009

˖࣪ ❛ PREPARANDO ARMADILHAS PARA RATO
— O9 —

NÃO PODERIA TER passado mais do que algumas horas, mas todos ainda estavam esperando tensos no Potter Cottage. Sirius partiu para Gringotes sem nenhum plano de como entrar sem fazer barulho ou de como encontrar a Horcrux. É verdade que ele ainda era negro e deveria conseguir entrar no banco sem problemas.

— Tem certeza que eles não vão emboscá-lo? — Hermione perguntou pela décima vez.

— Hermione. — Lily acalmou com simpatia. — Não é tão caótico lá fora.

— Ela está certa, Srta. Granger. — Dumbledore assegurou. — Voldemort pode ser poderoso nesta época, mas ele não tem controle total como tinha na sua época. Ele tem espiões por toda parte, sim. Mas eles ainda não assumiram o controle.

— Certo... Certo... — Hermione murmurou, ainda inquieta.

James estava curvado com os cotovelos apoiados nos joelhos, focado em suas mãos girando e pensando em Godric sabe o quê. Remus adormeceu logo depois que Lily lhe deu uma poção para dormir sem sonhos. Ela insistiu que ele não sabia quando descansar para seu próprio bem.

Na verdade, Remus parecia bastante pacífico enquanto dormia. Embora ele parecesse menos abatido e muito mais jovem do que o professor que ela conheceu no terceiro ano, as cicatrizes desbotadas que ela viu pela primeira vez estavam mais irritadas e frescas agora. Provavelmente devido ao seu trabalho com as matilhas.

O ar mudou por uma fração de segundo antes que o barulho da aparição chegasse aos seus ouvidos. Sirius cambaleou instável no centro da sala de estar, fazendo James se levantar.

— Sírius!

— Estou bem, estou bem. — disse ele, recuperando o equilíbrio. — Eu entendi. — ele puxou triunfantemente uma pequena taça dourada de dentro das dobras do casaco.

Após uma inspeção mais detalhada, Hermione pôde ver um pequeno texugo na lateral da xícara. — A taça da Lufa-Lufa!

— Sim. — ele confirmou.

Sirius estendeu-o para Dumbledore, ansioso para tirá-lo de suas mãos.

— Muito bem, Sr. Black!

Sirius apenas assentiu, tirando o casaco. Foi quando eles perceberam.

— Sirius, o que é isso? — Lily chorou alarmada. Seu pescoço e partes de sua mandíbula estavam repletos de pequenos cortes e cortes.

— Ah, isso? — ele perguntou levemente, esfregando a nuca. — Havia um feitiço de proteção no cofre, mas consegui escapar.

— Mas...

— Estou bem, Lily, são apenas arranhões.

— Pelo menos deixe-me curá-los. — ela implorou.

— Já entendi, mas obrigado, pequena ruiva. — disse ele carinhosamente, bagunçando o cabelo dela.

— Bem, então vou levar isso de volta para Hogwarts. — Dumbledore os informou.

— Obrigada, professor. — Hermione disse.

— Oh, senhorita Granger, o Halloween está se aproximando. Talvez seja melhor discutirmos seus planos para Pettigrew em breve.

Todos ficaram estranhamente imóveis com a declaração de Dumbledore, como se tivessem esquecido que seu amigo deveria traí-los.

— Certo, professor. — a antipatia de Hermione por Pettigrew foi superada por sua simpatia pelos Marotos, que ainda pareciam evitar encarar a verdade.

James levitou Remus, que ainda dormia, guiando-o escada acima até um de seus quartos de hóspedes. Lily olhou hesitante entre ela e Sirius, que entrou silenciosamente na cozinha. Hermione lançou-lhe um pequeno sorriso, indo atrás de Sirius, deixando Lily para ajudar James.

Ela o encontrou sentado na mesa da sala de jantar, xingando silenciosamente enquanto ele lutava para curar os cortes espalhados ao longo de seu pescoço. Ele jogou o casaco desajeitadamente em uma cadeira e sua camisa de seda estava algemada até os cotovelos e desabotoada no pescoço. Parando um segundo para observá-lo, ela notou com um toque de surpresa que ele ainda estava tão equilibrado e bem vestido quanto o Sirius de sua época. Ela caminhou até ele silenciosamente, sacando sua própria varinha. Ele olhou para ela com uma breve surpresa antes de mascarar suas emoções como o lançamento de uma moeda.

— Eu posso lidar com isso. — ele insistiu, gentilmente empurrando a varinha dela para o lado.

— Permitam-me, por favor.

Ele soltou o braço dela quando ela começou a murmurar feitiços. Ela podia sentir o olhar dele sobre ela, mas manteve os olhos fixos nos cortes que cicatrizavam rapidamente.

— Sinto muito por mais cedo. Não tive a intenção de acusar você de ser cruel, embora tenha sido exatamente isso que eu fiz. — Hermione começou a divagar em seu nervosismo. — Eu sei que você não é, na verdade, achei um milagre você poder ser tão brincalhão como era, mesmo depois de tantos anos...

— Tantos anos de quê? — ele sussurrou.

— Tantos anos sem seus amigos mais próximos. Quer dizer, não sei o que faria se perdesse Harry ou Ron...

Ela fechou os olhos ao perceber que continuava se cavando em um buraco cada vez mais profundo.

— Ei. — Sirius disse suavemente, levantando a cabeça dela com um dedo sob o queixo. — Tudo bem.

— Eu realmente sinto muito. — ela sorriu tristemente para ele.

— Eu sei. — ele sustentou o olhar dela, estudando-a com seus tempestuosos olhos cinzentos. Ele parecia décadas mais jovem, e seus olhos ainda exibiam uma expressão honesta e divertida que havia sido endurecida no homem que ela conhecera.

Sentindo-o cada vez mais perto, Hermione respirou fundo. Os olhos dele desceram para os lábios dela e ela se viu lambendo-os inconscientemente. Ele levantou a mão para puxar suavemente um dos cachos que cercavam seu rosto, o que a tirou de seu estupor.

O que diabos você está pensando, Hermione? Ele é o padrinho de seu melhor amigo, ela se repreendeu.

— Bem, você está curado. — ela disse com uma casualidade forçada e alegre enquanto dava alguns passos para trás da mesa.

— Obrigado...

— Foi um longo dia, você sabe que eu provavelmente deveria ir para a cama. — ela divagou, correndo para fora da porta como se Fluffy estivesse atrás dela.

— Hermione...

— Boa noite, Sirius, até amanhã!

Ele assistiu com o queixo caído, tentando processar o que acabara de acontecer. — Mas ainda não é noite...

Fiel à palavra de Dumbledore, no dia seguinte todos estavam reunidos em seu escritório para discutir a armadilha para Pettigrew.

— Então o que você propõe, Hermione? — Lily perguntou diplomaticamente, já que todos os meninos foram ensinados com desconforto.

— Bem, eu diria apenas para deixar as coisas acontecerem como aconteceriam na linha do tempo original. Você, James e Sirius poderiam chamar Pettigrew e pedir a ele para ser o guardião do segredo. Então, esperançosamente, quando o Halloween chegar, o Professor Dumbledore e outros membros da Ordem podem emboscá-lo quando ele quiser vir atrás de vocês dois. Ele estará sozinho, então será sua melhor chance de derrubá-lo.

— E as outras Horcruxes? — Dumbledore perguntou.

— A cobra, e aquela da Corvinal, sim. Tenho certeza que os encontraremos com o tempo. Horcruxes não podem receber uma forma corpórea sem que alguém faça isso acontecer. Não podemos desperdiçar a chance de matá-lo agora na esperança de encontrarmos os dois restantes em breve.

— Ela está certa. — Remus disse. — Mesmo com um lapso temporário em seu regime, podemos recuperar muito controle.

— Bem, então, suponho que cabe ao Sr. Black e aos Potter cuidar disso a partir daqui. — disse Dumbledore.

Sirius e James trocaram um olhar sombrio, balançando a cabeça com firmeza.

— Lembrem-se. — Hermione disse a eles. — Você tem que fazer parecer que apenas vocês quatro saberão sobre a mudança. Pelo que eu entendi, Pettigrew já vinha alimentando suas dúvidas nos outros há meses, então não será difícil para ele. acredito que você finalmente comprou.

Remus franziu a testa com essa revelação, mantendo os olhos desviados dos amigos.

— Certo. — Lily disse com um abraço de despedida enquanto os três levavam o Flu de volta para a cabana.

Remus olhou para suas mãos melancolicamente antes de fazer a pergunta que temia.

— Mas foi isso que aconteceu, não foi? Na sua época. Eles acreditaram que eu não era confiável, então decidiram não me contar sobre a mudança?

— Remus, não. — Hermione enfatizou, correndo para frente. — E-eu não sei exatamente os detalhes, mas pelo que eles já disseram, parece que torná-lo o guardião do segredo só o colocaria em mais perigo. Mesmo você tem que admitir, ninguém suspeitaria de Pettigrew.

Ele sorriu severamente, balançando a cabeça em reconhecimento. — Eu acho que sim.

— Não pense muito nisso, Peter fez sua parte na manipulação para plantar essas dúvidas em suas cabeças de qualquer maneira. Eles não pensam mal de você.

— Certo. — disse ele, seus olhos âmbar brilhando com essa compreensão. Ele rapidamente balançou a cabeça e seus olhos voltaram ao normal antes que ela pudesse piscar. — Vamos fazer algo divertido, eles não deveriam ser feitos por um tempo.

— O que voce tinha em mente?

— Fortescue?

— É seguro para nós irmos para lá?

— Senhorita Granger. — Dumbledore os interrompeu, lembrando-os de sua presença. — Posso garantir que é seguro sair à tarde com um acompanhante. Mas posso sugerir que você use alguns disfarces? — seus olhos brilharam quando ele olhou para o par. — Precauções extras nunca fazem mal.

Dumbledore pediu licença, informando-lhes que tinha alguns assuntos para resolver.

Hermione imediatamente olhou para Remus, virando a varinha para ele. Ele pareceu chocado por um breve segundo antes de senti-la transfigurar sua aparência.

Seus olhos âmbar se aprofundaram para incluir salpicos verdes, seu cabelo castanho arenoso e loiro escureceu para um castanho à medida que crescia um pouco mais. Ele podia sentir uma leve nuca crescendo em torno de sua mandíbula, e seu corpo preencheu seu traje um pouco mais do que o normal com a adição de músculos extras.

— Então? — ela perguntou invocando um espelho para que ele pudesse se olhar.

— Uau, Hermione, você deveria me fazer parecer discreto. — ela franziu as sobrancelhas em confusão. — Quero dizer, nesse ritmo, todas as mulheres lá dentro estarão atrás de mim. — ele brincou.

Hermione riu, empurrando-o levemente em retaliação. — Bem, pobre de você, Godric me livre de ter mulheres bonitas perseguindo você.

Remus riu com ela enquanto apontava sua varinha para ela. — Por que eu precisaria de outras mulheres me perseguindo se um dia já estou acompanhando uma linda bruxa?

As risadas de Hermione se acalmaram com seu elogio sutil.

— Posso? — ele perguntou, gesticulando com sua varinha.

— Oh- hum, sim, acho que sim.

— Você não quer que eu te transfigure? — ele perguntou, desanimado.

— Ah, não, vá em frente, não é que eu não confie em você. Eu simplesmente nunca deixaria Ron ou Harry tentarem me transfigurar, é por isso que hesitei.

— Como assim, eles não são seus melhores amigos? — ele perguntou com uma leve risada enquanto pairava a varinha sobre as feições dela.

— Eles são. — ela defendeu facilmente. — Mas eles não são os mais habilidosos em magia que exige paciência e sutileza.

— Você não deveria ter um pouco de fé neles? — ele brincou.

— Não quando isso interfere na minha autopreservação, não. — disse ela brincando.

Eles provocaram um ao outro alegremente enquanto iam direto para o Beco Diagonal. Quando eles pararam na deixa do Fortescue esperando sua vez, eles ficaram totalmente imersos em sua dinâmica fácil.

— O que você está comprando? — Remus perguntou a ela.

— Acho que vou querer Earl Grey e Lavender. — ela ponderou em voz alta.

— Essa é possivelmente a resposta mais britânica que você poderia ter dado. — ele falou com uma risada.

— Ah, como se você não fosse tão óbvio, Remus Lupin. — ela sussurrou com indignação brincalhona. — Deixe-me adivinhar? Chocolate?

— Esse é um palpite de sorte. — defendeu ele.

— Mhmm... Você sabe que esse é provavelmente o melhor conselho que você já me deu como professor. — ela então elaborou seu olhar confuso. — Que comer chocolate vai fazer você se sentir melhor.

— Eu era professor? — ele perguntou, pasmo.

— Sim, você foi o professor de defesa no meu terceiro ano. — ela disse lentamente. Os outros não lhe contaram?

— Você sabe que sempre foi meu sonho ensinar. — ele suspirou melancolicamente. — Eu simplesmente nunca pensei que alguém empregaria um...

— Bem, você se tornou um. — Hermione agarrou a mão dele confortavelmente. — Um dos melhores que eu já tive também.

Remus lançou-lhe um sorriso genuíno, sentindo-se mais à vontade com Hermione em um curto período de tempo do que conseguia se lembrar por um tempo. Todos conheciam apenas metade dele porque não sabiam sobre sua licantropia, ou o tratavam de maneira diferente por causa disso. Até mesmo seus amigos mais próximos, que durante anos insistiram que ele apenas tinha um 'probleminha peludo', duvidaram dele, mesmo que um pouco.

— Oi, pessoal!

James, Sirius e Lily fizeram uma careta internamente, reunindo forças para se livrar dessa fachada com alguém que eles acreditavam ser seu amigo.

— Oi, Peter. — James deu um passo à frente, oferecendo-lhe um abraço estranho.

— Ei, Peter. — Sirius deu um passo à frente fazendo o mesmo.

Lily revirou os olhos diante da falta de sutileza deles. Por mais que ela amasse seus grifinórios, eles eram péssimos em sutilezas.

— Está tudo bem? — Peter perguntou nervoso. — Vocês estão agindo... Estranho.

Os meninos estremeceram e Lily deu-lhes uma cotovelada discretamente em advertência.

— Está tudo bem, Peter. — ela tentou dizer alegremente. — Só temos algo importante sobre o qual gostaríamos de conversar com você.

— Oh? — ele guinchou.

— Bem, estávamos conversando sobre como as coisas ficaram perigosas recentemente e pensamos que seria melhor trocar os guardiões do segredo. — Sirius disse hesitante.

— E esperávamos... — James continuou, segurando a mão de Lily. — Que você fosse o novo guardião do segredo.

— Eu!? — Pedro exclamou. — E quanto a Remus?

O trio foi pego de surpresa quando ele sugeriu que escolhessem Remus antes de recuperar o juízo rapidamente.

— Remus tem estado muito perto das matilhas. Se alguém descobrisse que ele era o guardião do segredo, isso apenas tornaria mais fácil para os Comensais da Morte chegarem até ele. — Sirius disse.

— E todo mundo sabe que Sirius é a escolha óbvia. — acrescentou James.

— Você é como nossa arma secreta. — disse Lily. — Ninguém saberia que mudamos para você fora de nós quatro, é mais seguro assim.

— Oh. — disse Peter, um olhar pensativo tomando conta de seu rosto. — Quero dizer, se você achar que é melhor, é claro. Não há nada que eu não faria por vocês!

Lily, James e Sirius se entreolharam discretamente. Peter não parecia querer traí-los. Ele nem parecia querer tanto ser o guardião do segredo. Mas, novamente, talvez seja por isso que eles foram tão pegos de surpresa na linha do tempo de Hermione.

E com isso todos se sentaram para uma refeição estranha, durante a qual Peter parecia permanecer alheio aos seus três amigos observando cada movimento e reação sua.

Lily, James e Sirius aparataram na sede depois do almoço com Peter, apenas para tropeçar em Hermione e Remus rindo histericamente perto da lareira. Ele disse algo com um sorriso apenas para Hermione empurrá-lo de volta no tapete, indignada. James e Lily observaram o par confusos, enquanto Sirius sentiu uma ponta de aborrecimento percorrer seu corpo.

Quando eles se aproximaram, o olhar de Remus voou para a porta, sorrindo para eles em saudação.

— Como foi? — Hermione perguntou ansiosamente.

— Bom, eu acho. — disse Lily. — Ele não parecia uma toupeira; ele nem parecia querer ser o guardião do segredo.

— Bem, ele é bom em bajular as pessoas quando sua vida está em risco. — Hermione disse com uma voz estranhamente dura, lembrando-se da noite na cabana dos gritos. — Ele provavelmente ficou muito bom em mentir.

— Certo... — James disse tristemente. — Bem, espero que tudo acabe logo!

Remus convidou Lily para jogar xadrez, e James saltou atrás deles, já fazendo apostas em como sua preciosa flor de Lily certamente venceria Remus. Hermione sorriu com ternura. Este é o tipo de lar em que Harry deve crescer.

O que a lembrou. — Onde está Harry?

— Com os Longbottoms! — Lily disse facilmente. — Ele e Neville se tornaram bons amigos. — ela sorriu com orgulho.

— Ah... Ok. Bem, vou fazer um chá, alguém quer? — a mão de James imediatamente se ergueu no ar como a de um garoto de escola, lembrando-a de como ela reagia toda vez que um professor pedia a resposta para uma pergunta em aula. Ela riu da bobagem dele enquanto Remus e Lily diziam educadamente, 'sim, por favor.'

Hermione saiu para a cozinha, procurando sem rumo nos armários o chá, as xícaras e a chaleira.

— Você sabe que pode simplesmente convocar tudo.

Hermione pulou com um pequeno guincho, girando com a mão segurando a varinha. — SIRIUS! Não se aproxime de mim desse jeito!

— Desculpe. — ele sorriu, sem sentir nada.

Ele convocou tudo o que ela precisava para o chá, e vários armários se abriram enquanto saquinhos de chá, açúcar, mel e uma chaleira voavam para o balcão na frente dela.

— Obrigada. — ela murmurou, ocupando-se com o chá.

Ele se apoiou casualmente no balcão ao lado dela, cruzando os braços sobre o peito.

— Sentindo-se melhor esta manhã?

— Claro. — ela disse facilmente. — Por que eu não estaria bem?

— Bem, você correu para a cama rapidamente ontem à noite. — ele sugeriu.

Hermione podia sentir o sangue correndo por suas bochechas ao se lembrar do momento deles. — Eu só estava cansada, só isso. — ela insistiu, contornando-o para ir até o fogão. Mas ele pegou o braço dela antes que ela pudesse passar por ele.

— Hermione. — ele disse hesitante. — Fiz algo de errado?

— Errado? — seus olhos voaram para os dele em confusão. — Não, você não fez nada.

— Então por que você está estranha perto de mim? Pensei que éramos amigos?

— Nós somos! Quero dizer, nós somos.

— Então? — ele perguntou frustrado.

Hermione gentilmente afastou o braço dele. — Sirius, você e eu nunca fomos tão próximos.

— Você parece me conhecer muito bem, considerando que não éramos próximos.

— O que?

— Minha fraqueza em relação à família; ninguém realmente sabe sobre isso, exceto James. E, aparentemente, você. — ele olhou para ela significativamente.

— Bem, eu sou apenas observadora, na verdade. — Hermione argumentou.

— Você gosta de Remus? — ele perguntou abruptamente.

— Hum... Claro que sim, sempre me senti próxima dele. — Hermione disse indiferentemente.

— Não, Hermione. — ele disse, aproximando-se, apertando-a contra a mesa da cozinha. — Eu quis dizer se você quer ficar com Remus.

— O que? Não, claro que não!

— E por que exatamente isso acontece? — ele perguntou suavemente, apoiando-a até que ela bateu na borda da mesa. — Você parece tão confortável e afetuosa com ele. — ele continuou com desagrado.

— Porque ele tem... Porque somos apenas bons amigos, e sempre fomos. Além disso, sou carinhosa com todos os meus amigos!

Sirius olhou para ela com curiosidade, não perdeu sua mudança abrupta de raciocínio, mas optou por abandoná-la.

— É porque você lembra que ele é 20 anos mais velho que você? Ou porque ele é praticamente tio do seu melhor amigo?

— Não. — Hermione negou, ainda confusa. — Mas Harry não ousaria tentar me dizer com quem ou não ficar. Eu era bastante madura para a minha idade, e fiz e continuarei a fazer o que quiser! — Hermione se defendeu acaloradamente, ficando cada vez mais irritada com o interrogatório dele. Se de repente ela quisesse estar com Remus, ela poderia muito bem. Ele não tinha o direito de questioná-la sobre isso.

Ele sorriu, satisfeito com as respostas dela.

— E você Sirius Black... — ela disse cutucando-o no peito. — Não é da sua conta questionar minha vida pessoal! Posso te conhecer de antes, mas você dificilmente sabe...

Sirius passou a mão em seu cabelo volumoso, inclinando sua cabeça para cima antes de pousar seus lábios nos dela. Ela parou imediatamente em estado de choque. Ninguém nunca a beijou para calá-la antes, mas ela tinha a sensação incômoda de que poderia ter acontecido.

Sirius sorriu contra a boca dela, mordendo-a suavemente antes de beijá-la mais suavemente, incitando-a a responder. Os olhos de Hermione se fecharam e ela ergueu a mão para se entrelaçar frouxamente no cabelo de Sirius enquanto as mãos dele desciam pela cintura dela, puxando-a contra ele. Ela podia sentir-se corar descontroladamente enquanto o beijo dele ficava mais intenso.

A única experiência real de Hermione foi com Victor Krum, e embora ele não fosse o tipo de coisa suave, ele também não levava as coisas longe demais - apenas alguns beijos roubados. Afinal, ela tinha apenas quinze anos na época. Desde então, ela estava muito consumida por Harry e Ron para sequer pensar em um namoro sério. Não que ela se importasse particularmente; você não pode perder o que nunca teve.

Ele a ergueu de repente, colocando-a sobre a mesa e ficando entre suas pernas abertas. Em algum lugar no fundo de sua mente, uma vozinha inteligente gritava para ela se afastar. Ele era Sirius Black, pelo amor de Deus. Engraçado, intenso e profundamente instável. Sem mencionar o padrinho de Harry. Mas então o diabo em seu outro ombro tentou contrariar seu melhor julgamento. Não é como se ela fosse a melhor amiga de Harry neste futuro. Além disso, sem ir para a prisão, Sirius nunca atingirá esse nível de instabilidade. Foi um milagre que ele ainda estivesse são depois de tantos anos perto dos Dementadores.

Afastando a boca da dele, ela tentou convencê-lo de que isso era uma má ideia, porque até agora ela não conseguiu se convencer.

Sirius... — ela ofegou sem fôlego.

Não entendendo a dica, ele simplesmente continuou a viagem ao longo de sua mandíbula e pescoço, beijando seu pulso acelerado.

— Sirius... — ela disse com mais força, puxando a cabeça dele para trás com força em seu cabelo.

— O que? — ele sussurrou, voltando para beijar seus lábios.

— Esta não é uma boa ideia. — Hermione insistiu.

— De onde estou. — ele sorriu enquanto se pressionava contra ela provocativamente. — É uma ideia brilhante. Estou querendo fazer isso desde ontem à noite.

— Eu não sou desta época, isso não pode acabar bem. — ela implorou.

— E daí? Você faz parte deste tempo tanto quanto qualquer um agora.

— Não, não estou. Só estou aqui para garantir que as coisas nunca piorem.

— Hermione. — ele disse severamente, sacudindo-a até que ela olhasse para ele. — Quer você goste ou não, esse tempo se tornou seu no momento em que você decidiu mudar o futuro. Agora estou encarando isso como uma bênção porque gosto do seu fogo. E você tem todo o direito de dizer que não quer isso, mas então me ajude se você tentar me ignorar simplesmente porque originalmente não era para ser assim, você descobrirá rapidamente que posso ser um pé no saco.

Hermione sorriu levemente com seu discurso apaixonado. — Como se eu já não soubesse que você era um pé no saco incorrigível.

Ele sorriu para ela. — Então isso e um sim?

— É um talvez. — ela permitiu.

Sua expressão provocadora caiu ligeiramente. — Você não me quer assim...

Antes que ele pudesse terminar de expressar suas preocupações, ela pressionou os lábios suavemente nos dele, afastando-se e apoiando a testa na dele. — Vamos ver onde isso vai dar. — ela esclareceu. — Acredite ou não, nós realmente não éramos tão próximos antes, e isso... — ela gesticulou entre eles. — É totalmente novo.

— Ah, vamos lá, você não pode me dizer que nunca ficou intrigada comigo. — ele sorriu diabolicamente. — Eu não teria essa idade quando você me conheceu.

— Você não estava. — ela permitiu com um sorriso. — Acho que mesmo naquela época você estava muito bem vestido.

— Oh, admita, você achou que eu estava em forma.

— Por favor. — ela disse brincando. — Eu simplesmente gostei de você como Almofadinhas, sempre quis um cachorro.

— Claro, claro, é por isso...

— Com licença. — uma voz profunda os interrompeu.

Ambas as cabeças viraram para a porta para ver James Potter sorrindo de orelha a orelha alegremente. — Bem, isso não demorou muito. — observou ele.

Hermione corou como um tomate, empurrando Sirius para trás com força e pulando da mesa, nervosamente se recuperando. Ela caminhou em direção à saída, parando na frente de James.

— É melhor você não anunciar isso para toda a Ordem. — ela ameaçou conscientemente em seu melhor tom de Monitora.

— Esse tom geralmente funciona com meu filho? — ele perguntou, o sorriso bobo não deixando seu rosto.

— Normalmente. — Hermione admitiu com tristeza.

— Bem, tenho certeza que você vai perceber que não gostamos muito que nos digam o que fazer. — James disse compartilhando um olhar travesso com Sirius.

— Hrmm... — Hermione estreitou os olhos. — Não, mas tenho certeza que Lily poderia colocar algum bom senso em você, se necessário.

Os olhos de James se arregalaram comicamente diante da ameaça bem colocada. Erguendo as mãos em sinal de rendição, ele riu com bom humor. — Ok, minha boca está fechada.

Hermione saiu da sala com um aceno afetado, tentando não corar enquanto Sirius piscava para ela.

— Por enquanto... — James sussurrou depois que ela saiu.      

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