Capítulo 7

Suspirei aliviado assim que entrei no carro. Marcos fechou a porta e deu a volta entrando também. Hoje o dia havia sido cheio, pois tive que resolver alguns problemas com mercadores da província. Meu pai tinha insistido que deveríamos atualizar a lista de registros e era isso que eu estava fazendo.

Não apareci nem para o almoço, o que me deixou frustrado já que tinha planos de chamar Mabel para um passeio. Bom, pelo menos achava que um convite na frente de todos ela não recusaria.

Nós não tínhamos terminado ontem de um jeito bom. Isso resultou em uma péssima noite de sono e uma dor de cabeça daquelas hoje logo de manhã.

— Para o palácio senhor? — Marcos perguntou.

— Sim, por favor. — Concordei.

O carro começou a se mover e deitei a cabeça no encosto do banco, fechando os olhos. Já era de tarde e o que mais queria era chegar logo, pois daqui a algumas poucas horas seria o jantar.

Sorri assim que chegamos a frente ao palácio. Dois guardas vieram até nós e acenei a eles agradecendo, avisando que havia duas caixas com alguns materiais no porta malas do carro. Eram coisas que meu pai havia pedido.

Passei pela porta da frente e segui até a escada. O que menos queria era encontrar com alguém agora, seja quem fosse, precisava de descanso.

Cheguei ao quarto e segui reto ao banheiro, já ligando o chuveiro e olhando com gosto o vapor da água quente começar a preencher o ambiente. Tirei a roupa e entrei no box, suspirando baixo de contentamento.

Tomei banho com calma e quando estava pronto sai. Me sequei e enrolei a toalha na cintura. Segui ao closet e escolhi um terno azul marinho, quase preto. Depois penteei os cabelos e passei um pouco de perfume. Voltei ao quarto e calcei os sapatos. Olhei no relógio na cômoda ao lado da cama e vi que logo seria servido o jantar.

Levantei e sai do quarto, indo ao dos meus pais. Bati duas vezes à porta e esperei, logo ouvindo a voz suave da minha mãe autorizando que entrasse.

— Querido. — Sorriu.

— Como à senhora está? — Andei até ela e beijei sua testa.

— Estou bem e você? Está com uma carinha de cansado... — Comentou me puxando pela mão até a cama.

— Estou tão com cara de acabado assim? — Brinquei dando uma risada baixa.

— Ah filho, — Tocou minha bochecha carinhosamente — Você é lindo!

Dei uma risada mais alta e neguei com a cabeça. Mães e seus elogios nada confiáveis.

— Elogio de mãe não vale. — Desdenhei.

— Não me faça apertar suas bochechas. — Ameaçou me fazendo arregalar os olhos.

— A senhora sabe o quanto tenho trauma disso. — Avisei e ela deu uma risada baixa.

Quando era pequeno as amigas de mamãe viviam apertando minha bochecha e chamando de fofuxinho. Isso era um trauma de infância e ela sabia disso.

— Filho. — Meu pai cumprimentou entrando no quarto.

— Oi. — Levantei da cama.

Ele caminhou até nós e me abraçou rapidamente, indo em seguida dar um beijo carinhoso em minha mãe.

— Conseguiu resolver tudo? — Perguntou me olhando.

— Sim, era isso mesmo que queria fazer, avisar o senhor. — Expliquei sorrindo levemente — Amanhã mesmo deixo os papeis com a lista atualizada em sua mesa.

— Muito bom. — Comentou com orgulho na voz — Vou me arrumar e já descemos para o jantar. — Avisou indo até o closet.

— Sente aqui. — Minha mãe pediu e indicou novamente o lugar ao seu lado.

Sentei e ela segurou minha mão, a acariciando. Seus olhos eram meio avaliativos, mas seu sorriso era calmo.

— Vi Mabel hoje no almoço... — Começou e foi impossível não dar um pequeno sorriso — Ela chegou com as outras garotas e devo dizer que seu olhar foi de desapontamento quando não o encontrou. — Explicou e assenti concordando.

Sabia que tinha pisado na bola com Mabel, e feio. Precisava muito vê-la e me desculpar novamente, nem que tivesse que ajoelhar e implorar. Faria isso.

— Nós tivemos um desentendimento. — Expliquei olhando para nossas mãos unidas.

— Brigaram? — Perguntou e neguei com a cabeça.

— Não foi bem uma briga, só... Falei o que não devia, eu acho. — Dei de ombros.

— O que posso dizer? — Me olhou pensativa — Você é humano e também erra, então não se cobre tanto. — Tocou meu nariz com o indicador, me fazendo sorrir — Mas se ela é mesmo especial, a procure e se resolvam.

— Sim, ela é. — Afirmei rapidamente. — Mabel é diferente e gosto disso.

— Já percebi. Gosto dela, — Confessou me fazendo olha-la um pouco surpreso — E se ela realmente lhe faz feliz, gosto mais ainda.

Sorri levando sua mão aos lábios e beijando o dorso. Eu tinha a melhor mãe do mundo.

— Sim, ela me faz. — Afirmei.

— Então você sabe o que fazer. — Piscou e assenti concordando.

— Vamos? — Meu pai chamou voltando do closet.

Eu e mamãe concordamos juntos e então descemos ao salão das refeições. Quando entramos as garotas já estavam ali. Nós seguimos aos nossos lugares e elas fizeram reverência, se sentando novamente.

Jason não estava, havia ido até uma província vizinha resolver alguns assuntos para meu pai. Ele era nosso braço direito. Quando precisávamos de algum contato imediato com alguma província era Jason quem ia. Ele dizia gostar das viagens.

O jantar foi tranquilo e nós comíamos com calma. Meus pais conversavam baixo e as garotas também entre si. Me permiti apenas desfrutar da deliciosa comida, vez ou outra olhando na direção de Mabel, que parecia concentrada demais em seu prato. Mas algo me dizia que ela apenas queria me evitar e precisava mudar isso.

Quando nós terminamos, todas as garotas se levantaram prontas para sair do salão e por um milagre divino, Mabel olhou em minha direção. Aproveitei a deixa e movi meus lábios sem som algum – Seu quarto – falei esperando que ela entendesse. Mesmo de longe percebi que sim, ela havia entendido, mas também vi sua cabeça mexer discretamente negando.

Assim que elas haviam ido me despedi dos meus pais. Minha mãe sorriu calmamente e me olhou como quem diz: Vai dar tudo certo! Segui para fora do salão, indo até a porta da frente. Sai andando pelo caminho de pedras e dei a volta em torno do palácio. Com mais habilidade do que nas outras duas vezes comecei minha escalada. Seja lá quem tivesse colocado aquela árvore ali um dia, eu agradecia.

Subi por ela até estar rente a varanda do segundo andar. Como sempre passei uma perna pela grade e peguei impulso pulando para dentro. Assim que estava firme caminhei até as portas de vidro e as encontrei fechadas. Mabel não me queria mesmo ali, mas não desistiria.

Bati no vidro tentando ver pela fresta média que havia na cortina. Percebi um movimento mais ao fundo e então Mabel saiu do banheiro. Ela já estava sem maquiagem e seus cabelos presos em um coque, me olhou por alguns minutos e então veio abrir as portas. Passei por ela caminhando até o meio do seu quarto e parei me virando para olha-la.

- Achei que tivesse entendido que não viria. – Disse depois de fechar novamente as portas.

- Precisava falar com você. – A olhei sério.

- Olha não quero discutir Alexander, mesmo... – Suspirou alto.

- Não vou discutir com você Bel... Não sabe como foi difícil passar o dia sabendo que estava chateada comigo. – Expliquei confessando.

Realmente o dia de hoje não tinha sido fácil. Parecia que havia um aperto no meu peito que nunca passava.

- Não estou chateada com você, acho que me excedi ontem... Desculpe. – Disse evitando meus olhos.

Caminhei até ela e segurei seu rosto com minhas duas mãos, fazendo assim com que olhasse em meus olhos.

- Tive medo que desistisse de tudo. – Confessei olhando em seus olhos.

Tinha muito medo disso, de Mabel simplesmente decidir ir embora e eu perdê-la.

— Não faria isso. — Negou sorrindo levemente — Gosto das sobremesas daqui. — Brincou me fazendo dar uma risada baixa.

Essa garota era mesmo impossível e eu gostava disso.

— Você é incrível sabia? — Desci as mãos para sua cintura e a puxei para mais perto.

— É o que sempre me dizem. — Brincou dando de ombros.

— Sei. — Cheguei mais perto, parando com minha boca a centímetros da sua — Só para constar, eu escovei os dentes. – Brinquei antes de colar nossos lábios.

Senti seu punho contra meu ombro e dei risada ainda com minha boca na sua. Como se possível colei mais nossos corpos enquanto suas mãos subiam aos meus cabelos. Aquele era um ponto fraco e ela parecia saber disso, pois sempre fazia.

Nosso beijo era molhado. Sua língua brincava com a minha para logo em seguida se enrolar. Sentia meu corpo quente e essa sensação era ótima.

Quando precisamos de ar nós nos separamos e aproveitei para beijar sua testa, cheirando discretamente seus cabelos. Lavanda. Sorri lhe dando selinhos curtos e lentos.

— Sobre o que a gente estava falando mesmo? — Perguntou me fazendo dar risada.

— Sobre... Como... É bom... Beijar... Você... — Confessei intercalando cada palavra com um beijo.

— Bobo! — Sussurrou — Beijar eu e mais umas né. – Comentou sem se conter.

— Lá vem você com isso de novo. — Revirei os olhos.

Precisava tirar aquela ideia absurda da cabeça de Mabel. Não tinha ficado com nenhuma garota e isso se quer passava pela minha mente. Mas como fazer Bel entender isso?

— Não vou discutir com você, já disse. — Afirmou.

— Mabel... Me escuta. — Encarei seus olhos — Você acha mesmo que isso eu nós temos é irrelevante?

— Não, espero que não. — Negou baixo.

— Não é! — Neguei com seriedade — Não sou um garotinho Bel, tenho compromissos e obrigações desde que me entendo por gente. — Expliquei e ela assentiu concordando.

— Sei disso Alexander. — Tocou minha bochecha carinhosamente.

— Se tivesse que escolher hoje, já saberia quem, — Confessei encarando seus olhos — Mas não posso, afinal tem muitas coisas em jogo ainda. — Completei com pesar.

Minha primeira escolha sempre seria Mabel, mas não podia simplesmente acabar com tudo isso agora. Devia um pouco mais de consideração às outras garotas. Sabia que muitas delas esperavam ansiosas por um encontro comigo e o teriam. Faria isso por respeito a elas, que quando convocadas se dispuseram a estar aqui, por mim e nosso povo.

Mas isso não queria dizer nada, pois em minha cabeça e coração já sabia quem escolheria. Na verdade, sempre esteve muito claro, só demorei a realmente aceitar que isso tinha acontecido.

— Entendo, fui infantil, me desculpe. — Falou visivelmente envergonhada

Peguei sua mão que estava em minha bochecha e a beijei.

— Só não quero ficar mal com você. — Confessei suspirando baixo — Você é uma das únicas coisas que ainda me mantem firme.

Essa era a mais pura verdade. Ultimamente a única coisa que vinha melhorando meus dias era Mabel. Nem que fosse apenas pensar nela. Quando lembrava de seus olhos e o sorriso calmo, meu dia já melhorava infinitamente.

— Não vamos ficar mal, eu prometo. — Sorriu e assenti concordando.

— Quanto a Naomi... — Comecei a tentar explicar que não tive e nem pretendia ter nada com ela.

— Não precisa me explicar nada. — Justificou rapidamente

— Apenas sai com ela para um passeio à tarde, e agora a noite após o jantar ela me procurou para agradecer pelo convite. Só isso. — Continuei explicando, claramente a ignorando.

— Sei bem como Naomi quis agradecer... Esquece. — Comentou e negou logo em seguida.

Que garota tinhosa essa hein. Onde estava amarrando meu bode? Mas não iria reclamar, até que gostava da sua personalidade forte.

— Nós não tivemos nada. — Afirmei a olhando sério — Nem um beijo. Nada.

— Acredito em você, só acho que ela não compartilha dessa mesma ideia. — Comentou me fazendo franzir a testa em confusão — Não é o que Naomi está dizendo por aí. — Explicou.

— Ela disse algo? — Perguntei.

— Fez um comentário muito maldoso com Amanda... E insinuou que vocês teriam tido algo. — Confessou fazendo uma pequena carreta.

— Sabia que teríamos algum tipo de confusão durante a estadia de vocês aqui, mas não achei que fosse tão cedo assim. — Suspirei baixo.

— Pois é, a competição começou. — Brincou dando uma risada baixa.

— Eu que o diga. — Neguei com a cabeça.

Mabel sentou na beirada da cama e me encarou.

— Então teremos um baile em dois dias? — Perguntou interessada.

— Sim. Gostou da ideia? — Caminhei em sua direção.

— Vai ser legal... Estou ansiosa para ver minha família. — Confessou suspirando baixo.

— Sei disso. — Afirmei sorrindo. Mabel sempre deixou claro o quanto gostava deles — Meu pai acha que seria um bom momento para decidir a próxima garota a ser eliminada. — Confessei.

— Sábado mais uma será eliminada, não é? — Questionou.

— Duas na verdade. — A corrigi.

— Duas? — Me olhou surpresa.

— Sim. — Afirmei — Com estes ataques agora mais frequentes meu pai acha que a futura rainha deve ser logo escolhida. — Expliquei e ela assentiu concordando.

Tinha conversado rapidamente com ele hoje pela manhã, antes de seguir ao centro da província. Nós havíamos chegado a um consenso de que na próxima eliminação sairiam duas, assim logo teríamos a futura rainha escolhida. Meu pai achava que isso acalmaria os ânimos com nosso povo, ou pelo menos ia distrai-los um pouco.

— Não se preocupe, não vai acontecer nada com vocês. — A tranquilizei percebendo que Mabel permanecia em silêncio.

— Não é com isso que estou preocupada, sei da nossa segurança. — Assegurou me olhando — Mas e o povoado?

— Espalhamos guardas por ele também. Estamos fazendo o possível! — Assegurei com convicção.

— Thompson confia em você. — Afirmou me olhando carinhosamente.

— E você... Confia em mim? — Peguei sua mão e a puxei para que levantasse da cama.

— Ainda duvida disso? — Perguntou fazendo um sorriso gigante surgir em meu rosto.

— Tenho que ir, mas antes... — A puxei para meus braços e busquei seus lábios.

***

Os dias seguintes passaram rapidamente. Estava abarrotado de coisas para fazer. Estávamos emprenhados em acabar com esses ataques de uma vez por todas, o que fez eu, meu pai, Jason e alguns guardas passarmos horas no escritório montando rondas para a província. Afinal era nosso dever protegê-los.

Hoje também era o dia do baile. Aquele em que as famílias das garotas estariam presentes. Estava ansioso com isso. Dizem que você sabe como uma pessoa realmente é quando você a vê com a família. Bem, hoje esperava terminar a noite com minhas duas escolhas decididas.

Ouvi uma batida na porta e terminei de ajeitar a gravata indo abri-la.

— A rainha pediu que o chamasse para descer ao salão. — Uma das criadas explicou me olhando timidamente.

— Obrigado. — Agradeci sorrindo.

Ela apenas assentiu concordando, já seguindo rapidamente pelo corredor. Minha mãe tinha trabalhado muito para que tudo saísse como o planejado e não duvidava de que estaria perfeito, já que ela era detalhista.

O baile seria feito na ala leste do palácio, em um dos maiores salões que tínhamos aqui. Segui até lá vendo algumas criadas passando com certa pressa, preocupadas com seu trabalho. Quando já estava quase na porta consegui ver o casal parado conversando baixo e sorri indo até eles, que retribuíram assim que me viram.

— Pai, mãe! — Os cumprimentei — A senhora está linda. — Elogiei pegando sua mão e a beijando delicadamente.

— São seus olhos. — Brincou me fazendo dar risada.

— Preparado? — Meu pai perguntou e assenti concordando.

Um dos guardas que estava do lado de fora abriu a enorme porta de madeira escura. Meus pais passaram por ela e os segui logo atrás, entrando também. O salão já estava bem cheio. Vi as garotas com seus vestidos de gala e era um arco-íris sem fim, algumas mais discretas e outras menos.

Assim que nos viram percebi que o clima no salão mudou, um silêncio se instalando, a não ser por alguns cochichos entre as famílias. Sorri discretamente e olhei o salão como se cumprimentasse a todos ali.

Começamos a circular. Meus pais cumprimentavam as famílias e eu os acompanhava, às vezes deixando-os falando com alguém, ou seguindo até outra garota. Algumas famílias eram realmente legais e se percebia o carinho entre eles. Já outras podia notar que estavam tentando forçar algo perfeito, apenas para passar uma boa impressão.

Em certo momento vi duas garotas sentadas em um dos sofás, uma delas já bem conhecida, pois vinha dominando meus pensamentos há algum tempo. Mabel estava ao lado de uma garota loira, que tinha um sorriso meigo.

Caminhei com calma em sua direção e percebi que não estavam sozinhas. No sofá ao lado estava um casal já com certa idade. Deviam ser seus avós.

— Com licença. — Sorri assim que cheguei até eles.

Todos direcionaram sua atenção a mim, mas meus olhos estavam presos em Mabel, que me encarava enquanto mordia os lábios. Já fazia algum tempo que nós não nos víamos. Mais precisamente desde o jantar de ontem à noite, o que era muito tempo para mim.

— Alteza. — A menina loira cumprimentou meio assustada.

— Por favor, me chamem apenas de Lorenzo. — Corrigi ainda sorrindo.

— Como vai? — Perguntou o senhor que estava com elas, já se levantando e fazendo reverência.

— Vou muito bem e o senhor? É um prazer finalmente conhecê-los. — Estendi a mão em sua direção.

— Estamos bem, nós queríamos agradecer seu convite. — Ele a apertou enquanto sorria calorosamente — Estávamos com saudade de Bels... — Confessou.

— Não agradeçam, não fiz mais do que mereciam. — Neguei olhando dele para Mabel, que ainda permanecia sentada, meio sem reação — E a senhora deve ser Susan, a adorável avó de Mabel. — Continuei me direcionando agora a senhora que estava no sofá ao lado, pegando sua mão e a beijando.

— Sou sim. — Concordou sorrindo.

Reconheci alguns traços de Mabel nela e isso me faz sorrir mais.

— Agora sei a quem Mabel puxou. — Comentei a fazendo dar uma risada meio envergonhada.

— E eu sou Sam. — A menina loira se apresentou, sorrindo.

— É claro que é, ouvi falar muito de você. — Comentei.

Ela não se parecia muito fisicamente com Mabel, quem sabe um pouco no sorriso e no jeito espontâneo de ser.

— Mesmo? — Perguntou.

— Mesmo. — Confirmei dando uma risada baixa.

— Nossa... — Comentou impressionada.

— E você Mabel, — Estendi a mão em um claro convite — Está deslumbrante! — Elogiei enquanto a levantava do sofá.

Mabel usava um vestido cor creme, que fazia sua pele parecer mais macia do que seda. Queria tocar seu pescoço, que estava à mostra graças ao coque que ela usava, mas acho que não seria nada apropriado. Pelo menos não agora.

— Obrigada! — Agradeceu encarando meus olhos.

— Disponha. — Sorri de canto.

— Está tudo muito bonito. — Sua avó comentou.

— Obrigado, fico feliz que estejam gostando. — Agradeci sorrindo — Bom, agora vou cumprimentar mais algumas pessoas e qualquer coisa me chamem.

Olhei para cada um deles, me demorando um pouco em Mabel, que novamente tinha os lábios presos entre seus dentes. Ela estava me testando e nem percebia.

— Obrigado. — Seu avô John agradeceu e assenti concordando.

Fiz um pequeno aceno de cabeça e virei caminhando até Amanda, que estava a alguns metros à frente. Contive minha vontade de voltar até Mabel e a prender em meus braços, a beijando e matando assim a saudade que só agora percebi estar forte.

Cumprimentei Amanda e sua família, começando uma agradável conversa. Eles eram muito gentis, assim como ela. Tinha visto no jornal que havia ficado em primeiro lugar nas porcentagens. O que não mudava muita coisa, pois mesmo sendo uma das garotas mais apropriadas, ainda assim não era minha escolha.

A noite passou agitada. Depois de cumprimentar a todos que estavam no baile, comecei a tirar as garotas para dançar. Uma por uma, elas tiveram a dança com o príncipe, no caso eu. Algumas foram agradáveis e quase nem vi a música terminar, já em outras contava os segundos para que terminasse.

Depois de finalmente me despedir de Naomi agradecendo pela dança, essa em que ela praticamente tentou fundir seu corpo no meu. Suspirei baixo quanto a deixei com sua família, seguindo então ao meu próximo destino... Ela!

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