tivesse seu momento.

Assim que fora do quarto, retirou o celular do bolso e leu as mensagens de Harry, que haviam chegado minutos antes.

"Eu liguei para o hospital, Julie disse que sua sessão será realizada apenas no próximo final de semana, ela disse que tentou te procurar no seu quarto mas não te encontrou, então adiantou a consulta com o próximo paciente."

"Você pode voltar para casa agora. Temos um compromisso daqui cinquenta minutos, não sei atrase!"

"E antes que você me pergunte: Sim, eu já pedi a permissão da Julie para fazer o que iremos fazer, e sim, Margareth cuidará das crianças."

"Venha logo, estou à sua espera xx"

"Amor, cadê você? Daqui a meia hora temos compromisso agendado e você ainda não apareceu :("

"Vinte minutos... Você vai mesmo me deixar na mão?"

"Louis :("

O menino ligeiramente sorriu fungando uma última vez. Era incrível como em poucos meses Harry passara de um bêbado mesquinho para um noivo dos sonhos.

Rapidamente ligou para o motorista, pedindo para que o mesmo o buscasse em frente ao Royal Marsden. Pouco menos de dez minutos depois o homem já estava abrindo a porta do luxuoso veículo cerâmica para que Louis adentrasse-o. E em menos que isso, eles já estavam chegando à mansão do casal.

Louis não poderia ter um sorriso maior no rosto ao ver, pelo escuro vidro coberto pela película de insulfilm, Harry brincando com Marie e Ethan no jardim arborizado da casa.

O rapaz de cachos bagunçados e bandana colorida fingia correr atrás das crianças fazendo caretas e abrindo os braços como se fosse pega-las, e ambas, desesperadamente, fugiam do pai.

Louis também via Margareth ali perto, sorrindo terna para a cena. Ele a entendia perfeitamente.

Assim que o carro estacionou, o menino mesmo desceu, sem esperar que Charlie se dispusesse a abrir a porta para ele. Em passos lentos caminhou até a área coberta pela grama verde em frente à casa, onde Harry brincava com as crianças, e parou próximo a eles, com os bracinhos cruzados e um olhar desafiador estampado no rosto.

- Então quer dizer que eu apenas saio por alguns minutos e vocês já começam a dar ideia e brincar do lado de fora com esse brutamonte? - Proferiu brincalhão.

- Papai! - Marie gritou alegre assim que encontrou o pai com os olhos, correndo até o rapaz e abraçando suas pernas.

Ethan, assim como a menina, soltou um gritinho agudo e gargalhou enquanto caminhava desajeitado até o pai, abraçando-o também.

- Você demorou. - Harry disse depois de alguns segundos, um pequeno sorriso no rosto.

- Aconteceram algumas coisas. - Louis disse sorrindo fraquinho para Harry. O não passou despercebido pelo rapaz, ele perguntaria sobre isso mais tarde.

Louis curvou o corpo e beijou a testa de Marie que sorriu largamente, e com pouco esforço, pegou o pequeno corpo de Theodor nos braços encaixando-o em seu abraço.

- Ei garotão, como você está pesado, parece que engordou dez quilos desde que chegou aqui! - Disse brincalhão, sorrindo ao ver Ethan colocar a mãozinha na boca em vergonha, as grandes bochechas ficarem rosadas e, sorrateiramente, esconder o rostinho na curva de seu pescoço.

Margareth sorriu ao ver a cena e se aproximou do pequeno menino que era apertado por Marie e abraçado por Theodor.

- Eu ficarei com eles, doce, você tem compromissos com Harry agora. - Murmurou com um sorriso cálido nos vantajosos lábios contornados pelo batom vinho escuro.

Margareth era uma mulher consideravelmente bela. Não era nova, mas também não era tão velha e, muito menos, descuidada. Vivia cuidando de seus hábitos alimentares e as vezes fazia até mesmo Louis entrar em suas regras. Estava sempre bem vestida, com um corpo de dar inveja à qualquer mulher de sua idade, tinha os cabelos negros bem ajeitados em um coque e um sorriso encantador espalhado pelos lábios, o qual contagiava à todos.

- Vocês irão demorar? - Marie perguntara ao se ajeitar no confortável colo de Maggie.

- Talvez, meu amor, não se preocupe com isso. Estaremos de volta ainda hoje, talvez antes mesmo de vocês irem dormir. - Harry respondeu a pergunta da menina.

O rapaz se aproximou lentamente de Louis e lhe depositou um beijo na testa, vendo-o sorrir em resposta e ajeitar os braços pelo corpo de Ethan, que grunhiu baixinho e sonolento, se apegando ainda mais ao pai e, calmamente, fechando os olhinhos.

Harry riu baixinho e Louis sorriu em adoração.

- Vamos leva-lo até o quarto deles, doce, e então você e Harry podem ir fazer seja lá que o que for. - A mulher disse sorrindo e rapidamente Louis percebeu a mesma piscar para Harry.

Ela sabia o que o cacheado estava planejando, e isso deixava Louis ainda mais curioso.

- Tudo bem...

O menino caminhou calmamente atrás da mulher seguindo rumo ao quarto do pequeno casal, e assim que chegou, despejou o corpinho de Ethan sobre sua cama, ajeitando-o sobre os lençóis bem arrumados.

- Agora vocês podem ir. - Margareth proferiu e virou o olhar para a menininha ao seu lado. - Enquanto isso, eu e Liza vamos assar biscoitos!

Louis viu a menininha pular feliz com o que a mulher havia acabado de dizer, e sorriu, tanto pela cena, quanto pelo apelido carinhoso que Margareth já havia criado para ela.

Harry logo já estava puxando o pequeno corpo de Louis para fora do quarto e o menino apenas tentava acompanhar seus passos.

- Nós estamos atrasados, Looou. - Harry resmungou fazendo biquinho e correndo enquanto segurava a mão do menino.

Louis apenas riu baixinho e correu também, parando apenas quando o mais alto desacelerou os passos para pegar a chave de seu Intrado na bancada da cozinha.

O casal logo já estava dentro do carro prateado, Harry colocando o cinto e procurando alguma coisa na repartição ao seu lado.

- Aqui. - Disse subindo o olhar e suspendendo uma venda preta para Louis.

- O que é isso?

- Uma venda. - Harry respondeu o óbvio.

- Ah, jura? Pensei que fosse um leão. - Louis retrucou em escárnio, vendo Harry revirar os olhos e bufar.

- Apenas amarre isso sobre os olhos, ok? - Pediu e deixou o pequeno pedaço de pano sobre o colo do mais velho.

Com isso, pegou a chave e logo eles já saiam do extenso jardim da casa, tomando rumo à algum lugar deserto, no qual Louis desconhecia.

- Já pode colocar a venda, por favor. - Harry o lembrou.

O pequeno lentamente obedeceu, amarrando as pequenas tiras habilidosamente sobre sua touca, e assim, não vendo mais nada.

- Não estamos indo para Doncaster de novo, certo? - Louis tentou.

- Não, é um local perto. Já estamos chegando.

- Você pode... Me dar dicas? - Pediu piedoso.

Harry riu baixinho e assentiu, lembrando que o menino não o via e dizendo um rápido "sim" baixinho.

- Eu conheço o local?

- Não.

- É alguma coisa relacionada a comércio?

- É... - Harry pensou um pouco.

- Eu conheço quem trabalha lá?

- É o Xander, aquele antigo amigo meu.

- Droga, você nunca me disse com o que ele trabalhava. - Louis resmungou e Harry riu.

- Ainda bem, estragaria a surpresa.

- É relacionado à comida? - Continuou a tentar.

- Não!

- Droga, desisto. - Louis cruzou os braços e emburrou o rosto.

- Ainda bem, acabamos de chegar. - Harry respondeu e Louis pôde ouvi-lo desatar o cinto, fazendo o mesmo.

Logo o mais alto saía do carro e como um bom cavalheiro, abriu a porta para que Louis descesse, ajudando-o onde pisar e enrolando o braço por sua cintura para que pudesse guia-lo.

De longe o menino ouvia alguns breves barulhos de chamas saindo de algum lugar, como se fossem maçaricos. Ele estava começando a ficar com medo.

- Ei, ei! Calma, Lou, eu nunca faria nada de ruim para você! - Harry proferiu ao que sentiu o menino ficar tenso em seu toque. - Não consegue identificar ainda?

Louis rapidamente negou.

- Tudo bem, eu irei tirar sua venda, mas prometa para mim que você irá continuar com os olhos fechados. - Harry pediu e parou atrás do menino.

Louis rapidamente levantou a mãozinha e suspendeu o dedinho.

- Pinky promise! - Disse infantilmente.

Harry apenas riu do noivo e entrelaçou seu dedinho ao dele por alguns segundos, sorrindo pelo quão adorável Louis podia ser sem nem ao menos perceber ou se preocupar em fazer de propósito.

- Pronto.

O menino mais novo disse e foi até o lado de Louis, vendo que o mesmo continuava com os olhinhos apertados fechados. Pegou em sua mão e deu mais alguns passos curtos para frente, e assim que parou, disse:

- Abra seus olhos.

Louis abriu-os com certa relutância, mas assim que focalizou a visão, sentiu seu coração acelerar lentamente.

- Já são quatro e meia, daqui alguns minutos o sol começa a desaparecer. - Harry murmurou sorrindo.

- Harry... - Louis sussurrou. - O que nós vamos fazer?

Harry riu e começou a caminhar para frente de costas, ainda encarando o namorado.

- Nós vamos voar, Louis, como os pássaros, ou melhor, junto a eles.

O som do propano sendo queimado e liberado pelas válvulas era ouvido.

Louis e Harry estavam sentados juntos no banquinho à espera de Xander, que ajudava a encher o envelope do balão no qual o casal passearia.

- Prontinho, rapazes, já podem ir à bordo. - O homem disse se aproximando.

Harry sorriu largamente, levantando-se assim como Louis, que apesar de nervoso, queria mais que tudo ter aquela experiência.

O trio caminhou até o balão calmamente. Louis observava tudo atentamente.

- Eu serei o piloto de vocês, se me permitem, e não se preocupem, não irei atrapalhar. Apenas finjam que eu não existo. - Xander disse com bom humor.

Logo, o rapaz ajudava Louis a entrar na larga cesta firme de vime e Harry, com agilidade, também entrou.

- Podemos? - Xander perguntou.

Logo os rapazes que trabalhavam com ele estavam soltando a corda que segurava o balão, fazendo com que o mesmo, aos poucos, começasse a flutuar.

- Oh Deus... - Louis murmurou e tampou o rosto com as mãos, tentando esquecer que não estava em chão firme mais.

- Ei! - Harry chamou sua atenção sorrindo, puxando seu corpo contra o dele e colocando-o com as costas colada em seu peito. - Destampe os olhos, não tenha medo.

Louis aos poucos tirou a mãos dos olhinhos e encarou o horizonte, eles não estavam muito alto, cem metros, talvez. Mas a vista já era consideravelmente maravilhosa.

- É lindo. - Murmurou e encostou a cabeça no peito de Harry que nada fez além de enlaçar seus braços pela cintura do menino. - Foi tudo ok no estúdio hoje?

Louis realmente não queria falar sobre trabalho, mas não sabia como puxar assunto com Harry naquele momento, e o silêncio certamente seria constrangedor.

- Sim... Eu tinha apenas que resolver algumas assinaturas de contratos que estavam atrasadas. Vários artistas e músicos que compõe algo mais ligado ao indie e ao folk, têm nos procurado. Recebemos vários por indicações mais famosas, dizendo que éramos os melhores com acústicos em início de carreira. - Harry riu baixinho. - E você, o que houve no consultório hoje que demorou tanto, e aliás, por que Julie não o encontrou?

Louis suspirou baixinho, ele sabia que Harry chegaria a esse assunto.

- Eu fui visitar o Zayn.

Louis sentiu Harry ficar tenso e ainda mais os braços em volta de seu corpo.

- O que houve com ele? - Perguntou.

- Ele não passou bem nos últimos dias, então foi internado e colocado em observação. - Suspirou. - Ele está em tempo limitado.

Harry não falou mais nada, apenas continuou a apertar Louis e observar o horizonte. Eles estavam muito mais elevados, talvez uns trezentos metros de altura.

- Vamos ter que adiantar o casamento.

- Como? - Harry disse em meio a um engasgo.

- O casamento, temos que adianta-lo. - Louis repetiu.

- Eu entendi, Lou, mas... Você tem certeza?

Harry estava, definitivamente, inseguro.

- Harry, olha minha situação. Hoje foi o Zayn, amanhã pode ser eu. Não estamos em momento de pensar muito, apenas vamos fazer acontecer, tudo bem? Vamos aproveitar enquanto podemos.

Harry apenas assentiu e beijou a cabeça de Louis que era tampada pela touca.

- Eu só não quero que se sinta forçado a nada. Eu estava disposto a esperar o tempo que fosse, mas se você acha que deve ser assim, assim será!

Louis sorriu pelo noivo ter o entendido.

- Daqui a quanto tempo? - Harry perguntou.

- Em dois meses. - Louis respondeu. - Quero Zayn e Liam como meus padrinhos.

Harry nada fez além de sorrir e assentir novamente.

O silêncio certamente não foi constrangedor como Louis esperava, diferente disso, eles estavam apenas aproveitando a presença um do outro, depois de muito tempo sem o fazer. Observavam com admiração às cores quentes do sol se espalhando por todo o céu, e as pequenas e vastas nuvens sumindo aos poucos. As altas árvores eram como um plano de fundo aos seus olhares e a brisa serena batia contra seus rostos lhes causando uma sensação agradável.

- E então, como se sente? - Harry perguntou.

E Louis não pôde pensar em resposta melhor.

- Livre.


- Vamos, vamos! - Harry gritava infantilmente para Louis.

O casal havia saído de seu passeio de balão há poucos minutos, e agora estavam na pequena lanchonete onde haviam tido um de seus primeiros encontros. Eles já haviam comido alguma coisa e, agora, Harry arrastava Louis para o jardim interno.

- Calma, Haz. - Louis disse gargalhando e correndo atrás do noivo.

O mais alto, que estava na frente de Louis, assim que chegou na grama, se jogou no chão contra a mesma, respirando rapidamente por conta da corrida.

Louis logo chegou ao seu lado e fez o mesmo, deitando-se contra o fofo tapete natural. Eles ficaram ali, recuperando o fôlego por mais alguns longos minutos, até Harry perceber a brisa fria e ouvir Louis batendo os dentinhos. Ele sorriu terno e puxou o pequeno corpo do rapaz para que se encolhesse contra o seu. Louis nada fez além de se aconchegar e procurar calor ali, enfiando as pequenas mãozinhas por dentro do moletom de Harry que se arrepiou ao sentir a frieza das mesmas.

- Você se lembrou de tudo, literalmente. - Louis proferiu depois de um tempo.

- Eu não poderia me esquecer...

- Muito obrigada.

- Pelo o que? - Harry perguntou franzindo o cenho.

- Por não desistir e continuar lutando por mim. Por não ter ido embora quando tudo começou a se complicar. - Murmurou baixinha.

Harry beijou a cabeça do menino e suspirou.

- Eu não posso aceitar seu agradecimento, porque eu tenho total consciência de que, mesmo com tudo isso, o que eu fiz foi errado. Sei que ainda te machuca e que você não vai esquecer tão cedo. Então, eu só aceitarei esse agradecimento no dia que eu estiver totalmente perdoado, mesmo que isso demore muitos anos.

Louis se encolheu mais no aperto de Harry e deixou um beijo casto em sua costela tampada pelo moletom.

O casal tornou ao silêncio agradável enquanto observavam o estrelado céu. E como se fosse um brinde, relembrando os tempos antigos, de longe Harry viu o veloz meteoro se aproximando.

- Uma estrela cadente. - Disse. - Faça um pedido.

Era como estar revivendo seus antigos momentos, e Louis não podia negar, mas estava sendo maravilhoso. Aquela sensação de nostalgia e ao mesmo tempo satisfação e realização, nada poderia melhorar.

Obedeceu o noivo, e fechou os olhinhos apertados, fazendo seu suposto pedido silencioso. Assim que o meteoro já estava longe o suficiente, Louis abriu os olhos e levantou a cabeça para encarar Harry.

- E então, o que pediu? - Ele perguntou.

- Nada.

Harry rapidamente arregalou os olhos e Louis riu.

- Eu apenas a agradeci por ela ter realizado meu último pedido.

Harry suspirou e sorriu.

- Então quer dizer que você já descobriu sua maneira de ser livre? - Perguntou.

- Sim. - Louis respondeu.

- E você não está mais sozinho? - Continuou.

- Não.

- Por que?

- Porque eu sei que você está comigo agora, e de que não vai me deixar novamente.

E talvez Louis nunca houvesse tido tanta certeza ao proferir aquelas palavras.

Harry era dele, apenas dele, e nada mais seria capaz de mudar isso.

(Me desculpem por qualquer erro ortográfico ou de pontuação)

OI OI OIIIIII MEUS AMORES

Gente, eu estou tão feliz com a repercussão da fanfic, vocês são tão maravilhosas e :(

Muito muito muito obrigada por tornarem isso possível, serei eternamente grata a vocês.

Na verdade, nem sei se vocês lêem isso que eu deixo nas notas, mas de qualquer forma

EU AMO TANTO VOCÊS

Me desculpem por esse capítulo fraquinho, sério mesmo, e pela demora também, tive um bloqueio de criatividade e saiu isso.

Enfim, espero que tenham desfrutado de algo deste capítulo e vamos ver o que pode acontecer huh?

Amo muito vocês

Todo amor, Lou xx

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