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˖࣪ ❛ ESTRATÉGIA DE BATALHA
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PELA PRIMEIRA VEZ em meses, Hermione acordou sentindo-se aquecida. Normalmente, ela acordava no meio da noite em pânico ou se encontrava enrolada em posição fetal ao amanhecer. Mas desta vez, seus olhos se abriram para receber raios de sol acolhedores. Olhando para trás, ela viu Sirius dormindo pacificamente enquanto a segurava em um casulo seguro. Agora que ela pensou sobre isso, ela sempre dormiu pacificamente com Sirius - mesmo em seus primeiros dias, nesta época em que ele simplesmente se sentava aos pés dela em sua forma de cachorro para afugentar os pesadelos.
Ela gentilmente se soltou de seu abraço, saindo da cama.
Embora ela gostasse de estar em seus braços, ela estava sempre inquieta pela manhã. Preparando-se para encontrar o estoque de café de Sirius, Hermione deixou sua curiosidade tomar conta enquanto estudava cuidadosamente os porta-retratos espalhados nas paredes a caminho da cozinha. Nenhum deles tinha mais Peter neles. Mas quase todos eles tinham os Marotos. Ela gostou disso em Sirius; ele era tão ferozmente leal aos seus. Embora às vezes ele fosse infantil e cabeça quente, havia uma intensidade ardente na maneira como ele se importava. Hermione bufou para si mesma ao perceber que ele quase a lembrava de Ron nesse sentido.
Foi maravilhoso como a vida mudou drasticamente. Durante anos ela pensou que estava destinada a ficar com sua melhor amiga. Às vezes, a perda de sua antiga vida ainda a atingia durante noites solitárias, pensando onde ela poderia estar se eles não tivessem sido arrastados para a Mansão Malfoy naquela noite fatídica. No entanto, quando ela se sentou para tomar café da manhã com os Potter, Harry e Neville, a autopiedade se transformou em um confortável sentimento de pertencimento. Claro que não foi isso que ela planejou, embora Hermione Granger sempre tivesse um plano. Mas não foi o pior preço a pagar por todo o bem que fez.
Hermione estava cantarolando para si mesma enquanto servia água quente da chaleira que havia colocado, nem mesmo detectando o bruxo encostado na parede oposta enquanto sorria para ela.
— Oh, MERLIN!— Hermione pulou de surpresa ao se virar com sua xícara de café. — Sirius!
— Bom dia. — ele sorriu, nem um pouco arrependido.
— Você teve sorte de não me fazer derramar meu café. — Hermione olhou carrancuda, colocando sua xícara no balcão.
Ele ergueu uma sobrancelha divertido. — Valeu a pena.
Sirius passou os braços em volta da cintura de Hermione, a cabeça acomodada confortavelmente no ombro dela. — Por que você acordou tão cedo? Você teve um pesadelo?
— Isso é tarde para mim.
— Hermione, são 7 da manhã!
— Eu dormi muito bem. — ela virou a cabeça para olhar para ele. — Provavelmente em parte por sua causa. — ela admitiu. — Normalmente acordo por volta das cinco e tenho dificuldade em voltar a dormir.
Sirius gemeu, enterrando a cabeça na curva do pescoço dela. — A atrocidade! — ele murmurou em sua pele. Ele se separou dela com um beliscão suave na cintura. — Teremos que ensiná-la a fazer uma cama adequada.
Ela o observou tomando sua xícara de café enquanto ele preparava uma xícara para si mesmo. — Eu gostaria disso. — ela respondeu suavemente. Ela não sabia muito bem como estar em um relacionamento - principalmente neste, onde tudo foi tão complicado desde o início.
Sirius olhou, percebendo a leve hesitação nas palavras dela. — Oh, não se preocupe. — ele a avisou. — Temos muito que aprender um sobre o outro. Por exemplo: se você tentar me tirar da cama antes que eu esteja pronto, provavelmente vou fazer você desaparecer no Lago Negro.
Hermione ergueu uma sobrancelha surpresa. — Bem... Só saiba que farei o mesmo se você arrancar um livro da minha mão.
Ele assentiu com a maior seriedade por um momento antes de explodir em risadas ricas e melódicas que fizeram seu coração aquecer. — Talvez eu consiga uma viagem para o Lago Negro porque não tenho certeza se posso prometer isso. Você quase sempre fica com o nariz enfiado neles!
— Eu não sou mais tão ruim assim! — Hermione insistiu com um bufo indignado. — Você deveria ter me visto em Hogwarts!
— Eu gostaria de ter feito isso. — Sirius sorriu afetuosamente. — Você terá que me mostrar mais lembranças. As boas.
— Em breve. — Hermione concordou. — Assim que tudo isso acabar. — acrescentou ela, pensativa. — Assim que minha vida parar de parecer uma continuação constante de um limbo fadado a nunca mais acabar.
— Talvez mais cedo do que esperávamos, com aquela reunião que Dumbledore convocou para hoje. — Sirius apontou significativamente.
— O que? — Hermione perguntou estupidamente.
— A reunião? Dumbledore anunciou que teríamos um... Honestamente, bruxa, você ouviu alguma coisa que ele disse ontem à noite?
— Na verdade não. — ela admitiu timidamente.
— Por que? — Sirius sorriu. — Eu estava te distraindo?
— NÃO,. — Hermione insistiu, corando de vergonha. — Fiquei um pouco surpresa com o fato de que nós dois poderíamos nos transformar em criminosos se você fosse pego por criar um vínculo de sangue! —
— Não sob este ministério. — Sirius zombou.
— Para que é a reunião? — Hermione perguntou curiosamente.
— Definindo estrategias. — os lábios de Sirius se transformaram em um sorriso satisfeito. — Para a batalha final.
★
Ao meio-dia do mesmo dia, os mais ativos da Ordem haviam se reunido, desta vez na sede. Hermione e Sirius passaram pela Mansão Potter antes de ir para a reunião - Hermione insistiu. Ela passou a noite fora, o que era terrivelmente incomum para ela, para começar. E depois da última vez que viu os Potter, ela não queria que eles pensassem que ela tinha matado o padrinho do filho deles.
Lily e James apenas os observaram com olhares conhecedores, oferecendo nada além de garantias sorridentes de que estavam felizes por terem resolvido as coisas.
Voltar para a sede foi uma espécie de choque de realidade, mas foi ao mesmo tempo assustador e estimulante. Eles estavam quase no ponto de inflamação - isso poderia realmente acabar em breve. A sala fervilhava de expectativa que refletia as esperanças nervosas de cada membro da sala.
— TUDO BEM, QUIETOS! — Moody exclamou, atraindo toda a atenção de volta.
— Certo então. — Dumbledore começou em seu tom reconfortante e relaxado. — Como você já sabe, fizemos progressos impressionantes nos últimos meses - desde a recuperação da Mansão Potter até a destruição da fortaleza Nott. Na verdade, o progresso é impecável!
— Estamos reunidos aqui hoje porque acabamos de receber novas informações de Hestia, que está posicionada no ministério, de que as principais forças dos Comensais da Morte podem ter se mudado para a Mansão Malfoy.
Narcisa, que permanecia calmamente ao lado de sua prima Andrômeda e de sua família, pareceu se assustar. Todos olharam para ela interrogativamente.
— E-eu suponho que isso seja possível. — ela gaguejou. — Eles já haviam violado as proteções na noite em que escapei. Suponho que eles poderiam encontrar uma maneira de tomar a mansão agora que Lucius e eu não estamos mais lá. Especialmente se o próprio Lorde das Trevas se empenhasse nisso.
— E devemos acreditar na sua palavra por que? — Kingsley perguntou desconfiado.
Sua preocupação provocou uma pequena onda de murmúrios na sala lotada enquanto outros avaliavam a matriarca Malfoy com suspeita. Hermione sentiu Sirius ficar tenso ao seu lado. Ele se sentiu tão culpado por abandonar sua família por causa do resultado de Regulus, então agora ele era particularmente sensível aos primos restantes. Quando ele abriu a boca para defendê-la, uma voz alta ecoou acima dos sussurros.
— Todos vocês podem pegar suas acusações infundadas e enfiá-las na bunda! É onde todas as outras merdas pertencem. — Fabian falou claramente, mudando alguns passos até ficar ao lado das irmãs Black.
— Fabian! — Molly sibilou do outro lado da sala.
O queixo de Hermione caiu em choque absoluto. Fabian sempre foi o mais sensato e diplomático dos gêmeos, enquanto Gideon era tipicamente o mais brutal do tipo 'faça o que eu quiser'.
— É verdade. — ele insistiu, olhando carrancudo para a sala chocada. — Não teríamos conseguido entrar em Nott Estate sem a informação dela, muito menos derrubá-la.
— Correto, Sr. Prewett. — Dumbledore disse indulgentemente, seus olhos brilhando de diversão. — A lealdade da Sra. Malfoy não é o que está em questão aqui.
Enquanto os outros pareciam aceitar a palavra de Dumbledore com relutância, Narcissa observou as costas intimidadoramente largas de Fabian Prewett. Ela nem sequer tinha pensado que ele gostava dela, muito menos o suficiente para enfrentar o resto da Ordem! Ela não veio de um mundo onde você arriscava o pescoço pelos outros. Ela mesma não agiu quando sua irmã foi expulsa da família! No entanto, aqui estava ele, defendendo-a valentemente.
'Deve ser coisa da Grifinória', ela se convenceu. 'Imprudentemente corajosos... Todos eles. Estupidamente.'
— Se Voldemort se escondeu na Mansão Malfoy, podemos acabar com tudo isso com um ataque rápido. — disse Moody rispidamente.
— Isso nós podemos. — Dumbledore concordou. — Mas precisamos nos preparar.
— Quem está lutando? — perguntou Fabian.
— Quando atacaremos? — Gideon ecoou simultaneamente.
Para surpresa de todos, Dumbledore olhou para Marlene McKinnon, que estava sozinha. Seus pais não eram membros tecnicamente ativos da Ordem, e desde toda a provação com Sirius, ela tendia a ficar longe deles como grupo.
— Eu teria que verificar os números. — ela encolheu os ombros com cautela. — Precisamos de melhores estimativas de seus números e talvez de um layout da mansão.
— Eu posso ajudar com isso. — Narcissa falou claramente.
— Perfeito. — Dumbledore encorajou. — Sra. Malfoy, Sra. McKinnon, é uma de nossas melhores estrategistas, então você estará em boas mãos.
Hermione se inclinou para Lily, cutucando-a discretamente. — Eu não sabia que Marlene tinha um trabalho tão importante. — ela sussurrou.
— Ela não gosta muito de falar sobre seu trabalho, ela não tem permissão para discutir a maior parte dele de qualquer maneira. — respondeu Lily. — Mas ela sempre foi assustadoramente perspicaz. Brilhante em aritmancia e astronomia. Dumbledore a treinou com os centauros para aprender suas práticas de adivinhação - achava que as estrelas eram mais confiáveis do que bolas de cristal.
— Minnie e eu podemos ajudá-la a fazer uma estimativa melhor de quando atacar, não podemos?
A sala inteira ficou em silêncio no momento em que as palavras deixaram as palavras de Moody. Sirius bufou, e James pareceu engasgar com o ar, tossindo até que Lily teve que dar um tapinha nas costas dele. A Professora McGonagall virou a cabeça lentamente, olhando para Moody com um temperamento explosivo.
— Sim, vamos, Alastor.
Todos pareciam prender a respiração esperando o momento em que ela se transformaria e atacaria Moody, mas o momento nunca chegou. Mas Hermione percebeu, pelo fogo indignado em seus olhos, que Moody provavelmente receberia sua penitência quando menos esperasse.
— Enquanto isso. — Dumbledore continuou sem pausa. — Héstia, Kingsley e Arthur - fiquem atentos nos próximos dias. Precisamos saber qualquer informação que circule no ministério imediatamente.
Eles assentiram brevemente.
— Moody, é melhor você continuar treinando com seus Aurores. Faça com que Hermione e Severus se juntem a você.
Embora a maioria das pessoas já tivesse aceitado o papel de Snape, alguns ainda reviraram os olhos para o bruxo solitário parado sozinho no canto mais distante. Nem mesmo Mary McDonald pôde ser vista ao seu lado hoje.
— Todos os Aurores? — James perguntou, esperançoso. — Isso significa que posso voltar ao trabalho?
Hermione sentiu Lily ficar tensa ao seu lado.
— Se você quiser, sim. — Dumbledore disse cuidadosamente. — É provável que esta seja a última batalha, e não vou dizer para você não lutar.
— E quanto ao resto de nós? — Marlene falou, chamando a atenção deles de um radiante James Potter. — Eu sei que não somos todos Aurores, mas me recuso a simplesmente ficar sentado assistindo à última batalha.
— Você pode lutar se quiser. — disse Dumbledore. — Provavelmente precisaremos de tantas varinhas quanto pudermos.
— Se você quiser, pode treinar comigo e com os outros. — Moody assegurou rispidamente.
— E enquanto isso... — McGonagall falou. — Devíamos reconstruir nossos estoques de poções. Não sabemos o quanto as coisas ficarão ruins quando o dia finalmente chegar. Precisamos nos preparar para o pior.
— Posso começar a trabalhar nisso. — Lily falou claramente.
— Mas Lily... — James argumentou. — V-você es...
— Eu? — ela se virou para ele com um olhar impaciente. Se ele tivesse permissão para lutar como Auror, mesmo apesar do preço por suas cabeças, ele certamente não a impediria de fazer sua parte para garantir que ele não morreria.
— Você está grávida. — James tentou argumentar com ela.
— Não está longe o suficiente para que a fabricação de cerveja seja perigosa. — ela manteve teimosamente.
— Eu posso ajudá-la. — Mary falou.
— Eu também! — Narcisa declarou.
— Suponho que isso resolva tudo. — disse Dumbledore com uma palma animada, encerrando o encontro.
— E todos se lembram... — Moody exclamou para eles.
Hermione revirou os olhos, já sabendo o que estava por vir. — VIGILÂNCIA CONSTANTE! Nós sabemos.
Os olhos de Moody se estreitaram severamente e ele se virou, murmurando para si mesmo. 'Ensine-os por algumas semanas e eles pensarão que sabem tudo!'
Sirius a cutucou, olhando para ela, impressionado. — Não acho que alguém respondeu a Moody e saiu impune.
Hermione revirou os olhos novamente. — Espere até os gêmeos Weasley crescerem - eles são piores que os Prewetts! Eu diria que são ainda piores do que vocês, Marotos! —
— Leve isso de volta! — Sirius exigiu indignado.
★
Os Prewett estavam conversando com Moody quando Marlene se aproximou deles. Gideon a viu primeiro, ficando imóvel quando ela se juntou a eles.
— Ah, McKinnon, ótimo. — disse Moody. — Precisaremos conversar com Minerva e Blacks em breve, de preferência hoje.
— Você quer dizer a Sra. Malfoy? — ela perguntou curiosamente.
— Eh, ainda sou um Black. Mas preciso verificar uma coisa - voltarei em um momento. Enquanto isso, conheça os Prewetts. Com tão pouco tempo antes que tudo isso exploda na nossa cara, eles vão estar me ajudando a treinar aqueles que ainda não o fizeram.
Marlene olhou para eles hesitante enquanto Moody se afastava. — Então, qual gêmeo está me treinando? Ou são vocês dois? — ela tentou brincar.
Fabian ergueu uma sobrancelha, divertido. — Acredito que meu irmão menos bonito já reivindicou essa honra. Se você me der licença, preciso falar com Andrômeda.
Gideon olhou para seu gêmeo idêntico enquanto rapidamente dava desculpas para sair. Antes que ele percebesse, ele ficou sozinho com Marlene, que o observava com curiosidade.
— Uh... Obrigada. — ela falou. — Por emprestar seu apartamento para minha família. Estou tentando encontrar e garantir outro lugar assim que puder, e acho que encontrei algo razoável. Devo conseguir nos tirar daqui...
— Apenas fique aí. — Gideon a interrompeu severamente.
— Perdão?
— Não é seguro com tudo chegando ao auge tão rapidamente, e as proteções no meu apartamento são melhores do que qualquer coisa que você consiga colocar em tão pouco tempo. Então fique até que tudo acabe.
— Gideon, isso é muito generoso da sua parte, mas eu não posso.
— Você pode, e você irá. É a escolha mais segura para sua família, e você sabe disso. — seus olhos queimaram nela.
— Tenho certeza de que vamos conseguir. — Marlene engoliu em seco.
— Droga, aceite a oferta. De qualquer maneira, vou ficar com meu irmão gêmeo, que esteve tragicamente solteiro durante toda a vida. Você não está colocando ninguém para fora. —
Marlene considerou seus olhos teimosos por um momento antes de concordar com a cabeça. — Obrigada. — ela disse calmamente.
Gideon deu-lhe um breve aceno de cabeça. Foi muito mais um alívio para ele saber que estariam seguros dentro das enfermarias de seu apartamento.
— Então... Quando exatamente esse treinamento acontece? — ela perguntou curiosamente. — Provavelmente passarei o dia trabalhando na estratégia da logística do ataque.
— Você tem que lutar? — ele perguntou abruptamente.
Marlene pareceu surpresa. — É a batalha final - claro, eu tenho que lutar.
— Temos muitas varinhas, apesar do que Dumbledore disse. — ele implorou a ela. — É muito arriscado e você realmente não precisa...
— Olhe aqui, Gideon Prewett, — Marlene falou em tom baixo, mas indignada. — Todos nesta sala correm riscos todos os dias. Não vou ficar de lado e deixar todos brigarem quando eu poderia estar ajudando. — ela estava tão cansada de pessoas presumindo que ela era uma cabeça-dura ou uma idiota. — Posso não ser treinado como um Auror, mas não sou inepto em magia combativa.
— Mas você já está ajudando! — ele implorou. — Você é o cérebro por trás de todos os nossos ataques! Não podemos arriscar perder você na batalha.
Então ele não achava que ela era estúpida? Então o que?
— É por isso que nunca lutei até agora. Mas se esta for a batalha final, não importará se eu sobreviver se perdermos.
— Marlene...
— Gideon, eu não sou a mesma garotinha assustada que você lembra de Hogwarts!
A explosão dela o pegou de surpresa. Ela ouviu um rosnado baixo e frustrado antes que ele se aproximasse dela, a apenas alguns centímetros de distância.
— Acredite em mim, eu sei. — ele disse em voz baixa, seus olhos ardendo de frustração e algo mais que ela não conseguia identificar.
Antes que ela tivesse a chance de responder, ele já estava se afastando.
★
James não teve sorte em convencer Lily a não continuar fabricando cerveja. Sendo o homem esperto que era, ele sabia que dificilmente poderia repreendê-la por querer fazer a parte dela quando ele estava praticamente saltando para voltar à luta. Ele sabia que era um risco, mas estava ficando louco!
Lily saiu para falar com Mary, ainda irritada com a imprudência do marido. Merlin, ela sentia falta dos dias em que ele desejava ser jogador profissional de quadribol. Claro, isso lhe dava uma grande cabeça, mas ela poderia viver com isso. Ela odiava não saber quando o marido voltaria toda vez que saísse em missão - ou mesmo se voltaria. Mas a guerra iminente logo após a formatura em Hogwarts lhes dera pouca escolha no assunto. Na verdade, o fato de ela ser transmitida por trouxas apenas consolidou sua decisão de se juntar a Sirius no treinamento de Auror e deixar passar os numerosos convites para testes que recebeu de ligas profissionais de quadribol.
— Devíamos fazer uma lista de quanto queremos de cada poção. — disse Mary. — Narcisa pode ser benéfica. Se soubermos quem são nossos oponentes, saberemos quais feitiços eles provavelmente usarão e de quais poções precisaremos mais.
— Essa é uma boa ideia. — Lily assentiu.
— Vocês, senhoras, precisariam de uma mão adicional? — uma voz profunda interrompeu.
— Severus! — Lily cumprimentou com entusiasmo, sem perceber a forma como Mary enrijeceu, desviando o olhar.
— Eu tenho um laboratório de poções que podemos usar - já totalmente abastecido.
— Talvez... — Lily assentiu. — Contanto que alguém possa cuidar das crianças, tenho certeza de que posso sair se meu marido também puder.
— McDonald. — Snape cumprimentou experimentalmente.
— Snape. — ela assentiu sem entusiasmo. — Eu deveria ir... Falar com McGonagall. Vou mandar uma coruja para você, Lily.
Enquanto Mary se afastava, murmurando suas desculpas péssimas, Lily assistia confusa até ver Severus observando-a sair culpada.
— Ah, não. — ela gemeu. — O que você fez?
— O que faz você pensar que eu fiz alguma coisa? — Snape fungou de maneira indiferente.
— Por favor, Severus. É comigo que você está falando. Você sempre fica irritado quando faz algo errado. Como se você estivesse bravo, alguém está chateado com você. Então, deixe isso! O que você fez?
— Eu poderia ter contado a Granger o que Black fez. — ele admitiu.
Lily suspirou profundamente. — Eu me perguntei como Hermione descobriu... Você teve sorte de eles terem descoberto!
— Não é problema meu se eles não o fizeram. — ele fungou com desdém.
— Mas por que Mary está brava com isso? Ela não é próxima de nenhum deles.
— Não acho que ela esteja zangada com isso.
— Então...? — Lily persuadiu.
— Ela pode ter mencionado algo sobre como foi atacada no sexto ano.
— Ah, eu me lembro disso! — Lily fez uma careta. — Foi horrível! Remus, James e Sirius não me deixaram ir a lugar nenhum sem um deles por meses - e eu ainda odiava James naquela época!
— Sim, bem, aparentemente, quando Mulciber estava falando sobre ser expulso por isso, eu disse a ele que pelo menos ele saiu rindo.
— Você não fez isso. — ela engasgou, suas mãos voando para a boca.
— Eu não quis dizer isso! Eu nem a conhecia naquela época! Eu só estava tentando entrar com os Comensais da Morte.
— Você tem que se desculpar! — Lily insistiu severamente.
Snape resmungou, resmungando sobre como ele dificilmente saberia como se desculpar por algo que disse sem entusiasmo quando nem conhecia a bruxa.
— Oh, por favor. — Lily zombou. — Eu sei que você sabe como se desculpar. Parece que me lembro de você acampando em frente à sala comunal da Grifinória para tentar se desculpar comigo!
— E veja que bem isso me fez. — disse ele sombriamente.
Lily suspirou. — Eu era teimosa demais para aceitar suas desculpas naquela época. Mas Mary é melhor que isso! Duvido que você precise se humilhar... Muito.
— Realmente reconfortante, Lily. — Snape zombou secamente.
— Você se meteu nessa confusão. — ela sorriu.
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