Holofotes
A vibração do aparelho celular tirou Léo do transe em que se encontrava desde que tinha entrado no ônibus coletivo; mais de meia hora contemplando a paisagem da cidade, abstraindo com a cabeça colada na vidraça da janela. Tirou o celular do bolso, olhou para a tela acesa — para o nome Mãe e para a foto de uma Marília sorridente. Era a décima terceira vez que ela ligava; ele fazia questão de contar cada uma. Aquelas ligações lhe davam a certeza que ele tanto necessitava no momento. Porém, não atenderia. Pela décima terceira vez, observaria a tela ligada e as vibrações do aparelho, alimentando o seu pesar, até que sua mãe desistisse de novo.
Custou pouco tempo para que aquilo acontecesse; a ligação caiu e a música voltou a sair pelos fones de ouvido, um pop rock internacional animado e com uma letra que incentivava a felicidade. Léo apertou o botão, pulando para a próxima, e depois para a próxima mais uma vez. Iniciou-se uma música nacional, a qual ele conhecia muito bem desde as primeiras notas e que, para o momento, cabia de forma mais perfeita que uma luva. Ele fechou os olhos, acompanhando com a mente o som de Terra de Gigantes, dos Engenheiros.
Ei, mãe, eu tenho uma guitarra elétrica
Durante muito tempo isso foi tudo que eu queria ter
Ei, mãe, alguma coisa ficou pra trás
Antigamente eu sabia exatamente o que fazer
Ei, mãe, tem uns amigos cantando comigo
Eles são legais, além dos mais não querem nem saber
Pois, agora, lá fora, o mundo todo é uma ilha
À milhas e milhas de qualquer lugar
Ouvia, quieto fisicamente, mas os pensamentos tão rápidos e maleáveis, que todas as certezas que tinha tornavam-se inconsistentes; frágeis. Mesmo assim, a decisão estava tomada, tinha sido tomada no exato instante em que colocara os pés para fora do condomínio de Janaína, há mais de cinco horas, e não voltaria atrás. Vagara por muitas horas pela cidade, ainda receoso, mas agora o ônibus o levaria até onde precisava e depois tudo seria diferente.
Recordou-se de Amélia, no início de tudo. O desespero da garota ao encontrar sua família banhada com seu próprio sangue, debaixo do teto onde julgavam estarem seguros, mais do que em qualquer outro lugar do mundo. Os olhos tristes da menina, olhando para os seus, confiando nele como se ele fosse o mais bravo dos homens, o mais forte e valente. Léo sabia que nunca chegaria a ser o homem pelo qual os olhos de Amélia haviam se apaixonado, contudo isso não o impedia de demonstrar a ínfima coragem que lhe tinha restado.
A mente continuou vagando. Pousou nas lembranças do galpão, na liberdade que sentira nos poucos dias em que fincara morada no local. Foi uma falsa liberdade, Léo conseguia ver isso, mas tinha sido uma sensação boa, que já não sentia mais desde então. Imaginar que estava isolado do mundo e ninguém os faria mal, que poderiam viver seguros e, assim, assegurando a vida de suas famílias, estar em contato com a natureza, ter paz de espírito… Voltou ao dia em que assistira o brilhar das estrelas no céu, ao som da mesma banda que, agora, cantava a trilha do caminho mais decisivo que já tinha feito em sua vida. Lembrou-se do sorriso de Amélia, dos dedos apontando para o céu, da estrela que era só dos dois, dos corpos juntos, dos beijos…
Entretanto, aquela intensa e última felicidade não durou muito tempo. Os blacks — os malditos blacks — estavam sempre ali para estragar tudo. E quando menos esperava, lá estava ele, preso, junto a mais de uma dúzia de jovens com o mesmo destino de servir de cobaia para aquela pesquisa inescrupulosa.
Era até incrível pensar como sua vida era diferente antes de depois da aparição de suas adaptações. Tinha feito coisas que nem sequer em sonho pensou um dia ter que fazer. Lutar, fugir, esconder-se… Matar. Quantas vidas já tinha tirado? A conta tinha se tornado impossível. Entretanto, de algumas mortes ele se lembrava bem, pois tinham um significado grande em todo aquele sofrimento que, agora, o consumia. A morte de Letícia era uma delas. A namorada de Lucas, por mais que estivesse lutando junto aos blacks, era tão vítima do Projeto quanto ele. Léo nunca chegou a conhecê-la de verdade, não sabia sua história e nem quem a garota tinha perdido e deixado para trás ao morrer; não conhecia os motivos dela, mas sabia que se não fosse o combo de desgraças que tinham ganhado junto às suas adaptações, ela nunca partiria da forma como partira.
A morte de Mirna também não era das lembranças mais agradáveis. A lacraia de seu tio Paulo tinha feito por merecer, ele não guardava dúvidas sobre isso, porém um sentimento de impureza se alimentava de seu espírito desde o dia em que tirou a vida da mulher. A sensação dos ossos dos crânio rachando com o impacto, as mãos ficando ensopadas com o sangue, o barulho… As memórias estavam latentes; esperavam somente um instante de fraqueza do garoto para tornarem a atormentá-lo.
E acima de tudo aquilo, o derradeiro problema. Léo voltou a derramar lágrimas ao pensar em Mônica. A menina não merecia, de forma alguma, o fim que veio ao seu encontro. Uma moça alegre, destemida, meiga; carregava consigo a alma da jovialidade. Mas não carregara por muito tempo e, com sua morte, também tinha levado parte da alegria de seus colegas. A ferida em Léo ainda estava aberta, latejante, mais dolorosa até que a que ele sentia em seu ombro.
Todas aquelas recordações estava servindo para que mantivesse firme a sua decisão; caso contrário, já teria descido do veículo e retornado para a segurança do lar de Janaína. Mas não; o coletivo já se aproximava dos minutos finais de seu trajeto e a viagem de Léo tinha fim nos próximos metros.
Ele se levantou, sentindo o corpo pesado. Estava tão cansado, que sua mente se negava a gastar energias pensando em como estava exausto; apenas prosseguia seu plano, todo o resto havia perdido a relevância. Deslocou-se até a porta do veículo e esperou até que o motorista freasse com a suavidade de uma anta dançando catira. Desceu, junto a alguns rapazes que pareciam bastante animados e apressados; todos com a típica camisa alviverde.
Não era a primeira ocasião que o levava até aquele lugar, já estivera ali mais de uma vez, contudo sempre em situações bem mais felizes. Olhou em volta; poucas pessoas ainda estavam do lado de fora, a grande maioria se encontrava dentro da grande e imponente construção a sua frente. De onde estava, Léo conseguia ouvir o burburinho das milhares de pessoas dentro do estádio; conseguia sentir a energia da arquibancada, que cantava, cada qual para o seu time de coração, os hinos de enaltecimento.
Era dia de clássico e, como era de se esperar, o Serra Dourada estaria cheio. Ele se lembrava de ter ido ali com seu pai em um domingo como aquele; lembrava-se da muvuca, da gritaria, dos gols… Era um dia que todos estavam dispostos a guardar em um canto importante da mente. Era um dia perfeito.
Retirou os fones do ouvido, guardou-os no bolso da calça e caminhou em direção ao estádio, disposto a acompanhar alguns torcedores até onde desse para acompanhar. O barulho das arquibancadas era capaz de aquecê-lo mesmo estando longe; a bola já rolava, para a alegria de todos, o que explicava a pressa dos rapazes em entrar. A tarde estava quente, muito quente, entretanto nuvens em tons de branco e cinza já ganhavam forma no céu, profetizando um temporal que cairia antes da meia-noite.
Léo chegou em uma fila; uma primeira barreira, onde guardas faziam uma revista e conferiam os ingressos. Ainda estava longe da entrada do estádio, a segurança era dobrada em dias de clássico, pois a emoção deixava os ânimos a flor da pele e um estádio lotado era um lugar bastante propício para tragédias. Ele olhou os guardas entretidos em seus serviços, demorariam a perceber um penetra correndo em direção a portaria. Porém, mais a frente, uma viatura policial reforçava a segurança antes de chegar na segunda barreira, que servia apenas para guiar os torcedores às entradas, mas que também era vigiada por uma meia dúzia de homens. Era um plano arriscado, que deixaria qualquer um com um pingo de medo que fosse.
Mas ele não sentia mais nada.
Deixou a fila, iniciando um caminhar apressado. Ultrapassou as barras de aço, dispostas de modo que formassem um pequeno muro, entrando na área onde apenas os pagantes entravam. Não tardou para que os primeiros guardas percebessem sua esperteza.
— Ei! Garoto! — um deles chamou, mas Léo o ignorou prontamente. — Tem que passar por aqui! — tentou outra vez, mas o resultado foi o mesmo.
Ele permaneceu rente em seu objetivo; apressou-se ainda mais quando constatou de soslaio que havia, também, chamado a atenção dos policiais.
— Rapaz! — um dos fardados tentou conversar. Léo o fitou, sem parar seus passos, depois olhou para os guardas da segunda barreira, que já se encontravam preparados para freá-lo. Começou a correr em direção a entrada. — Ei! Pare, agora! — exclamou. — Peguem ele!
Léo observou os homens formarem uma corrente em volta de si, um círculo que aos poucos se fechava, entretanto estava longe de desistir. Continuava correndo. À sua frente, quatro guardas a postos. Não teria forças para passar, mas permanecia focado. Correu mais um pouco, iria se chocar aos homens. Mais um pouco. Estava muito perto; quase lá. No momento certo, saltou. Ainda no ar, fechou os olhos, impedindo que a vontade de chorar o tomasse novamente. Respirou fundo e deixou a energia fluir.
Músculos, pelos, garras, presas… Tudo aparecendo em um relance. As roupas rasgaram, os sapatos viram nada. O rugido ecoou, retumbando para os quatro ventos e, por um instante, ofuscando o euforia interna do estádio. Os policiais pararam, perplexos.
— O que é isso?! — um deles se sobressaltou.
Torcedores saíram correndo, alguns gritando, outros, sem saber o que acontecia, apenas seguiam os demais em um ato reflexo. Os guardas na sua frente caíram, assustados; Léo, sem grandes dificuldades, saltou seus corpos amedrontados e seguiu para a dentro do estádio.
Adentrou um corredor extenso, pelo qual vários outros torcedores seguiam para as arquibancadas. Andava a quatro pés, pois considerou que seria mais assustador para as pessoas se elas o vissem da forma bípede, entretanto sua ação não fora bem recebida. Os torcedores entraram em desespero, crianças começaram a chorar, gritos femininos agudos eram ouvidos a cada metro que ele andava pelo corredor. As pessoas se espremiam contra a parede, encolhiam o corpo em lugares que julgavam protegê-las.
— O que é isso?! — ele ouviu uma mulher perguntar.
— Parece um leão… Uma onça. Eu não sei. — alguém respondeu.
Mas ele permanecia preso ao seu objetivo; andava sem pressa, porém continuamente. O barulho da torcida ganhava potência a cada passo dado; já era capaz de sentir uma sensação boa dentro de si.
Enquanto caminhava, passou por uma mãe que abraçava sua filhinha de no máximo três anos. Estava encolhida na parede, protegendo sua prole, trêmula, visivelmente nervosa. Léo parou, um tanto triste; não era essa reação que gostaria de causar. Olhou para a mulher, que também observava, contida, os seus movimentos; soltava alguns gemidos de medo ao mesmo tempo que tentava rezar alguma oração.
— Não se preocupe… — a fera disse, fazendo com que a mulher arregalasse os olhos, encolhesse ainda mais o corpo e abraçasse com maior força sua filha. A menina não chorava, apenas o observava com uma expressão curiosa de quem se deparava com um animal desconhecido no zoológico. Léo voltou-se para ela: — Eu não vou machucar ninguém.
Os olhos da menina pareciam bilhar. Ela não estava com medo, havia entendido que ele não era ameaça, e aquilo aumentara sua motivação. Voltou a andar, os corredores já se encontravam bem mais vazios; começou a correr. Todas a lembranças vieram a tona. Amélia, Márcia, Clara, Mônica… Era por elas e por todos os outros que ele fazia aquilo. Os olhos voltaram a lacrimejar, borrando um pouco sua vista, contudo fora possível enxergar a saída que dava para a arquibancada se aproximando. As vozes aqueciam seu peito, a luz do dia que entrava pela saída era a representação perfeita de uma luz no fim do túnel. Seria tudo diferente a partir dali.
Correu mais um pouco.
Era liberdade, aquela sensação boa.
…
O tic-tac frenético dos pés ecoava pela sala. As mãos já estavam suadas de tanto segurar o aparelho celular, com a esperança de um retorno das ligações. Mas nada; Léo tinha desaparecido outra vez e Marília não tinha certeza se aguentaria passar pelo mesmo sofrimento de um mês atrás. O sequestro tinha sido uma experiência horrorosa demais para que tivesse uma segunda versão.
Porém, dessa vez, algo lhe dizia que não era sequestro. Tinha a leve percepção de que o sumiço de seu filho, de Pedro e Márcia era planejado. Tinha sido proposital, o que não servia em nada para diminuir sua apreensão. Só lhe trazia a certeza de que Léo não era mais o filho que ela conhecia, que a relação de confiança entre eles não existia e que, talvez, daquela vez, a culpa fosse sua, por tê-lo colocado contra a parede e pressionado ele a contar o maldito segredo que guardava. De toda forma, a situação lhe preocupava bastante.
Inspirou fundo e deitou a cabeça sobre o encosto do sofá, mantendo a paciência;os olhos se encontravam vermelhos e não queira voltar a chorar. As vinte quatro primeiras horas já tinham se esvaído no tempo, o que dava a ela o direito de ir à delegacia e fazer um boletim de ocorrência. E era isso que iria fazer, não fosse o toque do celular em suas mãos. Uma mensagem.
Nunca abrira a caixa de mensagens com tamanha rapidez, afinal, poderia ser que a consciência do garoto tivesse pesado e ele estivesse dando notícias de seu paradeiro; desculpas, quem sabe. Contudo, não passava de outro alarme falso, a mensagem não era do garoto, mas isso não queria dizer que não fosse importante. Tratava-se de uma mensagem de texto de Pâmela, mãe de Pedro e uma conhecida próxima sua. Marília a considerava quase uma amiga; por mais que não convivesse muito com a mulher, compartilhavam bastante coisas em comum. Naquele momento, ambas penavam com a aflição de ter um filho desaparecido pela segunda vez e isso era motivo mais que suficiente para que se aproximassem mais uma da outra. Tinham combinado que, a qualquer nova informação, soariam o alarme — ligações e mensagens.
Ela observou o torpedo.
“Ligue a tv no jogo imediatamente”, estava escrito.
Marília, sem sequer questionar o pedido, voou em direção ao controle da televisão. Ligou-a e saiu a procura do canal em que era transmitido a partida entre os dois maiores times do estado. E lá estava ela, a transmissão, ao vivo e a cores.
— … as pessoas estão se perguntando o que isso significa. Todo mundo está visivelmente perdido. Nós estamos perdidos, sem entender o que está acontecendo — o locutor dizia, com a voz alterada; um tom totalmente diferente do que era usado para narrar partidas de futebol, como se algo muito importante tivesse acontecido no estádio.
A câmera voltou-se para o centro do campo, onde havia, todo maltrapilho e suado, um garoto parado como uma estátua. Ela arregalou os olhos, os lábios tremeram.
— Léo?
O menino estava sério, contudo também havia serenidade em suas feições. Estava sozinho no campo, o jogo estava parado, nenhum jogador se encontrava próximo a ele.
— Vale lembrar que isso não estava na programação — ressaltou o locutor. — Não faz parte do show do intervalo, até porque o primeiro tempo teve que ser interrompido com a entrada desse garoto. Não sabemos quem ele é e nem como ele conseguiu fazer aquilo. — O coração da mulher parecia bater asas em seu peito, pronto para decolar boca afora. — Não há equipamentos para a produção de hologramas ou qualquer efeito gráfico em três dimensões presentes no estádio. O que aconteceu ainda está sem respostas.
Procurando por algo, Léo girou o corpo. Vasculhou com o olhar em volta de si, percorrendo todo o espaço em volta do campo, até que pareceu encontrar o que queria. Começou a andar em direção a um canto próximo às primeiras cadeiras da arquibancada; tudo sendo registrado pelas câmeras. De repente, Léo não era mais Léo. Marília não sabia explicar o que acontecera, mas tinha absoluta sanidade para afirmar que estava vendo seu filho se transformar numa espécie de felino, grande e peludo. Um ser assustador; uma fera, que, por alguns metros, andara sobre as duas patas traseiras, como um ser humano, mas que logo se agaixou, ficando sobre as quatro patas e lançando-se em direção a alguns homens no canto que tinha escolhido.
— O que ele está fazendo?! — exaltou-se o comunicador.
Os homens saíram correndo, deixando para trás seus instrumentos de trabalho. O felino não os atacou, fora em busca de um microfone; o microfone que dava para todos os alto-falantes do estádio. Pegou o objeto como um legítimo humano, parecia ter consciência das coisas que praticava. Marília estava abismada.
— Precisamos descobrir que espécie de animal é esse! — refletiu um dos comentaristas.
A fera levou o microfone a boca. Pigarreou, antes de começar:
— É… — A voz era grave, estranha.
— Ele fala?!
— Peço que não tenham medo… Eu não estou aqui para assustar a ninguém.
— Ele fala!
— Vamos ouvir. Vamos ouvir — o locutor repreendeu o comentarista.
— Tenho a capacidade de me transformar nessa fera, como se fosse um dom, um poder… — A fera foi diminuindo de tamanho, voltando a parece-se com Léo, seu filho. — Mas esse sou eu de verdade. Leonardo. — Ele olhava para a plateia. — Isso não é brincadeira, não é imaginação de vocês. Eu sou modificado geneticamente. Fui cobaia de uma pesquisa científica, que visa produzir um exército mais forte. Uma pesquisa acobertada pelo governo! E por outras dezenas de instituições! Eu não escolhi ser assim — a voz saiu chorosa. — Nem eu, nem os outros vinte cobaias. Coisas estranhas estão acontecendo em Goiânia. Sequestros em massa, mortes misteriosas… A mídia já esta de olho, os jornalistas podem confirmar o que estou falando. E eu posso afirmar que tudo isso está envolvido com esse projeto! Projeto Gênesis, o nome. — O pele de Marília se arrepiou. — Uma pesquisa encabeçada pelos cientistas Paulo Ricardo Ribeiro e Fernando Casteliori! Uma pesquisa que ignora todas as leis da ciência mundial, eu sou prova disso! — caiu em prantos. Marília, mesmo sem entender, também começou a chorar. — Por favor! Pesquisem sobre o Projeto Gênesis! Questionem o governo! Precisamos da ajuda de vocês! Eu preciso da ajuda de vocês!! Por favor… Por… favor…
Ele largou o aparelho; a torcida estava quase toda em silêncio. Voltou a se transformar no bicho e saiu apressado do campo, indo em direção ao corredor de saída do estádio. A câmera cortou para a cabine de transmissão do jogo, e um locutor perdido surgiu na tela.
Marília desligou a televisão antes que ele voltasse a abrir a boca. Estava em choque. Nada do que vira parecia ser real; tudo se assemelhava a uma história de Hollywood mal contada. Não podia acreditar que seu filho se transformava em um monstro e que Fernando estava envolvido naquela história; isso não fazia sentido nenhum.
Então por que estava acreditando?
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