Irmãos de Guerra

Rubens Jensen ao lado de Milla e Josh, retornaram para a base da OM, onde o jovem soldado Finnigan estava muito ferido, devido aos ataques do cachorro mutante, criado pelos mafiosos.
Ao chegarem ao local, Josh foi imediatamente levado ao hospital da corporação, sendo observado pelos médicos.
Apesar do susto, ele sobreviveu, mas teve duas costelas quebradas e um deslocamento no ombro direito, fazendo com que ele ficasse em recuperação por 15 dias.

Lisa ao saber o que aconteceu, ficou muito preocupada e foi logo visitar o rapaz em seu leito.
Logo em seguida, Jensen foi passar todo o relatório da operação junto com Milla para Andreas que estava em seu escritório.
Assim que adentraram a sala, ele pede que os sentasse e comentou:

- Fico feliz por estarem vivos.
- Nem me fale comandante, foi por pouco. Enfrentamos uma criatura mutante cibernética em forma de cachorro! - Disse Milla
- E tinha duas cabeças! - Completou o ruivo
- Minha nossa! Realmente esses caras estão extrapolando todos os limites. Conseguiram alguma informação importante?
- Sim, várias na verdade. - Afirmou a militar

Após contar tudo o que aconteceu ao seu superior, Andreas se levantou e ficou andando de um lado para o outro, como se tivesse pensando em alguma coisa.
Rubens estranhando o comportamento do chefe, indagou:

- Algum problema?
- Então quer dizer que o reator radioativo está em algum lugar do oceano, dentro de uma plataforma de petróleo, escondido em um contêiner?
- Exatamente. E o pior disso tudo é que provavelmente vão usar a Judy Cooper para fazer o serviço sujo deles. - Comentou Milla
- Judy jamais faria isso! - Afirmou Jensen aborrecido
- Sabemos disso, Jensen. Mas se aquela garota psicopata estiver certa, eles vão usar aquele dispositivo para controlar a sua mente.
- Temos que impedir que isso aconteça! - Falou ele determinado

No entanto, o chefe da OM se sentou novamente e olhando o seu computador, pesquisando alguns dados, disse:

- Não vamos fazer nada no momento, mas eu tenho um plano.
- Que plano senhor? - Perguntou a mulher
- Vai depender do presidente. Amanhã ele irá nos visitar e vou aproveitar para conta-lo tudo o que eu sei, até mesmo do safado do Spencer!
- Eu só quero que a Judy fique bem.
- Vamos fazer o que for preciso, Rubens. Confie em mim. - Finalizou Andreas encarando o amigo.

Mais tarde, quando Josh estava adormecendo, Rubens surge no quarto e avista Lisa ao lado do soldado de elite.
Achando carinhoso aquele gesto de sua parte, ele deu um sorriso sereno e encostado próximo a porta, perguntou:

- Como ele está?

A garota se surpreende com a visita inesperada do ruivo e se virando rapidamente, ela deu um sorriso alegre.
Ela então se levantou e sugeriu que fossem tomar um café juntos na cafeteria da OM, se tratava mais de um espaço amplo que Andreas construiu para que os oficiais pudessem bater um papo e fazer amizades.

Sentados na mesa, ele bebia seu café expresso e ela um chá malte gelado.
Observando melhor o local, o ex-soldado da SEA, comentou:

- Esse lugar me lembra um pouco da cafeteria Dona Leite em Chicago.
- Dona Leite? - Perguntou a jovem curiosa e rindo do nome
- Sim! Era um lugar tranquilo e calmo, eu e a Sara Smith costumávamos tomar nossos cafés por lá.
- Sara? Aquela sua ex-comandante filha do lendário Ryan Smith, certo?
- Exatamente. Vejo que você recorda bem.
- Meu irmão me falou sobre ela uma vez, foi ela quem lutou sozinha contra aquele poderoso alienígena.
- Verdade, ela era uma mulher muito corajosa.
- O que houve com ela? - Indagou a garota enquanto bebia
- Não sei ao certo, mas creio eu que ela entrou em uma nave espacial e retornou para o passado em busca do seu grande amor.
- O que?! - Perguntou Lisa confusa quase derrubando sua xícara
- É uma longa, história, deixa isso pra lá! - Disse Rubens rindo constrangido, tentando mudar de assunto

Após alguns risos e conversa descontraída, a garota assistente de Steve Silver e também irmã, pega carinhosamente na mão de Rubens Jensen, que fica surpreso com o gesto da menina.
Emocionada, ela comentou para o homem:

- Josh me contou o que aconteceu com vocês naquela delegacia abandonada e o que tiveram que fazer para enfrentar aquele cachorro mutante.
- Sim, foi uma luta difícil, por um momento achei que não sairíamos vivos de lá. Mas ele também foi corajoso quando...
- Ele também me falou sobre a fobia em ter que participar de um combate real e que se não fosse você, ele jamais teria conseguido.

Jensen ficou impressionado com aquela revelação, realmente Josh Finnigan tinha uma fobia e não um simples medo de lutar, deixando ele chocado.
Ao ser questionada sobre esse trauma que ele tinha, a jovem cientista falou:

- A verdade é que a maioria dos oficiais da OM sabem desse medo dele em ter que lutar, mas ele não gosta de demonstrar para as pessoas.
- Por isso ele fica todo exibido?
- Exatamente. Na verdade eu fui a segunda pessoa a descobrir esse problema que ele tem.
- E quem foi a primeira? - Perguntou o ruivo
- O Andreas.
- O que? Mas se ele sabia dessa fobia dele, por que o colocou na missão?! E pior, como elegeu ele como soldado de elite da OM?!
- Disso eu não sei, mas o fato é que... Ele ficou muito agradecido pelo que você fez... E eu também. - Disse ela encarando o soldado com ternura

Rubens deu um sorriso de canto e retribuindo o carinho da moça, ele também pegou em suas mãos e disse:

- Você é uma garota incrível, Lisa. Tenho certeza que Josh agora deve saber disso.
- Na verdade...
- O que? - Indagou ele curioso
- Eu não sinto nada por ele além de amizade. Como eu havia te falado aquele dia, o que houve entre nós foi apenas algo casual.
- Entendo.
- Eu só queria que soubesse, que te admiro a cada dia que passa... Cibele é mesmo uma mulher de sorte. - Comentou a cientista meio tímida
- Sim, ela é mesmo. - Disse Jensen em forma convencida e cômica - Estou brincando, eu tenho que agradecer se ela ainda estiver pensando em mim.
- Tenho certeza que sim.

Neste momento, Rubens avista Andreas passando por um corredor logo a frente, e se despedindo rapidamente da moça, avisou:

- Eu tenho que ir falar com nosso chefe, mas depois continuamos essa conversa.
- Vai lá, talvez mais tarde eu dê uma passada em sua Ala 13, dar um oi pra Milla.
- Claro, será muito bem vinda.

Ala 13 na OM, era um local mais reservado, onde os soldados de elite da corporação usavam para dormir ou fazer pequenas reuniões informais entre amigos, como se fosse um Quitinete, só que um pouco mais amplo.

Rubens consegue alcançar seu superior, onde ele fica surpreso com seu chamado e meio sem entender, disse:

- Ah, oi Rubens, aconteceu alguma coisa?
- Eu gostaria de conversar com você em particular.
- Claro, vamos ao meu escritório.

Chegando ao local, o soldado da OM perguntou para Andreas, qual foi o motivo que levou a escolher Josh Finnigan para a missão, sabendo que ele não era apto para a tarefa, ainda mais ao descobrir que ele tinha algum tipo de fobia.

O homem deu um pequeno sorriso desconcertado, aborrecendo o ruivo, que reclama:

- Toda vez você dá um sorrisinho em situações críticas. Qual o seu problema, Mark?
- Você veio buscar uma resposta ou questionar os meus atos?
- O que? Como assim?
- Eu sou um cara de fé, Jensen. Não pense que não sei o que estou fazendo, ou você acha mesmo que o presidente dos Estados Unidos permitiria que eu liderasse essa mega corporação de elite americana?
- Bom... Eu gosto de você, Andreas. Não estou duvidando da sua capacidade, mas aquele presidente John também não é um dos mais astutos do nosso país!
- Nisso, sou obrigado a concordar. Este é outro assunto delicado que tenho que tratar com ele sobre o sargento Spencer.
- Mas não respondeu minha pergunta. Por que o Finnigan?
- O soldado Josh tem TEPT.
- O que?!
- Conhecido popularmente como estresse pós traumático.
- Como assim? O que aconteceu com ele?!
- A verdade é que...

Andreas explicou para Rubens que o jovem militar Josh Finnigan era um recém formado do exército americano há alguns anos atrás, praticamente um adolescente, pois quando foi convocado para a guerra contra os alienígenas, tinha apenas dezesseis anos de idade.
Porém ele sempre foi esperto e entusiasmado para lutar, até que o dia da invasão ele ficou muito orgulhoso e honrado em poder combater aqueles monstros em nome das forças armadas, mesmo deixando seus pais apreensivos.

Destemido como era, Finnigan chegava a incentivar a seus colegas de farda e mesmo tão novo já mostrava uma coragem sem igual, mesmo nunca estando em uma guerra.
No entanto, a prática é bem diferente da teoria...
Em Nova York, naquela batalha contra os aliens, Josh coombatia bravamente ao lado de seus amigos soldados, onde tinha um em particular, o oficial Medrick Cross, um rapaz negro e da sua mesma idade.
Medrick sempre apoiava Josh nos treinamentos e nas lutas, onde ele também se inspirava em Ross Sullivan, por ser da sua mesma raça.

Em uma conversa paralela na cidade devastada, Josh perguntava se ele tinha medo de alguma coisa.

- Eu não tenho medo de nada, cara! Meu maior sonho é se tornar como o senhor Ross!
- Só por que ele tem poderes de luz? - Provocava Finnigan em tom de brincadeira
- Não só isso! O cara tem uma história de vida incrível, já foi subcomandante da SEA, ganhou esses poderes de luz poderosos e ainda ganhou o coração daquela gata da Sara Smith.
- Ela é mesmo muito linda! Mas não sei se ela tem chances de ficar comigo, seria muito privilégio pra ela.
- Ela nem sabe que você existe! Além disso, você não passa de um recruta exibido!
- Você também não é muito diferente de mim, bonitão.

Mesmo no meio daquela zona de combate, os dois procuravam rir em raros momentos, Medrick e Josh acabaram formando uma bela amizade naquele caos.
Até que certo momento, enquanto descansavam em um prédio abandonado e um pouco afastado dos Vasors ( criaturas extraterrestres), eles aproveitaram para beber água em um bebedouro encardido no canto da parede.

Ao dar o primeiro gole, Medrick sorriu satisfeito e avisa o amigo que a água estava gelada e refrescante ainda. Porém, Josh recusa de imediato e disse:

- Eu não vou beber essa água suja, deve estar até contaminada.
- Que nada! Te garanto que é limpa.
- Não, obrigado, prefiro água potável.
- AFF, como você é fresco! Não bebe, não fuma e nem come carne. Como você se aguenta?
- Eu tenho meus princípios! Não quero morrer cedo por consumir algo errado.
- Você tem medo de viver a vida, isso sim!
- Mas eu pego mais mulheres do que você.
- Mas eu sou mais corajoso! E ainda serei soldado da SEA algum dia!
- NÃO ANTES DE MIM!
- ISSO É O QUE VAMOS VER....

Os dois amigos fingem uma pequena luta descontraída, fazendo eles caírem no chão e darem muitas gargalhadas com a situação.
Porém, naquele silêncio, eles ouvem alguma coisa estranha vindo do escuro, parecia um ruído.

- O que será isso? - Perguntou Josh
- Eu não faço ideia. Vou lá verificar.
- Pode deixar que eu vou.
- Não, eu irei! Vou provar que tenho mais coragem do que você.
- Nem em seus sonhos.

Mendrick pegou seu fuzil tático do exército e apontando para a escuridão, ele se aproximava com cautela, até que o barulho acaba desaparecendo misteriosamente. Mesmo apreensivo, ele continuava com o dedo no gatilho e pronto para disparar contra qualquer inimigo que surgisse dali.
No entanto, um rato acabou aparecendo correndo pelo chão seco, passando entre as pernas do soldado, fazendo Finnigan rir do amigo.

Ao olhar para trás, também achando engraçado aquele momento, o jovem negro acaba sendo agarrado por um braço monstruoso e o arrasta para a escuridão, fazendo ele gritar por socorro, despertando a atenção até de outros soldados que batalhavam pelo lado de fora.

Josh Finnigan teve a chance de atirar naquele monstro enorme de chifres e garras, algo realmente terrível que ele jamais tinha visto em toda sua vida, porém ele ficou paralisado de medo e em estado de choque, pois sabia que aquela criatura não era um alienígena, parecia mais um demônio do inferno.
O garoto acabou presenciando a morte terrível de seu melhor amigo, sendo levado para o escuro e ouvir seus membros sendo quebrados e arrancados de seu corpo.

Se não bastasse tudo isso, o ser abominável jogou os restos mortais como braços e pernas de Cross no chão, próximo a um outro soldado que tinha acabado de chegar.
A única coisa que Finnigan conseguiu fazer depois disso, foi fugir daquele lugar e nunca mais participou de uma guerra.

- Depois disso, ele passou a ser chamado de covarde pelo sargento Spencer, pois alguns soldados avistaram ele fugindo na hora do ataque. - Completava Andreas
- O que?! O garoto passou por um trauma e aquele cretino teve a coragem de...
- Mas eu interferi! Na verdade o comandante Christian me avisou sobre o que estava acontecendo no exército e eu ofereci uma vaga para Josh na OM, e queria ajudá-lo.
- Sério? Imagino a cara que o Spencer deve ter feito.
- Ele não gostou obviamente, e até insinuou ao presidente que a OM era um erro e eu era um líder incopetente que adorava acolher soldados fracos.
- Fraco? Quando eu pegar ele, vamos mostrar a força da nossa corporação!
- O fato é que eu ajudei o oficial Finnigan a se recuperar do seu choque emocional, onde ele até melhorou, ficando todo exibido novamente, mas ainda se recusava a lutar. Até hoje...
- O que quer dizer? - Perguntou Rubens curioso

Mark explicou que após ver ele aconselhando Milla e até ajudando Josh a lutar, percebeu o quanto o soldado ruivo era necessário em sua equipe, deixando Rubens constrangido com o elogio inesperado, mas muito mais surpreso e feliz.

- Bom, eu fico feliz com esse reconhecimento por mim Andreas, mas o fato é que o rapaz teve a ousadia por conta própria, eu apenas tentei motivar ele para que aquilo não o afetasse e que ele deveria honrar a sua farda...
- Esse é o X da questão. Você fez algo simples que muitas das vezes as pessoas não percebem...
- Eu fiz? - Perguntou Jensen sorrindo confuso
- Claro! Quantas vezes as pessoas tem a humildade de parar para aconselhar ou motivar alguém? A realidade é que a maioria dos seres humanos paga um psicólogo apenas para desabafar... sendo que poderiam ouvir isso de um amigo próximo.
- Entendo o que quer dizer.
- Você é muito mais do que um soldado de elite da OM, Rubens. Você é um herói!
- Obrigado Mark. - Disse o homem com um semblante um pouco mais sério e triste.

Rubens saiu do escritório do seu chefe, onde Andreas ficou um pouco curioso com sua atitude incerta, pois o oficial não pareceu tão contente com aquela revelação.
Jensen saiu dali com um pensamento um tanto conturbado, afinal estava se dando conta da triste realidade em que a população mundial se encontrava. O que era para ser algo básico e necessário, acabou se tornando algo muito valioso, que era simplesmente dar ouvido para as pessoas e ter o poder da empatia...
No fundo, ele sabia como Finnigan se sentia...



Rubens Jensen: Agora que descobri o verdadeiro motivo da fobia e insegurança do jovem Josh, me sinto até um pouco de vergonha e receio.
Eu estava julgando aquele rapaz, pensando que ele era um covarde, sendo que ele tinha passado por um trauma psicológico muito pesado no apocalipse alienígena 🥲.

Porém, o que me deixou em choque foi receber reconhecimento do Andreas por uma coisa que deveria ser comum entre as pessoas, que é se colocar no lugar do outro... E infelizmente ele não teve muito disso, até eu aparecer na prática e encoraja-lo a enfrentar seus próprios "demônios". Espero que ele se torne um cara melhor de agora em diante e tenha a bravura que ele tinha no passado 🫡

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