o5. sadness and happiness, the perfect mix at the right time

Estão prontas? Espero realmente que gostem! Tenham uma ótima leitura xx

Louis estava chorando.

O pequeno menino se encarava no extenso espelho do banheiro, examinava cada mínima parte de seu corpo agora tão magro. As marcas das costelas bem desenhadas sob a fina camada de pele, a cintura fina que dava início a barriga magra e a tez antes beijada pelo sol agora era demasiadamente pálida.

Seu rosto bem desenhado que antes era coberto pelos vários pêlos desordenados de sua rala barba mal feita (barba a qual ele tanto adorava), agora, era livre de qualquer penugem, o que lhe proporcionava um contorno da face delicado e infantil. A fundura nas bochechas era presente e os fios restantes em sua sobrancelha e cílios eram ralos, deixando-o, literalmente, parecido com uma pessoa doente.

O pior era que ele realmente estava doente, mas a última coisa da qual ele queria ser lembrado era disso. Ser lembrado de que estava morrendo aos poucos, e que tão obviamente todos já se preparavam por esse dia, que poderia chegar tão rapidamente.

O menino passou as pequenas mãos sobre a barriga lisa, e mais algumas grossas lágrimas escorreram. Ele estava tão magro.

Varreu os olhos até seu rosto novamente e encarou pelo espelho as grandes esferas de azul acinzentado, acompanhadas de escleras avermelhadas por conta do choro recente e grandes bolsas roxeadas sob os mesmos, o que apenas piorou, já que mais grossas lágrimas desceram por ali. Encarou seu cabelo, ou o que restava do que ele um dia chamou de cabelo. Os fios curtos que haviam sobrado ali, agora se soltavam com apenas um passar de mão. O que lhe resultava em várias falhas visíveis. E mais uma lágrima escorreu.

O menino suspirou trêmulo e ouviu algumas batidas leves ecoando por seu quarto. Saiu do banheiro e caminhou até a larga porta de madeira envernizada.

- Doce? - A voz suave de Margareth chiou abafada. - Sua família acabou de chegar.

Louis suspirou e passou os dedinhos nos olhos, pensou no que faria.

- Diga que eu não estou disposto agora, Maggie, por favor. - Respondeu piedoso.

A mulher de meia idade suspirou do lado de fora. Louis não saía do quarto fariam exatos dez dias, e nem mesmo Harry tinha a permissão de adentrar o cômodo. Ele não queria que ninguém o visse daquela forma.

- Tudo bem, irei avisar.

E com isso o barulho dos saltos de Margareth contra o assoalho se fizeram presente enquanto a mesma se afastava lentamente.

Faziam três semanas desde a segunda quimioterapia do menino, e hoje seria o dia de sua terceira sessão, mas por conta de sua imunidade baixa a oncologista pediu para que o rapaz fizesse a terceira no outro final de semana.

Durante a primeira semana após a segunda quimioterapia, Louis não ficou tão mal quanto na primeira vez que realizou a injeção das drogas, e isso ajudou bastante quando os dois rapazes passaram a fazer todas as entrevistas e ceder todos os documentos necessários para a adoção de suas futuras crianças.

Louis queria um casal, e havia deixado isso bem claro para Harry, que nada fez além de concordar com as vontades do menor. O quarto das crianças já estava sendo organizado e a assistente social Jocelyn estava acompanhando todo o desenvolvimento do casal durante este tempo.

Com o fim da semana, Jocelyn concluiu a análise devida sobre a estrutura familiar e psicológica do casal, assim, finalmente, dando a eles a permissão de visitar o centro adotivo.

Os rapazes lhe afirmaram que fariam isso apenas no início do próximo mês, depois de duas semanas, pois tinham que terminar a organização da casa para se tornar um ambiente receptivo para as crianças e terminar também a decoração do quarto das mesmas. Jocelyn apenas concordou e agendou a visita ao centro no dia que os rapazes afirmaram que já estaria tudo pronto.

Com o fim daquela semana e o início da segunda, Louis começou a se mal. Estava fraco demais e qualquer alimento que ingeria, minutos depois era colocado para fora. Passava metade do dia na cama, e a outra metade tentava escrever alguma coisa para sua coluna no jornal daquela semana. Foi então que Harry não aguentou mais ver o menino daquela forma e o levou até o centro de tratamento ao câncer. Julie o atendeu e disse ao mais novo que não precisava se preocupar, Louis estava apenas com a imunidade baixa e aquilo aconteceria uma hora ou outra. Ela também aconselhou o rapaz de que Louis não poderia estar na presença de muitas pessoas, ou, muito menos, de alguém que estivesse doente, com algum vírus ou bactéria.

Harry passou o resto daquela semana tentando cuidar de Louis, e o garoto menor quase sempre recusava sua ajuda e o expulsava de seu quarto, e foi assim até o fim da terceira semana, hoje. Louis havia basicamente se isolado em seu quarto durante uma semana e meia, ordenando para que Harry ou Margareth não adentrassem o local.

Sendo assim, a governanta ainda teimava em deixar suas refeições na frente da porta de seu quarto todos os dias, e ele pegava, mesmo não conseguindo se alimentar corretamente.

E assim como Margareth, Harry não ficava por menos. O rapaz de cachos não ousava entrar no quarto de Louis durante o dia, mas assim que anoitecia e ele percebia que já estava tarde o suficiente para que encontrasse o menino dormindo, ele adentrava o quarto do mesmo e lhe dava um beijo na testa, tendo certeza de que estava tudo bem e de que Louis ainda estava ali.

E Louis sabia disso, porque em um dos dias de sua insônia, o menor foi pego de surpresa ao ouvir a porta sendo aberta, fechando os olhos rapidamente e esperando para ver o que aconteceria, sendo surpreendido pelo leve abraçar dos lábios de Harry sobre os seus. Aquela noite, quando mais tarde, Louis dormiu com o maior sorriso que poderia dar.

Três dias antes, Harry resolveu que chamaria sua família e a de Louis para passar um final de semana com eles. O menor apenas aceitou, em algum momento enquanto os dois conversavam pelo celular. Harry havia dado a ideia de anunciar para a grande família sobre a adoção das crianças, e assim como no princípio, Louis se mostrou satisfeito com o que foi oferecido.

E como previsto, a família de Louis havia acabado de chegar, e o pequeno ainda não queria sair do quarto. Por Deus, ele não queria nem que Harry e Margareth o vissem daquela forma, quem dirá sua família inteira mais a do maior.

Louis recolheu algumas peças de roupa na qual estava provando anteriormente, sendo que todas haviam ficado largas demais para o novo corpo que o menor havia aderido com o tratamento.

Suspirou baixinho e fungou limpando o nariz com a ponta da manga do grande sweater azul marinho que vestia agora, que tampava até mesmo a cueca box branca que deliniava bem suas, ainda vantajosas, coxas. Guardou todas as peças e deitou-se na espaçosa cama, enrolando-se aos grossos cobertores.

Ele estava tão vulnerável que qualquer um que o visse naquele momento, teria um certo temor em toca-lo, com medo de quebrar. Ele se sentia tão pequeno.

Fungou mais um vez e ouviu a porta ser aberta.

- Vai embora, quem quer que seja. Não vou descer agora, não estou em um bom momento. - Louis resmungou e colocou o rosto por baixo do edredom.

- Você já não está em um bom momento há muito tempo, maninho. - A voz de Félicité ecoou pelo quarto.

Louis escorregou o edredom até a altura de seu nariz, deixando apenas os olhos para fora, e encarou as duas meninas encostadas no batente da porta, uma de cada lado.

- Desçam, logo eu estarei lá embaixo. - O menino murmurou e voltou a tampar os olhos.

- Nós sabemos que você não vai descer, Louis. - Charlotte exclamou.

Louis apenas fungou novamente e gemeu baixinho ao sentir um peso em cada lado sobre sua larga cama.

As meninas apenas riram e pularam em cima do irmão, que chorou baixinho e riu ao mesmo tempo.

- Eu estou horrível. - Louis murmurou sem tirar o edredom do rosto.

- Você está para baixo e fica se inferiorizando. - Félicite disse acariciando a cintura do menino por cima do edredom. - Você continua lindo, Lou, como sempre foi e sempre vai ser.

O menino apenas abaixou o edredom aos poucos e deixou que as irmãs tivessem liberdade para o observar, e ambas o fizeram. Observaram cada detalhe de Louis, o como estava magro e como a falta de pêlos lhe proporcionava um ar de doente.

As meninas se entreolharam rapidamente e sorriram uma para a outra, sabendo que Louis realmente estava mais magro e isento de pêlos, mas ainda assim continuava a ser o mesmo Louis de sempre. O mesmo Louis que levava-as ao parque durante o outono apenas para observar as folhas caindo lentamente, o mesmo Louis que tinha um brilho nos olhos apenas de falar sobre sua família, o mesmo Louis que faria de tudo para qualquer pessoa, independente de quem ela fosse e do que ela precisasse. Era Louis, apenas Louis, com seu jeitinho perfeito de ser, e o sorriso que iluminava qualquer escuridão.

Louis subiu os olhos e encarou rapidamente cada uma das meninas.

- Já me olharam demais. - Resmungou envergonhado e puxou o edredom para cima novamente.

As duas meninas riram rapidamente.

- Você só parece cansado, parece que chorou a noite toda. - Charlotte comentou puxando o edredom do menino para baixo novamente.

- Você só tem que melhorar essa auto estima sua, Lou. E não mudar o que você realmente é, por conta de uma simples imagem externa. Isso sim, muda. - Félicité completou.

- Se levante e vá tomar um banho. - Charlotte exclamou e retirou todo o edredom de cima do menino, rindo ao que o mesmo tentou tampar as pernas por conta da pouca roupa ali.

- Eu não quero. - Disse emburrado.

- Você não tem que querer. Anne e Gemma já estão lá embaixo também, se arrume rápido! - Félicité disse empurrando o garoto para fora da cama.

- Vocês ainda irão me pagar por isso.

E com isso marchou até o banheiro, balançando os bracinhos em nervoso, com um bico adorável nos lábios, lembrando as irmãs de que ele realmente continuava a ser o mesmo Louis, e que nada havia ou iria mudar.

(......)

- Tiramos na noite do nosso primeiro beijo.

Assim que o menor cedeu aos pedidos das irmãs e ido se banhar, quando estava de volta ao quarto, vestindo agora um sweater turquesa e uma calça jeans escura, encontrou as duas irmãs comentando sobre as fotos dos porta-retratos que Louis deixava em cima de cada cabeceira de sua cama.

- Como? - Charlotte indagou se ajeitando entre os lençóis.

- A foto. - O menino riu. - Nós havíamos acabado de sair de uma lanchonete na Sexta Rua e ele estava me levando para casa. Ele ficava fazendo piadas ridículas de toc toc, fazendo-me rir por ser tão ruins. Então ele começou a tirar foto de mim enquanto eu caminhava em sua frente e ria de suas péssimas piadas. Eu me irritei, me virei para ele e começamos uma típica briga boba de início de relacionamento. Ele não sabia como me fazer parar de falar, então me beijou, foi nosso primeiro beijo.

Charlotte e Félicité murmuraram um "awn" em coro, fazendo Louis se envergonhar e abaixar a cabeça extremamente corado.

Ambas voltaram a encarar a foto onde Louis apontava o dedinho para alguém atrás da câmera, tinha as bochechas e a ponta do nariz coradas e o cabelo levado pelo vento, sua expressão era raivosa e a boca formava o típico biquinho que fazia quando ficava irritado. Era adorável.

A morena colocou o porta-retrato de volta à cabeceira, pegando mais um em cima das pernas da irmã.

- E essa? - Perguntou mostrando a outra foto.

- Havíamos acabado de nós mudar para cá, foi tirada há uns dois anos e meio, eu acho.

Louis pensou e olhou para a foto onde Harry, com seus cabelos ainda curtos tomados pela larga bandana, sorria para a câmera enquanto buscava alguma coisa dentro de uma grande bolsa de pano, sentado no chão em meio aos rios de caixas espalhadas pela casa isenta de móveis.

- Fui eu que tirei! - Exclamou sorrindo ao se lembrar do dia e de como ele e Harry estavam felizes.

As duas meninas sorriram e abriram espaço para que Louis se sentasse entre seus corpos. Olharam então para um pequeno porta-retrato onde havia uma foto de Harry sorrindo para alguém atrás da câmera com a boca toda sua de chantilly e uma pequena coroa sobre os cachos desordenados.

- Ele havia acabado de completar dezenove anos. Eu lhe presenteei com um pequeno bolo de morango com chantilly e coloquei em seus cachos essa coroa que havia vindo junto com a embalagem do bolo. - Louis murmurou.

O garoto sorriu ao se lembrar, levando a mão até o colar em seu pescoço, e abrindo o delicado relicário revestido de ouro branco em formato de coração. Mostrando às irmãs a cópia da mesma foto em miniatura que era guardada dentro do pingente daquele colar que Louis ganhara de sua mãe quando fizera dezesseis anos, e nunca o tirara do pescoço.

As garotas apenas sorriram bobas com tamanha demonstração de amor.

- E a relação de vocês está melhor, Lou? - Charlotte perguntou mudando de assunto, ajeitando a touca cinza na cabeça do pequeno.

- Ele está diferente, está cuidando de mim novamente, como ele prometeu... - O menor sorriu bobamente vendo as irmãs sorrirem também.

- Você nunca vai deixar de amar aquele babaca, não é? - Félicité resmungou sorrindo.

- Acho que... Antes de qualquer coisa, devemos dar uma segunda chance, e eu estou fazendo isso, por ele, por nós. Sem contar que são quase seis anos de relacionamento, eu me apeguei a ele de uma forma indescritível, e já teria o largado se não fosse por isso. Acontece que ele se tornou meu refúgio, ele é minha causa e minha consequência. Ele é bom para mim. É quem me equilibra, me coloca na linha. Quando eu fugia das minha obrigações, era ele quem me ajudava a cumpri-las. Sem ele eu não tenho controle. Sem ele eu simplesmente não sou mais nada.

As garotas apenas suspiraram ao que o menino terminou seu pequeno discurso e sorriram. Era incrível como depois de tanto tempo Louis ainda permanecia o mesmo garotinho apaixonado do início do relacionamento. E felizmente, mesmo que à sua maneira, Harry também continuava assim.

Louis se sentou corretamente entre as irmãs e suspirou, ouvindo a porta ser aberta ligeiramente, dando aos três uma meia visão da pequena menina ali.

- Mamãe está mandando vocês descerem. O almoço já está para ser servido. - Phoebe comentou sorrindo levemente ao ver o irmão.

- Tudo bem, Phoebs. - Louis concordou. - Venha cá. - O menino abriu os braços.

Phoebe apenas sorriu largo e correu até a ponta da cama, se atirando nos braços do irmão.

- Senti sua falta, princesa. - Louis murmurou.

A menina se afastou de seu abraço e encarou o rosto do irmão, sorrindo em seguida. Temerosamente levantou a mãozinha e levou-a até a bochecha do maior, acariciando o local.

- Você continua tão lindo. - Murmurou cautelosa.

- Obrigado. - Louis sussurrou em agradecimento e sorriu largo sem mostrar os dentes.

- Agora vamos, mamãe está morrendo de saudades. - A garotinha teimou e correu até a porta. - Vamos, vamos!

As duas meninas deitadas na cama resmungaram fazendo Louis rir e se levantar junto com elas.

Louis apenas deu mais uma varrida de olhos por seu corpo em frente aao espelho da cômoda e suspirou.

Procurou pelas sandálias ao lado da cama, calçando-as e acompanhando as irmãs até o andar de baixo.

Assim que pisou na sala de jantar, acompanhado pelas irmãs, recebeu uma dúzia de olhares sobre si.

Johannah e Anne estavam sentadas uma ao lado da outra nas cadeiras da extensa mesa da sala, enquanto Gemma e Daisy mimavam os integrantes mais novos da família, Dóris e Ernest.

Todos olhavam para Louis, e o menino se sentia cada vez mais envergonhado com toda aquela atenção.

- Meu bebê! - Johannah exclamou ao se levantar da cadeira e correr até o menino, abraçando-o.

Louis apenas torceu o nariz e abraçou a mãe de volta.

- Eu não sou mais um bebê, mamãe. - Resmungou ouvindo a mãe rir.

- Você sempre será meu bebê, Louis. - Disse soltando-o.

O menino apenas sorriu terno ao encarar os magníficos olhos da pessoa mais importante de sua vida, vibrando com aquele sentimento caloroso se aflorando em seu peito. Ele havia sentido tanta falta de sua família, de sua mãe.

- Onde está Dan? - Perguntou.

- Ele teve que resolver alguns problemas da empresa e não pôde vir. - A mãe lamentou. - E falando em pessoas que não estão presentes, onde está Harry?

- Eu ouvi meu nome? - A voz brincalhona soou pelo cômodo.

Todos se viraram diretamente para onde a voz vinha, tendo assim, uma visão perfeita de um Harry carregado de sacolas em ambos os braços, uma bandana larga sobre os cachos e um sorriso caloroso nos lábios.

- Eu fui fazer as compras para Maggie, aí passei na frente de algumas lojinhas vintages e brechós, acabei me perdendo no tempo. - Se desculpou.

- Eu ouvi a voz do Har- Oh, querido, você voltou. - Margareth disse aparecendo na sala, ajudando Harry com as sacolas.

Louis apenas aproveitou a chance para se esconder ao máximo atrás de Félicité, que era ligeiramente maior que ele.

- Obrigado, Maggie. - Harry Agradeceu ao que a mulher tirou todas as sacolas de seus braços, e a mesma o respondeu com um sorriso. - E Lou, eu já te vi, querido.

Louis apenas sentiu um calafrio subir por sua espinha e sorriu nervoso, saindo lentamente de trás de Félicité, fazendo com que as moças da sala rissem.

Harry sorriu também e se aproximou do pequeno.

- Não precisa se esconder, amor, eu sempre irei achar uma forma de te encontrar. - Harry sussurrou no ouvido de Louis, dando-lhe um estranhado beijo na bochecha em seguida, para quebrar o clima.

- O almoço está sendo servido, já podem se sentar. - Margareth anunciou, chegando à sala com uma travessa de massa, e colocando-a sobre a mesa.

Assim que todas as travessas já estavam postas, Margareth se sentou junto às famílias para apreciar do almoço também, afinal, ela fazia parte de tudo aquilo. Quando todos já haviam comido o suficiente e jogado bastante conversa fora, Margareth serviu a sobremesa.

- Eu gostaria de... - Harry chamou a atenção de todos. Terminou de engoliu mais uma colher de seu delicioso trifle, e continuou. - Pedir a autorização da Johannah para levar Louis ao nosso primeiro encontro.

Louis, que mastigava um morango, engasgou ligeiramente, tomando um breve gole de água para se recuperar da pequena crise. Olhou rapidamente para as mulheres em volta da mesa, e todas sorriam largamente, revirou os olhos e encarou Harry.

- Nós já tivemos vários encontros, Harry. - Louis repreendeu.

- Não. - Harry respondeu rapidamente. - Nós não tivemos um primeiro encontro de verdade.

Louis franziu o cenho e recordou-se por um momento, quando, quase seis anos antes, Harry havia o convidado para que tivessem seu primeiro encontro como casal. Harry havia descoberto que Louis tinha uma paixão imensurável pelo time de futebol Doncaster Rovers, time local que residia na pacata cidade onde havia sido criado. Com isso, o de cachos resolveu comprar dois ingressos para o jogo do time, planejando fazer desse o primeiro encontro dos dois. Louis claramente se mostrou animado com a situação, e estava eufórico com o passar dos dias, mas na semana do jogo, o menino ficou doente. Ele pegou alguma gripe muito forte, ficou com febre e mal conseguia sair da cama. Harry ficou arrasado, mas resolveu que não deixaria Louis sozinho naquela situação, ficando junto do garoto para cuidar do mesmo. Ao lembrar-se disso, Louis também recordou de algo que Harry havia dito para ele antes que ele dormisse na noite em que estava doente, "Eu nunca vou desistir do nosso primeiro encontro, Lou. Ele será perfeito!".

- Oh... - Murmurou com um sorriso nos lábios.

- Então, Jay. A senhorita cede seu filho para mim por uma noite? Eu prometo cuidar melhor dele do que de mim mesmo! - Harry repetiu sorrindo para a mulher sentada ao lado de Louis.

- Vocês tem que estar de volta as dez. - Johannah repreendeu brincalhona.

Harry riu para a mulher e olhou para Louis, sorrindo terno para o menino e dizendo:

- Nós vamos ter nosso primeiro encontro, Lou. E ele será perfeito!

(......)

- Você já pode me dizer para onde vamos, Harry... - Louis implorou pelo que parecia ser a milésima vez. - Estamos na estrada há quase duas horas, Harry. - Resmungou.

Desde que tinha entrado no mais novo Cadillac Elr de Harry - lembrando-se apenas então a paixão que o namorado supria por carros, e quantos haviam em sua garagem - ele não passara um minuto se quer dem perguntar para onde Harry o levava, e por que demorava tanto.

- Louis, onde nós iríamos no nosso primeiro encontro? - Harry perguntou suspirando, sem deixar de prestar atenção na estrada.

- Assistir ao jogo do Doncaster Rovers. - Respondeu obviamente. - Oh... Espera, você está me levando para assistir um jogo deles?

Harry apenas suspirou e negou com a cabeça, vendo Louis se jogar contra o banco e resmungar novamente, não falando mais nada.

Com o decorrer do caminho, Louis passou a ficar mais quieto, apenas prestando atenção na música lenta que tocava na rádio, e observando de longe a mistura das cores quentes com a frias ao que o sol já estava em sua linha final para se por, que fizeram com que o garoto lentamente fechasse os olhos e se entregasse ao sono.

E foi assim por mais uma hora, até que finalmente Harry adentrasse a pacata cidade de Doncaster e basicamente passasse por suas ruas. Parou então, em frente a maior estrutura da cidade, o orgulho dos moradores, o grande estádio do time local.

- Lou... - Harry o balançou levemente, vendo-o abrir os olhos aos poucos. - Chegamos.

Louis despertou de uma vez por todas e saiu do carro assim que Harry abriu a porta para ele. Encarou as portas do estádio e franziu o cenho coçando os olhos.

- Você disse que não estava me trazendo para um jogo. - Disse bocejando.

Harry apenas caminhou na frente do menino e abriu o portão para que o mesmo entrasse na sua frente.

- E não estava. - Harry concluiu fechando o portão.

Caminhou ao lado de Louis até a entrada do campo e lá no meio Louis pôde ver uma pequena toalha estendida com uma cestinha em cima. Ele sorriu.

- Mais um piquenique? - Perguntou rindo.

Harry coçou a nuca envergonhado r sorriu amarelo.

- Me desculpa por ser tão original, eu não tive uma ideia melhor. - Pediu envergonhado, fazendo Louis rir brevemente.

- Eu adoro piqueniques. - O assegurou.

Harry apenas sorriu de lado e caminhou ao lado de Louis até o meio do campo, onde a toalha estava estendida. Louis que antes sorria, agora, estava com o cenho franzido.

- Quem vai tocar? - Perguntou encarando o violão amarronzado jogado ao lado da cesta de comidas.

- Vamos comer primeiro, uma coisa de cada vez. - Harry pediu calmo.

Louis apenas assentiu e se sentou ao lado do menino de cachos, aceitou o brioche que ele lhe entregou e beberivou o copo de chá.

Depois de comerem e conversarem sobre qualquer assunto que aparecia, Harry pigarregou e puxou o violão.

- E-eu... - Começou. Ele estava claramente nervoso. - Eu escrevi uma música. Bem, não eu exatamente, Ed me ajudou. Mas eu quem tive a ideia e quem escrevi tudo, ele apenas ajustou e acrescentou ou tirou alguns erros pequenos, e eu nem ao menos sei por que eu estou falando isso, apenas queria dizer que... Eu fiz uma música para você.

Harry suspirou aliviado e abaixou a cabeça envergonhado, encarando o violão em seu colo.

- Oh... Isso é novo. - Louis riu.

- É... - Harry tentava, mas parecia que a vergonha havia criado uma barreira entre ele e Louis.

Louis riu levemente do nervosismo do garoto, fazendo-o, incrivelmente, se acalmar.

- Eu sei que eu errei bastante, sei que foram bastantes deslizes da minha parte, mas... Eu queria pedir mais uma chance. Nós temos muitas histórias e podemos fazem muitas outras, e eu não quero simplesmente jogar isso no ar e dizer que está tudo bem. Eu escrevi isso para mostrar que... Por mais que pareça que não, eu me importo muito com você, com nós, da minha forma, mas me importo. Eu te conheço há seis anos e namoramos a quase isso, é muito tempo... E esse tempo não merece ser esquecido. E eu gostaria de te lembrar um pouquinho dele agora.

Assim que Harry terminou de dizer tudo aquilo, Louis já estava com os olhos marejados e observava delicadamente cada passo do maior. Harry, por si, apenas deu uma olhada rápida para o moreno, um sorriso bobo nos lábios e começou com os primeiros acordes.

Loving can hurt
(Amar pode doer)

Loving can hurt sometimes
(Amar pode doer as vezes)

But it's the only thing that I know
(Mas essa é a única coisa que eu sei)

When it gets hard
(Quando fica difícil)

You know it can get hard sometimes
(Você sabe que pode ficar difícil algumas vezes)

It is the only thing that makes us feel alive
(É a única coisa que nós faz sentir vivos)

Louis viu os quatro telões do estádio, um de cada lado das arquibancadas, acenderem, e começar a passar ali várias fotos suas com Harry. Fotos suas de momentos que ele nem ao menos se lembrava, fotos de momentos importantes, de momentos bons e ruins. As fotos que Louis mais odiava, as fotos que Louis mais amava. Todas tiradas por Harry, exceto uma ou outra na qual ele lembrava ter sido ele o responsável.

We keep this love in a photograph
(Nós mantemos este amor numa fotografia)

We made these memories for ourselves
(Nós fizemos estas memórias para nós mesmos)

Where our eyes are never closing
(Onde nossos olhos nunca se fecham)

Our hearts were never broken
(Nossos corações nunca estiveram partidos)

And time's forever frozen still
(E o tempo está congelado para sempre)

So you can keep me inside the pocket
(Então você pode me guardar no bolso?

Of your ripped jeans
(Do seu jeans rasgado)

Holding me close until our eyes meet
(Me abraçando perto até nossos olhos se encontrarem)

You won't ever be alone
(Você nunca estará sozinho)

Wait for me to come home
(Me espere para voltar pra casa)

Louis não se segurou e finalmente chorou abertamente na frente de Harry.

Loving can heal
(Amar pode curar)

Loving can mend your soul
(Amar pode remendar sua alma)

And it's the only thing that I know
(E é a única coisa que eu sei)

I swear it will get easier
(Eu juro que fica mais fácil)

Remember that with every piece of ya
(Se lembre disso em cada pedaço seu)

And it's the only thing we take with us when we die
(E é a única coisa que levamos com a gente quando morremos)

We keep this love in this photograph
(Nós mantemos este amor numa fotografia)

We made these memories for ourselves
(Nós fizemos estas memórias para nós mesmos)

Where our eyes are never closing
(Onde nossos olhos nunca fecham)

Our hearts were never broken
(Nossos corações nunca estiveram partidos)

Time's forever frozen still
(E o tempo está congelado para sempre)

So you can keep me inside the pocket
(Então você pode me guardar no bolso)

Of your ripped jeans
(Do seu jeans rasgado)

Holding me close until our eyes meet
(Me abraçando perto até nossos olhos se encontrarem)

You won't ever be alone
(Você nunca estará sozinho)

And if you hurt me that's okay baby
(E se você me machucar, tudo bem querido)

Only words bleed
(Apenas as palavras sangram)

Inside these pages you just hold me
(Dentro dessas páginas você me abraça)

And I won't ever let you go
(E eu nunca vou te deixar ir)

Wait for me to come home
(Me espere para voltar para casa)
Wait for me to come home
Wait for me to come home
Wait for me to come home

So you could fit me
(E você poderia me colocar)

Inside the necklace you got
(Dentro do colar que ganhou)

When you were sixteen
(Quando tinha 16 anos)

Next to your heartbeat where I should
(Próximo às batidas de seu coração, onde eu deveria estar)

Louis levou a mão até o colar automaticamente, e com um sorriso nos lábios, deixou mais uma lágrima escorrer.

Keep it deep within your soul
(Mantenha isso no fundo de sua alma)

And if you hurt me
(E se você me machucar)

Well, that's okay baby
(Bem, está tudo bem, querido)

Only words bleed
(Apenas as palavras sangram)

Inside these pages you just hold me
(Dentro destas páginas você me abraça)

And I won't ever let you go
(E eu nunca te deixarei ir)

When I'm away
(Quando eu estiver longe)

I will remember how you kissed me
(Me lembrarei de como você me beijou)

Under the lamppost back on 6th street
(Embaixo do poste de luz da 6° rua)

Hearing you whisper through the phone
(Ouvindo você sussurrar pelo telefone)

Wait for me to come home
(Me espere para voltar para casa)

E por fim, olhou sua foto raivosa na qual ele explicara para as irmãs mais cedo, aparecer no telão. Sorriu levemente, limpando os olhos e vendo Harry levantar a cabeça e finalmente fazer contato visual com ele.

- Toc toc... - Harry disse fazendo Louis gargalhar infantilmente.

- Não acredito que você realmente quer fazer isso, suas piadas de toc toc são horrível, Hazza. - Louis disse rindo.

- Toc toc... - Harry tentou novamente, porém, agora, um sorriso brincava em seus lábios, era incrível ver Louis rindo daquela forma.

- Ok, ok. - Louis cedeu. - Quem é?

- Casa. - Harry murmurou.

- Casa quem?

E então, Harry se ajeitou sobre a toalha e puxou a linda caixinha aveludada de dentro do bolso.

- Casa comigo?

(Desculpe por qualquer erro ortográfico ou de pontuação)

SEJAM BEM-VINDOS NOVOS LEITORES!!!

Eu senti uma certa necessidade de colocar a música toda, porque se não pareceria algo muito incompleto e tudo mais. Me desculpa se te cansou na leitura :(

Por favor, me digam a opinião de vocês, preciso saber se está bom, se está agradando ou não. Eu sempre irei procurar melhorar!

Gostaram do capítulo de hoje?

Não se esqueçam de deixar o vote!

Amo muito muito vocês ❤

Todo amor, Lou xx

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