o2. first chemotherapy and a surprise

O garoto mais uma vez na noite se encolhia sob os grossos cobertores enquanto tentava fazer com que o frio diminuísse. As cortinas ainda trabalhavam em sua contínua sincronia, o ar se tornava cada vez mais rarefeito dentro do local e as gotas de chuva molhavam toda a área próxima à janela.

O garoto se mexeu inquieto na cama e abraçou o próprio abdômen, a dor inquietante alastrando-se por seu corpo.

Ouvia os sons abafados que o namorado fazia no andar de baixo e sentia seu estômago se remexer ainda mais. O som se cessou e apenas então um arrepio percorreu a espinha do menor. O barulho das botas de Harry na escada foi ouvido, degrau por degrau, o garoto subia e Louis se encolhia ainda mais.

Os passos se aproximavam cada vez mais, até que de supetão parou próximo a porta do quarto do menino de olhos azuis, Louis tirou o rosto de debaixo dos cobertores e fixou os olhos na porta fechada. Nada aconteceu. As botas voltaram a fazer seus passou para uma outra direção e Louis encostou a cabeça no travesseiro novamente, se entregando às lágrimas.

Louis acordara com o barulho da porta pesada de carvalho de sua sala se fechando, grunhiu abafado. Harry havia acabado de sair.

O garoto se levantou e caminhou até o banheiro de seu espaçoso quarto, lá fez sua higiene e vestiu uma roupa mais adequada, olhou-se no espelho e viu o quão inchado seu rosto estava por conta das crises de choro da noite anterior. Sussurrou algumas palavras positivas para si mesmo e deixou o local.

Seguiu pelo quarto e desceu do segundo andar, indo em direção à cozinha e se assustando ao encontrar uma mesa farta de alimentos para um café da manhã digno. Ele sabia que não havia como ter sido Margareth -a empregada- a fazer, já que dispensara a mulher para uma folga durante aquele dia, se não ela, havia apenas uma pessoa que poderia ter feito aquilo tudo. Harry.

Sentou-se e admirou a exuberante mesa, alimentando-se em seguida.

Ao que terminou e limpou tudo o que havia sujado, pegou seu notebook de cima da pequena mesa de centro na sala de televisão e se sentou no sofá com o aparelho em cima de suas pernas. Abriu seu e-mail encontrando várias mensagens do editor do jornal no qual trabalhava pedindo pelo assunto no qual iria enquadrar em sua próxima coluna.

Louis era um escritor, não um escritor barato, um escritor de primeira mão que tinha o nome conhecido por qualquer lugar do país, ou até do mundo. Havia lançado dois livros no ano anterior nos quais viraram best-sellers pouco tempo após terem sido anunciados e foram traduzidos para 38 línguas diferentes. O garoto ficara ainda mais conhecido quando a mídia depois de muito tempo o encarou também como namorado de Harry Styles, o grande compositor e dono da famosa S&S Records, uma das mais cobiçadas gravadoras da Inglaterra. A carreira do casal explodiu e eram queridos em todo lugar que fossem. Tempos depois Louis anunciou que lançaria mais um livro, a mídia foi a loucura. Tinha também uma prestigiada folha no jornal diário onde escrevia, uma vez por semana, sua coluna e falava de tudo o que lhe agradava dizer ao povo. Foi então que garoto já terminava seu mais novo exemplar e escrevia suas colunas semanais quando recebeu a notícia de que estava com câncer. Parou sua escrita por um momento para cuidar de si e fazer todos os exames necessários para se ter certeza do que lhe opuseram, e teve, estava com hepatocarcinoma. A mídia não sabia daquilo ainda, ninguém sabia, apenas ele e Harry. O garoto sabia que uma hora ou outra iriam descobrir, mas não fazia questão de contar, queria apenas que o namorado e sua família soubessem.

Com a cabeça nisso, lembrou-se de que deveria ligar para a mãe e as irmãs e avisá-las do que estava acontecendo. Respondeu todos os e-mails do chefe dizendo que faria a coluna até o fim da semana, e pegou o celular, ligando para a mãe.

Depois de muita emoção por parte da genitora, de muitas lágrimas derramadas por ambos, a chamada foi encerrada. Louis havia lhe contado tudo o que estava acontecendo e tudo o que poderia acontecer, a mulher pega de surpresa teve a reação esperada, chorou. Louis como o passivo da situação, se entregou as lágrimas também, dizendo o quanto estava sendo difícil lidar com a chegada da notícia. Com o fim da ligação, Louis lavou o rosto mais uma vez e chamou o motorista para que o buscasse.

O garoto adentrou o Rolls Royce Ghost vermelho cerâmica e assentiu para o motorista que dirigiu até o Royal Marsden, o privilegiado hospital de tratamento de câncer de Londres. Saiu do carro e se despediu de Charlie -o motorista-, que sorriu para o menor.

O garoto andou em passos largos até a recepção e lá conversou com a mulher loira que trabalhava ali, ela o encaminhou para um quarto com duas cadeiras acolchoadas e mandou-o se sentar e esperar que sua oncologista já estava a caminho. Poucos minutos depois uma mulher branca, alta, e com longos fios amorenados entrou no quarto.

- Louis Tomlinson, certo? - Perguntou caminhando até o garoto esparramado na cadeira.

- Sim, doutora. - Respondeu.

- Pode me chamar de Julie, teremos uma rotina longa aqui e você ficar me chamando de doutora não é legal. - Resmungou a mulher fazendo Louis sorrir leve.

- Tudo bem.

- Bom, Louis, está pronto para começar sua primeira quimioterapia? - Perguntou abraçando a prancheta contra os seios.

- O que eu tenho a perder? - Disse fazendo a mulher rir.

- Antes, tenho que lhe avisar de alguns poréns. A quimioterapia poderá te causar enjoos, vômitos, fraqueza, perda excessiva de peso, feridas na boca, febre, diarreia, alterações na sua pele e em suas unhas, perda do paladar, dores, e a queda de cabelo e de outros pelos presentes em seu corpo. Durante a sessão da quimioterapia você poderá sentir calafrios, mudança de temperatura, incômodo e fraqueza. Está realmente pronto para começar? - Despejou tudo de vez em cima do garoto e propagou a última frase incerta. Louis suspirou e abaixou a cabeça.

- Vamos nessa. - Disse baixo voltando a olhar para a mulher que assentiu.

Mediu a pressão e a temperatura do garoto se assegurando de que ele estava preparado, amarrou seu pulso com a cordinha de silicone e procurou a veia do rapaz, furando o local em seguida e se surpreendendo por ter conseguido encontrar a veia de primeira. Ligou todos os cabos necessários no cateter e ativou o aparelho para que a droga começasse a ser despejada e adentrasse na circulação do pequeno menino.

Louis sentia como se sua cabeça rodasse e enxergava duas Julie's em sua frente, fechou os olhos por um momento e ao que os abriu novamente não encontrou mais Julie, e sim um rapaz alto e magro.

- Você é meu novo colega de quarto, certo? - Perguntou.

- Acho que sim. - Louis respondeu incerto.

- Prazer. - Disse sorrindo e caminhou até a cadeira ao lado da de Louis, retirando sua jaqueta e se sentando ali.

- Então... qual o seu tipo? - Louis propagou inseguro.

- De câncer? - O garoto perguntou indiferente.

- Sim. - Louis sussurrou se sentindo envergonhado por ter sido tão direto.

- Mama. - O rapaz respondeu convicto enquanto pegava o celular de dentro do bolso da jaqueta e se assustava com a claridade do ecrã.

- Mama? - Louis perguntou confuso e viu o garoto assentir.

- Eu sei o que você pensou, e sim, homens também tem câncer de mama, a mídia apenas não mostra tanto isso. - O garoto propagou sorrindo diretamente para Louis e apagando o ecrã.

- Oh... - Louis riu fraco e observou o menino tirar a touca avermelhada da cabeça, ficando surpreso quando a viu raspada.

- Raspei ontem durante a tarde, meu namorado me acompanhou, foi algo que eu nunca irei esquecer. - O garoto disse sorrindo sincero.

Por um momento Louis se perguntou como seria quando ele tivesse que raspar a próprio cabeça. Se perguntou se Harry o acompanharia e se o apoiaria. Se perguntou se o namorado o amaria -coisa que ele já não demonstrava desde muito tempo- mesmo com aquela aparência.

- E você? - O rapaz perguntou de repente, tirando Louis de seus devaneios. - Qual o seu câncer? - Esclareceu.

- Fígado. - Respondeu e o outro torcer o nariz. - Eu sei, um dos piores. Eu estou preparado. - O garoto disse convicto.

- Ninguém nunca está preparado para receber uma notícia ruim, pequeno, essa é a verdade. - O moreno disse vendo o garoto de olhos azuis concordar minimamente com ele. - Você está sozinho? Normalmente é aconselhável que se traga um acompanhante para as primeiras sessões, principalmente da vermelha. - Disse apontando para o aparelho ligado a seu cateter.

- Minha mãe não tinha como vir para Londres assim tão de repente por conta dos bebês novos. Ontem à tarde eu havia dito que hoje Margareth, minha ama, poderia tirar o dia de folga. E bem, eu e meu namorado não estamos em tempos bons. - Louis fez um meio desabafo com o rapaz desconhecido.

- Isso é péssimo! - Disse se mexendo na cadeira para ficar de frente total com Louis.

- Pelo menos tenho você como amigo de quarto, não estou tão sozinho de certa forma. - Louis disse e fez o moreno assentir sorrindo.

- É realmente um prazer, sou Zayn Malik, mas pode me chamar de Z. - O garoto disse e suspendeu a mão para o menor.

- Sou Louis Tomlinson, mas pode me chamar do que quiser. - Louis disse rindo e estendeu o braço fracamente para um aperto de mãos desengonçado entre os dois.

- Sinto que já ouvi esse nome em algum lugar... - O moreno, Zayn, divagou confuso.

- Sou o colunista da semana nos jornais diários... - Louis tentou.

- Não, não leio jornal, mas Liam lê. Talvez ele tenha comentado algo sobre. - Zayn respondeu franzindo o cenho.

- Conhece a S&S Records? - Louis perguntou.

- Quem não conhece? - Zayn perguntou rindo. - Sempre quis conhecer Harry Styles e seu sócio, gravar meu primeiro CD lá seria como realizar um sonho. - O menino disse surpreendendo Louis.

- Harry é meu namorado. - Disse e viu o menino moreno se virar para ele com de boca aberta. - Você canta?

- Canto mais ou menos, Liam, meu namorado, diz que nasci para isso, mas enquanto a sorte não está ao meu favor eu trabalho em outras coisas. E como assim você é namorado do Harry? - Perguntou incrédulo.

- É, namoramos há seis anos. - Louis respondeu.

- Já são casados basicamente. - Ao ouvir o que o garoto disse, Louis sentiu seu estômago dar voltas.

Ele sempre quis se casar com Harry, mas do jeito que as coisas iam, a única coisa que conseguiriam seria um divórcio com menos de uma semana de casados, pensava Louis.

- Ainda não... - Murmurou o menor.

- Espera, então você escreveu aqueles livros? - Zayn perguntou animado e Louis assentiu envergonhado. - Eu amo seus livros, os li milhares de vezes, são maravilhosos.

Louis sentia as bochechas queimarem por tamanhos elogios repentinos.

- Obrigado, Zayn. É muito amor dá sua parte. - Louis agradeceu.

- Ainda não acredito que você namora com Harry! - Zayn exclamou ainda surpreso.

De repente a mesma enfermeira que levara Louis horas mais cedo até aquela sala, apareceu ali na porta encarando o menino de olhos azuis e sorrindo.

- Seu acompanhante chegou, senhor Tomlinson. - A loira disse e abriu ainda mais a porta para que a pessoa entrasse.

Louis franziu o cenho em surpresa e confusão, não tinha chamado ninguém para o acompanhar, e se assustou quando viu ali a última pessoa na qual ele esperava que aparecesse.

Harry.

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(Me desculpe por qualquer erro ortográfico ou de pontuação.)

Não irei deixar muitas notas por agora, pois não tenho muito o que dizer e explicar. Espero que estejam gostando da fanfic, sei que o capítulo foi arrastado, mas ele é fundamental, e não para se descrever uma quimioterapia de forma divertida, certo?

Espero mesmo que alguém acompanhe essa fanfic, prometo não decepcionar.

Amei quem veio aqui, comentou e votou no primeiro capítulo, é algo muito importante para mim, obrigada.

Amo vocês.

Todo amor, Lou xx

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