Capítulo 8

_Oscar.. É, onde é o banheiro? -Me virei para ele e perguntei meio nervosa por ele me pegar bisbilhotando o quarto dele, ele estava com uma bermuda, camisa branca e uma blusa de frio xadrez entre aberta, provavelmente estava chegando da rua-.

_Ali. - ele disse rindo e apontando uma porta no lado esquerdo-.

_Obrigado. - disse andando rápido e entrando no banheiro, fechei a porta e me encostei nela respirando fundo. Que vergonha meu pai, ele me pegou reparando o quarto dele-.

Usei o banheiro e saí logo em seguida, a porta do quarto de Oscar se encontrava fechada agora e eu desci para a sala mas antes mesmo de sentar no sofá para continuar o filme César me chama.

_Pega mais suco pra gente. Por favor. - César disse e eu revirei os olhos-.

_Só agora, tá. - falei e fui para a cozinha-.

Abri a geladeira e peguei o suco, quando me virei para colocá-lo em cima da mesa e colocar nos copos me assustei com Oscar parado, encostado na bancada e me olhando. Ele estava agora com uma calça de moleton, descalço, sem camisa e com um copo de água na mão.

_Porra - sussurrei e levei a mão no coração-, Que susto. - disse ele riu-.

_Calma, Niña. -ele riu-, quase derrubou tudo no chão.

_Assustei, você estava lá em cima agora e do nada tá aqui. - ri e ele riu também-.

_Está assustando atoa. - ele disse, deixou o copo na bancada e saiu logo em seguida-.

Voltei para a sala entregando o suco para todos e bebendo rapidamente o meu. O filme logo acabou, Monse e os meninos me acompanharam até em casa.

(...)

A semana passou voando e já era sexta a noite, a escola estava uma maravilha, estava ficando cada vez mais amiga de Monse e dos meninos, estava sentido Mary bastante afastada de mim depois que me mudei.

_Amor, eu não estou pronta. - falei me levantando da cama e vestindo minha blusa que Kelvin acabará de tirar-.

Meus pais tinham saído e Kelvin se  aproveitou disso.

_Tá bom, amor. Não vou te forçar a nada. - ele disse e me deu um beijo na testa-, por mais que eu ache que já está na hora, daqui duas semanas fazemos um ano juntos.

_Eu não estou pronta. - disse revirando os olhos e saindo do quarto e ele veio logo atrás-.

_Vamos ver filme. - ele disse mudando de assunto-.

Vimos alguns filmes e logo ele foi embora, eu estava começando a ficar irritada com a insistência de Kelvin mas também pensando na possibilidade de perder a virgindade com ele, afinal iríamos fazer um ano juntos e não demos um passo a mais na relação.

Subi para meu quarto, tomei um belo banho e me deitei para dormir, afinal amanhã era o dia da feira de carros, confesso que estava bem ansiosa. Não via Oscar desde aquele dia na casa dele, ele sumiu essa semana que até Rosita questionou. Em meio a estes pensamentos eu dormi.

Acordei no dia seguinte bem cedinho, às nove iríamos sair. Levantei, tomei um banho vesti uma roupa, peguei um óculos e em seguida liguei para Kelvin o avisando que eu iria sair e ele não gostou muito da ideia de Oscar ir mas acabou concordando porque meu pai ia e mesmo se ele não tivesse concordado eu iria mesmo assim!

Desci para a sala onde meu pai se encontrava arrumado já.

_Bom dia pai. - falei me sentando ao seu lado no sofá-.

_Bom dia querida.

_Cadê Rosita? Ela não vai com a gente não?

_Ela e Júnior foram ao mercado, ela não gosta muito dessas coisas. - meu pai disse rindo, ouvimos a campainha tocar-.

_Eu atendo. -falei me levantando e indo abrir a porta-.

Por um momento paralisei ao vê-lo parado ali, era Oscar, e vamos concordar que ele estava uma gracinha. De bermuda cinza, aquelas meias que ele e César usam até a canela, de regata preta e óculos de sol. Nos medimos por alguns segundos até ele eu me pronunciar.

_Entra.. - minha voz saiu falha e dei espaço para ele entrar-.

Ele entrou e conversou com meu pai um pouco, achava super fofo o meu pai tratar ele normal, porquê pelo que Monse me disse, geralmente todos tem medo dele ou não quer manter uma amizade por ele ser líder de gangue, mas meu pai não, por mais que ele seja da gangue ele também é família de Rosana e meu pai não tem nenhum preconceito com ele. Logo saímos de casa, César chega ao nosso encontro para ir conosco.

Chegamos a feira e lá é maravilhoso! Muitos carros antigos, mais do que imaginei. Eu estava completamente apaixonada por todos os carros que eu via ali.

_Pelo seu olhar de apaixonada pelos carros, deduzo que é sua primeira vez aqui, né? - Ouvi uma voz desconhecia por trás de mim-, Sou Diogo, muito prazer.

_É sim, minha primeira vez aqui. - eu disse o olhando agora-, Sou Jade. - disse estendendo uma mão-.

_Jade, está com sede? -Oscar apareceu do nada ao nosso lado me fazendo assustar, pois ele, César e meu pai estavam um pouco longe de mim olhando outros carros-.

_Estou sim. - eu disse o encarando, segundos depois procurei por Diogo que sumiu dali num passe de mágica-.

_Vem cá. - fomos a uma lanchonete por ali comprar algo para beber, eu comprei um suco e ele cerveja-, você está bonita.

_Obrigado. - eu disse completamente corada e pude perceber que ele me viu corada, pois não parava de encarar meu rosto-.

_Está gostando daqui? -ele perguntou-.

_Nossa estou amando, tô apaixonada por todos os carros. - ele riu e tomou um gole de sua cerveja-.

_Na próxima a gente volta aqui de novo. - ele disse-.

_Vou cobrar. - ri-, Seu carro se destaca aqui. - eu disse enquanto caminhávamos até onde estava o carro-.

Antes mesmo dele responder chega uma loira alta, linda e o abraça apertado. Senti um incômodo desconhecido, pelo fato dela o cumprimentar e nem sequer olhar na minha cara.

_Spooky, você por aqui. Anda sumido, né. - ela disse sorrindo para ele que retribuiu o sorriso. Spooky?-.

_Carmen! Prazer em vê-la de novo. - Oscar disse-.

_Prazer é meu. -ela disse com certa malícia na voz e no olhar, agradeci por achar meu pai ali e fui de encontro a ele na mesma hora, dando passos largos para chegar rápido-.

_Está gostando, filha? -meu pai perguntou-.

_Estou amando, vou querer voltar sempre. - eu disse a ele-.

_Eu também gosto, quando morávamos no México eu ia em algumas. - ele disse-.

_Eu lembro, era doidinha pra ir mas não tinha idade. - sorri e revirei os olhos ao lembrar-.

_Ei, Jade? - César me chamou-.

_Oi, César. - falei-.

_Não sei se Oscar te convidou, mas terá uma festa lá em casa no fim de semana que vem para comemorar meu aniversário. Não vai ser coisa grande, vai ser só para amigos. - César disse-, você está convidada viu.

_Não tive tempo de convidá-la. - Oscar fala próximo a mim me fazendo tomar um leve susto-.

_Claro, eu vou sim. - falei ignorando Oscar e respondendo a César-.

Em questão de minutos César e meu pai sumiram de novo olhando vários carros por ali, me deixando sozinha com Oscar.

_Então quer dizer que te chamam de Spooky? - perguntei o encarando-.

_É, apelido de gangue. - ele disse-.

_Gostei, quem vê acha assustador mesmo. - eu disse e dei de ombros-.

_Você acha? - ele perguntou-.

_Particularmente, um pouco, na primeira vez que nos vimos você apareceu na sua sala com uma cara tão ruim que deu um certo medo. -eu disse e ele riu satisfeito se aproximando de mim tirando meus óculos e olhou dentro dos meus olhos-.

_Seus olhos estão bonitos hoje. - ele disse sem desviar seus olhos do meu-.

Mexi a boca algumas vezes mas não consegui dizer nada concreto. Ele me entregou meus óculos e nossas mãos se encostaram, eu senti um leve choque ao tocar sua pele, ele se afastou para olhar outro carro.