#28 Pode Contar Comigo Sempre Filho
Eu sai um pouco de casa, tinha que andar ou entraria em depressão.
Ela não vai me perdoar.
A frase que eu havia dito mais cedo não parava de passar na minha cabeça, tentei tirá-la da cabeça, mas não conseguia.
- Oi gato
Falou uma garota aparecendo na minha frente, ela era morena dos olhos escuros e cabelo muito cacheado. Parecia uma Deusa, uma obra de arte esculpida a mão...
- Oi
Falei olhando o movimento da rua.
- Tá sozinho?
Eu respirei fundo. Não gostava de quando ela vinha falar comigo. Toda vez que venho me sentar na praça ela vem...
- Katrina, você tá cansada de saber que eu tenho namorada.
Ela revirou os olhos e colocou a mão na minha coxa.
- Ela só vai saber se você contar.
Me levantei num pulo e a encarei com raiva. Traição não era minha praia, não era coisa de homem!
- Quantas vezes tenho que repetir que não? Você não sabe a hora de parar de insistir? Caralho eu tô cansado já!
Ela dá uma risada e fala :
- Eu nunca desisto, sempre vou a luta.
Ela era um perigo pra um cara como eu.
Faz anos que não tenho relações com ninguém, ela tinha o corpo escultural, com curvas incríveis. Sua boca com o batom vermelho chamava atenção, seus olhos escuros como um buraco negro e seu cabelo comprido, batendo um pouco acima da bunda.
- Já falei pra não insistir. De mim não sai nada.
Falei saindo.
- Um dia você será meu Henrique... Um dia.
Ela amava meu segundo nome, Henrique, pois pra ela soava chique.
Ela é filha do prefeito da cidade, tem duas irmãs, Sheila e Amanda, todas patricinhas metidas e eu não gostava disso.
Se eu fica-se com alguém deveria ser uma loba, então não podia ser metida, tinha que ser forte e destemida.
- Há amor... Não... Para.
Ouvi uma mulher falar e olhei na direção, tinha um casal correndo, um atrás do outro e fazendo cócegas.
- Eu vou te pegar!
Ele falou correndo atrás dela e ela não parava de rir, mas ele a-pegou, encostou na árvore e começaram a se beijar.
Como eu sinto sua falta, Melissa...
Cada casal que eu via, cada família unida, eu lembrava dela e imaginava como estaríamos agora, juntos e felizes, como um casal perfeito... Seria um sonho.
Voltei logo pra casa e recebi uma ligação da mãe de Isabela.
Ligação on :
- Alô?
- Antônio?
- Sim, sou eu.
- Isabela sofreu um acidente e vai precisar ficar um tempo aqui... Vamos mandar o Gustavo amanhã com a prima dele, Carlota.
- Certo, vou estar esperando no aeroporto.
Ligação off.
Isabela havia sofrido um acidente? Eu esqueci até de perguntar como ela está e como foi que aconteceu, mas tudo bem.
No dia seguinte eu peguei Gustavo no aeroporto e a prima dele foi embora. No mesmo dia o-levei para a escola e o-peguei.
- Como foi seu dia, filho?
Ele ficou quieto, sem falar nada, e eu ouvi um garoto gritar :
- Olha, lá vai o Gustavo, filhinho da mamãe.
Eu olhei em direção a ele. Filho meu não vai ser zombado por ninguém, muito menos por humanos. Meu filho? Um futuro alfa sendo tratado desse jeito? Jamais!
- deixa pai... Já estou acostumado...
Meu pequeno tinha apenas um ano e alguns messes, mas como ele é um lobo seu cérebro é mais desenvolvido, como uma criança de seis ou sete anos. Conseguimos colocá-lo numa sala de crianças que parecem ter sua idade, todos acham que ele é mais velho, mas os lobos crescem bem mais rápido que humanos.
- Isso não fica assim...
Fui até o garoto que parecia ter 15 anos. Ele tinha o cabelo liso, parecia que o boy lambeu, com uma das mechas pintada de roxa e o resto loiro, era alto e forte, com aparência de bravo.
Se esse frutinha é bravo... Eu sou o próprio diabo!
- O pai veio defender o filho?
Ele perguntou rindo, eu segurei em seu pescoço contra a parede e falei:
- Mexa com meu filho e você não verá mais a luz do dia!
Soltei o pescoço dele que tomou um pouco de ar e tentou me dar um murro no estômago, mas eu segurei seu braço e o-joguei longe.
- Estou avisando... O Gustavo tem pai, se você não tem, o problema é seu!
Falei vendo uma tatuagem que dizia : saudades de vocês país.
Tinha um túmulo encima das palavras e eu percebi que haviam morrido.
- Você não sabe de nada.
Falou o garoto se levantando de vagar.
- Eu só sei que você não terá mais vida se mexer com meu filho, ouviu?
Ele fez que sim com a cabeça me virei. Voltei a andar ao lado de Gustavo que estava com um sorriso enorme no rosto.
- Me ensina a fazer aquilo, papai?
Aquele pedido me fez sorrir, meu pequeno iria ser um alfa destemido.
- Um dia, meu filho... Um dia.
Seguimos pra casa, onde ele me falou tudo...
Os garotos riam dele por sempre ter alguém para pegá-lo e trazê-lo. Eles o-chamavam de fracote, filhinho da mamãe, filhinho do papai, frangote e outros, falou também que já havia contado a Isabela, mas ela disse que ele teria que se defender sozinho.
Eu fiquei com muito puto com aquilo, ela devia ter me falado... Eu sei que sou esquentado, mas se ela não ia fazer nada porque não me deixou fazer?
- Quando acontecer alguma coisa filho, venha me contar na hora.
Ele fez que sim com a cabeça e sorriu.
Isabela tem muita coisa pra me explicar. Eu não vou deixar isso barato, não mesmo!
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