Capítulo 5

Hoje fazia dois dias que estávamos na província de Etherside, que ficava mais a oeste de Thompson. Aqui os ataques haviam sido mais cruéis e nós recebemos uma ligação avisando de que os reis de outras províncias se reuniriam para que discutissem alguns métodos de segurança mais eficazes. Então completamente em cima da hora, eu e meu pai fizemos as malas e Marcos nos trouxe.

Há dois dias minha cabeça estava doendo e a única coisa que conseguia pensar era em minha cama. A imagem dela era extremamente convidativa.

Suspirei baixo piscando algumas vezes e me concentrei novamente na conversa. Nós estávamos na mesa de reuniões do escritório de rei Tróyan. Meu pai e os outros trabalhavam duro, pensando em novas técnicas de segurança.

— Todos os meus guardas estão a postos, não tenho mais quem recrutar, os recursos estão acabados. — Um dos reis confessou suspirando alto.

— Por enquanto é o que faremos. Redobrem a segurança das províncias, façam turnos mais longos e revezem entre os guardas. — Meu pai pediu e todos assentiram concordando — Nós pensaremos em algo mais concreto. Quem sabe iniciemos uma busca. Esperar pelo próximo ataque é muito arriscado.

— Você diz procurar os causadores? — Rei Tróyan perguntou.

— Porque não? Se nós os acharmos já prevenimos mais um ataque, ou dois, quem sabe quantos. — Respondeu e todos nós ficamos em silêncio, pensativos.

Mais tarde nos despedimos de todos e enfim voltamos a nossa província. Como dizem: Nada melhor do que a nossa casa. Meu pai estava quieto, com certeza trabalhando várias ideias em sua cabeça para solucionar esses ataques.

Quando nós chegamos a Thompson já era quase hora do almoço. Me despedi de Marcos e meu pai, subindo ao quarto. Coloquei a banheira para encher enquanto tirava a roupa. Quando já estava cheia coloquei alguns sais e entrei, relaxando.

Fechei os olhos e esvaziei a mente, ou pelo menos tentei, já que isso era um pouco impossível, ainda mais hoje que era o dia da primeira eliminação. Tinha uma ideia de quem iria para casa, na verdade, havia duas opções, mas até o momento final teria a decisão tomada.

Terminei o banho e sai do banheiro, indo até o closet. Vesti uma calça de moletom e camisa simples. Quando terminava de secar o cabelo ouvi uma batida na porta.

— Sim. — Olhei para a criada parada ao lado de fora, com uma bandeja nas mãos.

— Seu almoço alteza. — Avisou com certa timidez.

— Pode deixar na mesa da varanda. — Pedi e ela assentiu concordando, entrando no quarto.

Rapidamente arrumou tudo e voltou, se despedindo. Fechei a porta e segui até a varanda. Sentei e salivei as ver a comida. Esses dias fora da província me fez sentir falta até das refeições.

Depois de satisfeito fiquei mais alguns minutos ali, apreciando o calor do sol que batia contra meu rosto e aquecia o corpo. Quando já estava suficientemente quente, levantei e voltei ao quarto indo me deitar. Olhei para o teto, pensativo. Eram tantas coisas em minha cabeça que a sentia meio pesada. Os ataques, burocracias da província, as garotas, a eliminação, tudo isso estava pesando.

Em meio a todos esses pensamentos, certo par de olhos cor de mel veio a minha mente. Sem que conseguisse me conter um sorriso surgiu em meu rosto. O que será que ela estaria fazendo? Todas as garotas passariam o dia de hoje no quarto, tendo um dia de folga para se prepararem como quiserem para a eliminação.

Fechei os olhos e suspirei alto. Precisava relaxar e descansar um pouco, pois hoje à noite seria movimentada.

...

Estava consideravelmente nervoso. Já havia ensaiado as palavras em frente ao espelho umas vinte vezes no mínimo, mas tinha certeza de que na hora em que pegasse o microfone e tivesse que falar, provavelmente desapareceriam completamente.

Respirei fundo enquanto ouvia Verônica fazer a abertura da cerimônia. Ela nos anunciaria e em seguida as garotas convocadas. Uma por uma elas entrariam no palco ao ouvirem seu nome ser chamado.

Senti um toque em meu ombro e olhei para o guarda que estava ao lado. Ele indicou o palco com um aceno de cabeça e percebi que meu nome já havia sido anunciado. Agradeci com um sorriso e subi os degraus, passando pela cortina lateral.

Assim que pisei no palco ouvi a pequena e seleta plateia aplaudir. Sorri e acenei a eles, que pareceram se animar ainda mais. Caminhei com calma até estar junto de meus pais e sentei ao lado de minha mãe. Verônica continuou com a cerimônia e agora em ordem alfabética chamou cada uma das garotas.

Uma pequena pontada surgiu em meu coração quando ouvi o nome dela ser chamado — Mabel Fischer — Verônica disse dando tempo para que ela saísse detrás das cortinas e descesse os dois degraus, andando até o meio do palco.

Mabel usava um vestido longo que tinha o caimento perfeito nela. A transparência nos ombros e cintura dava um toque a mais. Nada vulgar, mas que a deixava tentadora.

Quando todas já estavam acomodadas, Verônica continuou a explicar como seria o cronograma da noite.

— Agora sortearemos as perguntas. — Avisou pegando uma urna de vidro com vários papéis dobrados dentro — Príncipe Lorenzo... — Chamou virando em minha direção.

Levantei com calma da cadeira e arrumei discretamente o terno. Caminhei devagar, calculando meus passos, dando assim algum tempo até ter que realmente fazer essa eliminação.

Parei ao lado de Verônica e virei de frente para as garotas. Um dos guardas, vestindo um conjunto social preto, veio rapidamente até nós entregando-me um microfone, que peguei sorrindo e agradecendo.

— Boa noite a todos. Quero dizer primeiramente que é um prazer estar aqui essa noite com garotas tão belas. – Comecei fazendo com que sorrissem — Independentemente de qual de vocês sair... Quero que saibam que todas são maravilhosas e tem qualidades admiráveis, ou não estariam aqui hoje. — Completei respirando fundo.

— Vamos às perguntas príncipe? — Verônica ofereceu-me a urna.

— Boa sorte a todas. — Desejei antes de colocar a mão dentro e tirar um pequeno papel.

— Kelly Orben. — Chamei lendo o nome escrito ali.

Uma garota morena se levantou na primeira fileira das cadeiras e o mesmo guarda de antes apareceu lhe entregando um microfone.

— Boa noite a todos. — Kelly cumprimentou visivelmente nervosa.

Dei um sorriso tentando acalma-la. Sabia que não estava sendo fácil com toda essa gente as olhando e avaliando.

— O que você está achando de tudo isto e quais as candidatas que acha mais preparadas para ser a futura rainha? — Perguntei a olhando.

Kelly respirou fundo antes de responder minha pergunta, com certa dificuldade em argumentar, mas era compreensível dada as atuais circunstâncias em que nos encontrávamos.

No final de sua resposta agradeci e então tirei o próximo papel, seguindo assim de garota em garota. Todas elas pareciam nervosas e apreensivas, mas estavam se saindo melhor do que o previsto.

Coloquei a mão na urna novamente e abri o pequeno papel, contendo o sorriso assim que vi o nome que estava escrito.

— Mabel Fischer. — Chamei.

Vi ela piscar algumas vezes, como se estivesse se dando conta de que seu nome foi chamado. Então quando finalmente percebeu que era isso, rapidamente se levantou. Alisson que estava ao seu lado lhe ofereceu o microfone e Mabel o pegou.

— Boa noite. — Cumprimentou.

Mesmo de longe sabia que ela me olhava nos olhos e isso fez com que meu coração batesse mais rápido. Era involuntário, não conseguia controlar.

— Me diga algo que considere impossível e o porquê. – A olhei intensamente.

Gostava do seu modo de pensar. Ela era autentica, não queria agradar ninguém e isso fazia com que tudo que dissesse soasse verdadeiro.

— Impossível, — Repetiu pensativa, olhando para o chão — Acho que, viver sem amor... Sinceramente acho que não seria possível. — Me olhou novamente.

— Por quê? — Questionei sem conseguir me conter.

Mabel pensou por alguns minutos, enquanto ainda me encarava, mordendo seu lábio daquele jeito que provocava.

— Porque o amor é algo tão natural, puro, que não tem como não senti-lo. Amar é como acordar todas as manhãs, é involuntário e necessário. — Explicou e não pude conter um pequeno sorriso que surgiu em meus lábios — Acho que só quem ama de verdade sabe o quão poderoso é esse sentimento... E o quão bom é senti-lo. — Finalizou suspirando baixo.

— Obrigado senhorita Mabel. — Agradeci sorrindo e ela assentiu concordando.

Quando se sentou novamente peguei o próximo papel na urna e chamei o nome de Alisson, que estava ocasionalmente sentada ao lado de Mabel. Ela sorriu e pegou o microfone.

Depois de que todas as garotas tinham respondido a pergunta, Verônica anunciou a plateia que eles poderiam votar na sua convocada preferida da noite, contabilizando mais tarde os votos e vendo qual estava se saindo melhor no quesito "querida pelo povo", que sairia no jornal de amanhã.

Aproveitei este momento para falar com meus pais. Caminhei rapidamente até eles, que me olhavam em expectativa.

— Já tem sua decisão? — Minha mãe perguntou.

— Sim. — Afirmei e ela assentiu concordando.

— Qualquer que for, nós o apoiaremos. — Meu pai tocou meu ombro rapidamente.

Assenti concordando e voltei até o lado de Verônica, enquanto arrumava minha gravata. Respirei fundo e segurei o microfone.

— Eu já tinha essa decisão tomada desde ontem. — Fiz uma pausa para organizar os pensamentos — Como já disse todas são maravilhosas, mas acredito no amor. — Olhei de relance para Mabel, que abaixou os olhos timidamente — E infelizmente meu coração não bateu mais rápido, ou meus pelos se arrepiaram com esta garota, e acho que são esses pequenos sinais que mostram o caminho a se seguir. — Completei suspirando baixo e olhei para cada uma delas com seriedade — Me desculpe... Jeniffer Benedet.

Andei devagar até ela e estendi a mão. Jeniffer a aceitou e então gentilmente a puxei de sua cadeira. Ela parecia meio em choque, quase sem acreditar que isso estava mesmo acontecendo. Admito que isso apertou meu coração, ver o seu olhar vazio. Era como se estivesse tirando o pirulito de uma criança.

— Espero que tenha um futuro brilhante Jeniffer, você é uma linda garota e merece isso. Obrigado por ter estado aqui. — Sussurrei e ela assentiu concordando, mas não disse nada.

Acho que se Jeniffer falasse acabaria chorando e não queria ver nenhuma delas assim, então agradeci pelo seu silêncio. Beijei delicadamente sua mão e a acompanhei até os degraus. Ela rapidamente subiu, sumindo por detrás das cortinas.

A plateia aplaudia e virei na direção deles dando um pequeno sorriso. Verônica assumiu novamente a palavra, agradecendo a presença de todos ali e finalizando a cerimônia.

Quando tudo tinha acabado realmente vi meus pais se levantarem e segui com eles saindo pelo lado do palco. Nós íamos em silêncio. Acho que meus pais estavam dando tempo para que eu digerisse o que tinha acabado de fazer. Suspirei baixo e passei as mãos pelos cabelos. Agora eram apenas catorze garotas.

Nós voltamos ao palácio e assim que passamos pela porta da entrada vi algumas criadas pararem, nos olhando. Elas fizeram reverência, mas percebi seus olhares de expectativa. Sim, todos estavam ansiosos para que a nova princesa de Thompson fosse escolhida. O que aumentava ainda mais minha responsabilidade.

Subimos ao terceiro andar e me despedi rapidamente dos meus pais, mas sei que era questão de tempo até minha mãe vir falar comigo. É obvio que primeiro ela conversaria com meu pai, eles eram muito unidos e admirava isso.

Fui para meu quarto e fechei a porta, caminhando até a cama. Sentei na beirada dela e apoiei os cotovelos nos meus joelhos, com a cabeça entre as mãos. Fechei os olhos e respirei fundo, aproveitando o silêncio do quarto.

Minha cabeça estava pesada e precisava esvazia-la, quem sabe um banho de banheira me ajudasse. Levantei decidido, mas notei que a gaveta da cômoda ao lado da cama estava meio aberta. Franzi a testa chegando perto e vi metade da foto guardada ali dentro. A abri toda e peguei a foto da linda morena nas mãos.

Um pensamento louco surgiu em minha cabeça e decidido coloquei a foto de volta na gaveta, fechando. Caminhei até a porta e sai ao corredor. Não sabia muito bem como faria aquilo, mas faria. Na verdade, estava agindo completamente por impulso, mas realmente precisava disso. Não tinha uma explicação, só sentia que precisava vê-la.

Desci todos os andares ate chegar ao primeiro. Passei por algumas criadas que fizeram a reverência, seguindo para suas tarefas. Assim que cheguei ao salão principal que estava vazio como esperado, abri as portas laterais e sai ao jardim.

Um dos guardas que estava ao lado de fora fez sua reverência e o avisei que estava tudo bem, continuando meu caminho. Segui pelo jardim até chegar aonde queria e olhei para cima, respirando fundo para criar coragem.

— É isso ai! — Murmurei para mim mesmo.

Coloquei o pé na base da janela que havia ali e comecei a escalada. Fui subindo pela janela, apoiando o pé na grade dela. Ainda bem que meu condicionamento físico era bom. Agradeceria depois a Jason pelas aulas de muay thai e os quilômetros que sempre me fazia correr com ele, quase todas as manhãs.

Quando já estava quase no segundo andar consegui alcançar o galho de uma das árvores que tinha ao lado, assim continuando a subida. Um arranhão ali ou aqui, mas não estava me importando muito com isso.

Estiquei a perna quando já estava no mesmo nível que a varanda e consegui então pegar um pouco de impulso. Sorri quando vi Mabel inclinada no lado oposto, olhando para baixo como se procurasse por algo.

— Desse jeito vai cair. — Chamei sua atenção.

Meu Deus... Quer me matar? — Virou rapidamente, me olhando assustada.

— Nunca. — Neguei terminando de pular sua varanda.

— Você só pode ter problemas. Porque fez isso? — Indicou minha recente escalada.

Sim tinha sido arriscado. Poderia ter caído e fatalmente alguém me socorrido, então teria que explicar porque estava ali, e o que estava fazendo. Eu diria o que? "Então pessoal, apenas queria ver as estrelas e resolvi escalar uma árvore, que por coincidência era ao lado da varanda de uma das convocadas." É, acho que essa não ia colar muito bem, mas como já disse, não estava pensando muito.

— Não podia deixar que me vissem vir aqui, ainda mais depois de eliminar uma das garotas. — Expliquei dando de ombros.

— Podíamos nos ver amanhã. — Justificou e neguei rapidamente com a cabeça.

Não, definitivamente não poderia deixar para amanhã. Porque não queria vê-la só no sentido de ter meus em Mabel, mas de poder senti-la.

— Amanhã é muito longe... Já aguentei bastante tempo. — Confessei encarando em seus olhos cor de mel, que sempre me aqueciam.

— Como foi a viajem? — Perguntou claramente desviando o assunto.

— Foi complicada, mas conseguimos bolar boas estratégias para que esses ataques não cheguem aqui, ou pelo menos que demorem. — Expliquei suspirando baixo.

— Você parece cansado. — Comentou me fazendo suspirar novamente.

— Um pouco. — Admiti baixo, quase em um sussurro – E fazer o que fiz hoje... Não é fácil. Não quero magoar ninguém. — Expliquei.

— Nós sabemos das possibilidades... Não se culpe. — Tranquilizou-me.

A encarei sem entender. Como assim possibilidades? Do que Mabel estava falando?

— E quais são as possibilidades? — Encarei seus olhos.

— De que um dia nós podemos voltar para casa, para a antiga vida. — Explicou baixando os seus agora para seus pés.

Pensei naquilo por alguns minutos. Não era errado, elas com certeza tinham essa possibilidade, afinal se não fossem escolhidas teriam que voltar as suas casas. Óbvio que ganhariam uma recompensa pela estadia e disponibilidade na convocação, mas sim de certa forma, voltariam à vida antiga.

Mas isso não servia para Mabel, porque realmente não cogitava a hipótese de não tê-la aqui. Isso não me passava pela cabeça em nenhum momento.

Me aproximei dela devagar, parando a alguns centímetros apenas. Respirei fundo sentindo seu cheiro de lavanda. Segurei o queixo com a ponta dos dedos e levantei com cuidado, fazendo com que nossos olhos se encontrassem.

Como estava com saudades de Mabel. Tinha evitado pensar muito nisso, nela e no fato de ter ficado esse tempo afastado. Porque se fosse ver pela lógica, não tinha lógica, não quando passei uma vida inteira sem ela. Como assim Alexander?

— E se não quiser te dar essa possibilidade? — Sussurrei colocando a outra mão em sua cintura.

Devagar deslizei a que estava em seu queixo indo até a nuca. Acariciei levemente enquanto aproximava lentamente nossos rostos. Sua respiração estava meio acelerada, na verdade, a minha também estava assim. Parei com o rosto a centímetros do seu. Queria muito aquilo, mas não a forçaria a nada que não quisesse. Nada que se arrependesse depois ou que a fizesse me tratar diferente.

Mabel não se moveu e isso me fez acreditar que queria aquilo também. Ainda lentamente aproximei meus lábios dos seus tocando-os levemente, mas que mesmo assim fez meu coração dar um pulo dentro do peito.

Então com cuidado comecei a aprofundar nosso beijo, desta vez sugando seu lábio com um pouco mais de firmeza. Isso pareceu agrada-la, já que Mabel suspirou baixo entreabrindo os lábios e foi o que faltou para que jogasse tudo para o alto, aprofundando de vez o beijo.

Não consegui conter um suspiro quando senti o gosto dos seus lábios. Eram meio doces, nada enjoativo e sim convidativo. Mabel apoiou a mão em meu peito, mas não me afastou, o que me faz segurar sua cintura com mais firmeza.

Nós nos beijamos por vários minutos, ora rápido e urgente, depois diminuíamos em um ritmo mais calmo, e assim ficamos. Não queria que aquilo acabasse e ao que parece Mabel também não, mas isso se fez necessário quando em certo momento nós precisamos de ar.

Mabel respirou fundo ainda de olhos fechados. Suas bochechas estavam coradas, dando a ela um ar sexy e tentador. Aos poucos e devagar Mabel começou a abrir seus olhos e encontrou com os meus. A olhei meio fascinado, com um sorriso de canto no rosto. Ela era a garota mais linda que já tinha visto. Isso era um fato.

Toquei sua bochecha e a afaguei delicadamente, dando um pequeno selinho em seus lábios, que ainda estavam meio vermelhos.

Com certeza não tinha a menor possibilidade de Mabel sair desse palácio, do alcance dos meus olhos e mãos. Não depois desse nosso beijo. Ele só confirmou o que já sabia, que Mabel era a garota certa. Era aquela que eu procurava e finalmente havia achado.

Seja lá quem trouxe Mabel, se foi à sorte, o destino ou outra coisa qualquer, só sabia que agora ela estava aqui e não deixaria mais que se fosse.

Ma Belle. — Sussurrei com nossos lábios ainda unidos.

Sim ela era a mais bela. Minha princesa e futura rainha, e mostraria isso. Que aqui ao meu lado era o seu lugar.

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