008

˖࣪ ❛ TUDO O QUE PODEMOS FAZER
— O8 —

SIRIUS CUMPRIU SUA PALAVRA, ficando confortável no sofá da sala dos Potter e vagando pela cozinha. Os Potters e Longbottoms tiveram uma reunião com McGonagall e até eles retornarem, sua casa estava desocupada. Sirius assumiu a responsabilidade de cuidar de Hermione, justificando isso para si mesmo porque ela não estava com força total.

Ele estava folheando a coleção de filmes trouxas de Lily quando ouviu um grito arrepiante rasgar a pacífica casa. Hermione.

Sirius subiu as escadas correndo, um milhão de cenários passando por sua cabeça. Talvez Peter de alguma forma tenha ouvido quem ela era e tenha ido até a casa para levá-la para sair? Havia tantas pessoas que poderiam entrar nesta casa segura. Quando ele irrompeu pela porta, ele congelou ao ver Hermione se debatendo na cama, gritando com a voz rouca. Ela nem se preocupou em ficar debaixo das cobertas e só devia estar dormindo há menos de meia hora.

Em segundos, ele estava ao seu lado, tentando acalmar sua forma contorcida.

— Hermione!

— Hermione, acorde!

Hermione, por favor. — ele implorou a ela enquanto seus gritos se transformavam em soluços chorosos.

Seus olhos se abriram e ela se levantou na cama, soluços incontroláveis ​​saindo de seus lábios. Ela olhou cegamente para frente, o pânico claro em seus olhos.

— Hermione, você está segura, eu prometo. — Sirius assegurou, puxando o rosto dela para o dele com duas mãos gentis em seu queixo. Ela se encolheu ao toque dele, subindo na cama com medo, afastando-se de Sirius. Ele sentiu como se alguém tivesse lhe dado um soco quando percebeu que Hermione estava com medo dele.

Pensando instintivamente, ele imediatamente se transformou em Padfoot, pulando na cama antes de caminhar cuidadosamente até o lado dela. Ela parecia não perceber a presença dele até que ele decidiu cutucar suavemente sua mão trêmula com o focinho. Seus olhos focaram nele, lágrimas vermelhas ainda escorrendo por seu rosto. Ela ergueu a mão trêmula para passar os dedos pelo pelo dele enquanto soltava um suspiro trêmulo. Ela começou a esfregar distraidamente o braço com cicatrizes, sentindo a queimação dolorosa retornar de suas memórias. Padfoot viu a pele avermelhada dela, estremecendo com a calúnia. Assim como um cachorro faria por seu companheiro, ele começou a lamber completamente o ferimento, descansando a cabeça sobre o ferimento quando terminou, olhando para ela com olhos preocupados.

Ela sorriu tristemente para ele antes que as lágrimas começassem a cair cada vez mais rápido. Inclinando a cabeça sobre o colo, ela respirou fundo.

— Eu só... Eu não consigo fechar os olhos sem voltar direto para aquela noite. Isso está me assombrando.

Padfoot levantou-se de seu poleiro e farejou o lado do rosto dela, fazendo-a olhar para cima por trás da cortina de cabelo. Ele aninhou a cabeça em seu pescoço, oferecendo conforto. Ela hesitou por uma fração de segundo antes de passar o braço em volta do pescoço fofo dele e abraçá-lo. Hermione respirou fundo e estremecendo enquanto Padfoot pacientemente se sentava ao lado dela.

— Obrigada, Sirius. — ela finalmente disse arrependida, retirando os braços dele.

Ele a estudou, quase desapontado com a perda de seu toque, mas não saiu nem se transformou como ela esperava. Ele olhou novamente para os travesseiros, como se perguntasse se ela queria voltar a dormir.

— Eu realmente deveria descansar um pouco mais. — ela pensou em voz alta, querendo fazer qualquer coisa, menos isso.

Sirius facilmente se acomodou na cama, deitado ao lado dela, compartilhando seu calor radiante. Se ela estivesse com medo de dormir de novo, ele simplesmente ficaria e ficaria de olho nela. Ela pareceu entender, mas hesitou. Eventualmente, ela se deitou, apoiando o braço sobre os ombros de Padfoot.

— Obrigada, Sirius. — ela sussurrou antes de deixar o sono tomá-la novamente.

Mal ela sabia, Sirius estava perfeitamente satisfeito deitado ao lado dela, simplesmente sentindo seu doce perfume e ouvindo seu batimento cardíaco constante.

A paz de Sirius foi perturbada pela segunda vez por outro grito. No entanto, desta vez, o som foi significativamente mais profundo e decididamente masculino. Ele levantou a cabeça e viu que o som também acordou Hermione, pois ela já estava balançando as pernas para fora da cama com a varinha em punho.

Droga, a garota tinha reflexos rápidos.

Antes mesmo que ele se levantasse, ela já estava saindo pela porta. Ele tinha acabado de se transformar quando ouviu a voz chocada de Hermione.

— REMUS?

Sirius imediatamente desceu as escadas correndo. Remus foi designado para cumprir sua missão com os lobos pelo menos até o final do mês. O pavor se acumulou em seu estômago segundos antes de ele se deparar com a visão de seu amigo ensanguentado, parecendo apenas meio vivo.

Remus caiu de joelhos, incapaz de se manter de pé por mais tempo. Hermione correu para frente, pegando-o nos braços e retardando sua queda. Ela imediatamente convocou sua bolsa do andar de cima, que por pouco não acertou a cabeça de Sirius ao passar zunindo por ele. Ela imediatamente despejou ditame sobre suas feridas abertas, murmurando feitiços sobre seu corpo.

— Remus, o que aconteceu? — Sirius perguntou desesperado, caindo de joelhos ao lado deles.

Ele tentou responder apenas para se dissolver em um ataque de tosse, vomitando sangue devido ao esforço.

— Shh... — Hermione acalmou, firmando a cabeça dele com uma mão enquanto pairava a varinha sobre o peito dele. Lentamente, sua respiração ofegante diminuiu enquanto seu corpo relaxava. Ela gentilmente o levitou para o sofá. Ela desapareceu na cozinha enquanto Sirius se sentou na mesinha de centro em frente ao sofá.

— Você está bem, cara?

— Sim. — ele disse fracamente. — Eu acho?

— O que aconteceu?

— Digamos apenas que perdi minha posição já precária com os lobisomens.

Hermione voltou com uma xícara de chocolate quente fumegante, antes de esvaziar um de seus pequenos frascos nela. — Aqui, beba isso, coloquei uma poção de cura nele, vai ajudar a aliviar qualquer dano interno que não detectei.

Sirius olhou para a bebida com cautela, que Hermione com uma pontada de mágoa não sentiu falta, antes de Remus pegá-la dela sem hesitação. — Obrigado, Hermione.

Antes que ela pudesse fazer mais perguntas, o flu ganhou vida quando os Potter e Dumbledore entraram na sala.

— Remus. — Lily gritou, correndo imediatamente.

— Estou bem, Lily. — ele disse cansado. — Graças a Hermione, pelo menos.

— Oh, querido. — Dumbledore murmurou. — Você perdeu sua posição com os lobisomens?

— Desculpe, professor. Não poderia ser evitado.

— Eu não acho que isso teria importância de qualquer maneira. — Hermione falou, vindo imediatamente em defesa de Remus. — Mesmo na minha época, os lobisomens ainda estavam do lado de Voldemort. Remus é um bruxo talentoso, suas habilidades não são melhor utilizadas, enviando-o para perseguir lobisomens que não têm interesse em nossa sociedade. Aqueles que se importam já estão do nosso lado ou irão procurem por si mesmos.

Dumbledore assentiu severamente em aceitação. — Muito bem então, Sr. Lupin. Nós o transferiremos assim que se recuperar.

Lily e James olharam para Hermione em estado de choque enquanto Remus olhou para ela com admiração. Ele nunca quis a tarefa de se infiltrar nas matilhas, mas era um trabalho necessário. Ninguém jamais ousou falar abertamente com Dumbledore, contando-lhe os fracassos de seus planos. Mas até Dumbledore pareceu aceitar suas recomendações com calma.

— Obrigado professor. — Remus finalmente conseguiu dizer gentilmente.

— Senhorita Granger, fizemos progresso na obtenção de duas Horcruxes.

— Isso foi rápido. — Hermione observou.

— Sim, bem, minha fonte é eficiente, pelo menos. O único problema é que precisaremos da ajuda do Sr. Black para os próximos dois da lista.

— Meu? — Sirius interrompeu. — O que posso fazer?

— As outras duas Horcruxes estão escondidas em lugares aos quais apenas um Black teria acesso. — Hermione disse a eles.

— Precisamente. — Dumbledore continuou. — Conseguir o medalhão do elfo doméstico será fácil, pois Sirius pode simplesmente invocá-lo. Entrar nos cofres Black sem ser detectado será mais complicado.

— Elfo doméstico? Monstro?

— Sim. — Hermione confirmou. — Mas você deve ser gentil com ele, Sirius.

— Ele é um elfo doméstico, Hermione - um elfo horrível, aliás. — Sirius disse suavemente.

— Então? — ela respondeu em seu tom mais paternalista. — Eles são criaturas vivas e só querem um pouco de decência e reconhecimento básicos.

Sirius pareceu pego de surpresa pelo tom irritado dela, e Lily riu às custas dele.

— Bem, é melhor vocês dois irem em frente. — James os estimulou com um sorriso divertido.

Sirius encolheu os ombros antes de abrir a boca para chamar para Monstro quando Hermione deu um tapa no braço dele.

Ai. — Sirius exagerou. — Você quer que eu chame para o elfo ou não, mulher?

Ela piscou como uma coruja por um segundo; seu tom exasperado a lembrava exatamente de Ron sempre que ele lhe dizia para definir suas prioridades. — Claro que sim, mas não aqui. Não precisamos que Monstro saiba onde os Potter moram.

— Ah... Certo. — ele admitiu timidamente. — Ok, então vamos.

— Onde... — antes que Hermione pudesse dizer o contrário, Sirius agarrou seu braço e ela sentiu a sensação familiar da aparição afastá-la. Eles pousaram em algum beco deserto e Hermione cambaleou para trás, libertando-se do aperto em seu pulso.

— Seu idiota, um aviso geralmente é uma cortesia comum. — ela exclamou.

Ele ergueu uma sobrancelha antes de dizer secamente: — Você conseguiu uma. Logo antes de eu nos aparatar.

— Já ouviu falar dessa nova ideia chamada consentimento? — ela o provocou, já por causa de seu tratamento abrupto.

— Se bem me lembro, foi você quem me disse para levá-lo para fora. — ele respondeu, sorrindo para ela.

— Ok, vamos em frente.

— Monstro!

Com um estalo alto, um pequeno elfo corcunda apareceu diante de seus olhos. Hermione percebeu que o tempo não teve impacto sobre esse elfo e a pobre criatura ainda parecia tão horrível quanto ela se lembrava dele. Embora Dobby sempre parecesse jovem e parecido com uma corça com seus olhos grandes, Monstro a lembrava mais de um sapo-boi.

— Jovem Mestre Black. — ele cuspiu com desdém.

— Eu preciso que você traga algo para mim. Algo que Regulus deu para você.

— O medalhão. — Hermione forneceu.

— Quem você é? — ele lançou um tom mordazmente condescendente para ela.

— Hermione... Dumbledore. — ela ofereceu com uma hesitação imperceptível.

Os olhos de Monstro se arregalaram de surpresa. — Mesmo sendo um traidor de sangue, o Mestre conseguiu formar uma combinação pura.

— Ah, não estamos...

— Isso não é da sua conta, elfo. Agora faça o que você disse.

— Mestre Regulus disse a Monstro para esconder isso. — ele disse balançando a cabeça contra o desejo de obedecer a Sirius. — Monstro não vai entregá-lo.

— Monstro... — Sirius ameaçou com um tom perigoso.

— Monstro. — Hermione disse gentilmente, ajoelhando-se ao nível dele. — Eu sei que Regulus tentou proteger você dele e que ele se importava muito com você.

Ele olhou para ela teimosamente, mesmo com lágrimas de dor brilhando em seus olhos. — Mestre Regulus disse a Monstro para destruí-lo, mas Monstro não pode. A magia dos elfos não é forte o suficiente.

— Monstro, aquele medalhão está protegido por uma magia muito negra. Nós só queremos destruí-lo e ajudar a terminar o que Regulus começou. — Hermione assegurou.

Ele olhou para ela, claramente dividido. Hermione não era sua amante, puro-sangue ou não. Hermione bateu nos joelhos de Sirius, olhando para ele com expectativa.

— Sim, Monstro. — ele disse exasperado. — Nós realmente queremos destruí-lo.

O elfo doméstico olhou para eles severamente antes de desaparecer no local.

— Ótimo. — Hermione levantou-se, claramente irritada. — Mataria você ser um pouco mais sincero?

— Não presuma me dizer como agir com meu elfo doméstico. — ele retrucou com os olhos semicerrados.

— Ele é apenas um elfo, Sirius! Eles são praticamente escravos. Você sabe, você foi cruel com ele na minha época também, talvez seja só você. — seus olhos piscaram sobre ele de forma crítica.

— Como você ousa. — os olhos de Sirius brilharam perigosamente. — Ele pode ser um elfo, mas tem sido tão cruel comigo quanto eu com ele. Se ele soubesse quem você é, não teria uma recepção tão calorosa.

— Mas isso não desculpa sua arrogância...

— Eu não sou cruel, Hermione. — Sirius disse derrotadamente. — Eu simplesmente não tenho coragem de ser educado com um dos seres que fizeram da minha infância um inferno em casa.

Hermione parou de repente. Ela havia tirado conclusões precipitadas? É verdade, ela não sabia muito sobre Sirius. Eles eram cordiais, mas ela sempre teve uma ligação mais forte com o professor Lupin. Ela sabia que ele tinha toda uma história com a família, quase totalmente ruim, mas nunca tinha ouvido nenhuma história específica. Antes que ela pudesse pedir desculpas ou pedir uma trégua, outro estalo alto os interrompeu.

— Monstro. — ela disse surpresa.

Pendurado nos dedos magros do elfo estava o medalhão de ouro que ela usou durante meses enquanto fugia. O mesmo medalhão que levou Ron a atacar ela e Harry. Aquele que fez com que todos brigassem por semanas. Ele estendeu-o relutantemente para Sirius, recusando-se a fazer contato visual.

Sirius pegou dele, fazendo uma pausa antes de dizer. — Obrigado.

Hermione olhou para ele surpresa, mas ele também evitou o olhar dela.

— Não conte a ninguém que eu convoquei você, ou que você nos deu o medalhão. Mas prometemos que iremos destruí-lo.

Monstro acenou com a cabeça tristemente enquanto o colar se separava de sua mão. Ele olhou ansiosamente por um segundo antes de desaparecer novamente. Sem palavras, Sirius ofereceu seu braço a Hermione, que ela aceitou sem discutir, antes de aparatar de volta para a casa dos Potter.

— É isso? — James perguntou, olhando curiosamente para o colar como se fosse uma cobra. Bem, pertencia ao próprio Salazar Slytherin, Hermione pensou ironicamente.

Ela agarrou o colar, sentindo um peso desconcertante tomar conta dela antes de soltá-lo imediatamente. — Sim, é isso.

— Excelente. — disse Dumbledore. — Agora só precisamos fazer uma visita ao cofre dos Black para procurar outro.

— Sabemos o que estamos procurando? — Remus perguntou.

— Não tenho certeza. — disse Hermione. — Mas, a julgar pela obsessão de Voldemort por relíquias, eu diria que é algo que pertence a Rowena Ravenclaw ou a Helga Hufflepuff.

— Eu posso ir. — Sirius disse brevemente.

— Eu irei com você. — Hermione ofereceu.

— Não. — Sirius insistiu suavemente. — Os goblins podem ficar desconfiados se eu anunciar que estou trazendo um Dumbledore para o cofre. Será mais discreto se eu for sozinho.

Hermione franziu a testa para ele. — Mas...

— Ele pode estar certo, Srta. Granger, Voldemort tem olhos por toda parte. Seria tolice pensar que Gringotes também não estava sob sua alçada.

— Eu acho... — ela admitiu. — Bem, você já sabe o que está procurando. Lembre-se de que quando você segura uma Horcrux de verdade, você sentirá a mesma sensação perturbadora de quando segurou o medalhão.

— Já entendi. — disse ele, sem olhar nos olhos dela. Sirius entregou o medalhão para Dumbledore antes de se virar e desaparatar.

Hermione franziu a testa para o local que ele acabara de deixar. Ela ainda não teve a chance de se desculpar com ele por ter sido duro com Monstro. Ela ignorou, esperando que ele estivesse simplesmente mal-humorado por causa da Horcrux.

Bạn đang đọc truyện trên: AzTruyen.Top