Capítulo 16
Nós tínhamos acabado de chegar a província vizinha onde seria o jantar de hoje à noite. Victor já tinha saído do carro e eu tentava acordar Mabel, que dormia com a cabeça apoiada em meu ombro.
— Bel... — Chamei baixo.
— Hm. — Resmungou.
— Chegamos. — Sussurrei avisando.
Passei a ponta dos dedos suavemente pela sua bochecha enquanto Mabel levantava a cabeça e esfregava os olhos.
— Vamos? — Peguei sua mão.
— Sim. — Concordou.
Saímos do carro e engatei nossos braços, puxando-a em direção à entrada do palácio. Victor e Ian conversavam com Marcos, o motorista que nos trouxe. Já meus pais estavam com o casal real desta província.
— Olá. — Cumprimentei assim que nos aproximamos.
— Olá. — O casal real sorria amistosamente.
— E está deve ser Mabel. — Rei Maycon pegou sua mão e a beijou delicadamente.
— Sim senhor. — Mabel concordou sorrindo.
— Sou rei Maycon Stanley, — Apresentou-se — E está é Margarida, minha adorável esposa. — Indicou a senhora ao seu lado.
— Mabel Fischer. — Se apresentou também.
— É realmente muito bonita Mabel. –— Margarida a elogiou sorrindo.
— A senhora também. — Comentou com as bochechas coradas.
— Venham. — Rei Maycon chamou já entrando no palácio, sendo seguido por todos nós.
— E Bianca? — Meu pai questionou.
— Estava cavalgando. Subiu agora para tomar banho e daqui a pouco desce para se juntar a nós. — Rainha Margarida explicou.
Entramos no salão principal. Meu pai e rei Maycon conversavam entre si, assim como minha mãe e rainha Margarida. Sentamos nos confortáveis sofás que havia ali, com Mabel entre eu e Victor. Ian com certeza já tinha se recolhido, sabia que só estava aqui por diplomacia, pois seu pai o estava preparando para o reinado.
— Ah, aí está ela. — Rei Maycon exclamou sorrindo.
Olhei na direção da escada e vi Bianca descendo. Fazia tempo que não nos víamos, na verdade, uns dois anos. Tempo em que não visitei seu palácio e nem ela Thompson. Não podia negar que era uma garota bonita, bem bonita. Loira com seus belos olhos azuis como o céu.
Este também era um dos meus receios em convidar Mabel para vir hoje aqui. Bianca. Minha primeira namorada de adolescência. Quando terminamos ela não aceitou muito bem, mas espero que tenha superado tudo isso, afinal já éramos adultos.
— Bianca... Filha, — Margarida levantou indo encontrá-la — Temos visita.
— Olá. — Bianca nos cumprimentou.
— Como vai querida? — Minha mãe se levantou e beijou sua bochecha.
— Bem e a senhora? — Bianca sorria calorosamente.
— Bem. — Minha mãe retribuiu o sorriso.
— Rei Philliph. — Bianca fez uma pequena reverência.
— Bianca. — Meu pai a cumprimentou acenando discretamente com a cabeça.
— Victor, Alexander... — Cumprimentou-nos em seguida e virou em nossa direção, sorrindo amistosamente.
— Quanto tempo. — Victor comentou levantando e beijando sua mão.
— Sim, — Concordou — Infelizmente. — Completou olhando em minha direção.
Levantei e também segurei sua mão, depositando um beijo rápido no dorso.
— Olá Bianca, — Sorri de canto — Esta é Mabel. — Apresentei-as enquanto estendia minha mão a ela.
Mabel a aceitou e puxei delicadamente fazendo com que levantasse do sofá, deixando-a ao meu lado.
— Olá. — Bianca sorriu.
— Olá. — Mabel retribuiu o sorriso.
As duas garotas se encaravam em silêncio e notei um leve desconforto no ar. Afaguei a mão de Mabel e a olhei de canto, dando um pequeno sorriso para tranquiliza-la.
— Vocês devem estar cansados. — Rainha Margarida comentou — Os quartos estão prontos se quiserem se deitar e descansar um pouco. Peço que os chamem quando o almoço for servido. — Sugeriu.
— Eu aceito. — Minha mãe disse já levantando — Mabel? — Chamou.
— Também aceito. Seria ótimo descansar um pouco. – Mabel concordou enquanto soltava minha mão.
— Me acompanhem. — Rainha Margarida pediu.
As três subiram a escada e sumiram. Victor havia se juntado a meu pai e ao rei, deixando-me junto com Bianca.
— Que tal um passeio? — Sugeriu me olhando.
— Claro. — Concordei.
Bianca engatou nossos braços e me puxou em direção à porta lateral do salão. Nós saímos à área do jardim e caminhamos sem direção.
— Então, acho que temos muitas novidades nesse tempo todo que não nos vimos. — Comentou calmamente.
— Não muitas, pelo menos a mais importante delas você sabe... Todos sabem. — Dei uma risada baixa.
— As convocadas. — Sussurrou e assenti concordando.
— Sim, elas. — Afirmei suspirando baixo.
— Então Lorenzo Alexander Thompson III irá se casar... — Deu uma risada curta — Quem diria.
— Não é como se nunca tivesse pensado nisso. — Comentei dando de ombro.
Paramos em um dos bancos e nos sentamos. Bianca e eu nos conhecíamos desde pequenos. Nossos pais tinham algumas reuniões em províncias e quando nós íamos com eles sempre nos encontrávamos. Quando criança brincávamos pelos jardins, correndo e se escondendo, mas conforme o tempo foi passando e nós crescendo mais, os interesses foram mudando e passamos a nos ver de um jeito diferente.
Bianca sempre foi bonita e tinha certo charme, o que resultou em nosso primeiro beijo, atrás de uma árvore aqui do palácio, em uma das visitas. Fomos o primeiro beijo um do outro.
Depois disso costumávamos ficar às vezes, mas nada sério, até que em certo dia em um dos jantares, eu conversava com uma garota e Bianca se achou no direito de nos interromper dizendo que era minha namorada. Nunca oficializamos nada, mas Bianca nos intitulou assim, pelos menos por um tempo, até eu gentilmente dizer que não podíamos mais ter nada, pois minhas responsabilidades no palácio estavam aumentando e precisava me dedicar.
Desde então quase não nos víamos e depois de algum tempo simplesmente não tivemos mais contato.
— Sabe que tenho um carinho muito grande por você. —Afirmou pegando minha mão.
— Também tenho Bianca. — Afirmei.
— Nós temos uma história juntos e não quero esquece-la, — Confessou me encarando — Não posso mentir dizendo que te esqueci completamente, porque não é verdade. Você foi meu primeiro amor.
— Bianca, — Suspirei alto — Não quero esquecer tudo que tivemos, mas ficou no passado. Agora temos caminhos a tomar e responsabilidades a assumir. — Expliquei a olhando.
— Sim, eu sei, mas... — Negou com a cabeça — Às vezes nós não controlamos o coração. — Deu um pequeno sorriso.
— Sei bem como é isso. — Afirmei.
Bianca entendeu que me referia a uma das convocadas. Só não sabia se tinha entendido que me referia a Mabel.
Conversamos um pouco mais e Bianca contou como estavam as coisas no palácio. Perguntei sobre seu primo Thiago, fazia tempo que não nos víamos também. Ele estava em viajem oficial para as províncias do Norte.
— Com licença, — Uma criada chamou atenção — Está na hora do almoço.
— Obrigado. — Agradeci me levantando e estendendo a mão a Bianca.
Nós voltamos para o palácio e seguimos ao salão das refeições. Deixei Bianca em seu lugar e sentei no meu. Olhei o lugar vazio ao lado e depois para a entrada do salão, no exato momento em que Mabel passava por ali. Ela caminhou devagar e sentou ao meu lado, suspirando baixo.
— Descansou? — Perguntei e Mabel assentiu concordando, mas sem me olhar diretamente.
O almoço foi servido e todos começaram a comer. Meus pais e o casal real conversavam baixo, assim como Victor, Ian e Bianca. Já eu tentava prestar atenção, mas sempre me pegava olhando de canto para Mabel. Tinha alguma coisa errada.
— Não gostou querida? — Margarida questionou a Mabel que remexia a comida ao invés de realmente comê-la.
— Ah está ótimo, só não estou com muito apetite. – Explicou sorrindo.
— Está guardando para o jantar. — Victor interveio piscando em sua direção.
Victor e as inconveniências. Ele nunca mudaria.
— Desagradável... — Mabel sussurrou.
Depois de terminarmos o almoço nós fomos ao salão principal, o mesmo de quando chegamos. Rainha Margarida pediu que servissem licor de morango às mulheres e uísque aos homens.
Eu olhava para Mabel de minuto em minuto, mas ela parecia ignorar. Sim, Mabel estava me evitando de propósito, o que só confirmou que tinha mesmo algo errado.
Algum tempo depois meu pai chamou para me juntar aos homens na sala de reuniões. Nós discutimos sobre os ataques e ele contou sobre o prisioneiro e as suspeitas que tínhamos. Pelas suas poucas palavras nós já tínhamos a pista de que o tal Paulo teve ajuda, na verdade, o grupo todo teve ajuda de alguém de dentro. Só não sabíamos quem, mas isso nós descobriríamos.
Quando voltamos ao salão às mulheres já não estavam mais, haviam ido se arrumar ao jantar. Nós subimos também e seguimos aos nossos quartos. Tomei um banho rápido e vesti o roupão, me deitando na cama. Fechei os olhos e suspirei aliviado. Quem sabe um cochilo rápido antes do jantar me fizesse bem.
...
Acordei meio assustado. Olhei para a janela e notei que já estava escuro.
Levantei rapidamente e conferi as horas no relógio da cômoda, percebendo que tinha quinze minutos para me arrumar. Tirei o roupão e peguei minha roupa na mala ao lado da cama. Me vesti rapidamente enrolando um pouco na gravata, pois não era muito bom com isso.
Assim que estava pronto desci até o salão principal. Ele estava quase cheio, com alguns senhores e senhoras bebendo e conversando. Logo um deles já sorria enquanto vinha em minha direção, cumprimentando-me. Conversamos brevemente e depois outras pessoas se juntaram a nós.
Como esperado o assunto mais comentado era sobre a convocação e como estavam as coisas em Thompson. Eu respondia que estava bem, que as garotas eram adoráveis e tinha bons pressentimentos quanto a tudo isso.
Em certo momento lancei um pequeno olhar a Victor que entendeu meu pedido e logo veio me chamar, dizendo que se tratava de um assunto importante.
— Tinha que ter visto sua cara. — Comentou dando uma risada baixa.
— É sempre o mesmo assunto. — Revirei os olhos.
— Ossos do oficio. — Ian justificou e Victor assentiu concordando.
— Às vezes as coisas podem ser mais fáceis, — Bianca interveio — Nós que as complicamos. — Completou.
— Vou pegar uma bebida. — Victor avisou sorrindo de canto e me olhando como quem diz: Está na merda hein!
Dei um gole em minha bebida enquanto Bianca falava sobre suas aulas de hipismo. Ian a escutava educadamente, já eu disfarçava prestar atenção, mas na verdade, minha mente viajava.
Olhei distraidamente pelo salão e me deparei com Victor e Mabel a alguns metros de nós, conversando com um casal de senhores. Continuei observando-os discretamente enquanto eles conversavam com outras pessoas e andavam pelo salão sem pressa. Mabel sorria e às vezes bebia da taça que tinha nas mãos.
Queria ir até lá e perguntar o aconteceu. Pedir que contasse o que a estava incomodando, por que percebi que havia alguma coisa.
Então alguns bons minutos depois os dois se aproximaram de nós. Mabel parou ao meu lado e só de sentir seu cheiro meu coração já falhou uma batida.
— Mabel... Está bonita. — Bianca a elogiou.
Mabel estava deslumbrante usando um vestido longo azul claro. Seu cabelo preso deixava o pescoço e nuca a mostra. Um claro convite para meus lábios e quase podia sentir a textura da sua pele.
— Obrigada! Você também está. — Mabel agradeceu sorrindo.
Então ela finalmente me olhou, mas desviou rapidamente, voltando a atenção para Victor e Ian. Antes que pudesse chama-la para que conversássemos rei Maycon pediu licença anunciando que o jantar seria servido.
Seguimos então todos ao salão das refeições onde nossos lugares estavam marcados com pequenas plaquinhas. Mabel sentava entre Victor e Ian, e consequentemente de frente para Bianca e eu.
O Jantar foi servido e tudo estava realmente delicioso. Comemos com calma, entre conversas e risadas baixas. Vez ou outra olhava na direção de Mabel, mas ela estava concentrada no prato, ou pelo menos parecia.
Quando terminamos rei Maycon convidou-nos para que voltássemos ao salão. Já estávamos quase na porta quando segurei a mão de Mabel.
— Bel... — Chamei fazendo com que me olhasse.
— O que? — Sussurrou.
Nos encaramos por alguns segundos até que suspirei baixo e peguei sua mão, puxando Mabel até a entrada do palácio.
— Onde estamos indo? — Questionou quando chegamos à varanda ao lado de fora.
Dei uma olhada de canto em sua direção, mas não disse nada, apenas continuei a puxando comigo. Andamos com calma até chegarmos ao destino que querida e notei Mabel avaliar o lugar com atenção.
Nós estávamos parados no meio de um círculo. O chão era de mármore branco e ao redor havia alguns pilares redondos também de mármore, e no alto um teto de vidro nos cobria.
— É lindo aqui. — Sussurrou olhando ao redor.
— Bel, — Chamei a atenção enquanto pegava suas mãos — Me diz o que aconteceu. — Pedi.
Encarei seus olhos, mas Mabel os desviou encarando o chão. Nós ficamos em silêncio por alguns minutos. Ela parecia pensar no que dizer e eu era paciente o suficiente para esperar.
— Você já teve algo com Bianca. — Sussurrou ainda sem me olhar.
Mabel não tinha perguntado e sim afirmado aquilo, e sabia que era inútil tentar negar ou justificar. Suspirei baixo e soltei suas mãos, segurando seu rosto para que me olhasse
— Todo mundo tem um passado... — Comecei sem saber muito bem o que dizer.
— Você teve! — Afirmou.
— Nós éramos adolescentes, — Justifiquei — Estávamos descobrindo essa coisa de gostar de alguém... Namoro bobo.
— Então você gostava dela. — Comentou e notei algo diferente em seus olhos.
— Eu achava que gostava, foi uma coisa boba e sem sentido. — Repeti descendo uma das mãos a sua cintura.
— Vocês namoraram? — Me olhou interessada — Vocês... Sabe...
— O que? — Incentivei
— Você sabe Alexander, essas coisas entre homem e mulher. — Revirou os olhos.
— Mabel... — Murmurei.
— Tiveram? — Insistiu encarando meus olhos.
Não sabia o que responder a Mabel, na verdade, não sabia como responder aquilo. O que tive com Bianca era irrelevante agora. Não sentia mais nada e nem tinha a mínima chance de isso acontecer, não quando Mabel ocupava meu coração e pensamentos diários. Ela fechou seus olhos e respirou fundo.
— Mabel. — Chamei fazendo com que me encarasse novamente — Isso foi há muito tempo, nós não tivemos mais nada depois disso. — Assegurei.
— Ela é uma princesa. — Justificou.
— Você também é. — Afirmei com intensidade.
— É diferente... — Negou.
— Sim, é diferente. — Concordei — Porque você é a minha princesa.
— Sou uma idiota, isso sim. — Sussurrou.
— Não, você é perfeita... — Sorri abertamente — É perfeita para mim.
Aproximei nossos lábios. Dei leves selinhos antes de aprofundar o beijo, me perdendo no seu sabor.
— Ma Belle. — Sussurrei tocando seu rosto carinhosamente.
Mabel me olhou com um pequeno sorriso e deitou a cabeça em meu peito. A apertei mais em meus braços e cheirei seus cabelos, beijando-os em seguida. Nós ficamos assim por algum tempo, apenas em silêncio, curtindo o momento.
— Devíamos voltar. — Sussurrou.
— Devíamos, — Concordei beijando seus cabelos novamente — Mas não quero. — Assumi.
Mabel deu uma risada baixa e levantou a cabeça, me encarando.
— Já disse que você está linda? — Toquei seu nariz com o meu em um beijo de esquimó.
— Não. — Negou sorrindo.
— Porque você está mais do que linda. — Elogiei beijando sua testa e depois o nariz — Está perfeita. — Sussurrei em seu ouvido.
Mabel segurou meu rosto com as duas mãos e beijou meus lábios demoradamente.
— Não vejo a hora disto acabar. — Sussurrou me dando alguns selinhos rápidos e curtos.
— E vai meu anjo, — Afirmei colocando alguns fios que caiam no seu rosto para o lado — Prometo.
— Tudo bem, — Tranquilizou-me — Entendo que tem que fazer isso.
— Não se menospreze Bel. — Toquei sua bochecha com a ponta dos dedos — Nada se compara ao que nós temos e ao que eu sinto. — Expliquei e ela assentiu concordando.
Eu tinha um passado, assim como Mabel, mas o futuro nos aguardava e não me imaginava sem ela, não mais.
— Agora acho que temos que ir mesmo. — Lhe dei um selinho demorado.
— Sim. Uma moça não devia ficar sozinha com um homem por tanto tempo. — Brincou arqueando uma sobrancelha — O que dirão?
— Vai que assim me obrigam a ficar logo com você? – Pisquei entrando na brincadeira.
— Obrigam? — Fingiu indignação.
Dei uma risada baixa e beijei seus lábios rapidamente. Peguei sua mão e a puxei para voltarmos ao palácio.
Nós caminhamos com calma enquanto fazia carinho na palma da sua mão em círculos lentos. Assim que chegamos à frente do palácio engatei nossos braços e juntos nós seguimos até o salão.
— Aí estão vocês. — Ian sorriu vindo nos encontrar.
— Fomos tomar um ar. — Expliquei.
— Com certeza. — Comentou revirando os olhos.
— Filho... — Meu pai chamou chegando até nós acompanhado de um senhor já de idade.
— Sim. — Dei um pequeno sorriso.
— Jorge gostaria de falar com você. — Explicou e o senhor ao seu lado estendeu a mão.
— Como vai Lorenzo? — Apertou minha mão.
— Bem e o senhor? — Passei o braço pela cintura de Mabel — Está é Mabel Fischer. — A apresentei.
— Como vai? — Ela sorriu e recebeu um sorriso do senhor como resposta.
— Ainda mais bela pessoalmente. — O senhor comentou fazendo Mabel corar.
Sabia que elogios sempre a deixavam envergonhada e achava isso um charme.
— Obrigada. — Agradeceu sorrindo timidamente.
— Já volto. — Avisei beijando sua testa antes de sair acompanhado de meu pai e o senhor, Jorge.
Nos juntamos a mais dois senhores que estavam curiosos sobre os ataques recentes a nossa província. Compartilhamos algumas informações e suposições sobre esse grupo, e só um bom tempo depois foi que consegui dar uma desculpa e sair dali.
Olhei pelo salão procurando pela minha morena, encontrando-a na pista improvisada. Ela dançava com Victor enquanto conversavam baixo. Sabia que não havia nada demais ali entre os dois. Mabel já tinha deixado claro que me escolheu e não havia motivos para ciúmes.
— Posso assumir daqui? — Chamei a atenção enquanto parava ao lado dos dois.
Mabel se virou e me olhou sorrindo de canto.
— Toda sua. — Victor a soltou e se afastou.
— Obrigado. — Agradeci já segurando a cintura dela.
Mabel enlaçou meu pescoço com os braços e começamos a nos mover lentamente. Aproveitei para puxa-la mais perto, sentindo seu perfume gostoso.
— Tudo bem? — Sussurrei.
— Tudo sim. Estou adorando estar aqui. — Sorriu levemente.
— Que bom, porque estou adorando que esteja aqui comigo. — Confessei.
— Você já viajou muito, não é? — Questionou enquanto acariciava minha nuca, fazendo com que me arrepiasse.
— Viagens oficiais sim, — Dei de ombros — Mas para passear... Poucas. — Confessei.
— Hm. — Murmurou.
— Mas planejo uma grande viagem. — Sorri misteriosamente.
— Para onde? — Me olhou visivelmente curiosa.
— Ainda não sei... Vamos decidir isso ainda. — Dei de ombros.
— Vamos? — Questionou sem entender.
— Sim. — Concordei chegando mais perto do seu ouvido — Eu, você e nossos filhos. — Sussurrei vendo seus pelos se arrepiarem.
— Alexander! — Repreendeu e dei uma risada baixa.
— Achei um ponto fraco? — Perguntei mesmo já sabendo a resposta.
— Para com isso. — Repreendeu novamente olhando disfarçadamente ao nosso redor, mas aparentemente não éramos notados.
— Então... Você não me disse, — Comentei a olhando — Que lugar quer ir?
— Qualquer um, desde que seja com você. — Declarou.
— E com quem mais seria? — Dei um pequeno sorriso — Não vou te deixar Bel... Nunca!
— Prometa. — Sussurrou.
— Prometo, — Toquei com cuidado o pingente do colar que havia dado a ela — Ma Belle.
Bạn đang đọc truyện trên: AzTruyen.Top