o6. Louis and Harry or... dada and daddy?
Tenham uma boa leitura, minhas princesas xx
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Harry e Louis estavam na sala de espera.
Louis já estava começando a entrar em desespero e Harry fazia de tudo para tentar acalmar o menino.
Quando mais cedo, Louis foi obrigado a ingerir até mesmo um calmante para que conseguisse controlar sua ansiedade. O menino estava tão nervoso com a visita que estava deixando Harry da mesma forma.
Faziam exatos vinte minutos que o casal esperava por Jocelyn, a moça os levaria para conhecer as crianças.
Harry levou a mão até a nuca do pequeno e acarinhou o local com suas curtas unhas, mostrando para Louis que ele estava ali, fazendo o mesmo relaxar um pouco.
- Vai dar tudo certo, pequeno. - Harry murmurou puxando levemente a cabeça do menino e lhe dando um beijo na têmpora.
Louis sorriu e encostou a cabeça no peito do menino, vendo-o enrolar o braço por cima de seu ombro. Suspirou e levou a mão até a aliança em seu anelar direito como automático, brincando com a jóia.
- Senhor Tomlinson e senhor Styles. - Jocelyn apareceu na sala sorrindo enquanto segurava sua original prancheta de eucatex contra os seios.
Louis de levantou de imediato, fazendo Harry rir levemente e se levantar também.
- Vamos? - Perguntou a moça.
O casal assentiu e seguiu a loira pelo extenso corredor.
- Vocês chegaram no momento de recreação das crianças. Por isso, elas estão todas reunidas no playground. - Jocelyn disse adentrando uma das portas na qual acabava em mais um corredor. - O berçário é no andar de cima, lá estão as crianças que tem entre vinte dias à quatorze meses de vida, fora isso, todas estão no andar de baixo.
Louis olhou para Harry rapidamente e sorriu.
- Nós preferimos uma adoção tardia. - Murmurou vendo Jocelyn se virar para eles e sorrir.
- Isso é ótimo! São poucos os casais que preferem crianças com mais de um ano de idade. - A moça sorriu triste.
Caminhou pelo corredor e desceu uma pequena escadinha, parando em frente a uma porta.
- Preparem os ouvidos. - Ela disse sorrindo.
Os meninos riram baixinho. A mulher alta abriu a porta rapidamente e o som dos gritos, risadas e brinquedos barulhentos se fez presente. Louis sorriu abertamente, procurando a mão de Harry ao seu lado e entrelaçando seus dedinhos aos do maior. Havia chegado a hora, eles finalmente formariam sua família.
- Aqui estão as crianças de quatorze meses à doze anos de idade. Os pré adolescentes e adolescentes ficam no segundo prédio. - Jocelyn comentou. - Entrem.
Louis e Harry adentraram a grande sala e olharam maravilhados para todas aquelas crianças.
- Nós temos crianças de todas as origens aqui, temos casais, gêmeos e casais de gêmeos. Vai ficar bastante confuso para categorizar cada criança com essa bagunça, mas é só observar bem cada uma delas, e caso queiram, peçam que eu reservarei uma sala vazia para uma pequena entrevista de conhecimento entre vocês dois e elas. - Jocelyn continuou falando.
Louis sorriu para a mulher e voltou a observar cada uma das pequenas crianças que corriam felizes por aqueles gigante pátio. Por Deus, elas estavam tão felizes com tão pouco.
Harry apertou a mão do menino levemente e o mesmo o olhou na expectativa do que o maior diria. Harry apenas apontou com a cabeça para uma pequena menina sentada no canto da sala, ela conversava sozinha, cabisbaixa, e logo após todo o discurso solitário, assoprou a única velinha presente em cima do pequeno cupcake em suas mãos.
Louis franziu o cenho e seu sorriso sumiu. Ele soltou rapidamente a mão de Harry e coçou a nuca, logo ajeitando a touca em sua cabeça. Maldita mania.
Jocelyn percebeu o olhar do casal sobre a menininha e sorriu triste.
- O nome dela é Marie, Marie Elizabeth, ela tem seis anos. Ou melhor, ela acabou de completar seis anos. - Jocelyn disse, identificando a menina para os rapazes.
- O aniversário dela é... - Harry começou.
- Sim, o aniversário dela é hoje. - Jocelyn suspirou. - Ela está aqui há três anos. Chegou junto com o irmão que tinha menos que três meses de vida na época. A mãe e o pai morreram em um acidente de carro, eles haviam ficado com a vizinha, uma senhora de setenta anos que sempre ajudava o casal. Eles não mantinham contato com a família por algum motivo desconhecido, sendo assim, nenhum deles se deu ao trabalho de lutar pela guarda das crianças. Então... Elas acabaram aqui. - A mulher respirou fundo.
- Nós podemos... Conhecer ela? - Louis perguntou.
- Vocês tem certeza? - Jocelyn perguntou insegura.
A verdade era, com tantas crianças hiperativas, animadas e felizes naquela sala, Harry e Louis haviam escolhido a mais reclusa, excluída e introvertida.
Nos três anos da menina no local, ela havia recebido pouco menos que cinco entrevistas, e o casal que a entrevistara sempre acabava por dizer que a ela era tímida demais, perguntando se não tinha como adotar apenas o irmão da mesma. Porém, por ordem superior, o menininho só poderia ser adotado se fosse em conjunto com a irmã.
- Marie é muito introvertida, não gosta de muita conversa e passa quase todo o seu tempo sozinha, quando não está na presença do irmão. Em seus três anos aqui no centro, eu a vi sorrir apenas uma vez. Ela havia acabado de receber a notícia de que um casal havia resolvido fazer a adoção dela e do irmão, porém dois dias depois recebemos a notícia do falecimento da moça na qual se dispusera a adota-la, e então ela voltou a se excluir. Ela não tem amigos, não conversa com ninguém, exceto eu e seu irmão. Ela é definitivamente uma criança complicada, mas ela sempre se abre bastante com quem se dispõe a adota-la, talvez seja assim com vocês. Sem contar que ela é uma criança realmente inteligente, nem ao menos parece ter apenas seis anos!
Louis olhou rapidamente para Harry após escutar tudo o que a mulher tinha para lhe dizer, então suspirou, sorrindo levemente ao pensar no que diria.
E disse.
- Nós vamos adotar ela e o irmão.
•••
- Bom, primeiro vocês tem que assinar isso. - Jocelyn disse ao entrar na sala e jogar uma papelada sobre a mesa, assustando levemente os dois garotos.
- E o que seria isso? - Harry perguntou passando o braço pelo ombro do pequeno menino sentado ao seu lado, que sorriu levemente.
- Aqui está o atestado comprovando que vocês estão assumindo total responsabilidade pelas crianças. Será uma semana de adaptação, então, se no fim da semana que vem, Marie e Ethan ainda quiserem continuar com vocês, e vocês com eles, vocês terão que voltar aqui, eu pegarei essa papelada novamente e vocês irão assinar mais uma folha, alegando que a partir daquele dia vocês se tornaram legalmente responsáveis por eles. - A mulher disse se sentando do outro lado da cadeira.
- Oh... - Harry murmurou e retirou o braço de volta do pequeno menino, pegando a caneta e lendo apenas as entrelinhas de cada página, logo rabiscando seu nome com direito a dois x's no final. - Aqui, amor.
O de cachos estendeu a caneta e empurrou a papelada na mesa, encarando Louis esperançoso. O menino olhou-o com um olhar perdido e sorriu amarelo. Ele estava com medo.
- Vamos lá, Lou. Nossa família, lembra? - Harry disse piedoso.
Desde sempre Louis soube da paixão secreta que Harry supria por crianças, e foi assim que dois anos antes, tomou coragem para colocar seus nomes na fila da adoção. Quando Harry recebeu a notícia, ficou extremamente animado e mal soube como reagir, era como um sonho se realizando. Mas então o tempo começou a passar, o relacionamento a esfriar, Harry e Louis a se afastar. Eles nem ao menos se lembravam de que seus nomes estavam nessa lista. Até pouco tempo, quando foram avisados de que finalmente poderiam ser pais.
Louis de início ficou hesitante em relação a isso, mesmo não querendo deixar tão na cara, mas na verdade, ele estava morrendo de medo. As coisas estavam acontecendo tão rapidamente, e eram tantas coisas. A doença, Harry lhe agradando, Harry tentando lhe conquistar, Harry cuidando dele, Harry pedindo-o em casamento, Harry querendo adotar crianças, Harry, Harry, Harry, Harry.
Louis não sabia mais o que pensar, Louis não tinha mais o que pensar, porque apenas uma coisa passava por sua mente, Harry.
Ele não era a melhor pessoa com crianças, tinha lá suas experiências por ter convivido com quatro caçulas dentro de uma casa pequena, mas ainda não era o mais experiente. Lembrava de tantas as vezes que fez suas irmãs chorarem por não saber contar corretamente as histórias antes de dormir e acabar assustando as mesmas, ou de como levava esporros de sua mãe por ter feito bagunça na cozinha enquanto tentava fazer bolinhos e cookies com as irmãs. Louis, definitivamente, era péssimo com crianças.
E apesar de tudo, mesmo assim Louis continuava querendo adotar filhos. Dois, para ser mais específico. E ele sempre deixava claro isso. Mas ele apenas pensava a respeito, e não pensava em colocar tudo em prática realmente, e agora que estava acontecendo, ele estava assustado.
- Amor? - Harry chamou-o tirando de seus devaneios.
- Sim?
- Não vai assinar?
O menino então viu que a caneta já estava em sua mão e o papel embaixo delas. Ele realmente iria fazer isso.
Com cautela e apreensão assinou rapidamente o nome na folha, deixando sua famosa carinha ( =) ) no final da escrita.
Levantou e olhou para Harry que sorria largo, e Jocelyn, que sorria encantada para o casal.
- Agora, vocês tem total direito de ter uma pequena entrevista com os dois. - A mulher empurrou a cadeira e se levantou. - Eu vou buscar as crianças, volto em um minuto.
Louis e Harry encararam a moça saindo pela porta, e Harry se virou para o pequeno.
- Eu estou nervoso. - Ele admitiu e Louis nada soube fazer a não ser sorrir terno.
Harry estendeu o braço sobre a mesa e deitou em cima do mesmo, os curtos cachos esparramados sob a bandana, e o sorriso bobo brincando em seus lábios enquanto seus olhos verdes se direcionavam para as esferas azuis turquesa de Louis.
- Será que elas gostarão de nós? - Perguntou lentamente, fazendo Louis sentir tudo se remexer por dentro e o friozinho na barriga aparecer.
O menino quase se segurou ao levar a mãozinha até os cabelos do cacheado, mas de supetão seus instintos o traíram, e logo suas mãos acariciava os cachos macios.
- Elas vão te adorar, Harry. - Louis disse enquanto acarinhava lentamente os fios e via o menino fechar os olhos com um sorriso nos lábios, aproveitando a sensação.
- Continuo com medo... Esperei tanto por isso, Lou. O momento em que formaríamos nossa família e teríamos nossas crianças. Eu não esperava que fosse acontecer tão de repente, mas ainda assim, me sinto tão animado e ao mesmo tempo com aquele frio na barriga de medo, sabe?
Louis ouvia tudo atentamente, um pequeno sorriso bobo nos lábios. Ajeitou as mangas do sweater que tampavam suas mãos e acariciou a bochecha de Harry.
- Eu vou ser um péssimo pai. - Resmungou enrrugando o nariz. - Eu mal sei cuidar de mim mesmo, ainda preciso da sua ajuda para isso, Haz, como vou cuidar de duas crianças?
Harry riu baixinho e puxou Louis com o braço livre pela barra no sweater, o pequeno se aproximou e sorriu ao ver sua proximidade com o noivo.
- Nós faremos isso juntos e tudo dará certo, basta tentarmos. - Sussurrou. - Eu amo você, Lou, e irei amar nossas crianças igualmente.
Louis apenas continuou sem reação e sentiu Harry se aproximar ainda mais, colando seus lábios. O pequeno apenas não sabia como reagir, ou o que pensar, ele sentia falta do beijo de Harry, muita, mas ainda tinha aquele ressentimento.
Por fim, resolveu corresponder o cacheado e parar de pensar um pouco. Sentiu os lábios molhados de Harry se movimentarem contra os seus e espaçou-os para que o menino pudesse o beijar corretamente. O estralo de suas línguas ecoava pela pequena sala, e o som de sus lábios em atrito tornava o ambiente ainda mais quente. Louis estava começando a sentir que eles estavam indo a fundo demais.
O pequeno se afastou lentamente enquanto abria os olhos e via o fio de saliva que ligava seus lábios aos de Harry. Apenas se aproximou do menino mais uma vez e selou seus lábios aos dele uma última vez, vendo-o sorrir em resposta.
A porta de repente foi aberta e Harry rapidamente se levantou da mesa, se ajeitando na cadeira, pigarreando alto, e mantendo a expressão séria. Louis apenas passou a língua entre os lábios e sentiu as bochechas queimarem levemente.
- Bom, meninos... - Jocelyn disse rindo ao ver a situação do casal. - Esses são Marie e Ethan.
A mulher de afastou da porta, permitindo que Harry e Louis vissem ali uma pequena menina com um sorriso envergonhado nos lábios, e um menininho menor ainda, desajeitado enquanto brincava com as peças de lego nas mãos.
- Hey, sweeties. - Harry disse abrindo um largo sorriso.
A menininha apenas sorriu mostrando seus pequenos dentinhos de leite alinhados e as bochechas avermelhadas.
- Venha cá! - O homem abriu os grandes braços vendo a menina ainda receosa o encarar duvidosamente.
- Vá lá, querida. - Jocelyn impulsionou a garotinha.
Marie se aproximou lentamente, até parar de frente para Harry, olhando nos olhos do rapaz e logo se encaixando nos braços do mesmo.
- Vocês vão realmente nos adotar? - Perguntou baixinho no ouvido do moreno.
- Se vocês quiserem passar o resto da vida ao lado de dois chatos... - O rapaz brincou ouvindo a risada infantil da garotinha.
Louis, que observava toda a cena encantado, teve certeza de que ali, naquele exato momento, ele estava tomando a decisão que mudaria sua vida, e ele estava totalmente certo de que faria isso, desde que Harry estivesse ao seu lado, cuidando dele, e agora, de suas crianças.
•••
- Ah, vamos lá, você pode nos chamar por nomes melhores que os próprios. - Harry dizia.
Eles estavam caminhando na área verde do shopping. Harry tinha Ethan que dormia tranquilamente em seu colo, enquanto Marie segurava firmemente a mão de Louis. Era como se ela sentisse medo de que a qualquer momento Louis a soltasse e fosse embora, não voltando mais, deixando-a sozinha com o irmão novamente.
- Vocês... Gostariam de... Huh... - Ela começou receosa. Sua fala ainda era levemente embolada, mas ainda assim compreensível. - Se importariam se eu chamasse vocês de papais?
Louis rapidamente olhou para Harry que sorria abertamente com o comentário da menina.
- Mas não irá ficar muito confuso? Papai e papai? - Harry olhou em direção a pequena.
- Papai. - Olhou para Louis. - Papa. - Olhou para Harry. - Melhor assim?
Louis olhou para a menina e sorriu concordando. Ele ainda não acreditava que aquilo estava acontecendo.
Harry acenou também e logo viu seu carro no estacionamento próximo.
- Lou, você pode segurar Ethan? Vou até o carro buscar o carrinho para colocarmos ele e procurarmos algo na praça de alimentação. - Harry pediu.
Ele e Louis haviam planejado até os mínimos detalhes, afinal, tudo era preciso. Haviam comprado de tudo, mesmo não sabendo qual o gosto das crianças e o que elas gostariam de ter. Passaram um final de semana inteiro dentro de lojas infantis, enchendo carinhos e carrinhos de roupas, brinquedos, pelúcias e utensílios. Chegaram até mesmo a comprar o carrinho e a cadeirinha de bebê para colocar no carro, caso fossem adotar uma criança mais nova.
- Claro.
Harry estendeu o pequeno corpo em direção a Louis que habilidosamente pegou-o e o encaixou em seus braços. Ethan apenas resmungou e suspirou alto, encaixando a cabeça no pescoço do pai e colocando um braço de cada lado nos seus ombros, abraçando-o.
Marie sorriu ao ver o irmão tão confortável nos braços de Louis. Ela estava tão feliz, havia esperado tanto por aquele momento. Era, com toda certeza, o melhor aniversário de sua vida. Ela apenas esperava que Harry e Louis não cansassem dela e de seu irmão, largando-os no centro adotivo outra vez. Era o que ela mais temia. Talvez fosse até mesmo por isso que ela, uma pequena criança de apenas seis anos de idade, tinha uma mente tão evoluída. Ela precisou crescer, não só por ela, mas pelo irmão também.
- Vamos, filha? - Louis murmurou estendendo a mão.
Ele, de uma forma incrível, estava se sentindo bem ao lado daquelas duas crianças, estava feliz e aliviado. Era como se elas tivessem sempre pertencido a ele e Harry, eles apenas não sabiam disso.
Marie suspendeu a mãozinha e segurou a do pai, observando de longe Harry tirando o carrinho do porta-malas e logo se aproximando lentamente. Louis bufou ao ver a lentidão ao que o menino caminhava e rolou os olhos.
- Olha como seu pai é lerdo! - Exclamou para Marie.
- Eu estou te ouvindo, Louis. - Harry disse empurrando o carrinho emburrado.
Marie e Louis gargalharam juntos, e Harry juraria que poderia passar o resto de sua vida ouvindo aquele misto de risadas.
- Vamos, coloque Ethan no carrinho, eu estou com fome. - Disse fingindo estar bravo.
Louis apenas se fez de indiferente e colocou o pequeno dentro do carrinho, tampando-o com a manta grossa, já que já era tarde, e a brisa estava cada vez mais fria.
- Aqui, doce. - Harry disse para Marie entendo uma pequena jaqueta de frio e ajudando-a a se vestir.
- Papa. - Resmungou e abriu os bracinhos manhosa.
- Não se acostume! - Harry exclamou brincalhão, tirando a menina do chão e aconchegando-a em seu colo. - E aqui é para você, papai.
O cacheado dissera a Louis enquanto estendia seu moletom para que o menino vestisse. O pequeno apenas aceitou o moletom com as bochechas coradas ao perceber a ambiguidade do apelido no qual Harry havia acabado de chama-lo.
Vestiu a peça de roupa e ajeitou a touca sobre a cabeça, olhando para Harry e Marie que o encaravam. Era incrível como os dois pareciam se entender tão facilmente.
- O que foi? - Perguntou.
- Nada, é só que... - Harry tentou dizer.
- Que? - O menino teimou.
- Ele te acha a coisa mais preciosa que alguém poderia encontrar, e se sente a pessoa mais sortuda do mundo por te ter. E não importa o tempo, se fosse longo ou curto, ele sempre te olharia da mesma forma, porque o amor que ele sente por você, o carinho, é muito grande para acabar tão rápido.
Os rapazes encararam Marie incrédulos.
- Quantos anos você tem mesmo? - Louis perguntou.
- E como você sabe disso? - Harry suspendeu a sobrancelha.
- Eu tenho seis anos, e sei disso porque é assim que eu me sinto a respeito de vocês dois. E serei eternamente grata se vocês não nos deixassem como todos fizeram.
•••
- O que você vai querer, M? - Harry perguntou.
- Eu não sei ler, papa. - A menina resmungou.
- Eu sei, mas você deve saber o que vendem aqui, nunca foi a um restaurante ou lanchonete? - A menina negou.
Louis apenas riu baixinho e chamou o garçom.
- Traga uma porção média de tacos, uma pequena de frango frito, uma média de batatas e um combo do número nove. Um suco de laranja, um chá gelado com raspas de laranja e um copo pequeno de coca-cola. - O pequeno disse, vendo Harry sorrir orgulhoso e Marie o encarar em dúvida.
Louis apenas chamou o garçom mais perto e cochichou algo em seu ouvido. O que causou um Harry levemente raivoso, mas o menino se controlou.
Depois de minutos de espera, Ethan já havia acordado e continuava sentado em seu carrinho enquanto observava todos conversarem. Marie havia se enturmado com o casal de uma forma incrível, e o casal por si, estava adorando isso.
Logo a comida chegou e não demorou mais de meia hora para que não sobrasse nada sobre a mesa.
- Louis. - Harry disse limpando os dedos no guardanapo. - O que você falou com o garçom?
O menino apenas sorriu e apontou para trás, fazendo com que Harry virasse a cabeça e visse de longe o garçom se aproximando com um pequeno bolo nas mãos.
O menino chegou até eles e logo Marie viu o bolo sendo colocado na mesa.
- Oh meu Deus, isso é para mim? Perguntou animada.
- Alguém mais aqui está fazendo aniversário? - Louis perguntou rindo vendo-a ficar de pé no banco acolchoado.
Harry riu levemente e pegou Ethan de dentro do carrinho, que agora gritava "boioooo" atraindo a atenção das pessoas em volta. Todos curiosos e com sorrisos gigantes ao ver a pequena comemoração naquela mesa. Alguns pouco se importavam, outros faziam até mesmo comentários maldosos. Mas Harry e Louis não ligavam para isso, eles estavam em seu mundo, e não se importavam com mais ninguém a não ser a sua família.
- Que tal cantar parabéns para essa princesa? - O garçom ofereceu colocando uma pequena coroa nos cabelos negros da menininha.
Todos começaram a cantar parabéns. Louis, Ethan e Marie batiam palmas e Harry acompanhava tudo com sua voz arrastada. Algumas pessoas pelo local até cantavam e batiam palmas junto com a família, sendo contagiados pela explosão de amor e afeto que estava sendo aquilo ali. Após o parabéns terminar, Marie se curvou e assoprou as velinhas.
- Qual foi o seu pedido? - Louis perguntou curioso enquanto cortava um pedaço do bolo e dava para a senhora no banco ao lado, que animada, comemorava junto com a família.
- Se eu contar ele não vai se realizar!
•••
- Você quer ajuda no banho?
O casal havia voltado para casa junto com as crianças, que pela primeira vez, ao verem aquela mansão que poderia se tornar sua futura moradia, se animaram. Louis e Harry haviam mostrado também o quarto no qual onde elas ficaram. Marie logo se apaixonou e correu por toda sua gigante parte do quarto roxa e branca, gritando o quanto tudo aquilo era incrível, logo se acalmando apenas para observar suas várias prateleiras repletas de ursos e livros de contos de fadas. Ethan, por sua vez, se encantou pelas pelúcias e as peças de montar que estavam organizadas em seu "cantinho dos brinquedos" na sua parte do quarto verde e branca.
- Eu já tenho seis anos, papai, sei tomar banho sozinha! - A menina se emburrou.
- Jocelyn me disse que era ela quem te ajudava no banho, mocinha, não me venha com essa história de que sabe fazer sozinha. - Louis sorriu vitorioso.
Ao terminar de mostrar tudo para as crianças, Harry havia se oferecido para dar banho em Ethan e arrumar o menino para coloca-lo na cama, então Louis ficou responsável por fazer o mesmo com Marie.
- Mas Jocelyn é mulher! - Tentou.
- E eu sou seu pai! E então, quem ganha? - O menino cruzou os braços debochado vendo a pequena revirar os olhos e rir.
- Você consegue ser mais teimoso que eu, papai. - Resmungou retirando a blusa e entrando no banheiro do quarto.
Harry estava dando banho em Ethan no banheiro do corredor.
- Você ainda não viu nada. - Louis disse rindo e ajudou a menina a prender os cabelos em um coque (coisa que havia aprendido graças a Harry, já que era ele quem fazia os coques do rapaz quando eles tinham que sair para alguma ocasião), para poder entrar na banheira.
O menino verificou a temperatura da água e assentiu, vendo Marie adentrar a banheira e se sentar.
- Por que você está sempre usando essa touca, papai? Não está frio aqui dentro. - Marie indagou inocente.
- Huh... O papai tem alguns problemas, meu amor. - Louis disse rindo fraco e ensaboando o corpo da menina.
- Que tipo de problemas?
- Eu estou doente. - Disse apreensivo e viu a menina parar de ajuda-lo a se ensaboar.
- Como assim? - Perguntou assustada.
- O papai está com câncer, e faz tratamento todo o mês para curar isso, por isso que uso a touca. - Respondeu.
Pouco hesitante, levou a mão até a touca e a tirou lentamente, mostrando os fios raspados. Marie exclamou em surpresa.
- É estranho... - Ela divagou abaixando a cabeça e lavando os bracinhos.
- O que?
- As melhores pessoas têm os piores problemas.
E com isso Louis apenas sorriu fraco e colocou a touca novamente, voltando a enxaguar a menininha. Assim que já seca, Marie e Louis ficaram bons minutos decidindo que roupa para dormir ela vestiria, e acabaram encontrando um pequeno pijama que coube nela, deixando-a adorável.
Já era tarde, passava das onze horas, então, por isso, Ethan já dormia tranquilamente na cama ao lado da de Marie. Provavelmente Harry havia feito o garotinho pegar no sono logo após o banho.
- As vezes eu acho que tem alguma coisa debaixo da minha cama. - Marie resmungou puxando seu cobertor para cima.
Louis resolveu brincar com a menina, então se abaixou e olhou debaixo da cama da menina não encontrando nada.
- Não tem n-OH MEU DEUS, MARIE, ME AJUDE, TEM ALGO ME PUXANDO. - O menino fingiu ser puxado para baixo da cama, vendo a menininha se assustar e tentar puxar seu braço para cima.
Louis se levantou e riu, vendo-a suspirar aliviada.
- É brincadeira meu amor, esse tipo de monstro só gosta de pegar criancinhas. - Disse e automaticamente se arrependeu ao ver a menina se encolher na cama. - Oh Deus, é mentira, droga, não sou bom com isso! Vou chamar o papai Harry para lhe contar uma história de dormir.
Marie apenas assentiu ainda medrosa, e viu Louis chegar perto de si, depositando-lhe um beijo na testa.
- Boa noite, princesa. - Louis murmurou e se levantou caminhando em passos silenciosos até a porta.
- Papai - Marie o chamou fazendo com que ele de virasse. - meu pedido foi para que nada me afastasse de vocês, porque eu não quero mais ir embora.
Louis sorriu para a menina e segurou a porta.
- Por que você iria embora de um local onde você pertence?
•••
- Te peguei no flagra.
Louis pulou por trás do balcão e largou o pote de sorvete sobre o mesmo.
- Por Deus, Harry, quer me matar de susto?! - Resmungou colocando a mãozinha no peito e lambendo os lábios sujos de sorvete.
- Desculpa, amor. - Pediu rindo do menor. - Você não deveria estar comendo sorvete uma hora dessas! - Repreendeu.
- Não pude segurar. - Disse fazendo biquinho e pegando mais uma colher da espuma saborosa.
- Marie estava assustada quando eu cheguei no quarto, disse que o bicho que só pega criancinhas iria pegar ela e Ethan. - Harry disse pegando uma colher para comer o doce também. - Por acaso você tem algo a ver com isso, Tomlinson?
O pequeno apenas encarou Harry e com olhos piedosos disse:
- Me desculpa, eu não queria assusta-la! Era para ser só uma brincadeira mas... - Tentou explicar.
Harry gargalhou anasalado.
- Toma mais cuidado com o que você fala com nossa filha, Lou, senão, daqui a pouco, ela quem vai querer ir embora com medo de você!
Louis não respondeu, apenas colocou mais uma colher de sorvete na boca e olhou Harry fazendo o mesmo.
- Eu senti falta do seu beijo. - Harry admitiu de repente, fazendo Louis travar momentaneamente.
- Oh...
- Me desculpe, eu não deveria ter dito isso! - Se apressou em dizer e já foi logo colocando a colher na lavadora. - E-eu não quero apressar as coisas, okay? Eu apenas... Senti saudades de você, de seus toques, seus beijos. Sinto falta das nossas intimidades, de explorar seu corpo e sentir você. Sinto falta de te fazer meu, completamente meu, de todas as formas. Eu nem ao menos consigo me lembrar de como é ser tocado por você, ou de como era quando fazíamos amor. Não é querer apressar as coisas, mas sim admitir o que eu realmente sinto a respeito de nós nesse momento. E é isso que eu sinto, saudades.
Harry, depois do que disse, caminhou para fora da cozinha indo em direção a sala de TV. Louis soube pois segundos depois o barulho da televisão foi ouvido da cozinha.
O pequeno colocou sua colher na lavadora e guardou o pote de sorvete, fazendo o mesmo caminho que Harry e encontrando o mesmo esparramados no sofá d'água entre as várias cobertas. Andou lentamente até o sofá e sentou-se ao lado do menino que encarou-o no mesmo instante.
- Eu não quero que você sinta saudades, Harry, mas eu também não quero me sentir sozinho. Eu aceitei me casar com você e hoje já temos duas lindas crianças no andar acima de nós que nos chamam de pais. Eu estou disposto a fazer tudo, qualquer coisa, não importa o que seja, por você. Mas agora, eu tenho que saber, você está realmente disposto a fazer tudo por mim também? Eu nunca fui uma pessoa boa em lidar com sentimentos, sempre me apego demais, e você sabe disso. Eu não quero passar o resto da minha vida com alguém que não vai dar a mínima para mim e para os meus sentimentos, Harry. Eu quero que você se importe comigo, que você continue da forma que está. Sempre me dê atenção, me mime, cuide de mim. É o que eu gosto, é o que eu quero, e é de você que eu quero. Porque você sempre será meu primeiro e único, independente de qualquer coisa.
Louis suspirou e olhou para Harry que tinha um sorriso nos lábios e brincava com o controle remoto.
- E é isso que eu estou disposto a fazer. É isso que eu sempre vou fazer.
Louis sorriu envergonhado e se aproximou de Harry, dando-lhe um beijo na bochecha.
- Você sabe que não é isso que eu quero. - Resmungou o maior.
Louis gargalhou infantilmente e juntou seus lábios com os do maior, voltando a sentir o gosto doce de sua boca, e a ouvir os estralos de suas línguas que tornavam a sala pequena demais para os dois. A pouca luz da televisão junto ao seu som baixo tornavam o ambiente extremamente acolhedor e ao mesmo tempo sensual.
- Harry... - Louis murmurou assim que soltou seus lábios com os do maior.
- Sim? - O menino respondeu ofegante.
- Eu também te amo.
•••
- Eu vim conversar com a doutora Julie, temos uma consulta marcada para realizarmos alguns exames.
Louis estava de volta ao consultório no centro de tratamento ao câncer. Teria uma consulta com Julie para ver se sua imunidade continuava baixa, ou se ele já podia fazer a quimioterapia no próximo final de semana.
Durante a manhã, havia acordado emaranhado a Harry sob os cobertores do sofá d'água da sala de TV, e sentiu seu peito inflar ao se lembrar da declaração que havia feito para o menino, e da maneira como Harry havia tratado ele com cautela e carinho, sempre lhe dando beijos afetuosos e fazendo brincadeiras idiotas.
Como ainda era cedo, as crianças não haviam acordado, e Margareth só chegaria depois do almoço. A mulher já havia sido avisada dos dois novos integrantes da família, e ficaria responsável de cuidar deles naquele dia enquanto Harry resolveria alguns contratos no estúdio e Louis visitava o consultório de Julie.
O café da manhã fora acolhedor, de forma que Harry, Louis e as crianças (exceto Ethan, que tentava conversar, mas não sabia se pronunciar corretamente) conversavam como se sempre tivessem se conhecido.
- Você pode esperar no seu quarto, Sr. Tomlinson. - A recepcionista loira respondeu.
Louis assentiu e caminhou calmamente até o quarto onde dividia com Zayn, o rapaz com no qual ele vinha conversando bastante ultimamente por mensagens, ligações, e lógico, nas sessões. Eles haviam virado amigos, se assim podia-se dizer. Mas nos últimos dias Zayn havia andado até um pouco sumido.
Encontrou seu quarto e abriu a porta, vendo Liam arrumar alguns livros no cantinho do local onde Zayn empilhava suas coisas. Louis entrou silenciosamente e ouviu Liam fungar e limpar o rosto.
- Liam?
O rapaz se virou assustado e então Louis pôde ver sua situação. O rosto estava inchado (provavelmente por conta do choro), as bochechas e o nariz rosado, as escleras extremamente avermelhadas e os cabelos bagunçados.
- O que houve? - Louis perguntou assustado.
O menino ajeitou as coisas na bolsa e fechou-a colocando-a nas costas.
- O Zayn, ele... - Suspirou e fungou novamente. - Ontem foi meu aniversário e... Nós estávamos... Fazendo coisas que casais fazem. Mas então Zayn começou a se sentir mal. Ele começou a se sentir enjoado, e logo a passou vomitar sem parar. Mas ele não vomitava bile ou restos alimentícios, ele vomitava sangue. E então ele começou a sentir falta de ar e desmaiou do nada. Eu entrei em desespero, trouxe-o para o hospital imediatamente. Ele foi posto à exames, e logo sua situação já estava estabilizada. Então Julie apareceu com os resultados e...
O menino começou a chorar descontroladamente, escondendo o rosto nas mãos.
- O que houve, Liam? Onde está Zayn? - Louis perguntou desesperado.
O moreno apenas fungou novamente tentando controlar o choro, e olhou nos olhos de Louis, tentando se manter de pé e não desabar ali naquele momento, dizendo:
- O Zayn está morrendo.
❀
(Me desculpem por qualquer erro ortográfico ou de pontuação)
Oioi meus amores, como vocês estão?
Me desculpem por este capítulo chato, eu tinha que fazer a adoção das crianças, certo?
Gente, eu não sei certamente como funciona um processo de adoção. Sei que tem tudo aquilo de ter que ir na Vara Judicial da Criança e do Adolescente, mas eu não quis fazer isso aqui para não tornar as coisas tão "mais chatas". Sinto muito se alguém se ofendeu por isso :(
Esse foi o típico capítulo "ponte", não tem tantas surpresas, mas é necessário.
Espero não estar decepcionando.
Amo muito vocês ❤
Todo amor, Lou xx
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