Os Infiltrados
Judy e Rubens embarcaram numa missão militar e investigativa para descobrir quem estava por trás daqueles negócios de experimentos mutantes. Porém, essa nova aliança não seria nada fácil, já que a garota era considerada a arma secreta mais poderosa do exército americano e ele um dos melhores soldados que a famosa SEA já teve na corporação, indicado até mesmo pela própria Sara Smith para desvendar o caso da D35.
Ao pegarem um táxi aéreo, ambos chegam até o local indicado, porém os envolvidos ainda não tinham chegado na reunião.
Judy olhou para o relógio digital em seu pulso, disse:
- Estamos 10 minutos adiantados, isso é ótimo.
- Vou providenciar uma mesa pra gente, perto da janela e nos fundos. Geralmente esses encontros de mafiosos sempre escolhem esses lugares.
- Tudo bem. Vou aproveitar para ir até aquela loja de conveniência do outro lado da rua e comprar um cigarro.
- Sério que você fuma?
- Não seja ridículo. Isso é só um pretexto para arrancar informações daquele vendedor no caixa.
- Ok, mas não se meta em encrencas.
- Deixa comigo.
A adolescente foi sozinha ao estabelecimento, enquanto Rubens conversava com o garçom do restaurante, pedindo uma mesa pra dois.
No entanto, no momento em que ele reservava os lugares, alguém coloca a mão em seu ombro e disse:
- Senhor Rubens Jensen! Que surpresa encontrá-lo por aqui em Los Angeles.
- Collins?!
O soldado ficou em choque ao ver aquele homem diante dele e ainda o tratando com naturalidade.
Collins era um dos membros do grupo mafioso de Mitchell Miller, onde o próprio já tentou mata-lo meses atrás, quando investigava sobre a origem de Rebecca Jonhson, na qual era na realidade a experiência mutante, D35.
- O que está fazendo aqui? - Perguntou o mafioso
- Eu vim almoçar com a minha... Sobrinha adolescente. Ela foi até ali, mas já volta, mas e você?
- Reunião de negócios. Vamos discutir sobre assuntos importantes que envolve dinheiro e poder. Espero que você não esteja mais se metendo onde não deve.
- Na verdade eu só estou aqui a passeio, pretendo voltar ao Brasil o quanto antes.
- É um país tropical muito bom mesmo. Quem sabe futuramente eu e meus investidores não iremos dar um pulo na América do Sul?
- Seria interessante. Posso participar dessa reunião?
- Obviamente que não. Eu conheço seu tipo agente Jensen, não perdem uma oportunidade. Apenas saiba que desta vez o buraco é muito mais embaixo. Se eu fosse você, ficaria o maximo distante possível. Isso não é jogo de criança.
- Interessante. De qualquer forma, foi uma satisfação revê-lo, Collins. - Afirmou Rubens dando dois tapinhas em seu peito.
No entanto, Judy caminhava tranquilamente pelos corredores da pequena loja de conveniência, observando todos os produtos das prateleiras.
Logo percebeu que existiam câmeras de segurança no interior do estabelecimento, onde ela deu um pequeno sorriso satisfeita.
Ao pegar um litro de vodka e um maço de cigarros, o homem olhou bem para a menina e perguntou:
- Você é maior de idade, jovenzinha?
- Olha bem pra minha cara. Lógico que tenho 18 anos. - Mentiu a garota. - Além disso, se não quiser me vender posso te chamar meu tio que está do outro lado da rua, ele trabalha para o exército americano.
- Acho que desta vez posso passar.
- Tem muitas pessoas suspeitas nessa região ultimamente?
- Como assim? - Perguntou o homem curioso
- Você sabe. Gente barra pesada ou misteriosas, querendo informações e sendo agressivas.
- Apenas os mesmos de sempre. Mendigos pedindo dinheiro, prostitutas bêbadas e adolescentes mimadas querendo bancar de adulto.
Judy percebeu que a indireta foi pra ela, então ela resolveu se calar, antes que seu disfarce pudesse ser descoberto pelo vendedor. Ao dar um sorriso tímido, ela ia se retirando da loja, mas o dono do local, falou:
- Espere.
- O que foi?
- Agora que você me perguntou, veio alguém estranho sim aqui, semana passada.
- Como ele era? E o que ele disse?
- Era um rapaz novo, deveria ter sua idade. Usava uma roupa de soldado de elite e portava um fuzil tecnológico. Ele não me disse o nome dele, mas me perguntou sobre um tal de...
- Quem?!
- Jensen... Rubens Jensen. Acho que é esse o nome.
- O que ele queria?
- Não me falou. Ele só comprou alguns antibióticos e foi embora.
- Interessante. Obrigada.
Ao chegar no restaurante, Judy sentou-se ao lado de Rubens, que estava perto da janela, mas muito afastado do grupo de executivos mafiosos.
Ao ser questionado sobre se manter distante deles, Jensen explicou:
- Nem tudo é o que parece, eu sei o que estou fazendo.
- Você teve a capacidade de deixar que eles te notassem? E ainda foi confrontado por esse tal Collins?
- Como eu te disse, eu sei o que estou fazendo.
- Esse estresse me deu até fome. O que você pediu pra gente?
- Eu pedi pra mim um salmão ao molho. Você um x-burguer com fritas, está ótimo. Molecada da sua idade, come qualquer coisa.
- O que?! Eu não vou comer essa porcaria. Isso é um veneno pro meu organismo...
- Podemos até ser uma dupla. Mas neste momento quem manda sou eu.
- Aff, você me paga, Jensen! - Disse a menina aborrecida
Quando o garçom chegou com os pedidos, Judy olhou torto para o seu lanche, onde seu novo parceiro pede para que ela comesse logo e concluiu:
- Eu falei para ele que você era minha sobrinha. Você tem que se comportar como uma adolescente normal, ok?
- Os jovens comem isso? Sério?
- Sim e adoram por sinal. Agora coma!
Mesmo contra a vontade, a loirinha pegou o sanduíche e com cara de nojo acaba mordendo um pedaço do hambúrguer, porém seus olhos brilharam como nunca em sua vida, era como se ela lembrasse do passado por um instante.
Em seguida ela começa a devorar as batatas fritas, fazendo o ex-soldado da SEA rir da situação.
- ISSO DAQUI É MELHOR DO QUE IMAGINEI!
- Eu sabia que você ia gostar.
- EU SIMPLESMENTE ADOREI! POR QUE NUNCA ME DERAM ISSO NA BASE MILITAR?
- Fala mais baixo. Eles podem nos ouvir.
- É verdade. Me esqueci desse detalhe. Mas a culpa foi sua por me dar algo tão gostoso.
- Você ainda tem muito o que descobrir, pequena Judy. - Afirmou Rubens observando a garota com carinho e afeto.
Porém, enquanto comia, Judy observa aqueles homens engravatados reunidos numa mesa e conversando discretamente entre eles. Aborrecida por não saber o conteúdo da conversa, ela questiona seu parceiro, onde Rubens deu um sorriso cínico e disse:
- Não se preocupe, nem vamos precisar chegar perto deles pra saber o que tá rolando.
- Como assim?
- Quando eu cumprimentei o cretino do Collins, acabei colocando uma escuta microscópica na gola do seu terno, que quase não pode ser vista a olho nu. Felizmente ele nem percebeu e agora que todos eles estão juntos podemos ouvir claramente o que planejam.
- Hmmm, isso foi surpreendente. Meus parabéns Jensen.
- Valeu garota.
- Mas agora quero ouvir também.
- Ok. Pegue esses fones sem fio e finja estar ouvindo uma música, para que ninguém perceba
- Deixa comigo.
A jovem adolescente, seguiu o combinado do soldado e começou a fingir estar escutando um rock ou música eletrônica...
- Você tem certeza que isso vai dar certo, Collins?
- Claro que vai. O senhor Mitchell me garantiu que investir em mutantes é o melhor negócio no momento.
- Por que ele acha isso? Pelo que sei, ainda tem muita gente contra.
- Pouco importa o que as pessoas pensam a respeito. O importante é lucrar, entendeu? É igual ao aborto, muitos moralistas querem acabar com isso, mas não imaginam o valor que essas clínicas recebem por cada feto.
- Parece desumano. Mas deve valer a pena, financeiramente falando.
- Claro que sim! E o melhor disso tudo, é que essas cobaias sabem exatamente o que estão fazendo, mas não tem ideia das consequências. É nessas horas que a gente entra com a grana. Oferecemos apoio para essas criaturas e podemos fazer o que quisermos.
- Isso é excelente, Collins. Acho que vou investir nesse ramo de mutantes.
- Mas devemos tomar cuidado. Todo bom negócio tem seus riscos. Há relatos de mutantes que não foi possível controlar e se tornaram perigosos e até mortais.
- Não se preocupe, vamos ficar de olho. Mas avise ao senhor Miller que serei seu novo sócio!
Aquilo foi um choque para Judy que acabou ficando incrédula com a notícia. Ao ver o seu estado, Rubens perguntou:
- Você está bem, pequena?
- Ah.. o que?... Sim, estou bem sim...
- Não parece.
- Só fiquei preocupada com o plano desses mafiosos. Eles são muito cruéis. Como podem tratar os mutantes como monstros?
- Concordo. Sendo que na realidade, os verdadeiros monstros são eles.
- Precisamos fazer alguma coisa.
- Sim, vamos retornar para a base e entregar o relatório para o comandante Christian e ...
- Não! Eu quis dizer neste exato momento! Vamos agir!
- O que?!... Espere Judy...
A jovem menina se levantou da mesa e ia em direção ao grupo de mafiosos, tirar satisfação.
No entanto, Rubens conseguiu pegar ela pelo braço a tempo e pede para que ela se acalmasse ou colocaria todo o plano por água abaixo.
Mesmo contra a vontade a adolescente aceita a ideia e acabam saindo do restaurante muito tensos.
Porém, Collins observou eles ao longe e achou estranho o comportamento de Jensen e sua suposta sobrinha. O homem então comunica para um de seus agentes ao lado:
- Eles estão muito suspeitos na minha opinião. Vá atrás deles e faça eles falarem, Craby.
- Pode deixar chefe. - Disse o cara
- O que houve, Collins? - Perguntou um dos sócios
- Nada que meu agente mutante não resolva.
- Seu agente é um mutante?!
- Sim, por que o espanto? Foi um ótimo investimento por sinal. Craby é muito eficaz no seu trabalho e nunca me deixa no prejuízo.
- Incrível.
Enquanto Judy e Rubens voltavam para a base militar em um táxi aéreo, o ex-soldado da SEA avista uma Ferrari de última geração flutuando próximo a eles, onde surge um homem de óculos escuros pela janela e pede que parassem imediatamente.
- Quem é você?! - Perguntou ele
- Encostem o veículo. Isso é uma ordem!
- Você não é policial! Não vou obedece-lo!
- Último aviso. Parem ou sofrerão as consequências!
- Tem uma criança aqui comigo, sabia?
- Ei! Eu não sou mais criança! - Protestou Judy
- Você não está colaborando, garotinha.
- Quem é esse idiota? Vou dar um jeito nele se continuar me aborrecendo...
Inesperadamente o táxi é levantado por uma força impressionante, onde a dupla é arremessada junto com o carro contra um poste.
Felizmente não estavam numa velocidade alta, onde Jensen e Judy saem ilesos.
Craby parou o veículo em frente aos dois e apontando uma arma para eles, perguntou:
- Quem são vocês afinal? E o que estavam fazendo no restaurante?
- Nós é que perguntamos! - Afirmou a menina
- Deixa comigo, ok! Sei que você trabalha para o Collins, mas saiba que não estamos atrás dele. Eu só fui levar minha sobrinha para comer um x-burguer. Qual crime nisso?
- Isso é verdade mesmo? E por que estavam discutindo?
- Coisa de adolescente, sabe como é! - Disse Rubens com um sorriso forçado - Ela me disse que gostaria de ir num show de rock em Vegas e eu falei que não.
- Eu, o que?! ... Quer dizer, sim!! Você é um chato tio Rubens!
O agente mutante olhava aquilo com uma certa confusão e constrangimento, realmente ele tinha caído na história dos investigadores.
Guardando sua arma, ele disse:
- Desculpem o incômodo. Eu precisava averiguar.
- Fica tranquilo. E manda um abraço pro Collins.
- Vou providenciar outro táxi aéreo pra vocês. Pra onde estão indo?
- Olha, eu deveria... - Disse Judy tentando partir pra cima do agente mutante, mas Rubens tampa sua boca, segurando a adolescente e rindo de nervosismo.
- Algum problema?
- Claro que não hehehe. Não se preocupe conosco, eu moro perto daqui. - Mentiu o soldado.
- Ok.
Ao retornar para o restaurante, Craby se encontrou com seu chefe, Collins.
O executivo cumprimentou ele e perguntou sobre Rubens, se tinha alguma nova informação. Porém, ao explicar o que aconteceu, o homem não acreditou na história e disse:
- Obviamente é mentira.
- Por que, senhor?
- Olha o que eu encontrei na gola do meu terno. Uma escuta tecnológica mega avançada. Por sorte um de meus sócios avistou a tempo e me avisou.
- De onde veio isso? - Indagou o mutante analisando o minúsculo aparelho
- Não sei ao certo, mas sei que tem dedo do Jensen. Ele deve ter colocado em mim quando fui falar com ele. Leve ao laboratório e descubra a origem da fabricação. Dessa forma será mais fácil a gente descobrir quem mais está por trás dessa espionagem.
- Boa ideia, senhor Collins.
Neste momento, Rubens sugere para a adolescente que fossem até seu apartamento, pois temia que o agente pudesse segui-los até a base militar e descobrisse tudo.
Ao chegarem no local, Judy fica impressionada com o tamanho do lugar e comentou:
- Bela hospedagem o comandante lhe deu.
- Tudo pela missão. Pode pegar o que quiser, só não faça bagunça no frigobar.
- Estou sem fome. Eu só quero descansar um pouco no sofá.
- Ok. Amanhã cedo voltaremos ao quartel general. E entregamos o relatório.
- Certo. Ainda temos muito trabalho pra fazer. Quero acabar com essa máfia maldita o quanto antes. O que estão fazendo com os mutantes é inaceitável!
- Concordo. Mas não podemos agir por impulso, temos que planejar as coisas antes.
- Faça seus planos e deixa o resto comigo, Jensen.
- Realmente a minha volta ao Brasil vai demorar
Não demorou muito para que a menina caísse no sono profundo, deitada no sofá. Rubens observa a jovem e ficou imaginando o que ela deve ter passado no Apocalipse e tudo o que viveu em Chernobyl.
Felizmente ou infelizmente, ela teve parte de sua memória apagada e então muito terror que ela presenciou naquela época foram eliminados de sua mente.
Será que o exército fez o certo? - Questionava ele sozinho em seus pensamentos.
Rubens Jensen: Essa organização criminosa é bem maior do que eu imaginava, os mutantes são mesmo os alvos principais e as novas fontes de renda para esses bandidos 🤬.
Espero que Collins não tenha suspeitado da minha encenação com a Judy, se não estaremos fritos 😬😬.
Apesar de tudo, já tenho um carinho por essa adolescente mimada e muito poderosa, as vezes esqueço que ela é uma arma militar 😅.
Nem imagino o que ela deve ter passado no fim do mundo, mas já tenho noção de como Ryan Smith se sentia...
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